7 - Um marido cruel

Evangelho aos romanos

Capitulo 7 - Um marido cruel 

Rm 7:1-7: "NÃO sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive? Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido. De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido; mas, morto o marido, livre está da lei, e assim não será adúltera, se for de outro marido. Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus. Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte. Mas agora temos sido libertados da lei, tendo morrido para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra. Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum. Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás."  

No capítulo anterior, o apóstolo Paulo nos ensinou que, ao morrermos com Cristo, somos ressuscitados com Ele para uma nova vida. Quando ressuscitamos, Ele não nos devolve a nossa vida anterior. Os nossos pecados que Deus colocou sobre Ele na cruz do calvário, não ressuscitam. Quando entregamos o nosso corpo carnal para ser crucificado com Cristo; Deus nos dá uma nova vida para vivermos com Cristo.  

O capítulo sete segue com esta mesma narrativa para nos apresentar mais detalhes, a fim de entendermos este tão importante passo no processo da santificação. Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive? (Rm 7:1). Temos que entender o termo "viver" na luz do capítulo anterior. 

A lei só tem domínio sobre o homem enquanto ele está vivo para o pecado. Neste caso, ele ainda precisa de alguém que lhe ensine, (Jr 31:34) um tutor, ou aio. De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados. Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo de aio. (Gl 3:24-25). Assim também, a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido. (Rm 7:2).  

Não estaremos forçando o texto, se tomarmos a mulher aqui, como a igreja, ou simplesmente, cada um de nós como indivíduo. Pois, aqueles que estão familiarizado com as profecias, sabem que mulher simboliza igreja. Então, quando Deus nos chama. (lembrando que, Deus nos chama para casarmos com Cristo). Há um problema. Nós já estamos casados com outro homem. E a lei é clara: a mulher está sujeita ao marido, enquanto ele viver, e está ligada com ele pela lei. De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido. (Rm 7:3).  

Com o contexto do capítulo anterior em mente, me responda, quem é este marido? O pecado, a nossa mente carnal. Nós estamos casados com o pecado. E vivíamos uma vida relativamente feliz com ele, até conhecermos a lei. A lei nos mostrou que ele é um péssimo marido. Ele sempre nos enganar, e nunca nos amou. Nós éramos como instrumentos em suas mãos, usados por ele para destruir e oprimir outras pessoas.  

Diante deste novo cenário, bateu o desespero: não posso mais viver com este homem. Mas, não tem jeito, eu estou presa a ele até que ele morra; e pelo visto, ele vai me levar à sepultura, e eu vou morrer perdida como ele. Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso SENHOR Jesus Cristo. (1Co 15:57). 

É neste momento, quando nós reconhecemos as nossas incapacidades para nos libertarmos do pecado que aparece o socorro. A lei diz para a mulher: não temas há uma solução. Deus preparou um novo marido para você. Então a mulher diz: mas, Senhor, eu sou casada, não posso ter outro marido, enquanto este estiver vivo; de outra forma, eu serei adúltera. Então a lei diz: é verdade, mas, morto o marido, você está livre da lei, e assim não será adúltera, se for de outro marido. (Rm 7:3).  

Este é o ponto central do livro de Romanos. Todos os capítulos anteriores vêm desenvolvendo este tema. O segredo da vitória sobre o pecado, é a morte do velho homem, a morte da mente carnal. Morrer com Cristo para ressuscitar com ele para uma nova vida. Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos frutos para Deus. (Rm 7:4). Os frutos do Espírito de (Gl 5:22) só vão ser manifestos, quando nos unirmos à Cristo em matrimônio.  

Mas, para isso, o nosso antigo marido tem que morrer. Precisamos entender esta questão; que enquanto estivermos unidos com o pecado; não há frutos para Deus. Jesus está dizendo para a igreja de Laudicéia: (lembrando que esta é a última igreja, o último período da história deste mundo) eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. (Ap 3:20).  

O ato de cear aqui, está relacionado com as bodas. Cristo quer entrar em nossa casa, ou seja, em nosso coração, para se casar conosco, porque Ele nos ama. Eu repreendo e castigo a todos quantos amo. (Ap 3:19).  

