8 - Mortos na carne, vivos no Espirito

Evangelho aos romanos

Capitulo 8 - Mortos na carne, vivos no Espirito 

Rm 8:1-9: "Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte. Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne; Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque os que são segundo a carne inclinamse para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele."  

No capítulo anterior, os nossos olhos se abriram para vermos a nossa condição deplorável. Através da lei de Deus, nos demos conta de nossa união com o pecado. União tão forte, que nos tornamos uma só carne com ele. O capítulo anterior deixou claro que, apenas a morte nos poderia livrar desta insuportável união. O capítulo termina com um apelo desesperado: Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? (Rm 7:24).  

A resposta vem no seguinte verso: Que Deus seja louvado, pois ele fará isso por meio do nosso Senhor Jesus Cristo! Portanto, esta é a minha situação: quando ando em espírito eu sirvo à lei de Deus, mas quando ando na carne, sirvo à lei do pecado. (Rm 7:25 NTLH). Este é o contexto do capítulo oitavo. Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. (Rm 8:1).  

Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porquê? Porque quando Jesus morreu na cruz do calvário, todos os nossos pecados foram colocados sobre Ele. (Is 53:6). Assim, quando ele morreu, os nossos pecados morreram com Ele. 

E quando Ele ressuscitou, já não havia mais pecado nele. Assim, quando ele adentrou no santuário celestial, nós também entramos com ele; porque agora, somos um seguidor de Jesus. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá. (Ap 14:4). Agora, para podermos seguir os passos de Jesus no santuário celestial, precisamos primeiramente seguir os passos que Ele palmilhou aqui.  

Portanto, precisamos voltar ao santuário terrestre. Como um pecador podia entrar no santuário aqui na terra? Pela fé. E como ele colocava esta fé em prática? Levando um Cordeiro para ser sacrificado. Após o sacrifício, o sacerdote entrava com o sangue da vítima no santuário para fazer uma obra preparatória para expiação definitiva do pecado. Desta forma o pecador entrava no santuário terrestre pela fé. Mas não existe mais um santuário terrestre, o qual era uma cópia do santuário celestial. (Hb 9:24). Assim, se somos seguidores de Jesus, precisamos seguir os passos que Ele seguiu para entrar no santuário celestial. 

Notem que, primeiro Ele teve que morrer. Ser sacrificado.  

E então após ser ressuscitado pelo Pai, adentrou no santuário celestial. São estes passos que precisamos seguir. Primeiramente precisamos morrer. Notem, que é isso que o apóstolo Paulo vem enfatizando nos capítulos anteriores. Para entrarmos no santuário celestial com Cristo, precisamos morrer com Ele. De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim também vivamos uma vida nova. (Rm 6:4).  

Isso é estar em Cristo Jesus. E para estes não há condenação. Porque eles não andam mais segundo a carne. Agora eles andam nas pisadas de seu mestre através do Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, nos livrou da lei do pecado e da morte. (Rm 8:2). 

A lei do Espírito, ou lei espiritual. Que lei é esta? Assim diz o SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. (Jr 31:33). Mente e coração na Bíblia, estão relacionados com a parte espiritual do ser humano. Se quando tínhamos uma mente carnal, praticávamos naturalmente as obras da carne; agora que temos uma mente espiritual, naturalmente praticarmos as obras do Espírito.  

Através da graça, Deus fez o que a lei não pôde fazer porque a natureza humana era fraca. Deus condenou o pecado na natureza humana, enviando o seu próprio Filho, que veio na forma da nossa natureza pecaminosa a fim de acabar com o pecado. (Rm 8:3 NTLH). A lei é um instrumento poderosíssimo, ela penetra até a divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. (Hb 4:12). No entanto, é débil e mesmo incapaz no que respeita à maior necessidade do homem: a salvação. Porque ela estava e está enferma pela carne.  

A lei é santa e justa, boa; porém o homem não tem poder para obedecê-la. De que vale um machado bem afiado, produzido com o melhor aço, apito para cortar qualquer árvore; mas, nas mãos de um homem fraco, que não consegue nem levantar o instrumento? O machado bem afiado, não pode fazer nada por si só. Assim a lei de Deus não pode por si mesma operar. O homem precisa de força para operar este instrumento; mas está enfermo por causa da carne pecaminosa. A lei é santa e o mandamento santo, justo e bom.  

Não há na lei defeito algum; o problema está em nós.  Quando o Senhor, através da lei, nos mostra um defeito em nosso caráter, é como se nos dissesse: Você está precisando de algo que Eu tenho para lhe dar. No entanto, Alguém poderá dizer: Não vejo como essa Escritura possa cumprir-se no meu caso, visto que cada vez que me olho, encontro algo que me condena. Assim deve ser, já que a libertação da condenação não se encontra em nós mesmos, mas em Cristo Jesus. É a Ele que devemos contemplar e não a nós mesmos. Nunca haverá um tempo em que alguém não ache condenação ao olhar para si mesmo.  

A queda de Satanás deveu-se ao fato dele ter olhado muito para si mesmo. A restauração daqueles a quem ele derrubou, repousa em olhar apenas à Jesus. E como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado. (João 3:14). Quando o povo de Israel caiu no pecado da desobediência e murmuração. 

Deus retirou sua cerca de proteção; e as serpentes do deserto, que sempre estiveram ali, mas não chegavam ao acampamento devido a esta cerca de proteção; começaram a invadir o acampamento e picar o povo. Foi um desastre, parecia que toda a congregação iria perecer. Mas Deus ordenou a Moisés que fizesse uma serpente de metal, exatamente igual a serpente que estava matando o povo. E todos os que olhassem para esta serpente viveria. Jesus, tomando esta passagem, aplicou a si mesmo. Ele era esta serpente de metal.  

