20- Vamos participar desta festa?

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20- Vamos participar desta festa?

Houve um rei que preparou a festa de casamento [bodas, união] de seu filho. E enviou os seus súditos para convidarem os seus amigos, mas esses não quiseram vir.

Mandou-lhes novamente outros súditos, com o seguinte recado: “Eis que já preparei o banquete, venham à festa”; mas, de novo recusaram o convite. Enviou, então, outros súditos para convidarem quem encontrassem pelas ruas e pelas estradas, e o salão de festas ficou cheio de gente. 

Quando o rei entrou no salão, avistando ali um homem que não estava usando a roupa de casamento, perguntou-lhe: “Amigo, como entrou aqui sem a roupa de casamento?” Ele, não tendo qualquer desculpa plausível a apresentar, ficou calado! E o rei disse, então, aos seus serventes: 

“Retirem daqui este desrespeitoso e mandem-no embora”.

Uma lição bem pouco compreendida

O original dessa parábola encontra-se em Mateus 22.1-14, onde o Rei é Deus Pai; o Filho é Jesus Cristo; os súditos são os que pregam o verdadeiro Evangelho bíblico; e os convidados são todos os seres humanos.

Conforme sublinhamos acima, nela há cinco pontos vitais, de suma importância para todos nós. Precisamos entender o que é representado:

 · pelo ‘casamento’ [bodas, união];

 · pela ‘roupa’ de casamento;

 · pelo ‘ter a roupa’ de casamento;   · pelo ‘usar’ e o ‘não usar’ essa ‘roupa’ e   · o que acontece ao usá-la;.

A cada um de nós convém saber, com plena e perfeita exatidão, o significado de cada um desses pontos, visto que todos estamos envolvidos neles. Convém, pois, compreender, com precisão e acerto, esses cinco aspectos primordiais, a fim de que nenhum de nós seja surpreendido pelo Rei e venha a sofrer os horrores da ‘segunda morte’ (Ap 2.11; 20.6, 14). 

Ora, mostrar indiferença ou rejeitar o convite do Rei seria algo desastroso; mas, igualmente, o seria apresentar-se na festa indevidamente vestido.

O que é representado pelas ‘bodas’, pelo  ‘casamento’ de Jesus

Nesta parábola, a igreja não é representada como a esposa e, sim, como convidada a essas ‘bodas’! Então o que elas simbolizam? “Pelas bodas é representada a união da humanidade com a divindade”  , isto é, a UNIÃO da natureza divina de Cristo com a Sua natureza humana pecaminosa. 

Esse ‘casamento’, essa ‘união’ das duas naturezas – a divina e a humana – deu-se em Jesus, no ventre da virgem Maria, por obra do Espírito Santo, de uma maneira que nos é impossível compreender. Apenas sabemos que elas se uniram; porém não sabemos como se uniram.

Cada um de nós, todo e qualquer ser humano, está sendo convidado a ir a este ‘casamento’, a participar da UNIÃO da Divindade com a humanidade ‘em Cristo’; da UNIÃO da natureza divina com a nossa natureza humana pecaminosa. Deus Pai está nos convidando a participar da UNIÃO da Sua Divindade com a nossa humanidade tendente ao mal. Que tal? Está você disposto a aceitar este fabuloso convite de participar dessas ‘bodas’? 

Mas, como ir às bodas? Como isso pode se dar? Como poderiam se UNIR estas duas naturezas: a minha natureza humana pecaminosa com a natureza divina de Seu Filho? Como poderia me unir à natureza de Deus? A resposta está no significado destas palavras de Jesus: “Permanecei em Mim...” (Jo 15.4), aliás já parcialmente explanadas no capítulo 9 deste livro.

O que é representado pela ‘roupa’ de casamento?

A ‘roupa de casamento’ [’traje de boda’ ou a ‘veste nupcial’] representa a Justiça de Cristo, isto é, o que Ele – ‘sendo nós’ – ‘fez por nós’: (1) nos uniu à Divindade; (2) viveu uma vida vitoriosa, (3) morreu na cruz, (4) ressuscitou e (5) exerceu e exerce Seu ministério no santuário celestial (Hb 4.14-16).

Essa ‘roupa’ já nos conferiu o direito ao Céu. Entretanto, estarão lá, na Pátria celestial, tão somente os que a vestirem, os que usarem constantemente essa ‘roupa’, que, por sinal, é um presente do Rei aos Seus convidados! Aproveitemos essa oportunidade única, a nós oferecida pelos altos Céus.

O que significa ‘ter a roupa’? Como se faz para ‘tê-la’?

Ciente do que Ele fez por nós, tendo crido em Jesus como Salvador pessoal e tendo sido batizado; vivendo em comunhão com Ele mediante uma vida devocional efetiva; olhando sempre para Sua santidade e perfeição. ‘Ter a roupa’ significa permanecer consciente destas cinco realidades: 

· 1) Relativamente à Sua encarnação: Estou tendo a ‘roupa’ enquanto continuo considerando que a minha natureza humana pecaminosa uniu-se e permanece unida à natureza divina ‘em Cristo’; que estou unido à Divindade; que fui adotado ‘nEle’ como um ‘filho do Altíssimo’; que faço parte, isto é, que sou um membro da família humano-divina, sendo, de fato, verdadeiro e legítimo irmão de Jesus Cristo, ‘herdeiro de Deus e coerdeiro com Cristo’ (Rm 8.17) e que, legal e objetivamente, o mesmo aconteceu também em relação ao meu próximo fiel ou infiel, isto é, quer seu comportamento seja bom ou mau.

· 2) Relativamente à Sua vida vitoriosa: Estou tendo a inestimável ‘roupa de casamento’ enquanto tenho sempre presente em minha mente que ‘em Cristo’ já cumpri, plena e perfeitamente, a Lei de Deus em pensamentos, palavras, ações e atitudes; que ‘nEle’ vivi a vida esperada pelos Céus, o que já me conferiu o direito a estar lá na Pátria Celestial; quando considero que, como estive ‘em Cristo’ enquanto Ele viveu Sua vida perfeita aqui na Terra, então já fui e sou, legal e objetivamente, vitorioso sobre o mal, assim como os israelitas diante da vitória de Davi sobre Golias (1 Sm 17).

· 3) Relativamente à Sua morte na cruz: Estou tendo a ‘roupa’ enquanto permaneço consciente de que meu ego, minha natureza humana pecaminosa morreu na cruz ‘nEle’; de que fui e estou ‘crucificado com Cristo’ (Gl 2.20 - KJ); de que fui plenamente perdoado e que estou morto para o pecado, para o mal, para o ego; ciente de que ‘o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo’ (Gl 6.14 - KJ). 

Enquanto me considero comprado pelo sangue de Jesus – 1 Co 6.20 – ciente de que a minha vida, corpo, talentos e bens agora Lhe pertencem e que Ele os usará para glória do Pai; quando, em gratidão por ter-me perdoado a dívida impagável, devo permitir que Ele mantenha em mim uma atitude compassiva, compreensiva e de perdão em relação ao meu próximo, mesmo aos que se comportam como inimigos meus ou em relação aos que muito me prejudicaram ou estão me prejudicando, me ofendendo ou me detestando.

· 4) Relativamente à Sua ressurreição: Estou tendo a ‘roupa’ enquanto conservo em minha mente a realidade de ser uma ‘nova criatura’ (2 Co 5.17), que passei pelo ‘novo nascimento’ (Jo 3.3-10), vivendo ‘em vida nova’ (Rm 6.4); isto é, pela fé no poder de Cristo, da Palavra, posso ser perfeitamente vitorioso sobre toda e qualquer tentação, sobre o ego, sobre as tendências ao mal; porque, quando Cristo ressuscitou, também eu ressuscitei ‘com Ele’ a fim de que Ele viva vitoriosamente em mim (Gl 2.19-21).

· 5) Relativamente ao Seu ministério no Santuário Celestial (Hb 8.1-2): Estou tendo a ‘roupa’ enquanto permaneço consciente de que, ‘em Cristo’, estou assentado ao lado direito do Altíssimo, participando do Seu ministério nas cortes celestiais, realizando a expiação, intercessão, etc.; estando ciente de que todos os homens estão, legal e objetivamente ‘nEle’, e que tudo o que lhes fizer – de bem ou de mal – a Cristo o faço, visto que Jesus é irmão de todo ser humano, bom ou mau; que devo permitir que Ele me torne, pela fé, um vencedor sobre o ego; enquanto considero, com muita estima e gratidão, a informação de que, por toda a eternidade, os remidos O servirão como Seus ministros [sacerdotes, servos] em Seu santuário (Ap 3.21; 20.6; 22.3; 1 Pe 2.9). 

O que significa ‘vestir, usar a veste nupcial’ e como isso se realiza?

Como se percebe: ‘ter Sua roupa’ ainda está situado no campo da teoria do evangelho. E bem sabemos que, em todos os sentidos, sem a prática, apenas a teoria em si não oferece qualquer proveito. ‘Ter Sua roupa’ é-nos importantíssimo, sim; porém o que é mesmo decisivo é ‘vesti-la, usá-la’! 

‘Ter a roupa de casamento’ é sinônimo de ‘estar em Cristo’, de ter fé naquilo que Ele fez por nós; enquanto ‘usar Sua roupa’ é sinônimo de ‘Ele estar em nós’; de Deus Pai “... revelar Seu Filho em mim ...” (Gl 1.16); de Ele vir viver Sua vida perfeita em nós. 

É ser ‘enjesuizado’  vide NR 1, p. 234 – o oposto a ser ‘endemoniado’! Vestir a ‘veste nupcial’ é ‘vestir-se de Cristo’ (Rm 13.14; Gl 3.27). É vestir o ‘linho fino, puro e resplandecente ...’ (Ap 19.8). É estar trajado com a justiça de Cristo. É o ‘... Cristo vive em mim’ (Gl 2.20). É o ‘COMO’! 

Se houver obediência à Lei por amor ao nosso Pai, é prova cabal de que há fé, de que estou usando o ‘traje de boda’, pois ‘... a fé sem obras está morta’ (Tg 2.26). Felizes serão os que Lhe permitirem viver neles, e assim poderem se apresentar perante o Juiz com obras de amor, isto é, de obediência à Lei. E também estarão isentos do ‘pranto e ranger de dentes’ (Mt 22.13).

De nada nos adiantará ter aceitado a Jesus como Salvador pessoal, saber o que Ele fez ‘por nós’ e conhecer as demais doutrinas bíblicas, se não ‘usarmos aquela roupa’ constante e ininterruptamente. E, se estivermos, de fato, ‘usando-a’, estaremos obedecendo-Lhe com perfeição, pois a obediência é fruto da fé. Para, realmente, estarmos lá na Pátria Celestial, precisamos: 

(1) do ‘direito de entrar’ – que nos é outorgado, gratuitamente, pela ‘roupa de casamento’, isto é, pelo que Jesus, sendo nós, fez por nós; 

(2) ‘sermos considerados dignos da confiança divina’ – o que nos é conferido por usar aquela ‘roupa’, isto é, através da ‘obediência pela fé’ (Jo 15). Frisando: obediência pela fé significa Jesus vir viver Sua vida em nós.

Essa é a única maneira de nos apresentarmos no ‘banquete celestial’ devidamente ