25- ‘Dai-Lhe glória’ (Ap 14.7 - KJ)

como unir as virtudes livro

25- ‘Dai-Lhe glória’ (Ap 14.7 - KJ) 

Avancemos em nossa compreensão do ‘Evangelho eterno’ (Ap 14.6); além do “temei a Deus” – temer ofendê-Lo – qual é, de fato, o nosso principal papel nele? Atentemos para a essencial atitude que o Senhor está muito ansioso por ver plenamente desenvolvida em nós.

O magnífico sentido da vida, o objetivo de nossa existência

O quarto evangelho torna evidente qual foi o alvo central da vida de Cristo, conforme o declarou repetidamente: “Eu desci do céu, não para fazer a Minha própria vontade, mas a vontade dAquele que Me enviou”; “Eu vim em nome do Pai”; “O que fala por conta própria, busca a sua própria glória, mas quem busca a glória de Quem O enviou, é verdadeiro, e em Seu coração não há iniquidade”; “Nada posso fazer por Minha própria conta”; “Ninguém pode vir a Mim se o Pai que Me enviou não o atrair”; “... Meu Pai nunca Me deixou sozinho, porque Eu faço sempre o que Lhe agrada” (Jo. 6.38; 5.43; 7.18; 5.30; 6.44; 8.29).

Sim, Sua vida foi inteiramente centrada no Pai, em servi-Lo, em amá-Lo, em obedecer-Lhe incondicionalmente. Dado que, perto do final de Sua vida, afirmou: “Eu Te glorifiquei na terra ...” (Jo 17.4), concluímos que também todos nós fomos criados para glorificar nosso Pai, isto é, esvaziar-nos do eu. 

Essa é, precisamente, uma das fundamentais características também dos 144.000: “E eu olhei, e eis que o Cordeiro estava em pé sobre o monte Sião, e com Ele cento e quarenta e quatro mil, tendo o nome de Seu Pai escrito em suas testas” (Ap 14.1 - KJ). É Ele o núcleo central dos seus pensamentos, afeições e ações? Sim! “... não vivam mais para si mesmos, mas para Aquele que por eles ...”(2 Cor 5.15). 

Ilustrando

Não conseguimos olhar para o Sol porque a intensidade de sua luz fere os nossos olhos que não podem suportá-la. Entretanto, se aquela luz passar por um prisma, ele a transforma num belíssimo arco-íris, que poderá ser agradavelmente contemplado ao se projetar, por exemplo, sobre uma tosca parede. É óbvio que não é a parede que produz esse que é o mais belo conjunto de cores já visto. Essa virtude não está na parede, pois ela é totalmente incapaz de tal feito. Ela apenas é o meio que possibilita ao arco-íris ser nela admirado.

Semelhantemente, não podemos contemplar diretamente a Deus e continuar vivos. “E acrescentou: Não poderás ver a Minha face, porque ninguém pode Me ver e viver” (Êx 33.20). 

A fim de possibilitar que O contemplemos, admiremos, amemos e desejemos possuir, em nós, Seu caráter, Ele enviou Seu Filho. E, ao revesti-Lo com a nossa natureza humana pecaminosa, O transformou em Seu esplêndido ‘Prisma’. Criou, então, propícias condições para que, sem perecermos, pudéssemos ver e apreciar o ‘arco-íris’ de Seu caráter de amor incomparável e também sermos participantes desse processo. 

Olhando para Cristo, vemos a glória, isto é, o caráter do Pai: “... Quem Me vê, tem visto o Pai; como, pois, dizes: Mostra-nos o Pai? Não crês que Eu estou no Pai e Meu Pai em Mim? As palavras que Eu vos falo não as falo por Minha própria conta, mas Meu Pai que mora em Mim, Ele realiza estas obras” (Jo. 14.9-10). Ao contemplarmos Jesus, Seus feitos, amor, bondade, ensinos, etc., vemos precisamente o nosso querido Pai celestial, visto que era o Pai quem agia mediante Cristo.

Construindo Suas ‘paredes’

Essa bendita demonstração foi vista apenas durante os trinta e três anos de vida do Senhor; mas Seu plano foi de que ela perdurasse por milênios, e para tanto fez-se necessária a criação de ‘paredes’ sobre as quais Seu ‘arco-íris’ pudesse ser projetado, visto e admirado pelos habitantes deste vasto mundo.

