5 - Justificação e morte para o pecado

Evangelho aos romanos

 Capitulo 5 - Justificação e morte para o pecado 

Rm 5:1-10: "Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, E a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida."  

Agora, que, já fomos justificados pela fé. Agora, que, já compreendemos como Abraão foi justificado por sua fé na promessa de que teria um filho, o filho da fé.  

O nascimento de Isaque, era o cumprimento de uma promessa feita à Abraão, cerca de vinte e cinco anos atrás.  

Duarte estes vinte e cinco anos, ele se gloriou nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, E a paciência a experiência, e a experiência a esperança. Ele entendeu que a esperança não traz confusão, e, que, o amor de Deus, era quem estava operando esta obra em seu coração, através do Espírito Santo. (Rm 5:3-5).  

Quando entendemos, pela fé, esta obra de justificação que Deus operou na vida de Abraão; nós, também, assim como Abraão, somos justificados. O temor da ira e desagrado de Deus, desaparecem; e temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo. (Rm 5:1).  

Paz não é um sentimento. Paz é ausência de guerra. A paz que depende de sentimento nos abandonará tão logo venha a tribulação. Muita paz têm os que amam a Tua lei.” (Sal. 119:165). Quando amamos a palavra de Deus; automaticamente ela é escrita em nossos corações. 

E, a palavra de Deus, uma vez ocupando o posto de preeminência em nossa mente, o resultado é obras de justiça. Ah, se tivesses dado ouvidos aos Meus mandamentos! Então seria a tua paz como um rio, e a tua justiça como as ondas do mar. (Is 48:18). A justiça é paz, porque nossa luta contra o Senhor consistia nos pecados que acariciávamos. 

Para que esta obra possa se cumprir em nós; precisamos entender que, Abraão foi justificado pela fé. Mas, para que esta fé chegasse, ele precisou passar por muitas tribulações. E quando passava por estas tribulações, dando glorias a Deus, ao invés de blasfemar; estas tribulações produziam a paciência. Não pode haver paciência onde não há sofrimento. A tribulação não arruína a paciência, mas a desenvolve. E, através da paciência, ele pode ter uma experiência prática com Deus; e esta experiência prática, aumentou a sua esperança.  

Agora você entende porque o apóstolo Paulo diz que a fé depende de um firme fundamento, e que este firme fundamento é a esperança das coisas que se não veem? (Hb11:1). A falta de fé, manifestada por Abraão, se deu, porque ele muitas vezes perdeu a esperança; e a perda da esperança traz confusão; e o Espírito Santo não pode agir em uma mente confusa. Mas, graças à Deus, que a misericórdia é grande para conosco. O Espírito Santo, então, diz: Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras. (Ap 2:4-5).  

A justificação que alcançamos pela fé, é um processo; não se trata apenas de uma declaração. A declaração faz parte da justificação. A declaração é a palavra de Deus. Para esta palavra, declarada por intermédio de anjos aos profetas, surtir efeito em nossa vida; ela precisa ser escrita em nossos corações. 

A boca fala do que o coração está cheio. Os pés vão para onde o nosso coração manda. Nós abraçamos aqueles que o nosso coração ama. Tudo o que fazemos nesta vida, todas as nossas ações provém do coração. Se a declaração de justificação for acolhida em nosso coração; todos os instrumentos contidos nesta declaração da palavra de Deus, entram juntos. E o Espírito Santo começa a produção dos frutos. Porque este é o amor de Deus, que guardemos os Seus mandamentos. (1 Jo 5:3).  

O Espírito Santo, por conseguinte, coloca em nossos corações a obediência à lei de Deus. Porque estando nós ainda sem força, Cristo, a seu tempo, morreu pelos ímpios. (Rm 5:6). O plano da salvação foi elaborado antes da fundação do mundo. O Cordeiro de Deus morreu, em figura, tão logo surgiu o pecado. Deus não espera o homem se arrepender e correr para os seus braços. 

Adão e Eva, após o pecado, correram e se esconderam de Deus. Se Deus fosse esperar o homem vir até ele, para buscar a solução do problema; o homem estaria perdido para sempre. Mas, na palavra de Deus, nós vemos, que, é sempre Deus que vai ao pecador, exatamente aonde ele se encontra. Adão, Onde tu estás? (Gn 3:9). 