Porque nós não abrirmos a porta para o nosso amado? Eis a voz do meu amado que está batendo: abre-me, minha irmã, meu amor, pomba minha, imaculada minha, porque a minha cabeça está cheia de orvalho, os meus cabelos das gotas da noite. (Ct 5:2). Amados, sabem porque a mulher que Jesus ama, não abre a porta? Porque ela está nua. (Ct 5:3, Ap 3:17). Para casarmos com Jesus, precisamos primeiramente, morrer para o pecado. Em seguida, Deus nos ressuscita.  

Em outras palavras, nascemos de novo. Quando você nasceu, ninguém se importou, ninguém cortou o cordão umbilical, ninguém se preocupou em lavar e esfregar seu corpo com sal, ninguém a vestiu. Foi assim que eu a encontrei. Ninguém teve pena, ninguém se interessou por você, para dar um pouco de carinho e compaixão. Mal nasceu, você foi abandonada num campo para morrer. Seus pais tinham vergonha de você! “Mas, passando por ali, eu a vi coberta ainda de sangue e disse: ‘Viva! 

Cresça como uma planta no campo!’ Isso aconteceu; você cresceu e se desenvolveu, bela como ninguém. Tornou-se uma linda moça, com os seios formados e cabelos crescidos. Mas você continuava nua e desprotegida. (Ez 16:4-7 NBV07).  

Esta é a nossa real condição, imediatamente ao segundo nascimento. Apenas morrer para o pecado, não é garantia de vitória sobre o pecado. Deus precisa fazer os procedimentos pós-parto. Mais tarde, quando passei por ali novamente, você já era moça feita, pronta para o casamento. Eu a envolvi com o meu manto, mostrando assim que você passaria a ser minha esposa. Fiz uma aliança com você; jurei ser seu marido, e você se tornou minha. Palavra do SENHOR. (Ez 16:8 NBV07).  

Esta é a obra que jesus está efetuando no santuário celestial, desde que Ele foi assunto ao céu por ocasião da sua ressurreição. Quando lemos o livro de Oséias, vemos que este processo se repete em nossa vida, vez traz vez, sempre que voltamos a nos unir outra vez com o pecado. Este processo se repete, enquanto a porta da graça está aberta. 

Sabemos que a porta da graça se fechará, quando Jesus terminar a sua obra de purificação do santuário celestial. Mas, quando nós morremos, a porta da graça se fecha para nós individualmente. Daí, o perigo de morrermos com o antigo marido. Voltemos para o análise da nossa condição carnal. Lembrem-se, que quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte. (Rm 7:5). No matrimônio com o pecado, nos tornamos uma só carne com ele. (Gn 2:24). E o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará. (Gn 3:16).  

Assim, quando éramos controlados pela carne, as paixões pecaminosas postas em realce pela lei atuavam em nossos corpos, e nos faziam produzir os frutos da carne, os quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas. (Gl 5:19-21).  

Agora, entretanto, vocês foram libertos da Lei pela morte do antigo marido, porque morreram para aquilo que antes os prendia, e dominava sobre vocês. Assim, agora vocês são livres para servir a Deus não da maneira antiga, obedecendo à velha forma da Lei escrita, mas da maneira nova, obedecendo ao Espírito de Deus. (Rm 7:6 NBV07). Porque bem sabemos que a lei é espiritual. (Rm 7:14). Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne. (Gl 5:16).  

Nesse caso, a mulher está livre da lei, embora a lei em nada haja mudado. Se a mulher seguiu os passos estabelecidos pelo plano da salvação; deixou Cristo operara nela, matando tanto ela como seu marido, porque ambos são uma só carne. Assim, ao ressuscitar com Cristo, ela ressuscita solteira, livre para casar com Cristo. 

Mas, se ela voltar a se unir outra vez com seu antigo marido, como no caso da mulher de Oséias; ela será chamada adúltera. Note que a lei não foi abolida. A lei permanece. De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido; mas, morto o marido, livre está da lei, e assim não será adúltera, se for de outro marido. (Rm 7:3).  

Assim, agora vocês são livres para servir a Deus não da maneira antiga, obedecendo a velha forma da Lei escrita, mas da maneira nova, obedecendo ao Espírito de Deus. (Rm 7:6 NBV07).  

Agora, casados com Cristo. O nosso desejo será para o nosso marido, e ele nos dominará. (Gn 3:16). Em outra palavras, ele reinará sobre nós. Com que lei? A lei do amor, escrita em nossos corações. Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. (Jr 31:33). 