Assim, o Espírito Santo assumiu a incumbência de transformar seres humanos pecaminosos em ‘paredes’, sobre as quais pudesse ser projetado o divino ‘Arco-íris’, a fim de que o mundo o contemple e o admire. É óbvio que os cristãos não têm condição alguma de produzir esse fantástico fenômeno; mas podem ser o ambiente em que Ele se projete. 

A esse respeito, declarou o Senhor: “Sem Mim nada podeis fazer”; “Assim também vós, quando tiverdes feito as coisas que vos for mandado, dizei: Nós somos servos inúteis, fizemos o que era nosso dever fazer” (Jo 15.5; Lc 17.10 - KJ). Foi-nos ordenado que apenas aceitássemos sermos feitos Suas ‘paredes’. Como, para brilhar, a lâmpada recebe energia elétrica da usina (ou gerador), é do Pai que recebemos poder para obedecer! Figurativamente a usina poderia dizer-lhe: “Sem mim não podes brilhar”.

Assim sendo, a luz de Seu amor passa por Seu Prisma e, ao ser projetada em nós, pode ser vista e apreciada pelos que nos rodeiam. “Jesus age através dos órgãos e faculdades deles. ... Não são mais eles que vivem e agem, mas é Cristo que vive e age através deles”.   As toscas ‘paredes’ passam a ser ‘enjesuizadas’, isto é, possuídas por Jesus! Que maravilha, amigo! Essa realidade foi expressa por Jesus nestes termos: “Eu neles, e Tu em Mim ...” (Jo 17.23 - CF). 

Nesse bendito processo atuam os Três Seres que compõem a Divindade: (1) o Pai que nos envia Sua luz; (2) o Filho que a difrata e (3) o Espírito Santo que nos transforma em Suas ‘paredes’, ‘enjesuizando’-nos! 

Assim, os Três labutam tenazmente para que Seu ‘arco-íris’, projetado em Suas paredes, seja visto e apreciado por todos. Eis Sua promessa: “Por amor de Sião Me não calarei, e por amor de Jerusalém não Me tranquilizarei, até que surja a sua [dela] justiça como a luz, e sua salvação acenda como uma tocha. Então as nações verão a tua justiça, e todos os reis a tua glória ...” (Is 62.1-2). 

Parafraseando: “Por amor da Minha igreja, não sossegarei até o Meu Arco-íris ser plenamente projetado sobre ela. Então, tanto o mundo como o Universo celestial, terão o privilégio de contemplá-Lo”. Isso se dará logo mais, amigo! Participe!

As ‘paredes’ glorificando o Pai!

Jesus nos antecipou a maneira de glorificarmos o Pai: “Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas ações e glorifiquem eles a vosso Pai que está no Céu” (Mt 5.16). Ora, essa ‘luz’ é a do Pai! É Ele mesmo quem produz em nós as boas obras, quem obedece à lei em nós, segundo o lemos também em Isaías 26.12 (CF): “Senhor, tu nos darás a paz, porque Tu és O que fizeste em nós todas as nossas obras”. 

E COMO são elas produzidas? Pela fé no poder criador da Sua própria Palavra! Também nisso Ele demonstra ser magnânimo, pois sendo Ele mesmo quem as produz, nos diz que são nossas! E ainda nos assegura que nos recompensará devido a elas! “... e Meu galardão [recompensa] está Comigo para recompensar a cada um conforme a sua obra” (Ap 22.12). Pode existir alguém mais generoso, mais amável, cordial e amigo?!

O mistério de Deus = ‘Evangelho eterno’ = Cristo vivendo em nós

Concluímos assim que ‘glorificar o Pai’ é sinônimo de permitir que Jesus Se revele em nós. Eis como Paulo explanou esse importantíssimo tópico:

“O mistério que permaneceu escondido por eras e gerações, mas no presente tem sido revelado a Seus santificados, aos quais Deus quis revelar qual é a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, que é o Cristo em vós, a esperança da glória” (Cl 1.26-27). “Porque vos dou a conhecer, meus irmãos, que o Evangelho anunciado por mim não surgiu dos homens; porque certamente não o recebi nem me foi ensinado da parte de homem algum, mas por revelação de Jesus Cristo” (Gl 1.11-12). 

E, a seguir, Paulo esclarece esse tema: “Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela Sua graça, revelar Seu Filho em mim, para que O pregasse entre os gentios, não consultei carne e sangue” (Gl 1.15-16). 