É interessante notar que quando alguém é picado por uma serpente; o antídoto mais eficaz, é o próprio veneno desta serpente. Assim, a única maneira de salvar o homem infectado pelo pecado; seria o Pai enviar o seu filho ao deserto deste mundo com uma natureza caída, e através desta natureza caída produz o antídoto para a cura do pecado. 

Deus manifestou-Se em carne. Cristo, que não conhecia o mínimo vestígio de pecado ou contaminação, tomar nossa natureza em seu estado deteriorado. Isto foi humilhação maior do que o homem finito pudesse compreender.7 NEle não houve engano nem pecado. Sempre foi puro e sem contaminação. Contudo, tomou sobre Si a nossa natureza pecaminosa.10 Isso quer dizer que foi preciso que Jesus se tornasse em tudo igual aos seus irmãos a fim de ser o Grande Sacerdote deles, bondoso e fiel no seu serviço a Deus, para fazer propiciação pelos pecados do povo. (Hb 2:17).  

Cristo é a escada que Jacó viu, tendo a base na Terra, e o topo chegando à porta do Céu, ao próprio limiar da glória. Se aquela escada houvesse deixado de chegar à Terra, por um único degrau que fosse, estaríamos perdidos para sempre. Mas Cristo vem ter conosco, exatamente onde nos achamos. Tomou nossa natureza caída e venceu, para que, revestindo-nos de Sua natureza divina, nós pudéssemos vencer. 

E disse-lhe: Na verdade, na verdade vos digo que daqui em diante vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subirem e descerem sobre o Filho do homem. (João 1:51). O antídoto é esta escada que Jesus edificou entre o céu e a terra. Através de sua vida perfeita, morte, e ressurreição, nós podemos subir ao céu e chegarmos com confiança ao trono da graça. Estêvão, através desta escada, viu os céus abertos, e o Filho do homem, que estava em pé à mão direita de Deus. O nosso olhar deve estar fixo no céu. A fórmula do antídoto foi: natureza divina, unida com a natureza pecaminosa.  

Com este antídoto, injetado em nossos corações; passamos a ter a natureza humana, e a natureza divina. Jesus, quando esteve aqui neste mundo, com uma natureza caída, não podia fazer nada por si mesmo. Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma. (Jo 5:30). 

Mas como então que Ele operou todas estas obras que estão registradas nos evangelhos? O Pai, que está em mim, é quem faz as obras. (Jo 14:10). E como que o Pai estava em Cristo? O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do coração, A pregar liberdade aos cativos, E restauração da vista aos cegos, A pôr em liberdade os oprimidos, A anunciar o ano aceitável do SENHOR. (Lc 4:18-19). Jesus condenou o pecado na carne pecaminosa, porque o Pai estava NEle através do Espírito Santo. 

E, nós, como venceremos? Da mesma maneira. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre. Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós. Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós. (Jo 14:16,18,20). Para que a justiça da lei se cumpra em vós, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. (Rm 8:4).  

Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, Jesus precisava ser um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. (Hb 4:15). Para condenar o pecado na carne, Ele precisou tomar uma natureza pecaminosa como a nossa. E, em uma natureza caída, viveu em espírito, e não na carne. 

Assim, todos nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito; a justiça da lei se cumpre em nós. Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. (Rm 8:5). Ninguém pretenderá que, depois da conversão, a carne do homem seja diferente da que foi anteriormente. Contudo, se ele está realmente convertido e o Espírito de Cristo habita nele, não está mais à mercê do poder da carne. O próprio Cristo veio na mesma carne pecaminosa, sem jamais pecar, ao ser dirigido sempre pelo Espírito.  

Assim, Aqueles que têm a mente controlada pela natureza pecaminosa acabarão morrendo espiritualmente; mas as que têm a mente controlada pelo Espírito de Deus terão a vida eterna e a paz. (Rm 8:6 NTLH). É por meio do Espirito Santo que o coração é purificado. Por Ele torna-se o crente participante da natureza divina. Cristo deu Seu Espírito como um poder divino para vencer toda tendência hereditária e cultivada para o mal. A humanidade de Cristo estava unida à divindade; estava habilitado para o conflito, mediante a presença interior do Espírito Santo.  

E veio para nos tornar participantes da natureza divina. Enquanto a Ele estivermos ligados pela fé, o pecado não mais terá domínio sobre nós. Como homem, Jesus enfrentou a tentação, e venceu-a no poder que Lhe foi dado por Deus.  No entanto, a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. (Rm 8:7). No jardim do éden, imediatamente após a queda; o homem em sua natureza caída, passou a nutrir inimizade contra a lei de Deus. 

Quando ele começou a dar desculpas para o pecado, que é a transgressão da lei. Em outras palavras ele estava dizendo: esta lei não é perfeita, ela tem falhas; eu só pequei por causa da mulher, eu não tinha intenção de pecar; esta lei precisa ser reanalisada. E, o que Deus faz? Mudou a lei? Não. Deus criou uma inimizade, onde até então, havia amizade. (Gn 3:15).  

Antes, vocês estavam longe de Deus e eram inimigos dele por causa das coisas más que vocês faziam e pensavam. Mas agora, por meio da morte do seu Filho na cruz, Deus fez com que vocês ficassem seus amigos, a fim de trazê-los à sua presença para serem somente dele, não tendo mancha nem culpa. (Cl 1:21 22 NTLH).  