Primeiro Satanás induz o homem ao pecado, depois ele tira toda esperança de reconciliação com Deus. Mas Deus demonstra o seu amor para conosco, em que sendo nós ainda pecadores, Cristo morreu por nós. (Rm 5:8).  

Mesmo que fôssemos justos, realmente não esperaríamos que alguém morresse por nós, embora alguém tivesse coragem de morrer por uma pessoa boa. (Rm 5:7). Pois bem, por mais justo que um homem possa ser, sua integridade de caráter dificilmente levará alguém a morrer por ele. Porém, é possível que alguém estivesse disposto a morrer por um homem conhecido por sua grande bondade.  

Alguém pode chegar a dar a vida por seus amigos. Mas Deus prova o Seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores, e, portanto, inimigos. Com amor eterno Eu te amei; por isso, com benignidade te atraí. (Jr 31:3). 

Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. (Rm 5:9). Como que nós fomos justificados? Pelo seu sangue. Pelo sangue de Cristo chegamos perto de Deus. Porque ele é a nossa paz. (Ef 2:13-14). Foi o pecado que nos separou de Deus e nos tornou Seus inimigos; mas através do sacrifício de Cristo que temos paz com Deus. E, é, este sacrifício que nos justifica e nos aproxima de Deus. O sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado. (1 Jo 1:7).  

Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. (Rm 5:10). Não há salvação sem reconciliação. O pecado causou uma inimizade entre Deus e o homem. Este passou a ser inimigo de Deus e amigo de Satanás; no sentido de estar sempre disposto a obedecer às suas ordens. 

Agora, Deus precisou inverter este quadro. Como Ele fez isto? E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; está te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. (Gn 3:15). Deus introduziu um elemento oposta à amizade existente. A inimizade. Uma guerra; onde, Satanás iria usar de seus enganos, contra a mulher e sua semente. Mulher na Bíblia simboliza a igreja, e a semente simboliza Cristo. (Ap 12:1,2). Aliás, todo o capítulo 12 de Apocalipse retrata esta guerra. Então, Satanás, usa de seus enganos para cativar e neutralizar a mulher, na tentativa de que a semente seja estéril.  

E quando nós vamos à genealogia de Jesus; nós vemos que está semente foi tão corrompida, que, por pouco ela não germinou. O próprio Abraão, que está nesta linhagem; ele seus pais eram adoradores de deuses pagãos. (Js 24:2). Não precisamos nem mencionar os diversos reis de Judá, que deram lugar às seduções de Satanás. Mas, a pergunta é: como Deus preservou a sua semente em todas estas épocas? Através da graça. 

É a graça que Cristo implanta na alma, que cria no homem a inimizade contra Satanás. Sem esta graça que converte, e este poder renovador, o homem continuaria cativo de Satanás, como servo sempre pronto a executar-lhe as ordens. Mas o novo princípio na alma cria o conflito onde até então houvera paz. O poder que Cristo comunica, habilita o homem a resistir ao tirano e usurpador.  

Quem quer que se ache a aborrecer o pecado em lugar de o amar, que resista a essas paixões que têm dominado interiormente e as vença, evidencia a operação de um princípio inteiramente de cima.1 Já vimos que tanto a mulher, como a semente dela, Jesus, só venceram por intermédio deste dom precioso. A semente da uva gera uma planta de uva, a semente do figo gera uma figueira. Se a semente é da igreja caída; a árvore tem que ser caída. Para que a semente da mulher, esmagasse a cabeça da serpente; e sabemos que este esmagar, foi com o seu sacrifício na cruz do calvário.  

Fica claro que, a nossa redenção, e a destruição de Satanás, é efetuada através do seu sangue. A vida de Cristo está no seu sangue. (Lv 17:11 e 14). E, é, assim que seremos salvos, pela sua vida. Pela vida que está no seu sangue.  

Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pelo sangue de seu Filho, muito mais, tendo este sangue correndo em nossas veias. Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim. (Gl 2:20). Portanto, se somos crucificados com Ele, recebemos Sua vida em troca de nossa existência pecaminosa, a qual Ele toma para Si.  

Pela fé em Seu sangue somos remidos dos pecados, não como por um gesto arbitrário, mas porque mediante a fé “trocamos” nossa vida pela Sua, e essa vida que recebemos em troca não tem pecado. Lembremo-nos de que não temos essa vida em nós mesmos; mas ela está em Seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho não tem a vida. (1 Jo 5:11,12). E, para conservamos a vida, precisamos andar na presença de Jesus. Portanto, assim como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim também nEle andai. (Cl 2:6).  

Lembrando que, na morte de Jesus fomos salvos dos nossos pecados passados; porque, também morremos com ele. Sabemos isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado. (Rm 6:6). 

E na sua ressurreição somos salvos de pecar. Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo. (Tt 3:5 ). Se ainda vivemos agarrados com nossos pecados, é porque ainda não aprendemos o que é viver com Jesus.  

Porque, qualquer que permanece nele não peca. (1Jo 3:6). Assim, nos gloriamos, não em nós mesmos, mas, em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação. (Rm 5:11). Em Cristo Jesus, somos mais que vencedores.  

Rm 5:12-19: "Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram. Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não havendo lei. No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir. Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa. Porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos. E não foi assim o dom como a ofensa, por um só que pecou. Porque o juízo veio de uma só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação. Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida. Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos."  

Quando Adão pecou, ele se colocou debaixo da lei; e a condenação para os que estão debaixo da lei é a morte; porque, por uma só ofensa veio o juízo sobre ele para condenação. (Rm 5:18). Assim, também, a morte que Adão herdou por sua transgressão à lei de Deus, passou a todos os homens por isso que todos pecaram. (Rm 5:12). 

O pecado, quando se desenvolveu plenamente, gerou a morte (Tg 1:15). A inclinação da carne é morte. (Rm 8:6). O aguilhão da morte é o pecado. (I Cr 15:56). Não resta dúvida, de que, Adão pecou ao transgredir a lei de Deus; porque o pecado não é imputado quando não há lei. (Rm 5:13). Portanto, assim como pela transgressão de Adão veio o juízo sobre todos os homens para condenação. (Rm 5:18). E a condenação veio, até mesmo sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão. (Rm 5:14).  

Agora, é importante ressaltar, que, oque Adão transmitiu para os seus descendentes, não foi o seu pecado, mas sim a sua natureza pecaminosa. Cada homem será morto pelo seu próprio pecado. (Dt 24:16). Ninguém peça porque tem uma natureza pecaminosa. Ter uma natureza pecaminosa não é pecado.  

Pecado é transgressão da lei. (1 Jo 3:4). O que nós herdamos de Adão, foi uma natureza inclinada para o mal. Agora, se pela transgressão de um morreram muitos, muito mais abundou a graça de Deus para muitos. (Rm 5:15). Assim, Adão é a figura daquele que havia de vir. (Rm 5:14). 

Porém este outro homem, Jesus Cristo, trouxe perdão para muitos por meio da graça divina. (Rm 5:15). Mas, existe uma diferença entre a dádiva de Deus e o pecado de um só homem: Por um só pecado veio o julgamento que trouxe condenação, mas a dádiva veio de muitos pecados cometidos, e trouxe a justificação. (Rm 5:16). Assim, o pecado de um único homem fez com que a morte reinasse sobre todos, porém todos quantos receberam o presente divino da graça e a dádiva da justiça reinarão em vida, por causa deste único homem, Jesus Cristo. (Rm 5:17).  

Portanto, como o pecado de um único homem trouxe a condenação para todos, assim também o ato de justiça de um só resultou na justificação que traz vida a todas as pessoas. (Rm 5:18). Portanto, assim como por meio da desobediência de um só homem muitos foram feitos pecadores, assim por meio da obediência de um só homem muitos serão feitos justos. (Rm 5:19). Deus providencia para que, da mesma maneira que em Adão nos tornamos participantes da natureza pecaminosa, sejamos em Cristo participantes da natureza divina.  

Assim, a vida da qual somos feitos participantes em Cristo é muito mais poderosa para a justiça, do que a vida que havíamos recebido de Adão o era para a injustiça. O salário do pecado é a morte. (Rom. 6:23). Todos pecaram e, por isso, todos estão debaixo da condenação.  

Nenhum homem viveu na Terra sobre o qual a morte não tenha reinado, nem viverá até o final deste mundo. Enoque e Elias, da mesma forma que aqueles que forem transladados quando Cristo vier, não se constituem numa exceção. Não há exceções, porque a Escritura afirma que a morte passou a todos os homens. O reino da morte é simplesmente o reino do pecado. Assim também, por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação e vida. Não há aqui nenhuma exceção.  

Do mesmo modo como a condenação veio sobre todos os homens, também a justificação. Cristo provou a morte por todos. Deu-se a Si mesmo por todos e a cada um. O dom gratuito veio sobre todos. Concluímos que o homem não é salvo por sua própria obediência, mas mediante a obediência de Cristo. 

Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a Si mesmo Se entregou por mim. (Gl 2:20). Sua capacidade para morar em qualquer ser humano é demonstrada no fato de ter Ele tomado a natureza humana caída há dois mil anos atrás. O que Deus fez na Pessoa de Jesus, também está desejoso de fazer em todo o que crê.  

Rm 5:20-21: "Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça; Para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor." Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse. 

Já vimos que não se imputa pecado onde não há lei, porém, imputou-se pecado a Adão e a todos os que viveram depois dele, inclusive antes da lei haver sido promulgada no Sinai, nos dias de Moisés. É impossível que a lei produzisse mais pecado do que o que já existia. O que ela fez foi identificá-lo e pô-lo em evidência, a saber, mostrar mais plenamente sua verdadeira natureza. Então, o que me é boa, tornou-se para mim em morte? De forma alguma! Mas o pecado, para que se mostrasse pecado, operou a morte em mim através da lei que é boa; a fim de que pelo mandamento o pecado se tornasse excessivamente pecaminoso. (Rm 7:13).  

Quem sou eu para discernir os pecados que se escondem em meu interior? (Sl 19:12 NBV 07). O próprio salmista responde: A lei do Senhor é perfeita, e restaura a alma; o testemunho do Senhor é certo, tornando sábios os simples. (Sl 19:7). A lei mostrou o aspecto espantoso do pecado, e impressionou muito mais que antes os homens com o sentido de sua pecaminosidade. Mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça. A graça é o poder de Deus para vencer o pecado. Quando a lei nos convence dos nossos pecados, nós morremos. E eu, nalgum tempo, estava vivo sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri. (Rm 7:9).  

A única maneira de sermos justificados, é morrendo para o pecado. Porque aquele que está morto está justificado do pecado. (Rm 6:7). Quando a palavra de Deus não está em nossos corações; a mente é preenchida com as concupiscências. Deste modo, estamos vivos, e sempre alerta para resguardar o eu. 

Se alguém não concorda com as minhas opiniões preconcebidas, me irrito, ofendo a pessoa; e sempre me acho no meu direito. Mas, se fomos plantados juntamente com Cristo na semelhança da sua morte, o nosso homem velho é com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado. (Rm 6: 5,6). Só há vida em Cristo. E para termos está vida, precisamos morrer com Cristo.  

Quando estamos vivos, quem reina em nossa mente é o pecado. Quando permitimos que a lei nos mate; nós cremos que também com Ele viveremos. Mas alguém dirá: Como ressuscitarão os mortos? E com que corpo virão? Insensato! o que tu semeias não é vivificado, se primeiro não morrer. (1Co 15:35-36). 

Se nós não permitimos que a palavra de Deus opere a morte do velho homem; continuaremos vivos como uma semente seca, que nunca se tornará uma planta que dê muitos frutos. E, quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas o simples grão, como de trigo, ou de outra qualquer semente. (1Co 15:37). Era justamente isso que Nicodemos não entendia; e, nem tampouco, nós entendemos.  

Que parte do nosso corpo temos que enterrar para nascer um novo homem. É a semente que dá origem à planta. Uma semente de abacate, gera um abacateiro; uma semente de figo, gera uma figueira. Como estamos tratando do pecado; qual é a origem do pecado em nós? Onde ele é gerado? Na nossa mente. A mente carnal tem todos os ingredientes para gerar o pecado. É esta semente que precisa ser enterrada com Cristo. Semeia-se corpo carnal, ressuscitará corpo espiritual. (1Co 15:44).  

A lei em nosso coração, opera a morte da mente carnal, e nos conduz ao arrependimento e ao batismo. No batismo, somos mortos com Cristo, e ressuscitamos com ele para uma nova vida. Aquele que foi batizado sem a operação da lei no coração, foi enterrado vivo. 

A morte tem que ocorrer antes do batismo. O apóstolo Paulo diz que quando ele era apenas um estudioso da lei, sem que a lei estivesse no seu coração; ele vivia, mas, vindo o mandamento, reviveu nele o pecado, e ele morreu. (Rm 7:9). Somente assim, ele estava pronto para o batismo. No livro de Ester capítulo 4 verso 11, nos é dito, que ninguém poderia chegar na presença do rei sem ser convidado, caso contrário, morreria imediatamente.  

O rei Assuero representa Deus, e a rainha Ester representa a Igreja de Deus como indivíduo. Ninguém pode se achegar ao trono de Deus sem risco de vida. A lei de Deus é o fundamento de Seu trono. Essa afirmação não deveria surpreender a ninguém, pois o fundamento de qualquer governo é sua lei, e o trono representa simplesmente essa lei. 

Ao ser dada a constituição do Universo, o monte Sinai foi o assento da lei de Deus. Representava o terror da lei, porquanto ninguém podia tocar o monte sem ser fulminado. A lei de Deus é um fogo consumidor. (Dt 33:2). No entanto, a lei, tem duas funções primárias: promover justiça e executar justiça. A lei no coração, consome o pecado. Mas, para o mero ouvidor da lei; ela o prepara para o fogo eterno. Quem cair sobre a pedra, despedaçar- sê-a; mas aquele sobre quem ela cair será reduzido a pó. (Mt 21:44).  

Assim, existe duas maneiras de nos achegarmos ao trono de Deus: com a nossa própria justiça, ou com a justiça que provém de Deus mediante a fé. O apóstolo Paulo nos anima à Cheguemos com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno. (Hb 4:16). 

Vemos que o trono de Deus, o qual está fundamentado na sua santa lei; é também o trono da graça. Porque, através de Cristo, a misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram. (Sl 85:10). Concluímos que a lei, escrita em nossos corações, nos conduz à graça. Para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor. (Rm 5:21).  

A graça começa reinar em nossos corações, quando entendemos o plano da salvação. O apóstolo Paulo diz que a lei foi dada por causa das transgressões. (Gál. 3:19). Quem era o mediador por cuja mão a lei foi outorgada? Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a Si mesmo Se deu em resgate por todos. (I Tm 2:5,6). Através de Jesus Cristo confere-se ao homem a justiça de Deus. Ao mesmo tempo que a lei nos mostra a nossa condição pecaminosa; esta mesma lei, por ser dada pela mão de um mediador; nos mostra como vencer com uma natureza pecaminosa.  

Porque este mediador, também tomou nossa natureza pecaminosa; e venceu, porque o Pai estava nEle operando as boas obras. Assim, através da graça, o Pai habita em nós, e opera em nós, suas boas obras, as quais satisfazem as exigências de sua lei. Quando entendemos que a lei foi dada por intermédio de um mediador; vemos que Deus tomou providências para que ninguém supusesse que poderia obter a justiça a partir da lei, por sua própria força, mas somente através de Cristo.  

Passamos a ver que o evangelho de Cristo foi desdobrado no Sinai, tanto quanto no Calvário. E, que, a justiça de Deus revelada no evangelho de Cristo, é idêntica à justiça descrita na lei dada no Sinai. É a mesma justiça que obtemos em Cristo. Então, me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro. (Ap 22:1). 

Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado. (Jo 7:38,39). O Espírito Santo, o manancial que desce do céu, sai do trono de Deus e do mediador. É este poder que nos prepara para estar de pé, no grande dia da ira do Deus todo poderoso. (Ap 6:17). Para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor. (Rm 5:21). A graça reina em nosso coração promovendo a justiça de Deus em nós.  


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