O profeta descreve esta obra, como uma aliança, ou um contrato matrimonial. Um contrato matrimonial, é feito para resguardar o matrimônio. Imagine um matrimônio: a mulher está gripada, e bastante debilitada; e o marido chega cansado do trabalho. A louça está suja, a casa por varrer; e ela diz ao marido: amor, dá pra você lavar a louça e limpar a casa? Mas amor, isso está no contrato?  

Seria impossível redigir um contrato com todos os pormenores da vida. Segundo o contrato, o marido estava fazendo a parte dele. Estava trabalhando para o sustento da casa; chegou tarde, cansado e precisava dormir para levantar cedo no outro dia para ir trabalhar novamente. É por isso que no matrimônio com Cristo, a lei não é escrita em papel. 

É uma lei espiritual, escrita em nossos corações. Não é uma lei estática, apolítica. É uma lei dinâmica. A lei da nova aliança é o amor implantado no coração, na nova mente.  Para cada circunstância da vida você escutará a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda. (Is 30:21).  

A mesma lei que no princípio nos declarava pecadores, agora nos mantém unidos a Cristo. Porque já estou crucificado com Cristo e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim.” (Gál. 2:20). Somos um. Podemos afirmar então que a lei é pecado? De modo nenhum. Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás. (Rm 7:7).  

A lei não é a causa do pecado da humanidade. A lei opera em nós a consciência do pecado que está amortecido em nós. Quando nós éramos uma só carne com o pecado, e fazíamos naturalmente as obras da carne; era a lei que nos chamava a atenção, para nos conscientizar do mal que estávamos praticando. Atribuir pecado à lei, seria o mesmo que atribuir a culpa ao médico que detectou um câncer em nós. A solução mais absurda para acalmar a consciência, seria matar o médico. Mas é justamente isso que o mundo evangelho tenta fazer. Onde não há lei, não há transgressão. (Rm 4:15). Assim também, onde não há médico, não há diagnóstico de câncer.  

Convencer do pecado é a obra do Espírito Santo e não de Satanás. E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo. (Jo 16:8). Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás. (Rm 7:7). 

O apóstolo Paulo aqui, toma como exemplo, propositadamente, o décimo mandamento; porque a concupiscência é o princípio de todo pecado. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte. (Tg 1:15). E o pecado é a transgressão da lei. Vemos pois que, ao citar o décimo mandamento, o apóstolo inclui de fato toda a lei.  

Nestes primeiros sete versículos, vimos a relação que por natureza mantemos com o pecado, e que depois, mediante a graça, realizamos com Cristo, representadas sob a figura do casamento com o primeiro e o segundo maridos. A união com o segundo marido não pode ter lugar enquanto vive o primeiro. O matrimônio é tão perfeito, sendo ambas as partes literalmente uma carne, que ao morrermos, o pecado morre conosco. 

Assim, quando somos ressuscitados com Cristo, nos unimos a Ele em matrimônio, e nos tornamos uma só carne. E assim, como antes éramos uma só carne com o pecado, e todas as nossas obras eram originárias do pecado. Assim também agora, unidos com Cristo, sendo uma só carne com Ele, as obras que praticamos procedem dEle. Nos versículos seguintes, o apóstolo descreve a luta com o pecado, porque esse se converteu em algo aborrecível.  

Rm 7:8-25: "Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, operou em mim toda a concupiscência; porquanto sem a lei estava morto o pecado. E eu, nalgum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri. E o mandamento que era para vida, achei eu que me era para morte. Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou, e por ele me matou. 

E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom. Logo tornou sê-me o bom em morte? De modo nenhum; mas o pecado, para que se mostrasse pecado, operou em mim a morte pelo bem; a fim de que pelo mandamento o pecado se fizesse excessivamente maligno. Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. 

E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; 

Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado." 

O capítulo sete de Romanos, apresenta o pecado como sendo uma pessoa, o nosso primeiro marido. Mas, após conhecermos a lei, através da qual somos conduzido à Cristo; percebemos o seu grande amor em contraste com a vida de escravidão que o nosso marido, o pecado, nos proporciona. E, de agora em diante, empenhamos todas as forças que está graça nos oferece, para nos libertarmos deste cruel marido. É um trabalho árduo, pois nos tornamos uma só carne com ele; e todos os nossos membros estão infectado com o pecado. Não existe uma única célula em nosso corpo que não esteja contaminada pelo pecado.  

A lei nos diz, que se continuamos nesta união matrimonial, nosso destino é a morte. Então, o pecado se aproveitou dessa lei para mostrar em mim a cobiça. Porque, quando eu não conhecia a lei, este pecado estava amortecido. (Rm 7:8). Porque o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. (1Co 15:56). Ou seja, O que dá à morte o poder de ferir é o pecado, e o que dá ao pecado o poder de ferir é a lei. O pecado não tem força alguma, salvo aquela, que a lei lhe concede. Pois houve um tempo em que eu não conhecia a lei e não me sentia condenado.  

Mas, quando fiquei conhecendo o mandamento, o pecado mostrou que eu estava condenado a morte. ( Rm 7:9). A lei não é pecado, porém, mantém-nos unidos ao pecado, isto é, testifica do pecado e não nos provê qualquer escapatória, pela simples razão de que não pode dar falso testemunho. A lei diz: o homem apegarse-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. (Gn 2:24). Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem. (Mc 10:9).  

Assim, o mandamento que era ordenado para vida, eu achei que era para morte. (Rm 7:10). A lei de Deus é a vida de Deus. E, a lei diz: Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus. (Mt 5:48). A perfeição de caráter baseia-se no que Cristo é para nós. Se seguimos os seus passos no santuário celestial, a vida que Ele nos comunica, aperfeiçoa nosso caráter. 

É, portanto, muito evidente que o desígnio da lei é a vida, posto que ela própria é vida. Porém, o oposto da vida é a morte. Assim, a transgressão da lei significa morte ao transgressor. Então, o pecado, aproveitando a oportunidade dada pelo mandamento, me enganou e, por meio do mandamento, me matou. (Rm 7:11). O inimigo não é a lei, e sim, o pecado. É o pecado quem mata, porque o aguilhão da morte está no pecado. O pecado leva em si mesmo o veneno da morte.  

Quando nós não conhecíamos a lei, vivíamos felizes com nosso marido, o pecado, nos deleitávamos com as atrações pecaminosas que ele nos proporcionava. Pensávamos que ele era nosso amigo, e que nos amava muito. Mas, quando a lei chegou, o caráter original do pecado foi revelado. Então percebemos que aquela felicidade era passageira e momentânea. As atrações que ele nos proporcionava, era apenas para nós destruir e desviar nossa atenção da lei que nos conduzir a Cristo. Quando a lei iluminou a nossa mente, percebemos que estávamos dormindo com uma serpente venenosa que estava prestes a nos picar.  

Assim, a lei de Deus é santa, justa e boa. (Rm 7:12). A lei de Deus não é maldita, não é injusta, é não é ruim. Ela apenas mostra que o pecado é uma maldição, ele nos impede de alcançar a justiça de Deus, pois o pecado é ruim e destruidor. A lei é nossa amiga. 

A carta de Paulo aos romanos, ilumina a nossa mente para vermos quem é de fato nosso verdadeiro inimigo, e quem é nosso melhor amigo. Se ela nos ocultasse o pecado, ao invés de os revelar; aí sim ela seria nossa pior inimiga. O fato de que não é capaz de curar os males que o veneno injetado produz, não a faz menos amiga. Ela nos dá o diagnóstico, e nos aponta o médico. Então será que o que é bom me levou à morte? É claro que não! Foi o pecado que fez isso. Pois o pecado, usando o que é bom, me trouxe a morte para que ficasse bem claro aquilo que o pecado realmente é. 

 E assim, por meio do mandamento, o pecado se mostrou mais terrível ainda. (Rm 7:13 NTLH). Será que a lei que é boa me levou à morte? De modo nenhum. A lei nunca provocou a morte de ninguém. Nunca houve um tempo, em todo o Universo, que não houve lei. A lei sempre existiu. Oseias 6:7 diz que Adão transmitiu a lei.  

Não foi a lei que matou Adão. O objetivo da lei é apenas mostrar o pecado, e deixar bem claro aquilo que ele realmente é. No caso de Adão, antes da queda, a lei estava inativa. Não existia pecado para ela trazer à luz. Nem mesmo em pensamento havia algum pecado para que ela pudesse entrar em ação, e cumprir a sua função. Adão estava sobre a lei. Mas quando surgiu o pecado, a lei passou a ser operante. Assim, a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom. (Rm 7:12). Sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal e fraco e fui vendido ao pecado para ser seu escravo. (Rm 7:14 NTLH).  