É a graça que Cristo implanta na alma, que cria no homem a inimizade contra Satanás. Sem esta graça que converte, e este poder renovador, o homem continuaria cativo de Satanás, como servo sempre pronto a executar-lhe as ordens. Mas o novo princípio na alma cria o conflito onde até então houvera paz. O poder que Cristo comunica, habilita o homem a resistir ao tirano e usurpador. 

Quem quer que se ache a aborrecer o pecado em lugar de o amar, que resista a essas paixões que têm dominado interiormente e as vença, evidencia a operação de um princípio inteiramente de cima.1 Deus Aboliu a inimizade em Sua própria carne, de forma que todos os que estão crucificados com Ele têm paz com Deus, isto é, estão sujeitos à Sua lei a qual se acha em seu próprio coração. Possuir mente espiritual é tê-la controlada pela lei de Deus, porque sabemos que a lei é espiritual, (Rm 7:14) e que, muita paz têm os que amam a lei de Deus. (Sal. 119:165).  

Assim, Justificados [ou, tornados justos], pois, pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo. (Rom. 5:1). Cristo destruiu a morte, e trouxe à luz a vida e a imortalidade pelo evangelho. (2 Tm 1:10). Ele aboliu a morte destruindo o poder do pecado em todos quantos creem nEle, porque a morte só tem poder através do pecado. Porque o aguilhão da morte é o pecado.” (1 Cr 15:56). Desta forma, as pessoas que vivem de acordo com a natureza pecaminosa não podem agradar a Deus. (Rm 8:8). Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. (Mt 6:24).  

Não podemos servir a Deus com coração dividido. A influência da religião bíblica não é uma influência entre outras; tem de ser suprema, penetrando em todas as outras e dominando-as. E isto só é possível mediante a atuação do Espírito Santo na mente. Aqueles que vivem na carne, agradam somente à carne. E tudo o que eles fazem para Deus é misturado com hipocrisia. São obras mortas, desprovida de amor. Os que começam sua vida cristã pela metade; quaisquer que sejam as suas intenções, encontrar-se-ão afinal do lado do inimigo. 

Homens e mulheres indecisos são os melhores aliados de Satanás.  

Por mais favorável que seja a opinião que tenham de si mesmos, eles são dissimuladores. Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. (Rm 8:9). É comum pensar que após a conversão a pessoa alcança uma nova natureza. No entanto, precisamos entender que a carne terá a natureza do pecado até que nossos corpos sejam transformados na segunda vinda de Jesus.  

Na verdade, o que acontece após a conversão, é a introdução de um novo princípio na alma. O Espírito Santo estabelece o seu trono na nossa mente, influenciando os nossos membros, ainda carnais, à obediência perfeita à lei de Deus.  

O Espírito contende com o pecador, porém, se este se deixa vencer pela carne, torna-se outra vez escravo do pecado. A carne é a mesma no homem convertido e no pecador, porém, há uma diferença: no primeiro não há poder porque só o homem convertido se submete ao Espírito, o qual controla a carne. É isso que precisa ficar claro na mente dos servos de Deus; a conversão não é um estado de isenção de pecado. 

As tentações continuam, tão fortes, e até mais intensas do que antes, pois a carne continua a mesma; o que faz a diferença entre o convertido e o não convertido é a atuação do Espírito Santo na mente. Os mesmos membros que eram servos do pecado, passam a servir a Deus, e desta forma pertencer a Deus. Embora a carne seja exatamente a mesma que antes da conversão, é dito dele que não está “na carne”, mas “no Espírito”, posto que pelo Espírito são mortificadas as obras da carne.  

Rm 8:10-17: "E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça. E, se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita. De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne. 

Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e coerdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados."  

E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça. (Rm 8:10).  

E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na nossa carne mortal. (2Co 4:11). Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. (Cl 3:3). É isso que nos dá esperança, quando em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.

Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos. (2Co 4:8-9). Ainda que sejamos mortos por mãos de nossos inimigos, eles não podem fazer nada, senão destruir este corpo mortal; mas a nossa vida eterna está guardada com Deus. Esta ninguém pode tirar de nós. E, se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita. (Rm 8:11).  

É a palavra de Deus que nos vivifica. Isto é a minha consolação na minha angústia, porque a tua palavra me vivificou. (Sl 119:50). O Espírito Santo faz morada em nós, através da palavra de Deus. No santuário terrestre, era do sumo sacerdote a responsabilidade de suprir azeite às lâmpadas. Assim também, quando Cristo ressuscitou, e se aceitou à direita do Pai, este tem sido seu ofício como nosso sumo sacerdote no santuário celestial. Ele está constantemente provendo azeite para nossas lâmpadas, para iluminar a nossa caminhada cristã. (Sl 119:105).  

A palavra sai da boca de Deus, Jesus toma esta palavra e entrega aos anjos, os anjos tomam a palavra e entregam aos profetas, e os profetas transmitem ao povo. (Ap 1:1). É assim que a palavra de Deus, chega aos nossos corações. Então, temos que estar constantemente atentos ao que os profetas escreveram. 

Apocalipse 1: 1, nos assegura, que, para esta palavra chegar até nó, há uma processo no santuário celestial. A bíblia, não é um mero livro qualquer. É o próprio Deus falando conosco.  Assim, para que o Espírito Santo venha até nós, a nossa mente precisa estar constantemente no santuário celestial. Precisamos comer o pão, a palavra de Deus, diariamente, e com oração. Assim, o óleo dourado vem até nós. Esta é a palavra que vivifica os nossos corpos mortos em delitos e pecados.  De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne. (Rm 8:12).  

