Ao encerrar nosso estudo do cativeiro babilônico, na semana passada, vimos que se Israel tivesse aprendido a lição de confiança em Deus e não se mantivesse sob a escravidão do orgulho e confiança própria, os setenta anos os teriam levado a um ponto pelo qual a promessa, há tanto retardada, de uma herança eterna, poderia rapidamente ter sido cumprida; pois, como dissemos, até o tempo do começo do cativeiro em Babilônia, o único período de tempo definido na profecia era o de setenta anos.
Mas Deus previu, antes desse tempo findar, que a lição não havia sido aprendida; e assim, pelo fim desse período, Ele deu ao profeta Daniel uma visão em que outro tempo, bem mais longo, foi determinado. A profecia em suma é a seguinte:
A Visão de Daniel 8
Daniel viu em visão um carneiro com a peculiaridade de que um chifre era mais elevado do que o outro, e o mais elevado surgiu por último. Ele “dava marradas para o ocidente, e para o norte e para o sul; e nenhum dos animais lhe podia resistir, nem havia quem pudesse livrar-se da sua mão; ele, porém, fazia conforme a sua vontade, e se engrandecia” (Dan. 8:3, 4).
A seguir ele viu um bode vindo furiosamente do oeste, tendo um notável chifre entre os olhos.“E dirigiu-se ao carneiro que tinha dois chifres, ao qual eu tinha visto em pé diante do rio, e correu contra ele no ímpeto da sua força.
E o vi chegar perto do carneiro, enfurecido contra ele, e ferindo-o quebrou-lhe os dois chifres; pois não havia força no carneiro para lhe resistir, e o bode o lançou por terra, e o pisou aos pés; não houve quem pudesse livrar o carneiro da sua mão.
O bode, pois, se engrandeceu sobremaneira; mas estando ele forte, aquele grande chifre foi quebrado, e no seu lugar outros quatro, também notáveis, nasceram para os quatro ventos do céu. E de um deles saiu um chifre pequeno, o qual cresceu muito para o sul, e para o oriente, e para a terra formosa; e se engrandeceu até contra o exército do céu; e a alguns do exército, e das estrelas, lançou por terra e os pisou. Sim, ele se engrandeceu até o príncipe do exército” (Dan. 8:5-11, p.p.).
Após dar mais alguns detalhes com respeito a esse maravilhoso pequeno chifre, o profeta assim conclui o relato de sua visão:—
“Depois ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão relativamente ao sacrifício contínuo, e da transgressão assoladora, para que sejam entregues o santuário e o exército, a fim de serem pisados? Ele me respondeu: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado” (versos 13 e 14).
A Interpretação do Anjo
Não é o objetivo aqui entrar nos detalhes da profecia, mas simplesmente apresentar um esboço superficial de modo que possamos ser capazes de traçar a história da promessa. Um anjo foi comissionado a explicar a visão a Daniel, que ele se empenhou em expor, como segue:—
“Aquele carneiro que viste, com dois chifres, são estes os reis da Média e da Pérsia. Mas o bode peludo é o rei da Grécia; e o grande chifre que tinha entre os olhos é o primeiro rei. O ter sido quebrado, levantando-se quatro em lugar dele, significa que quatro reinos se levantarão da mesma nação, mas não pela sua própria força.
Mas, no fim do seu reinado, quando acabaremos prevaricadores, se levantará um rei, feroz de semblante, e será entendido em adivinhações. E se fortalecerá o seu poder, mas não pela sua própria força; e destruirá maravilhosamente, e prosperará, e fará o que lhe aprouver; e destruirá os poderosos e o povo santo.
Pelo seu entendimento também fará prosperar o engano na sua mão; no seu coração se engrandecerá, e destruirá a muitos que vivem em segurança; e se levantará contra o Príncipe dos príncipes; mas sem mão será quebrado. E a visão da tarde e da manhã, que foi falada, é verdadeira” (Dan. 8:20-26).
Dois reinos universais que deviam seguir-se a Babilônia são indicados por nome, e o outro é claramente indicado, e prontamente podemos saber qual é. O poder que obteve o senhorio do mundo, em resultado da terceira revolução mencionada por Ezequiel, foi Roma, aqui indicada de modo óbvio por sua ação de postar-se contra o Príncipe dos príncipes. Após a morte de Alexandre, rei da Grécia, o seu reino foi dividido em quatro partes, e foi pela conquista da Macedônia, uma dessas quatro divisões, em 68 A.C., que Roma obteve força tal que podia ditar ao mundo. Daí ser dito que veio de uma delas.