A lei é espiritual. Deus é Espírito. (Jo 4:24). O reino de Deus é espiritual. Jesus disse a Nicodemos: aquele que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus. (Jo 3:3). Aquele que está vendido para o pecado, é carnal. Desta forma, ele não pode ver o reino espiritual de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. (Jo 3:6). Os fariseus carnais, não podiam ver o reino espiritual de Deus, na pessoa de seu Filho. O Espírito de verdade, que o que é carnal não pode receber, porque não o vê nem o conhece. (Jo 14:17).  

O carnal é o oposto do espiritual. Um crente carnal olha para um irmãozinho cheio do Espírito Santo, e diz que ele está cheio de demônios. O carnal não pode ver o reino espiritual de Deus. Jesus expulsava os demônios pelo Espírito de Deus. Mas os fariseus carnais diziam: Ele expulsa os demônios pelo príncipe dos demônios. (Mt 9:34). 

As setas da Lei espiritual dificilmente penetram a couraça dura do homem carnal. Mas quando ele cede à influência do Espírito Santo, a lei espiritual começa a agir como um fermento, lenta e quase imperceptível. Agora, este homem carnal diz: porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto. (Rm 7:15). Quem está agindo nele para causar esta ira contra o mal? A lei.  

É a lei que opera a ira. (Rm 4:15). A lei cria um conflito onde até então houvera paz. Notem que, pela influência da lei espiritual, ele agora, já sabe que está procedendo mal. Mais ainda ele não consegue fazer o bem que ele deseja fazer; mas sim, o mal que ele não deseja fazer. Os homens livres fazem aquilo que desejam. Isto demonstra que ele ainda é escravo. Somente os escravos fazem o que não querem, e são continuamente impedidos de consumarem o que desejam. Pois o que faço, não o entendo; porque o que eu quero, isso não pratico; mas o que aborreço, isso faço. (Rm 7:15).  

Não perca o foco de que é a lei que está operando este conflito. Este homem carnal, escravo do pecado, continua em uma situação deplorável, mas já tem conhecimento do seu pecado. Ele tem convicção, mas não conversão. Notem o que o escravo do pecado diz: Se faço o que não quero, isso prova que reconheço que a lei é boa. (Rm 7:16). O mero reconhecimento da lei, não converte um escravo em um homem livre. O simples fato de odiar o pecado, não o liberta do pecado. Este é apenas o começo da obra do Espírito Santo.  

Se continuarmos neste estágio; vamos odiar não somente o pecado, mas também os pecadores. Porque as pessoas que Deus aceita não são aquelas que somente ouvem a lei, mas aquelas que fazem o que a lei manda.  

Pois somente Os que praticam a lei hão de ser justificados. (Rm 2:13). A fim de se prepararem para o juízo, é necessário que os homens guardem a lei de Deus. Esta lei será a norma de caráter no juízo. Declara o apóstolo Paulo: todos os que sob a lei pecaram pela lei serão julgados. No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo. (Rm. 2:12 e 16). E ele diz que os que praticam a lei hão de ser justificados. (Rm. 12:13).  

A fé é essencial a fim de guardar-se a lei de Deus; pois, sem fé é impossível agradar-Lhe. E tudo o que não é de fé é pecado. (Hb. 11:6; Rm. 14:23). No entanto, a lei continua a sua obra espiritual. Agora, o homem escravo, reconhece outra verdade: Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim. (Rm 7:17).  

Na verdade, quem pratica estas obras que tanto eu odeio, não sou eu, mas sim, o meu marido que mora comigo; pois ambos somos uma só carne. O homem escravo agora reconhece, que as más obras que ele pratica, as quais ele passou a odiar, não são ele que as pratica, mas sim o pecado que mora com ele, na mesma casa espiritual. Eles estão em comunicação íntima todos os dias, e a noite dormem juntos. Assim juntos por tanto tempo, o mal tem total liberdade para sugerir toda sorte de desejos pecaminosos. Assim, estas pessoas são tentadas quando são atraídas e enganadas pelos seus próprios maus desejos.  

Então esses desejos permitem o pecado nascer, e o pecado, quando já está maduro, produz a morte. (Tg 1:14,15). Não há pecado em ser tentado; o pecado, porém, se verifica quando cedemos à tentação. O homem escravo percebe agora que, existe um escape. Ele vê uma luz no fim do túnel. Há esperança para ele. Se esses pensamentos não são nutridos, se eles são repelidos como odiosos, a alma não é contaminada com a culpa, e ele não é poluído por sua influência.  

Agora ele sabe, que existe uma possibilidade de resistir às sugestões do mal. Mas, este bem, não mora com ele. Pois eu sei que aquilo que é bom não vive em mim, isto é, na minha natureza humana. Porque, mesmo tendo dentro de mim a vontade de fazer o bem, eu não consigo fazê-lo. (Rm 7:18). Este é o grande problema do mundo cristão. Nós entramos para a igreja para fazermos o bem. Aprendemos que aí é local ideal para isso. 

E quando entramos na igreja, percebemos que continuamos do mesmo jeito. A vontade de fazer o bem está dentro de nós; mas não conseguimos. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. (Rm 7:19). Existe o desejo de fazer o bem, mas não conseguimos. Eu só faço o mal que não quero. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. (Rm 7:20). Notem, que agora há um conflito. Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. (Rm 7:21).  

A lei, dá testemunho de nossa união com o pecado, que nos mantém na escravidão mortal. O pecado sendo consumado gera a morte. Assim, a lei testifica que estamos unidos com este corpo de morte. Se não houvesse esperança de escape, bem poderíamos maldizer a lei. Mas, sabemos que, segundo o homem interior, temos prazer na lei de Deus. (Rm 7:22). Mesmo neste estado, ainda me procuram dia a dia, têm prazer em saber os meus caminhos; como povo que pratica a justiça e não deixa o direito do seu Deus, perguntam-me pelos direitos da justiça, têm prazer em se chegar a Deus. (Is 58:2).  

O homem interior, tem prazer na lei de Deus. Mas, apenas sentir prazer na lei de Deus, não nos livra do corpo de pecado. Toda alma que recusa entregar-se totalmente a Deus, acha-se sob o domínio de outro poder. Não pertence a si mesma. Pode falar de liberdade, mas está na mais vil servidão. Não lhe é permitido ver a beleza da verdade, pois sua mente se encontra sob o poder de Satanás. 

Enquanto se lisonjeia de seguir os ditames de seu próprio discernimento, obedece à vontade do príncipe das trevas. Porque nos nossos membros há outra lei, que batalha contra a lei do nosso entendimento, e nos prende debaixo da lei do pecado que está nos nossos membros. (Rm 7:23). A lei do pecado, que é a lei do reino das trevas, batalha contra a lei de Deus que está trabalhando em nossa mente para nos convencer do pecado, e do enorme mal que ele causa. O objetivo da lei do pecado é nos aprisionar neste corpo de pecado.  

A batalha parece perdida. Miserável homem que eu sou! quem me livrará deste corpo de morte? (Rm 7:24). Aparentemente desprezados e abandonados, perderam por completo o ânimo. Mas, sob o ministério do Espírito Santo, todavia, a estupidez que faz parecer impossível seu reerguimento desaparecerá. A mente pesada, obscurecida, despertará. O escravo do pecado será posto em liberdade. O vício desaparecerá, será vencida a ignorância.  

Mediante a fé que opera por amor, o coração será purificado e a mente, iluminada. Que Deus seja louvado, pois ele fará isso por meio do nosso Senhor Jesus Cristo! Portanto, esta é a minha situação: quando ando em espírito eu sirvo à lei de Deus, mas quando ando na carne, sirvo à lei do pecado. (Rm 7:25 NTLH). Cristo veio quebrar as algemas da escravidão do pecado. Se pois o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. (Jo 8:36). A lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus nos liberta da lei do pecado e da morte. (Rm. 8:2).  

A batalha foi decida. Já não servimos mais a dois senhores, porque morremos para o pecado. O primeiro versículo do capítulo oito reforça a declaração do último versículo do capítulo sete. Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. (Rm 8:1). Não existe contradição apenas para os que andam em Espírito. Ressuscitando Deus a seu Filho Jesus, primeiro o enviou a vós, para que nisso vos abençoasse, no apartar, a cada um de vós, das vossas maldades. (At 3:26). 


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