De fato, somos devedores. Porém, nada devemos à carne. Ela nada fez por nós e nem pode fazê-lo. Tudo o que a carne pode fazer resulta em nada, já que suas obras são pecado e significam morte. Todas as obras que nós fazemos, por nós mesmos, são como trapos de imundícia. As obras aceitável à Deus, são aquelas que foram produzidas pelo Espírito Santo.  

Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. (Rm 8:13). Se permitimos que o Espírito Santo mortifique nosso corpo carnal, o resultado é vida espiritual. Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzirvos a Deus; morto na carne, mas vivificado no espírito. (1Pe 3:18). Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. (Rm 8:14). 

E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu filho, que clama: Aba, Pai. (Gl 4:6). Quando nós suportamos a correção, Deus nos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? (Hb 12:7). Mas, todo aquele que não quer ser corrigido, são bastardos, e não filhos. (Hb 12:8). Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do Diabo: quem não pratica a justiça não é de Deus, nem o que não ama a seu irmão. (Jo 3:10).  

Os filhos de Deus são os que partilham de Sua natureza. Não é a posição terrena, nem o nascimento, nem a nacionalidade, nem os privilégios religiosos, o que prova ser membro da família de Deus; é o amor, um amor que envolve toda a humanidade. Mesmo os pecadores cujo coração se ache inteiramente cerrado ao Espírito de Deus, corresponderão à bondade; conquanto devolvam ódio por ódio, darão também amor por amor.  

No entanto, é unicamente pelo Espírito de Deus que damos amor em troca de ódio. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. (Rm 8:15).  

É através do Espírito Santo que somos preparados para adoção. Esta obra é lenta e imperceptível. Jesus ilustrou este processo, comparando com o fermento na massa. Disse-lhes Jesus: O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado. (Mt 13:33). Imaginemos por um momento a nossa vida como uma massa de pão. O ingrediente principal da massa é o trigo, não mais em forma de grão, mais, moído.  

Assim, para sermos esta massa, precisamos ser primeiramente moídos pelas aflições. Precisamos ser temperados com sal, na medida certa, não podemos ser muito salgados nem insosso. Precisamos ser temperantes. Este grão, triturado e temperado com sal, recebe então uma pequena medida de fermento, o Espírito Santo, que com o auxílio da água, outro símbolo do Espírito Santo, começa a agir silenciosamente na massa, e ela começa a crescer. 

E se está massa, já transformada pela atuação do Espírito Santo, for levada ao forno da aflição; se torna um delicioso pão que vai alimentar os famintos da palavra de Deus. Assim, o próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. (Rm 8:16). Amados, agora somos filhos de Deus. (1Jo 3:2).  

Se passamos por todos os processos já descritos; nós já somos filhos de Deus. Mas, ainda não é manifestado o que havemos de ser. Ou seja, nós ainda não recebemos a herança, e os nossos corpos ainda não foram glorificados. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos. (1Jo 3:2). Assim também, quando Cristo esteve aqui como homem, pouquíssimas pessoas O reconheceram como o Filho de Deus. E as que o fizeram foi por revelação divina. Dizer que os crentes não são agora filhos de Deus devido a que nada em sua aparência exterior o indica, é acusar a Cristo.  

Porém, Jesus era tão certamente o Filho de Deus no presépio de Belém, como o é agora, assentado à destra de Deus. 

É o Espírito Santo que testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Mas, como Ele faz isso? Através do testemunho. Ou seja, através da palavra de Deus. E disto nos dá testemunho o Espírito Santo; após ter dito em Jeremias 31:31-34: Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei no seu coração as minhas leis e sobre a sua mente as inscreverei, e acrescenta: Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniquidades, para sempre. (Hb 10:15,16,17). Quando a palavra de Deus é guardada em nosso coração, nós não pecamos. (Sl 119:11).  

Sabemos que somos filhos de Deus porque o Espírito nos dá a certeza desse fato na Bíblia. O testemunho do Espírito não é nenhum arrebatamento de sentidos, mas uma declaração concreta. Não somos filhos de Deus porque sentimos assim, mas porque o Senhor o disse. 

Aquele que crê, tem a palavra morando em si mesmo. Aquele que crê no Filho de Deus tem, em si, o testemunho. (I Jo 5:10). Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados. (Rm 8:17). Coerdeiros com Cristo significa que Ele não possuirá Sua herança antes que nós.  

Ele está assentado à destra do Pai, porém, Deus, em Seu grande amor por nós, nos deu vida juntamente com Cristo. E, juntamente com Ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus. (Ef 2:4-6). Cristo reparte conosco a glória que Ele tem. (Jo 17:22). Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus.  

Por isso o mundo não nos conhece; porque não o conhece a ele. (1Jo 3:1). Na verdade é um grande privilégio receber a adoção de filhos de Deus. Mas, ser filho, implica sofrer como Cristo sofreu. Pois, naquilo que Ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados. (Hb 2:18). Sofrer com Cristo significa, por conseguinte, resistir à tentação juntamente com Ele. O sofrimento deriva da luta contra o pecado. O poder por meio do qual Ele venceu as tentações do inimigo, é o mesmo que nos dará a vitória. Através do Espírito Santo nos tornamos coparticipantes da natureza divina.  

Assim, Ele nos livra da corrupção das paixões que há no mundo.  O Espírito Santo, com Sua influência vivificante, sempre conserva essa alma no amor de Deus. (2 Pe 1:4). Assim, todo filho de Deus é movido pelo Espírito. Rm 8:18-25: "Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. 

Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.  

Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo. Porque em esperança fomos salvos. Ora a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê como o esperará? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos." Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. (Rm 8:18).  

As aflições que os nossos antepassados sofreram, e as que nós sofremos, não se podem comparar com a glória da herança futura. As aflições é o buril de Deus para purificar a nossa fé. Todos os heróis da fé tiveram grandes aflições. Jesus foi aperfeiçoado através das aflições. (Hb 2:10). 

Os servos de Deus foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados. (Hb 11:37). Todos eles morriam cantando. Porque desenvolveram uma fé pura. Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR o livra de todas. (Sl 34:19). Muitos se desviam das aflições, mas é nas aflições que nos achegarmos à Cristo.  

Os três jovens hebreus, tinham muita fé em Deus e esperavam ver o seu mestre na herança futura; mas foi na fornalha que este sonho se realizou. Aqueles que correm das aflições, e negam a fé por medo de perdas materiais ou físicas, perdem o privilégio de estar na presença imediata de Deus. Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo. (Jo 16:33). 

Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis. (1Pe 4:13). É certo que a glória futura é a maior esperança dos servos de Deus; mas, quando deixarmos ser purificados pelas aflições, podemos ver a glória de Deus aqui. Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado. (Jo 17:22).  

Se Cristo tem hoje a glória e a reparte com Seus discípulos, nós também podemos desfrutar desta glória quando estamos na presença de Deus. João nos diz que, embora sejamos filhos de Deus hoje, o mundo não nos conhece, visto que também não conheceu Cristo. Nada havia na aparência física de Cristo que indicasse ser Ele o Filho de Deus. A carne e o sangue não O revelaram a ninguém. Sua aparência era inteiramente a de um homem comum. Porém, tinha glória em todos os momentos. 

Lemos que quando Ele mudou a água em vinho, “manifestou Sua glória” (João 2:11). Sua glória Se manifestava em forma de graça. E o Verbo Se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a Sua glória, glória como do Unigênito do Pai. (João 1:14).  

A graça com que Deus fortalece Seu povo é segundo a riqueza da Sua glória. (Ef 3:16). A graça é glória, porém, glória velada, para que os olhos humanos não sejam cegados por ela. Temos de possuir essa glória agora. Porém, ela será revelada somente na vinda de Cristo. Por isso que as aflições deste tempo presente não se podem comparar com a glória futura. Jesus faz parte do corpo da Igreja, Ele é a Cabeça deste corpo. (Ef 1:22). 

De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele. (1Co 12:26).  

Jesus sofre quando nós estamos sofrendo. Então porque Ele permite que o seu próprio corpo, que somos nós, seja afligido? Porque toda a criação está sujeita à depravação, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou. (Rm 8:20). Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus. (Rm 3:23). 

A raça humana, após a queda, perdeu a glória de Deus. Mas, através da graça temos esperança da glória de Deus. E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, E a paciência a experiência, e a experiência a esperança. (Rm 5:3,4).  

Notem que a esperança, que é a fé purificada, passa por um processo de aperfeiçoamento que começa com as tribulações. Assim, temos a esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. (Rm 8:21). Tanto nós, assim como a Terra, estamos aguardando a nossa redenção, a saber, a redenção do nosso corpo. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. (Rm 8:22).  

A Terra também espera, já que não pode libertar-se da maldição até que sejamos estabelecidos como filhos de Deus e, portanto, Seus legítimos herdeiros. E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo. (Rm 8:23). O Espírito Santo é a garantia ou fiança desse direito hereditário.  

O Espírito nos sela como herdeiros para o dia da redenção. (Ef 4:30). Ele é para nós a Testemunha de que somos filhos de Deus, embora o mundo não aceite Sua testificarão. O mundo não conhece os filhos de Deus. Porém, quando se revelar a glória que Ele nos tem dado, e nossos corpos forem redimidos da destruição e brilharem à semelhança do corpo glorioso de Cristo, não haverá qualquer dúvida na mente de ninguém. Até o próprio Satanás ver-se-á obrigado a reconhecer que somos filhos de Deus e, por conseguinte, herdeiros legítimos da Terra glorificada.  

Porque em esperança fomos salvos. Ora a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê como o esperará? (Rm 8:24). Foi através da esperança que nós fomos salvos da injustiça; agora, Alegremo-nos na esperança, sejamos pacientes na tribulação, e perseveremos na oração. (Rm 12:12).  A essência da fé é a esperança nas coisas que não se vê. Tomé desagradou a Deus, porque precisou ver pra crer. Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam. (Hb 11:6). Porque, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos. (Rm 8:25).  

Nos últimos dias, tudo aparentemente estará contra nós. Parecerá impossível aos olhos humanas, algum escape. Mas aqueles que pacientemente esperam no Senhor, aqueles que aprenderam, em tempos de paz, esperar, mesmo contra a esperança; estes estarão em paz em meio às tormentas dos últimos dias.  

Rm 8:26-28: "E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos. E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito."  

Assim também o Espírito nos ajuda nas nossas fraquezas. Pois não sabemos como devemos orar, mas o Espírito, com gemidos que não podem ser explicados por palavras, intercede a Deus em nosso favor. (Rm 8:26).  

A função do Espírito Santo é controlar todos os nossos exercícios espirituais. O Pai deu seu Filho por nós para que através do Filho o Espírito Santo pudesse vir até nós e nos levar ao Pai. Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se eu for, enviar-vo-lo-ei. (Jo 16:7).  

O que Jesus estava dizendo aqui é, que, se Ele não concluísse a obra pela qual Ele foi enviado, o Consolador, o Espírito Santo, não viria. A obra que Jesus desempenhou aqui na terra, consistia em viver uma vida perfeita, sem pecado, em uma natureza pecaminosa. Isto só foi possível mediante a atuação do Espírito Santo nEle. Todas as boas obras que Ele fez aqui na terra, não as fez dele mesmo.  

Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. (Jo 14:10). O Espírito Santo sempre foi enviado, antes de Jesus ascender ao céu. As obras que Elias operou foi pelo poder do Espírito Santo. Assim como as obras de Eliseu, João Batista, que foi cheio do Espírito Santo desde o seu nascimento.  

O Espírito Santo que Jesus prometeu enviar após sua vida perfeita, morte, ressurreição e Ascenção ao céu; era a vida que o Espírito Santo produziu em um ser humano com uma natureza pecaminosa. Jesus está esperando para soprar sobre todos os seus discípulos, dar-lhes a inspiração de seu espírito santificador e transmitir a influência vital dele mesmo para seu povo. Ele gostaria que eles entendessem que doravante não poderão servir a dois senhores. Suas vidas não podem ser divididas.  

Cristo deve viver em seus agentes humanos, trabalhar por meio de suas faculdades e agir por meio de suas capacidades. A vontade deles deve ser submetida à vontade dEle, eles devem agir com o seu Espirito, para que não sejam mais eles os que vivem, mas Cristo que vive neles. Jesus procura inculcar-lhes o pensamento de que, ao conceder-lhes o seu Espírito Santo, está a dar-lhes a glória que o Pai lhe deu, para que ele e o seu povo possam ser um em Deus. 

Nosso caminho e vontade devem estar em submissão à vontade de Deus, sabendo que ela é santa, justa e boa. João diz: esta é a confiança que temos nEle: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, Ele nos ouve; e se sabemos que Ele nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que temos as petições que lhe desejamos. (I Jo 5:14).  

Através da ação divina, temos o espírito de intercessão, por meio do qual podemos suplicar a Deus, como um homem suplica a seu amigo. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos. (Rm 8:27). Por nós mesmos não podemos fazer nada; mas através da graça de seu Espírito Santo, vida e luz são comunicadas, e a alma fica cheia de anseio e desejo sincero de Deus, e de santidade.

É então que Cristo nos conduz ao trono da graça e nos reveste com a sua justiça. Seríamos deliberadamente cegos e teimosos se duvidássemos que o coração dEle está voltado para nós. Enquanto Jesus, nosso Intercessor, intercede por nós no céu, o Espírito Santo opera em nós, tanto o querer como o fazer, segundo a sua boa vontade. Todo o Céu está interessado na salvação da alma.  

Então, que razão temos para duvidar que o Senhor nos ajudará e realmente nos ajuda? Nós, que ensinamos o povo, devemos ter uma conexão vital com Deus. Em espírito e em palavra devemos ser para o povo como uma fonte, porque Cristo é em nós uma fonte de água que jorra para a vida eterna. 

A tristeza e a dor podem testar a nossa paciência e a nossa fé; mas o brilho da presença do Invisível está conosco, e devemos nos esconder atrás de Jesus. Transmitam coragem para a igreja; eleve-os a Deus em oração. Diga-lhes que quando sentirem que pecaram e não podem orar, então é hora de orar. Muitos se sentem humilhados por seus fracassos, por terem sido vencidos pelo inimigo no lugar da superação.  

O mundanismo, o egoísmo e a carnalidade os enfraqueceram, e pensam que não adianta aproximar-se de Deus; mas este pensamento é uma das sugestões do inimigo. Eles podem ficar envergonhados e profundamente humilhados; mas eles devem orar e acreditar.  

Ao confessarem os seus pecados, Aquele que é fiel e justo lhes perdoará os pecados e os purificará de toda injustiça. Embora a mente possa divagar em oração, não desanime, tragaa de volta ao trono e não deixe o propiciatório até obter a vitória.  

Você pode pensar que sua vitória será testemunhada por fortes emoções. Mas, esta é a vitória que vence o mundo, sim, a nossa fé. (I Jo 5:4). O Senhor conhece o seu desejo; pela fé, mantenha-se perto dele e espere receber o Espírito Santo.  Pois sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. (Rm 8:28). 

O verso não está dizendo que para aqueles que Deus ama, a vida é um mar de rosas; mas, sim, que todas as aflições, provas e dificuldades, contribuem para o bem daqueles que amam a Deus. Porque, aqueles que amam a Deus, são chamados segundo o propósito de Deus. E qual é o propósito de Deus? Pois qual dos homens conhece os propósitos do homem, senão o espírito do homem que nele está.  

Assim também, os propósito de Deus ninguém conhece, senão o Espírito de Deus. (I Co 2:11). Se formos ensinados por Deus, oraremos em conformidade com a sua vontade revelada e em submissão à sua vontade que não conhecemos. Devemos fazer súplicas de acordo com a vontade de Deus, confiando na preciosa palavra e acreditando que Cristo não apenas se entregou, mas também aos seus discípulos.   

Rm 8:29-32: "Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou. 

Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?" E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o propósito de Deus. Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. (Rm 8:28,29).  

Antes da fundação do mundo, Deus preordenou que todos aqueles que amam a Deus se tornem conforme a imagem de seu Filho. É o Espírito Santo, o Confortador, que Jesus disse enviaria ao mundo, que muda o nosso caráter à imagem de Cristo; e quando isto é realizado, refletimos, como num espelho, a glória do Senhor. 

Seu Espírito desenvolverá no homem tudo quanto enobreça o caráter e dignifique a natureza. Ele edificará o homem para a glória de Deus, tanto no corpo, como na alma e no espírito. Pois Deus não vos deu o espírito de timidez, mas de força, de amor, e de prudência. (2 Tm 1:7).  

Ele nos chamou para alcançarmos a glória, o caráter de nosso Senhor Jesus Cristo; chamou-nos para ser conformes à imagem de Seu Filho. É através de Cristo que chegamos à medida da estatura completa na Sua Pessoa. (Ef 4:13). Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, Para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado. (Ef 1:3-6).   

Tudo é em Cristo. nEle recebemos todas as bênçãos espirituais; nEle somos eleitos em santidade; nEle somos predestinados para a adoção de filhos; somos aceitos nEle, e nEle temos a redenção por Seu sangue. Porque Deus não nos predestinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo. (1 Ts 5:9). 

Deus não predestinou ninguém para a ira, ou para a perdição. Deus deu o Seu Filho unigênito para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (Jo 3:16). A vida eterna é para todos os que creem; visto que somente através de Jesus há transformação de caráter. E este processo é feito na mente, através do Espírito Santo.  

Por isso que é pela fé. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou. (Rm 8:30). Notem que é um processo. Primeiramente Deus nos predestinou para a salvação; isso fez Ele desde da fundação do mundo, através do 

Cordeiro de Deus que foi morto desde a fundação do mundo. (Ap 13:8).  

Agora, com este plano salvífico bem estabelecido; Deus chama a todos os homens ao arrependimento. E aos que chamou, a estes justificou. Justificar é o mesmo que perdoar. Este processo de justificação foi efetuado na cruz do calvário. E Eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim. (Jo 12:32). Depois de haver sido justificado, o terceiro passo é a glorificação. 

Este processo é efetuado no santuário celestial. Assim, Nada no Universo pode impedir a salvação da alma que aceita e confia no Senhor Jesus Cristo. A morte de Cristo nos reconcilia com Deus. Ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro. (I João 2:2). Nada pode impedir sua salvação, exceto sua própria escolha em contrário.  

Porque todas as coisas existem por amor de vós. (2 Co 4:15). Assim, todos nós podemos dizer com confiança: graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo. (1 Co 15:57). E esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. (1 Jo 5:4). É assim que todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus. Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? (Rm 8:31).  

Satanás acusará e buscará permissão para destruir, mas é Deus que abre a porta de refúgio. É Deus que justifica aquele que entra pela porta. Então “se Deus é por nós, quem será contra nós?” Se Aquele que tem poder para fazer com que todas as coisas contribuam para o bem daqueles que amam a Deus, se Ele estiver conosco, então tudo tem de estar a nosso favor. 

Foi Deus quem Se deu a Si mesmo por nós, e é quem nos justifica. Quem acusará os escolhidos de Deus? Deus mesmo, que os justifica, fará isso? Impossível! Pois bem, Deus é o único em todo o Universo que tem o direito de acusar alguém de alguma coisa, e posto que Ele nos justifica em lugar de condenar, ficamos livres. Assim é, se assim crermos. E que diremos de Cristo? Condenarnos-á Ele? Como poderia fazê-lo sendo que Se deu a Si mesmo por nós? Porém, deu-Se de acordo com a vontade de Deus. (Gl 1:4).  

Porquanto Deus enviou o Seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele. (Jo 3:17). Portanto, não há nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus.  Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas? (Rm 8:32). De longe se me deixou ver o Senhor, dizendo: Com amor eterno Eu te amei; por isso, com benignidade te atraí. (Jr 31:3). Sendo assim, quem nos separará do amor de Cristo? ¨ 

Rm 8:33-39: "Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro. 

Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor."  

Quem acusará aqueles que Deus escolheu? Ninguém! Porque o próprio Deus declara que eles não são culpados. (Rm 8:33). O povo de Deus é aqui representado como delinquente, em juízo. (Zac. 3). Satanás está a sua direita, como antagonista. Acusa os filhos de Deus e faz seu caso parecer tão desesperador quanto possível. Expõe ao Senhor seus pecados e faltas. Aponta seus erros e fracassos, esperando que pareçam aos olhos de Cristo num caráter tal, que não lhes prestará auxílio em sua grande necessidade.  

Jesus não lhes justifica os pecados, mas apresenta o seu arrependimento e fé, e, reclamando o perdão para eles, ergue as mãos feridas perante o Pai e os santos anjos, dizendo: Conheçoos pelo nome. Gravei-os na palma de Minhas mãos.  

Será que alguém poderá condená-los? Ninguém! Pois foi Cristo Jesus quem morreu, ou melhor, quem foi ressuscitado e está à direita de Deus. E intercede a Deus em favor de nós. (Rm 8:34). Todos quantos romperem com a servidão e serviço de Satanás e ficarem sob a bandeira ensanguentada do Príncipe Emanuel serão guardados pela intercessão de Cristo.  

Cristo, como nosso Mediador, à direita do Pai, mantémnos sempre em vista, pois é tão necessário que Ele nos guarde por Suas intercessões como o era que nos remisse por Seu sangue. Deixe Ele de segurar-nos por um momento, Satanás estará pronto a destruir-nos.  