Um Longo Período Profético
Mas houve um período de tempo ligado a esta visão que o anjo não explicou com o resto da visão. Tratavam-se dos 2.300 dias, ou, literalmente, duas mil e trezentas tardes e manhãs.
Que esses dias não são literais pode-se saber disto: esta é uma profecia carregada de símbolos na qual animais de vida curta são empregados para representar reinos que existiram durante centenas de anos; isso se ajusta perfeitamente ao método de profecia simbólica, que emprega dias em ligação com os símbolos, mas é evidente que devem representar um período mais longo, na interpretação, uma vez que dois mil e trezentos dias — um pouco mais do que seis anos — mal representariam o início do primeiro reino.
Assim, temos boa fundamentação em concluir que cada dia representa um ano, como em Eze. 4:6, onde o Senhor emprega dias para simbolizar anos.
Mais tarde o mesmo anjo retorna, em resultado da oração de Daniel, para tornar conhecido o restante da visão, ou seja, a respeito dos dias (ver Dan. 9:20-23). Começando de onde findou, como se nenhum momento tivesse intervindo, o anjo declarou: “Setenta semanas1estão determinadas2 sobre o teu povo” (verso 24).
Setenta semanas, quatrocentos e noventa anos, foram decretadas, ou cortadas dos dois mil e trezentos anos, para o povo judeu. Deviam ter início na emissão da ordem de restaurar e edificar Jerusalém. A ordem completa encontramos em Esdras 7:11-26, e foi dada no sétimo ano de Artaxerxes, rei da Pérsia, que corresponde a 457 A.C. Começando em 457 A.C., quatrocentos e noventa anos findariam no ano 34 A.D.
Mas a última dessas semanas proféticas foi dividida. Sessenta e nove delas — 483 anos — alcança o ano 27 A.D., assinalando a época da revelação do Messias, ou o Ungido, a ocasião em que Jesus foi ungido com o Espírito Santo, no evento do Seu batismo. No meio da última semana de anos, ou seja, três anos e meio após o batismo de Jesus, o Messias foi “cortado, mas não por Si mesmo” [VKJ].3 Durante a semana inteira, ou sete anos, o concerto foi confirmado.
Pode-se calcular prontamente o período completo de dois mil e trezentos anos como alcançando o ano de 1844 A.D., que se acha no passado. Assim, o mais longo período profético dado na Bíblia expirou, de modo que agora de fato, “o tempo da promessa” deve estar bem próximo. Ninguém pode dizer quando o Senhor retornará para restaurar todas as coisas, “pois daquele dia e hora ninguém sabe”.
O Reino de Deus Removido do Povo Judeu
Mas consideremos um pouco mais aquele período de quatrocentos e noventa anos dedicados ao povo judeu. Seria um tempo em que Deus seria parcial, não considerando a salvação de quaisquer outros povos? Impossível, porque Deus não faz acepção de pessoas.
Era simplesmente uma evidência da longanimidade de Deus, no que Ele esperaria ainda tantos anos pelo povo de Israel, para dar-lhe oportunidade de aceitar o seu elevado chamado como sacerdotes de Deus, de fazer conhecida a promessa ao mundo. Mas não o quiseram. Pelo contrário, eles próprios esqueceram-se disso em tal medida que quando o Messias veio, eles O rejeitaram.
Assim, de serem aqueles em torno dos quais o reino de Israel, o quinto e último reino universal, se centralizaria, eles deixaram de ter qualquer lugar distintivo na promessa. Indivíduos da raça hebréia podem ser salvos por crer no Evangelho, tal como quaisquer outros; mas isso é tudo.
O desolado templo, com o véu rasgado, revelando o fato de que a glória de Deus não mais habitava em seu lugar santíssimo, simbolizava a postura daquele povo em ligação com o concerto. Como indivíduos, eles podem ser enxertados na boa oliveira, da mesma forma como qualquer gentio, assim tornando-se Israel; mas sua posição como líderes, como os mestres religiosos para o mundo, se desfez para sempre, pois não apreciaram o seu privilégio. Eles não conheceram o tempo da sua visitação.
O Chamado Final de Babilônia
E agora, o que permanece? — Somente isto, que o povo de Deus ouve e obedeça o chamado para sair de Babilônia, para que, permanecendo nela, não receba as suas pragas. Pois embora a cidade no Eufrates haja sido destruída muitas centenas de anos antes, mesmo centenas de anos antes de Cristo, contudo quase cem anos depois de Cristo o profeta João foi movido pelo Espírito para repetir as mesmas ameaças proferidas por Isaías contra Babilônia, e em quase idênticas palavras:—
“Quanto ela se glorificou, e em delícias esteve, foi-lhe outro tanto de tormento e pranto; porque diz em seu coração: Estou assentada como rainha, e não sou viúva, e não verei o pranto.
Portanto, num dia virão as suas pragas, a morte, e o pranto, e a fome” (Apoc. 18:7 e 8). Comparar com Isa. 47:7-10.
Babilônia era uma cidade ímpia, exaltando-se acima de Deus. Como mostrado na festa de Belsazar (Dan. 5), representava a religião que desafiava a Deus. O mesmo espírito prevalece hoje, não meramente numa certa sociedade, mas onde quer que o homem escolha seus próprios caminhos na religião, antes que submeter-se a cada palavra que procede da boca de Deus.
Em Sua longanimidade e terna misericórdia, Deus está esperando até que o Seu povo, saído de Babilônia, e humilhando-se para caminhar com Ele, pregue o Evangelho do reino com todo poder do Reino, mesmo o poder do mundo vindouro, “no mundo inteiro, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim”.4
Esse “fim” será a destruição de Babilônia, tal como falado mediante Jeremias; mas assim como Babilônia do passado era um reino universal, e seu verdadeiro rei, como revelado em Isa. 14, era Satanás, o deus deste mundo, também a destruição de Babilônia nada menos é do que o juízo de Deus sobre a Terra inteira, quando Ele libertar o Seu povo.
Pois agora lemos as palavras que “Jeremias profetizou contra todas as nações”, ao predizer o fim do cativeiro babilônico:—
A Controvérsia de Deus Com as Nações
“Pois assim me disse o Senhor, o Deus de Israel: Toma da Minha mão este cálice do vinho de furor, e faze que dele bebam todas as nações, às quais Eu te enviar. Para que bebam, e tremam, e enlouqueçam, por causa da espada, que Eu enviarei entre eles” (Jeremias 25: 15 e 16).
“Então tomei o copo da mão do Senhor, e dei a beber todas as nações, às quais o Senhor me enviou: a Jerusalém, e às cidades de Judá, e aos seus reis, e aos seus príncipes, para fazer deles uma desolação, um espanto, um assobio e uma maldição, como hoje se vê; a Faraó, rei do Egito, e a seus servos, e a seus príncipes, e a todo o seu povo; e a toda mistura de povo, e a todos os reis da terra de Uz, e a todos os reis da terra dos filisteus, a Ascalom, e a Gaza, a Ecrom, e ao remanescente de Asdode; e a Edom, a Moabe, e aos filhos de Amom; e a todos os reis de Tiro, e a todos os reis de Sidom, e aos reis das terras dalém do mar; a Dedã, e a Tema, e a Buz e a todos os que estão nos lugares mais distantes; a todos os reis da Arábia, e a todos os reis do povo misto que habita no deserto; a todos os reis de Zinri, a todos os reis de Elão, e a todos os reis da Média; a todos os reis do Norte, os de perto e os de longe, tanto um como o outro, e a todos os reinos do mundo, que estão sobre a face da terra; e o rei de Sesaque beberá depois deles” (vs. 17 a 26).
“Pois lhes dirás: Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Bebei, e embebedai-vos, e vomitai, e caí, e não torneis a levantar-vos, por causa da espada que eu vos enviarei. E será que, se recusarem tomar o copo da tua mão para beber, então lhes dirás: Assim diz o Senhor dos exércitos: Certamente bebereis. Pois eis que na cidade que se chama pelo Meu nome, Eu começo a castigar; e ficareis vós totalmente impunes? Não ficareis impunes, porque Eu chamo a espada sobre todos os moradores da terra, diz o Senhor dos exércitos” (vs. 27 a 29).
“Tu, pois, lhes profetizarás todas estas palavras, e lhes dirás: O Senhor desde o alto bramirá, e fará ouvir a Sua voz desde a morada de Sua santidade; terrivelmente bramirá contra a Sua habitação; com grito de alegria, como dos que pisam as uvas, contra todos os moradores da terra. Chegará o estrondo até a extremidade da terra, porque o Senhor tem contenda com as nações, entrará em juízo com toda a carne; os ímpios entregará à espada, diz o Senhor. Assim diz o Senhor dos exércitos: Eis que o mal passa de nação para nação, e grande tempestade se levantará dos confins da terra. E serão os mortos do Senhor naquele dia, desde uma extremidade da terra até à outra; não serão pranteados, nem recolhidos, nem sepultados; mas serão como esterco sobre a superfície da terra” (vs. 30 a 33).