Eis como Ellet J. Waggoner, brilhantemente, sintetizou esse assunto: “Evangelho é a revelação de Jesus Cristo nos homens. Essa conclusão está plenamente exposta pelo apóstolo em outro lugar, onde ele diz que se tornou ministro ‘de acordo com a dispensação da parte de Deus, que me foi confiada a vosso favor, para dar pleno cumprimento à Palavra de Deus’.

E continua nestes termos: “Assim estamos completamente seguros de que o Evangelho é o tornar Cristo conhecido nos homens. Ou antes, o Evangelho é Cristo nos homens, e o anúncio dele [do evangelho] é o tornar conhecido aos homens a possibilidade de Cristo morar neles. E isso concorda com a declaração do anjo, que eles deveriam chamar o nome de Jesus Emanuel ‘que quer dizer: Deus conosco’ (Mt 1.23); e também com a declaração pelo apóstolo de que mistério de Deus é Deus manifesto na carne”.  

Estamos mesmo dispostos a dar-Lhe glória, a glorificá-Lo?

Entretanto, não nos deixemos levar pela ilusão de que ser uma ‘parede’, sobre a qual incide o ‘Arco-íris’ da luz do Pai, significaria o quietismo; situação em que Deus faria tudo, dispensando os esforços humanos em viver uma vida reta. 

Lembremo-nos destas palavras: “Felizes os que têm fome e sede de justiça ...” (Mt 5.6). Isso significa grandíssimo empenho em vencer o ego. Significa lutar como se a vitória dependesse exclusivamente de nós e orar como se ela dependesse apenas de Deus! A esse respeito, consideremos estes dois exemplos a seguir. Veja, são esplêndidos!

(1) Jesus sabia o que estava por Lhe acontecer nos dias finais de Sua vida. Eis como Ele Se expressou e raciocinou: “Eis que Minha alma está turbada, e que direi? Livra-Me desta hora, Meu Pai? Pois para isto vim para esta hora. Glorifica o Teu nome, ó Pai” (Jo 12.27-28). 

E seguiu-se o Getsêmani (onde suou sangue), seis injustos julgamentos, escárnios, açoites, espinhos e a cruz; e o que Lhe rompeu o coração, causandoLhe a morte: a separação de Seu Pai. Todavia, mesmo sabendo disso tudo, permaneceu firme, inabalável: “Glorifica o Teu nome, ó Pai”!

(2) Pedro foi assim avisado: “Em verdade, em verdade te digo que quando eras mais jovem, tu mesmo te cingias os lombos e andavas por onde querias, mas quando, envelheceres, estenderás tuas mãos e outro te cingirá os lombos e te levará aonde  não queiras. Isto disse mostrando com que morte ele haveria de glorificar a Deus” (Jo 21.18-19). E Pedro foi crucificado de cabeça para baixo.

E quanto a nós? Como nos compete reagir quando o Pai consentir que nos sobrevenham problemas, dificuldades, tristezas, decepções, martírio, etc.? O que Lhe diremos: “Pai, salva-nos deles” ou: “Glorifica o Teu nome, ó Pai”?

A grande demonstração está por acontecer!

Em breve, o mundo inteiro verá o magnífico ‘arco-íris’ projetado nos 144.000, conforme Apocalipse 18.1: “Depois destas cousas vi outro anjo que descia do Céu, que tinha grande poder, e a terra se iluminou por causa de sua glória”. Ânimo, pois, ó fiéis, pois logo veremos a realidade de Ezequiel 37.10-14!

Nessa oportunidade, Suas ‘paredes’ [Sua igreja], estarão refletindo perfeitamente _ isto é, 100% _ o caráter do Salvador, abrindo as portas para Seu glorioso retorno. Cada um de nós está sendo convidado a participar ativamente desse maravilhoso evento. E a nossa alegria reside no fato de que estamos pressentindo que isso acontecerá ainda em nossa geração.

Oremos: “Senhor, nosso querido Deus, concede-nos o privilégio de sermos das Tuas paredes e assim glorificarmos o Teu nome ininterruptamente. Em nome de Teu magnífico ‘Prisma’, o Senhor e Salvador Jesus Cristo, nosso Irmão. Amém”. 


Acesse aqui o 👉 índice completo do livro 'Como Comprar' do Irmão Olvide Zanella

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem