32 - Sofrem-se prejuízos temporais?

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32 - Sofrem-se prejuízos temporais? 

Mesmo entre a maioria dos que recebem e aceitam a informação de que o Senhor, em Sua Palavra, ordena: (1) a guarda do Seu santo Sábado, (2) a devolução de dízimos e ofertas, (3) o fiel pagamento de todos os impostos e taxas exigidos pelas autoridades civis, (4) a dedicação e o emprego de tempo à área espiritual, (5) a estrita manutenção do direito alheio, (6) o cuidado com os pobres, (7) o respeito à verdade, etc., prevalece a temerosa ideia de que tal proceder viria, certa e finalmente, a nos acarretar prejuízos e dificuldades nos assuntos de ordem temporal; que sujeitar-se inteiramente a Cristo nos seria perigoso, temerário, enfim, uma maldição na área financeira. 

Aos autônomos e empresários, o inimigo busca assustá-los com o temor de crescentes contratempos e mesmo com a descontinuidade de seu negócio; aos funcionários, com a possível demissão ou com o receio de não ser admitidos, impossibilitando-os de obterem o sustento de suas famílias.

Infidelidade no cumprimento das condições estipuladas e falta de fé

Ao se tomar decisões para satisfazer a vontade de Cristo, essa lamentável e desastrosa possibilidade poderá vir a ser enfrentada, essencialmente, se houver infidelidade, isto é, se cedermos à presunção, ao fanatismo, ao extremismo ou se não cumpriram as condições estipuladas pelo Senhor. Ele aguarda estrita obediência àquilo que nos ordena em Sua Palavra. 

A desdita poderia sobrevir também se houver incredulidade, falta de fé nas promessas divinas, o que, certamente, gera medo, temor ou receio quanto ao cumprimento daquilo que Ele promete. A causa da falha sempre será da parte humana, porque Deus é fiel. Relembremos o episódio de Pedro andando sobre as águas: ao lhe faltar a fé na palavra “Vem”, afundou; e Jesus o repreendeu assim: “Homem de pouca fé, por que duvidaste?” (Mt 14.28-33). 

É certo e indiscutível que “a Seus seguidores não dá Jesus nenhuma esperança de glória ou riquezas terrestres ou de uma vida livre de tentações, mas mostralhes o privilégio de trilhar com o Senhor o caminho da abnegação e suportar calúnias do mundo que os não conhece”. 

1 “A pobreza ou a riqueza, a doença ou a saúde, a simplicidade ou a sabedoria – tudo se acha providenciado na promessa de Sua graça”. 

2 Entretanto nunca deveríamos descambar para o extremo de se admitir a temerosa ideia de que segui-Lo viria a ser uma maldição que implicaria em insuperáveis e inevitáveis dificuldades nos negócios de ordem temporal. 

“Jovem fui e envelheci, e não vi o justo desamparado, nem a sua descendência mendigando pão.” (Sl 37.25). Ele sabe o que é o melhor para nós!

O maior de todos os pecados: a incredulidade

Dar pouca importância ou mesmo deixar de ter absoluta certeza de que Ele cumprirá todas as Suas promessas constitui-se um grave pecado, visto que “... E todo o que não dá crédito a Deus O faz mentiroso” (1 Jo 5.10). 

Convém-nos manter sempre vívido, em nossa memória, que ter fé em Sua Palavra também é um dos mandamentos do Senhor, e que deixar de cultivar essa fé Lhe é mais ofensivo do que descumprir qualquer um dos outros mandamentos Seus! “Não existe pecado maior que o da incredulidade”.    Atente para a sabedoria expressa neste comentário:

“A verdadeira fé apreende [toma posse, agarra, pega, mantém, segura] e suplica a bênção prometida, antes que essa se realize e a experimentemos. Devemos, pela fé, enviar nossas petições para dentro do segundo véu, e fazer com que nossa fé se apodere da bênção prometida e a invoque como sendo nossa. Devemos então crer que recebemos a bênção, porque nossa fé se apoderou dela, e segundo a Palavra, é nossa. ‘Tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis e tê-lo-eis.’ (Mc 11:24). 

Isto é fé, e fé pura: o crer que recebemos a bênção, mesmo antes que a vejamos. Quando a bênção prometida se realiza, e é fruída, cessa a fé. Muitos supõem, todavia, que têm muita fé quando participam amplamente do Espírito Santo, e que não podem ter fé a menos que sintam o poder do Espírito. Tais pessoas confundem a fé com as bênçãos que a acompanham. 

“O tempo em que propriamente deveríamos exercer a fé é aquele em que nos sentimos privados do Espírito. Quando densas nuvens de trevas parecem pairar sobre o espírito, é ocasião para fazer com que a fé viva penetre as trevas e disperse as nuvens. A verdadeira fé baseia-se nas promessas contidas na Palavra de Deus, e apenas aqueles que obedecem a essa Palavra podem exigir Suas gloriosas promessas. 

... Foi-me então chamada a atenção para Elias. Ele era sujeito a paixões idênticas às nossas, e orou fervorosamente. Sua fé resistiu à prova. Sete vezes orou perante o Senhor, e finalmente viu a nuvenzinha. Vi que havíamos duvidado das seguras promessas, e ofendido o Salvador pela nossa falta de fé”.   Amigo, a maior carência, na atualidade, é a de cultivarmos a legítima fé.

Fora com o ‘evangelho do sucesso’ e também com ‘o da maldição’!

Assim, sem nos alistar entre os adeptos do famigerado ‘evangelho do sucesso’ – queira reler as páginas 172-173 deste – cremos que aceitar plenamente a Jesus, sujeitando-se a todas as Suas ordenanças, implica em bênção e não em maldição! Tanto na área espiritual como em todas as demais áreas da vida, inclusive na financeira, continuam vigentes as promessas registradas em Malaquias 3.10-12: 

“Todo o povo traga os dízimos a Meus depósitos, e haja provisão na Minha casa. Provai-Me nisto – declara Yahweh dos exércitos – e abrirei para vós as janelas do Céu, e derramarei sobre vós bendições até que direis: ‘É mais que suficiente!’”. 

“Não devemos apresentar ao Senhor nossas petições para provar se Ele cumpre Sua Palavra, mas porque as cumpre”.   Eis este abalizado comentário, relativo à devolução de dízimos e ofertas:

“Deus Se compromete a abençoar os que obedecem aos Seus mandamentos. ... À vista de expressões tão claras e cheias de verdade, como ousará o homem negligenciar um dever tão positivo? Como se atreverá a desobedecer, se a obediência a essa ordem implica a bênção de Deus tanto nas coisas temporais como nas espirituais, e se a desobediência equivale à maldição divina? 

“Satanás é o assolador. Deus não pode abençoar quem se recusa a ser mordomo fiel. Tudo que pode fazer é permitir a Satanás que realize sua obra destruidora. Vemos calamidades de toda espécie e proporções assolarem a Terra, e por quê? Porque o restringente poder de Deus não é exercido. O mundo tem desprezado a Palavra de Deus”.     Devolver o dízimo e descrer na Sua promessa é ser um INFIEL!

De onde vem o êxito, o sucesso na área temporal?

Um dos pensamentos e conceitos, normalmente difundidos e aceitos na sociedade, é que a prosperidade vem do talento, do planejamento, da inteligência, da habilidade, da diligência, da visão e do esforço humanos. Assim, se diz: “Cresci com 1% de inspiração e 99% de transpiração!” Esse ditado popular traduz com exatidão a cega ilusão da sociedade hodierna em relação a esse tema. Constate que essa ideia contradiz frontalmente esta Escritura: 

“É a bênção de Deus que enriquece, o nosso afã [etseb = trabalho árduo] nada lhe acrescenta [yacap = juntar, aumentar]”  (Pv 10.22 - EP). E, em Salmo 127.1-2 RA, Ele insiste em nos ensinar que assim é: “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade em vão vigia a sentinela. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeastes; aos Seus amados Ele o dá enquanto dormem”. 

Que magnífica revelação! Se não houver a Sua bênção, o empenho humano, embora necessário, será inútil. Não olvidando que, segundo Mateus 5.45, Deus derrama Suas bênçãos sobre maus e bons, sobre justos e injustos.

Onde encontrar os princípios da prosperidade?

“Deus revelou em Sua lei [i.e. na Bíblia] os princípios que constituem a base para toda a prosperidade, tanto das nações como dos indivíduos. ‘Esta será a vossa sabedoria e o vosso entendimento’ (Dt 4.6), declarou Moisés aos israelitas acerca da lei de Deus. ‘Esta palavra não vos é vã; antes, é a vossa vida.’ 

Deuteronômio 32.47. As bênçãos que assim se asseguravam a Israel, nas mesmas condições e em grau igual se asseguram a toda nação e indivíduo debaixo do vasto céu.

“O poder exercido por todo governante sobre a Terra, é-lhe comunicado pelo Céu; e seu êxito depende do uso que fizer do poder que assim lhe é concedido. A cada um se dirige a palavra do divino Vigia: ‘Eu te cingirei, ainda que tu Me não conheças’  (Is 45.5). 

E a cada um as palavras faladas a Nabucodonosor, na antiguidade, são a lição da vida: ‘Desfaze os teus pecados pela justiça e as tuas iniquidades, usando de misericórdia para com os pobres, e talvez se prolongue a tua tranquilidade’ (Dn 4.27). Compreender que ‘a justiça exalta as nações’ (Pv 14.34), que ‘com justiça se estabelece o trono’ (Pv 16.12) e que ‘com benignidade’ (Pv 20.28) ele é mantido; reconhecer a operação destes princípios na manifestação de Seu poder que ‘remove os reis e estabelece os reis’ (Dn 2.21) – corresponde a entender a filosofia da História.

“Unicamente na Palavra de Deus isso se acha claramente estabelecido. Ali se revela que a força das nações, como a dos indivíduos, não se acha nas oportunidades ou facilidades que parecem torná-las invencíveis; não se acha em sua decantada grandeza. Mede-se ela pela fidelidade com que cumprem o propósito de Deus”.   

E também nos convém lembrar de que, às vezes, Ele combate o mal com o próprio mal: recorde-se que o Senhor consentiu que babilônicos invadissem os israelitas que estavam em secular apostasia. Releia Habacuque 1.5-12!!!

Decidida e claramente, empenhou Sua palavra, a qual não pode falhar

“Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as Suas promessas”. “Os impossíveis dos homens são possíveis para Deus” (Lc 1.37; 18.27). As promessas de abundantes bênçãos, registradas em Deuteronômio 28.1-14, abrangem todas as áreas de nossa vida, e Ele as cumprirá, em relação a cada um de nós, “se atentamente ouvires a voz do Senhor teu Deus ... O Senhor determinará que a bênção esteja nos teus celeiros, e em tudo o que puseres a tua mão ... te porá por cabeça, e não por cauda”! E, em Jeremias 1.11-12, lemos esta solene e fundamental declaração: “... Eu velo sobre a Minha Palavra para a cumprir”.

EXERCER e CULTIVAR FÉ faz infinita diferença

“O conhecimento do que as Escrituras querem dizer quando nos recomendam com insistência a necessidade de cultivar a fé é mais essencial do que qualquer outro conhecimento que possa ser adquirido. Sofremos muitos problemas e tristezas por causa de nossa incredulidade e nossa ignorância de como exercer fé”.     

“Fará diferença infinita para vós, se a provação manifestar que vossa fé é genuína, ou que vossas orações são apenas formais. ... Não precisamos ir aos extremos da Terra em busca de sabedoria, porque Deus está perto. Não é a capacidade que agora possuímos ou havemos de possuir, que nos dará êxito. 

É o que o Senhor pode fazer por nós. Deveríamos depositar muito menos confiança no que o homem é capaz de fazer, e muito mais no que Deus pode fazer para cada alma crente. Anseia Ele que Lhe estendamos as mãos pela fé. Anseia que esperemos grandes coisas dEle. Anela dar-nos sabedoria, tanto nos assuntos temporais como nos espirituais.  

“Pode aguçar o intelecto. Pode dar tato e habilidade. Empreguemos nossos talentos na obra, peçamos a Deus sabedoria, e ser-nos-á dada. Aceitemos a Palavra de Cristo como nossa segurança. ... Há, na fé genuína, firmeza e constância de princípio, e estabilidade de propósito, que nem o tempo nem fadigas podem enfraquecer. 

... Deus mantém cada promessa que fez. Com a Bíblia nas mãos, diga: Fiz como disseste. Apresento Tua promessa”.    Assim fazemos, não para provar (ver) se Ele vai cumprir a Sua palavra, mas por termos absoluta certeza que sempre a cumpre! Ele não pode mentir! É impossível. A completa dependência de Deus deveria ter sido a primeira lição a ser, bem cedo na vida, aprendida. Há pouco lemos que “Não é a capacidade que agora possuímos ou havemos de possuir, que nos dará êxito. É o que o Senhor pode fazer por nós”. 

Concluímos, então, que é o Senhor quem governa os destinos humanos, tanto o dos indivíduos como o das nações. Tanto que Ele nos revela: “Por Meu intermédio reinam os reis e os príncipes decretam justiça” (Pv 8.15 - RA). E tal como procedeu com Abraão, Ele bem sabe também nos pôr à prova! 

As ações do inimigo não ultrapassam os limites estabelecidos por Deus Temos, assim, que nosso Deus não entregou ao inimigo o domínio do nosso planeta, o qual poderia fazer aqui o que bem entendesse. ‘Aquele um’ não está em condições de, a seu bel prazer, prejudicar-nos livremente, devido ao fato de termos estabelecido um sólido e fiel relacionamento com o Senhor. 

Frisemos com toda a ênfase: É o Senhor quem governa o nosso mundo, não o inimigo. E que a Sua bênção alcança também a área temporal e que ela está dentro de Seus planos, podemos comprovar também ao se ler 3 Jo 2 (RA): “Amado, acima de tudo faço votos por tua prosperidade e saúde ...”. Atente-se para o ‘acima de tudo ...’!

A finalidade das provas que Ele permite

O principal objetivo do Senhor, em relação à humanidade, é que desenvolvamos um caráter que Ele possa aprovar, isto é, que aprendamos a permitir que Jesus viva, ininterruptamente, Sua vida em nós. Assim, digamos que alguém muito estressado Lhe peça paciência. 

Ele poderá responder a essa oração ao permitir que venha a enfrentar provocações, desaforos, desatenção e rejeição a fim de que, pela Sua graça, seja vencedor, desenvolvendo assim a paciência solicitada. Jesus Se referiu a esse sistema, de nos colocar diante de provações, ao nos dizer: “... mas o [ramo, isto é, nós] que produza fruto o podará para que produza muito fruto.” (Jo 15.2).  A Sua poda é para nosso bem!

“A oração não se destina a efetuar qualquer mudança em Deus, deve elevar-nos à harmonia com Ele. Ao Lhe fazermos alguma petição, pode ver que nos é necessário examinar o coração e arrepender-nos do pecado. Por isso nos faz passar por dificuldades, provações e humilhações, para que vejamos o que impede em nós a operação do Espírito Santo”.   “Deus, que conhece o fim desde o princípio, permitiu que Pedro revelasse essa fraqueza de caráter, para que o provado apóstolo visse nada haver em si de que se pudesse vangloriar”.    

“Deus não conduz jamais Seus filhos de maneira diferente da que eles escolheriam se pudessem ver o fim desde o princípio, e discernir a glória do propósito que estão realizando como Seus colaboradores”.   

“Aquele que não se alegra na adversidade, como fazia na prosperidade, é porque ainda não conhece ao Senhor como deveria”.   É para o nosso bem que Ele nos ‘poda’! Então, alegria: as provações não são das menores bênçãos!

“Quando tomamos em nossas mãos o manejo das coisas com que temos de lidar, e confiamos em nossa própria sabedoria quanto ao êxito, chamamos sobre nós um fardo que Deus não nos deu, e estamos a levá-lo sem Sua ajuda. Estamos tomando sobre nós mesmos a responsabilidade que pertence a Deus, pondo-nos, na verdade, assim, em Seu lugar. Podemos bem ter ansiedade e antecipar perigos e perdas; pois isto é certo sobrevir-nos”.   

A exclusiva classe de provas!

Em ocasiões em que há pessoas que se converterão ao Senhor apenas se presenciassem o testemunho dos fiéis, eis que Ele consente que esses passem por essa classe de provações da qual não podem participar os ímpios. Ela foi assim relatada por Jesus: “Mas antes de todas essas coisas, vos lançarão mão, e vos perseguirão e vos entregarão às sinagogas [à comissão da nossa igreja!] e aos cárceres e vos levarão diante de reis e de governantes, por causa do Meu nome. 

Mas isso vos servirá para testemunho” (Lc 21.12-13). Há real contentamento em ser alvo dessa categoria de perseguição: “Alegrai-vos então e regozijai-vos sobremaneira, porque a vossa recompensa é grande no céu ...” (Mt 5.12). Descansemos na perfeita confiança nAquele que, em tudo, coopera para o nosso bem (Rm 8.28).

Oremos: “Querido Pai, conceda-nos a graça de sermos das Tuas testemunhas, de desenvolver e cultivar em nós a fé em Ti, em Tua Palavra, de sorte que Jesus, viva em nós ininterruptamente. Em nome dEle. Amém”. 


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