Aqueles que foram comprados por Seu sangue, Ele agora guarda por Sua intercessão. O castigo pela menor transgressão da lei é a morte, e se não fosse Cristo, o Advogado do pecador, ele seria aplicado sumariamente a todo ofensor.   

A justiça e a misericórdia se acham mescladas. Cristo e a lei permanecem lado a lado. A lei condena o transgressor e Cristo intercede pelo pecador. Jesus está em pé no Santo dos Santos, para comparecer agora na presença de Deus por nós. Ali, Ele não cessa de apresentar Seu povo, momento após momento, perfeito nEle. No entanto, por sermos assim representados perante o Pai, não devemos imaginar que podemos abusar de Sua misericórdia, tornando-nos descuidados, indiferentes e comodistas.  

Cristo não é o ministro do pecado.  Jesus está em pé diante da arca, fazendo Sua intercessão final por todos aqueles por quem a misericórdia ainda espera, e pelos que ignorantemente têm violado a lei de Deus. Esta expiação é feita tanto pelos justos mortos como pelos justos vivos. Inclui todos os que morreram confiando em Cristo, mas que, não tendo recebido a luz sobre os mandamentos de Deus, tem, por ignorância, pecado, transgredindo seus preceitos.   

Não haverá desculpa para os que preferem continuar no erro, quando poderiam compreender o que é verdade. Em Seus sofrimentos e morte, Jesus fez expiação por todos os pecados de ignorância, mas não foi tomada nenhuma providência para a cegueira voluntária.  

Assim sendo, quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? (Rm 8:35). Seu amor é eterno. Não conhece variação e é dirigido a nós, portanto, nada nos pode apartar dEle. Nossa escolha deliberada pode repudiálo, porém, até nesse caso, Ele continua amando-nos, mesmo que O hajamos renegado.  

Se somos infiéis, Ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-Se a Si mesmo. (2 Tm 2:13). É impossível que qualquer coisa neste mundo nos separe do amor de Deus; nem mesmo a morte pode nos separar deste tão grande amor. Porque Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. (Rm 5:8). A própria morte não pode separar-nos de Seu amor, porquanto Ele nos amou de tal maneira que Se deu para morrer por nós.  

A morte é a garantia de Seu amor. Uma das maiores provas do amor de Deus para conosco, é o fato de Deus, aquele que não suporta o pecado, aquele que não conheceu pecado, fazer de Cristo pecado por nós; para que, nEle, fôssemos feitos justiça de Deus. (2 Co 5:21). Somente quando percebemos este tão grande amor, podermos ser transformados por Ele. 

Como está escrito em salmos 44:22: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro. (Rm 8:36). O filho prodígio só voltou para casa porque ele se lembrou do amor do pai. Ele se lembrou que seu pai tratava não somente os seus filhos com terno amor, mas também à todos os seus servos.  

É o amor de Deus que nos constrange a sofrer como Ele sofreu. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. (Rm 8:37). Se Jesus sofreu fome, angústia, perigos e até a morte a fim de poder livrarnos, todas essas coisas vão a nosso favor.  

Foi mediante a morte que Ele nos obteve a vitória, por conseguinte, até na morte conquistamos uma gloriosa vitória. Aqueles a quem Satanás persegue até a morte alcançam o maior triunfo imaginável sobre ela. O que parece ser um triunfo do maligno, significa sua mais esmagadora derrota. Considere a maravilhosa provisão que Deus fez para nossa salvação. É simples achar que se Satanás não nos perturbasse em coisa alguma, nossa salvação seria certa.  

Se nosso inimigo nos deixasse totalmente em paz, acabaria o conflito. Poderíamos sentir-nos seguros. Porém, ele não nos deixa de modo algum, mas anda ao nosso redor qual leão bramidor, buscando a quem devorar. Pois bem; Deus providenciou para que mesmo esses ataques destruidores nos sejam de benefício.

A morte é a suma de todos os piores males que Satanás pode afligir-nos, e mesmo nela somos mais do que vencedores por Aquele que nos amou.  Pois eu tenho a certeza de que nada pode nos separar do amor de Deus: nem a morte, nem a vida; nem os anjos, nem outras autoridades ou poderes celestiais; nem o presente, nem o futuro; nem a altura, nem a profundidade. Em todo o Universo não há nada que possa nos separar do amor de Deus, por meio de Cristo Jesus, o nosso Senhor. (Rm 8:38,39).  

Porque assim diz o SENHOR Deus, o Santo de Israel: Em vos converterdes e em sossegardes, está a vossa salvação; na tranquilidade e na confiança, a vossa força. (Is 30:15). Porque nos tornamos participantes de Cristo, se continuarmos firmes até o fim na confiança que temos tido desde o princípio. (Hb 3:14). Somente Deus é nossa força e salvação. 

Por isso, o poder está em pôr nEle a nossa confiança. Confiai no Senhor perpetuamente, porque o Senhor Deus é uma rocha eterna. (Is 26:4). Cristo nos diz: não vos inquieteis com o dia de amanhã. (Mt 6:25). Não é de Sua vontade que nossas mentes sejam presas de temor e nem de angustiosos presságios.  

Alguns nunca acham o repouso, nem sequer sob as circunstâncias mais favoráveis, porque temem que no futuro possa lhes acontecer algo terrível. Porém, o que vai suceder não faz diferença alguma, porque nem o presente, nem o porvir, podem separar-nos do amor de Deus em Cristo Jesus nosso Senhor. 


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