Esta é a temível sorte a que todas as nações da Terra estão se precipitando. Para essa grande batalha estão se armando. Muitas delas estão sonhando em união e domínio universal; mas disse Deus a respeito de domínio universal sobre a Terra: “não mais será até que venha Aquele a Quem pertence de direito; e Lho darei a Ele” (Eze. 21:27).
A última revolução geral se dará por ocasião da vinda da “Posteridade a Quem a promessa tinha sido feita” (Gál. 3:19), o Qual então assumirá o reino para Si mesmo. Contudo, por um pouco esses terríveis juízos são retardados para que todos possam ter oportunidade de mudar as armas de carne pela espada do Espírito, a Palavra de Deus, que é poderosa “em Deus, para demolição de fortalezas; destruindo os conselhos, e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência a Cristo” (2ª Cor. 10:4, 5).
Esse cativeiro é de liberdade. Pela Palavra de Deus saímos da escravidão babilônica de orgulho e confiança própria, para a liberdade da bondade divina. Quem atentará ao chamado para sair, e trocar a servidão da tradição humana e especulação para a liberdade que a eterna Palavra de Deus da verdade concede?
-- The Present Truth, 11 de março de 1897. Notas desta edição:
1) “Setenta semanas” — Visto como em profecia um dia simbólico representa um ano literal, Números 14:34, Ezequiel 4:6, (assim como em certos rituais, como o ano do jubileu, cada semana representa sete anos, Levítico 25: 8), o período apontado em Dan. 9, como 70 semanas, deve representar 490 anos literais. Diversas traduções confirmam isto: A versão Amplified Bible (Bíblia Amplificada), “Setenta semanas (de anos, ou 490 anos)”; A New Living
Translation (A Nova Versão Viva), “Um período de setenta conjuntos de sete”; a New Century Version (Nova Versão do Século), “Deus ordenou quatrocentos e noventa anos para o Seu povo e para a sua santa cidade”; GOD’S WORD Translation (Tradução DA PALAVRA DE DEUS), “Setenta conjuntos de períodos de sete tempos”; New International Version – UK (Nova Versão Internacional Inglesa), eToday’s New International Version (Nova Versão Internacional de Hoje), “Setenta ‘setes’-;
2) “Determinadas”, ou “Separadas” – “Cut off” (cortadas de), KJV. Forte evidência indica que as 70 semanas fazem parte dos 2.300 anos de Daniel 8:14.
“Visto como tanto os 2.300 anos do capítulo 8, como as ‘setenta semanas’ do capítulo 9, começam do período persa da história judaica ou, noutras palavras, como ambos datam da época da restauração, em seguida ao cativeiro babilônico, seus pontos de partida devem ser idênticos ou estar intimamente relacionados cronologicamente” – Light for the Last Days (Luz para os últimos dias), por H. Grattan Guiness, Londres, Hodder and Stoughton, 1893, pág 183).
"Existe clara e íntima relação entre as duas visões (Daniel 8 e Daniel 9). Diz-se das setenta semanas terem sido para certos fins especiais; e isso implica um período mais longo do qual elas são separadas, seja do tempo comum geral, ou de algum período claramente revelado.
Ora, o prévio período - 2.300 dias - inclui dois acontecimentos - a restauração do sacrifício, e a desolação. O primeiro deles é de caráter idêntico às setenta semanas, que são um período da restaurada soberania política de Jerusalém; do que se deduz que o mais lógico é referir-se a separação ao período integral da primeira visão." – First Elements of Prophecy (Primeiros Elementos da Profecia), 1843, por Thomas Rawson Birks (1810 – 1883) págs. 359 e 360.
Evidências da conexão dos períodos proféticos dos capítulos 8 e 9, do livro de Daniel:
1ª) O mesmo anjo, visita Daniel (9:21);
2ª) Daniel se lembra da visão (vs. 21);
3ª) A ordem em 8:16, para que Gabriel explique a visão é repetida em 9:23;
4ª) O elemento de tempo (“mareh”) não explicado em Daniel 8, é agora o assunto de Dan.
9;
5ª) A precisão matemática, a nível de hora, só é possível se levarmos em conta que o assunto da profecia é A Purificação do Santuário (8:14).
Após o decreto em 457 a.C., partindose o dia da expiação, (dia 10 do 7º mês judaico, às 3 horas da tarde) aplicando-se o calendário divino, luni-solar, e levando-se em conta todas as nuanças dos diferentes calendários que existiram no período de 486 anos e círculo, chegamos exatamente à hora em que Cristo está reunido com os seus discípulos à mesa pascoal, na noite de quinta-feira, após o pôr-do-sol, portanto o início da sexta-feira, 15 de Nisan, no calendário bíblico-judáico, dia da cruxificação de Cristo.
Sir ISAAC NEWTON (1643-1727), o grande cientista, físico e matemático inglês, descreveu Daniel 9:24-27 como “A PEDRA FUNDAMENTAL DA RELIGIÃO CRISTÔ.
Visões distorcidas das figuras cronológicas levaram muitos interpretes a concluír que alguns eventos e personagens cumprirão (interpretação futurista), ou cumpriram (interpretação preterista) os requerimentos proféticos de Daniel 8 e 9.
Entretanto somente quando estas figuras são aplicadas a Cristo, Seu ministério terrestre, Sua morte, ressurreição e pregação do evangelho aos judeus e ao mundo,perfeito sincronismo é alcançado.
3) “Literalmente “e nada para Ele” (Comentário Bíblico, vol. 4 da série SDABC, pág. 160); “ mas não para Si mesmo” (Almeida Fiel; KJV e Reina-Valera, 1960); a ideia parece ser de que Ele padeceu e morreu não por Si mesmo, pois não tendo pecado não precisava ser redimido; o mesmo sentido está na profecia de Isaias quanto a este aspecto: “pela transgressão do me povo foi Ele atingido” (53: 8, ú. p.).
A Bíblia de Jerusalém traz: “embora Ele não tenha...” e, explicando os pontos de reticência, uma nota de roda-pé diz: “Um vocábulo deve ter caído do texto. Teodocião completa: ‘pecado’” (grifamos),. Teodocião, foi um escolástico católico, que, no segundo século da nossa era, procedeu uma “revisão” da Septuaginta, de acordo com o texto hebraico. Assim a versão católica, na visão de Teodocião, é: “embora Ele não tenha pecado.” 4) Mateus 24:14.
ADENDO AO CAP. 45 DE O CONCERTO ETERNO — 70 SEMANAS
A Morte de Cristo predita com 500 anos de antecedência
Com Precisão Matemática em Nível de Hora.
“As Escrituras revelam que os antigos profetas não somente se preocuparam em anunciar eventos futuros, como também em indicar o tempo de seu cumprimento: Os 120 anos de graça destinados ao mundo antediluviano (Gênesis 6:3); os 7 dias que precederiam o início da chuva, a qual deveria cair por 40 dias ininterruptos (Gênesis 7:4); os 400 anos de peregrinação da descendência de Abraão (Gênesis 15:13 e Atos 7:6); os 3 dias para o copeiro e para o padeiro de Faraó (Gênesis 40:12, 13, 18 e 19); os 7 anos de fartura e os outros 7 de fome sobre a terra do Egito (Gênesis 41:26, 27, 29 e 30); os 40 anos de jornada no deserto (Números 14:33 e 34); os 3 anos e meio de seca no reinado de Acabe (1 Reis 17:1 e Lucas 4:25); o cativeiro de 70 anos (Jeremias 25:11 e 12; 29:10 e Daniel 9:2) e os 7 tempos de loucura de Nabucodonosor (Daniel 4:16, 23, 25 e 32) foram períodos que delimitaram a realização dos acontecimentos preditos.” (colhido do site http://www.concertoeterno.com, do irmão Juarez R. Oliveira, em 27/07/06)
“Não poderiam os profetas ter antecipado também a época do advento do Redentor?
“A lógica sugere que sim, o que é confirmado pelo apóstolo Pedro, segundo o qual “os profetas que profetizaram da graça que vos foi dada’...‘inquiriram e trataram diligentemente’ da salvação, ‘indagando que tempo, ou que ocasião de tempo, o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir e a glória que se lhes havia de seguir.” 1ª Pedro 1:10 e 11.” Ibidem. (*grifamos).
A profecia de Daniel 8:14, particularmente a visão (mareh) das 70 semana, explicada no cap. 9:24-27, é uma previsão do batismo e morte de Cristo, com precisão matemática a nível de hora, conforme a encontramos interpretada na obraCronological Studies of Daniel 8:14 and 9: 24 – 27” 1, de autoria do irmão Juarez Rodrigues de Oliveira, que calcula com detalhes tal precisão.
A História, bem como uma escritora, há mais de 100 anos atrás, Ellen White, confirmam o ano de 457 a. C. como sendo o da ordem do rei Artaxerxes. Mas não há informação alguma na história, nem na Bíblia, do dia e mês daquele ano em que o decreto foi dado.
Como Deus não faz nada sem “revelar o seu intento aos seus servos os profetas”, Amós 3:7, o irmão Juarez concluiu que para iniciar a contagem dos 490 anos a exigência é apenas que haja o decreto. Temos o decreto, ele é de 457, de quando? Não importa, porque Deus não no-lo revelou.
Entretanto é importante notarmos que o assunto de Daniel 8:14 é a purificação do santuário.
O decreto é de 457 a.C., mas Esdras necessitou de algum tempo para listar os que retornariam a Jerusalém, Esdras 8; arrecadar bens e donativos, como era a intimação do rei, etc...
Quanto tempo isto levou? Não o sabemos, só podemos especular, não há fonte alguma disponível: 1, 2, meses? Imagine o que você entende ser razoável. Acrescente a isto mais o seguinte:
Diz o livro de Esdras que saíram no primeiro mês (do calendário judaico), chegaram a Jerusalém no 5º mês, Esdras 7:9; apresentaram as cartas aos governantes de além do rio, assumiram o comando da província, estabeleceram as novas leis (Esdras 7: 25 e 26) que haveriam de regê-la, etc..., etc..., em resumo, já estavam bem avançados no ano 457, e, como a contagem dos anos é inversa, a dedução a ser feita nos cálculos a partir de 457 é de -456 para efeito de subtração do total dos 490 anos (70 semanas X 7= 490 – 456 = 34) e, assim, chegamos ao ano 34 da nossa era quando as 70 semanas, “separadas para o povo judeu,” terminaram com o apedrejamento de Estevão e o início do ministério aos gentios.2
O Reino de Deus Removido do Povo Judeu
Não se esqueçam de que o assunto de Daniel 8:14 é a purificação do santuário, a data oficial deste evento sendo, como era, e sempre foi, o dia 10 de Tishri, 7º mês judaico (Levitico 16:29). Este dia é chamado pelos judeus de Yom Kippur, o dia mais santo e solene do ano, e, por isso mesmo, tido como “Sábado”, que já se aproximava, tendo os preparativos sido feitos para esta primeira celebração após os retornados chegarem a Jerusalém no 1º dia do 5º mês.
O decreto foi feito por Ciro, renovado por Dario, e complementado por Artaxerxes, mas o ponto que produziu efeito positivo, com o início da edificação da cidade, foi o grande Dia da Expiação do ano de 457 a.C. (dia 10 do 7º mês) depois que Esdras e os judeus retornaram de Babilônia. No livro O Grande Conflito nos é dito que“o decreto consumou-se no outono de 457 a. C.”, pág. 327. e que “Para haver perfeita harmonia o período profético tem que começar no outono de 457”, idem, pág. 410 (grifamos).
Samuel Sheffield Snow escreveu no longo artigo intitulado Cronologia Profética, no jornal Jubilee Standard, em 5 de Junho de 1844: “As 70 semanas, portanto, começaram no dia 10 do 7º mês. A 69ª semana terminou no 7º mês do ano 27 da nossa era, com a proclamação do evangelho por Jesus dizendo: ‘O TEMPO ESTÁ CUMPRIDO” (Marcos 1:15)
Usando-se os seguintes Web sites comohttp://cosmos.com.pt/cosmos/index.html e http://www.imcce.fr/ephemeride-eng.html, e outros programas astronômicos, é possível demonstrar que o período profético de 2.300 anos começam em 10 do mês Tishri, 28/29 de outubro do ano 457 a.C., e, sem dúvida, todas as datas envolvidas são em Jerusalém, que é o ponto de referência, o lugar apontado (Deut. 16:16, Salm. 76: 1 e 2; Luc. 9: 30 e 31). Devido à diferença de fuso horário, a data, no ocidente, de um modo geral, é 22 de outubro.
Já as 69,5 semanas, partindo-se do mesmo dia, 10 do mês Tishri, 28/29 de outubro do ano 457, a.C., nos levam ao dia 14/15 de Nisan, 26/27 de abril do ano 31, a.D. Esta data nos permite confirmar que o ano certo do início da contagem é o ano457 a.C, em outubro. Daniel diz que a morte de Cristo, entre diferentes efeitos tinha, também, a finalidade de “...selar a visão e a profecia”, Dan. 9:24 (grifamos).
Assim, o que fixa, confirma o período profético é o meio da septuagésima semana. Eis aí talvez a razão porque Deus não permitiu que nenhum historiador, nem escritor sagrado algum, nem mesmo profeta algum, registrasse, o mês, o dia e a hora da assinatura do decreto, pois deseja que fixemos os nossos olhos no Messias, o CENTRO da profecia, e que da Sua morte recuemos 69,5 semanas (486,5 anos) para selarmos a profecia.
Pois bem, partindo-se deste dia da purificação do Santuário, 10 de Tishri, às 3 da tarde, que era o auge do cerimonial do dia da purificação do santuário, bem como foi a hora em que Daniel recebeu a visita do anjo, “... o homem Gabriel ... veio voando rapidamente e me tocou na hora do sacrifício da tarde...” (Dan. 9:21), e usando-se o ano solar e o mês lunar3, e respeitandose diversas nuances das diferenças entre os calendários envolvidos, chega-se exatamente na hora em que Cristo está reunido com os discípulos à mesa pascoal, na noite da quinta-feira, após o pôr-do-sol, que já era a sexta-feira, 15 de Nisan, no calendário bíblico-judaico, dia da crucificação de Cristo.
Como o irmão Juarez faz estes cálculos?
Ora, Deus é exato, e, portanto, a matemática não pode desmenti-Lo:
Deve-se tomar como base, como dissemos, o calendário Divino, bíblico-judaico, lunisolar.
Segue-se, então, o seguinte raciocínio: 486,5 (69,5 semanas X 7 = 486,5) anos solares, constituem 177690.3303 (486,5 x 365,242190 = 177690.3303) dias.
Dividindo esse valor pela quantidade de dias de uma lunação, obtêm-se 6017.1615 lunações ou meses lunares (177690.3303 / 29,530589 = 6017.1615).
O cálculo da fração 0.1615 é de 4.7692 dias (0.1615 X 29.53059 = 4.7692). A fração 0.7692 dá perto de um terço de dia, isto é, perto de 8 horas (para o cálculo exato: 0,7692 X 24=18.4608)
O irmão Juarez esteve na Nasa e entre os cálculos feitos através de informações tipológicas e históricas disponíveis que ele havia feito, e o cálculo, através de informações astronômicas, feito pelo Jet Propulsion Laboratory, daquela agencia espacial, detectou-se uma diferença de um minuto.
Vejam a que precisão as conclusões do irmão Juarez chegaram.
Em outras palavras, a precisão é a nível de hora.
Não é fabuloso? Entretanto muitos se negam a ver estas evidências5. É verdade que estes assuntos intricados, dissuadem o homem moderno, que vive em correria, sem tempo para nada, mas Deus foi bondoso em nos simplificar tudo. Nós não necessitamos fazer senão cálculos corriqueiros.
Por exemplo, para se chegar à morte de Cristo basta-se adicionar 486,5 anos a 457 a C, com o cuidado de se lembrar de que entre as duas eras (pagã e cristã, não foi incluido o ano zero, o que seria tecnicamente correto como num termômetro) Tudo complicado para nós, leigos, se encontra na Internet já explicado.
Assim, usando o ano solar (365.2422 dias) e o mês lunar (29.53059 dias) veremos que se iniciarmos no dia da expiação (10 de Tishri) e avançarmos 69,5 semanas proféticas, ou 486.5 dias proféticos, ou 486,5 anos, ou 177690.3303 dias, ou 6017.1615 lunações, ou 6017 lunações mais 4.7692 dias, chegamos exatamente na noite e na hora da páscoa em que ali na mesa se encontraram, juntos, pela última vez, os dois cordeiros, o tipo e o antítipo, isto é, no início do dia 15 de Nisan, dia em que Cristo seria morto horas depois.
O esquema cronológico é o seguinte:------- à10 de Tishri, 7º mês judaico, 28/29/10/457
a. C.<------à14/15 de Nisan 26/27 de Abril 31 d.C.
Para se confirmar o começo dos período profético é necessário recuar-se 69,5 semanas do meio da 70ª semana, isto é de 14/15 de Nisan, -486,5 anos = 10 de Tishri, 28/29 de out. de 457 a. C.
—João Soares da Silveira
Notas:
1) Imprensa do UNASP, campus de Engenheiro Coelho, Home Page:
http://www.unaspress.unasp.br — O Dr. Alberto R. Timm nos relata na contra-capa deste livro que “Juarez Rodrigues de Oliveira ... desde 1980 começou a estudar aqueles períodos proféticos de tempo ... Na década de 1990 ele visitou diversos dos mais importantes observatórios de astronomia, Bibliotecas da Europa e dos EUA e começou a dialogar sobre o assunto com eruditos adventistas e não-adventistas em todo o mundo ... e isto ajudou a cristalizar os conceitos expressos no presente volume ... que é um marco escolástico ... destas profecias de tempo.” Está sendo providenciada a tradução para o português.
2) Isto eliminou aquela velha explicação de que não existe o ano zero. É lógico que não, e desde jovem eu quebrei a cabeça com este argumento que, já então, me parecia irreal. A transição entre as duas eras se processou assim: -4, -3, -2, -1; 1, 2, 3, 4, ... etc
3) O ano judaico é lunisolar, pois “Deus fez o Sol para governar o dia e a Lua para governar a noite...”, Gen. 1:16 e Salmo 136: 8 e 9. O dia de 24 horas é constituído segundo a Bíblia, primeiro da parte escura, a noite, e, depois da parte clara, o dia. Considere que há diferença de glória entre estes dois astros, Salmo 15:41, e que Acaz tinha um “relógio de sol”, 2º Reis 20:11, ú.p. “Farei voltar dez graus a sombra do relógio de Acaz, pelos quais já declinou com o sol.”, Isaias 38:8.
4) Primeiro, saiba que o ano solar é de 365,242190 dias (isto é, 365 dias e a fração de 0.242190 de um dia). O mês lunar é de 29,530589 dias (29 dias e a fração de 0,530589 de um dia). Estes dados nos são revelados nos livros e sites de astronomia.
5) Há os que opõem muitas objeções: a) “—Se eu for ficar preocupado com lua, lunação, mês lunar, eu vou ficar lunático”; b) Outros dizem: “—A salvação é muito simples, Cristo derramou Seu sangue por nós e já estamos salvos, glória, aleluia!!!” É verdade, a salvação é simples, mas Cristo mesmo nos chama a atenção, em Mateus 24:15 para compreendermos certos detalhes desta profecia. “As páginas do Antigo Testamento estão repletas de referências proféticas ao Redentor do mundo, descrevendo Sua derrota aparente e Seu triunfo final.
No entanto, sem uma indicação clara quanto ao tempo de Sua manifestação, a identificação do Messias estaria profundamente comprometida. Um leitor de Isaías 53, por exemplo, ficaria a se indagar “a quem se refere o profeta—Fala de Si mesmo ou de algum outro?” Atos 8:34. Tal dúvida seria pertinente, visto que o próprio Isaías fora martirizado; e, além dele, muitos outros já haviam sofrido injustamente.
Para não dar margem a tais incertezas, Deus revelou certos períodos de tempo que atingissem a própria época do Messias, delimitando o início de Sua obra terrestre bem como o seu encerramento.” Em O Conflito dos Séculos, página 457, nos é dito que a pregação do tempo do juízo, na proclamação da 1ª mensagem Angélica, foi ordenada por Deus.“Agostinho, bispo de Hipona, e um dos maiores expoentes da fé católica de todos os tempos, fez alusão a essa impressionante profecia, declarando que “Daniel determinou até o número de anos que passariam antes do advento e paixão de Cristo.
O cômputo seria longo reproduzi-lo aqui, além de que outros já o fizeram antes de mim” (SANTO AGOSTINHO, A Cidade de Deus, tomo 2, capítulo XXXIV, n.º 1). Realmente, antes dele, muitos eminentes escritores cristãos já haviam tratado do tema, dentre os quais podem ser citados: Tertuliano; Clemente de Alexandria ; Hipólito, Júlio Africano (todos no terceiro século) e Eusébio de Cesárea (no quarto século), que, embora apresentem inúmeros equívocos exegéticos em suas obras, ao menos demonstraram interesse pelos cômputos proféticos.
“O Senhor Jesus deu importância a essa profecia, para nossa advertência, sendo, em realidade, Seu legítimo Autor. Em Mateus 24:15, fazendo referência ao texto das 70 semanas e conectando-o ao evento da destruição de Jerusalém, a se verificar no ano 70 da Era Cristã, Ele advertiu: “Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê entenda).” Ver Daniel 9:27. Depreendese desse texto que Jesus não somente reconhecia a importância da profecia de Daniel, aplicando-a ao Seu tempo, mas ainda recomendava o seu estudo e correta compreensão.”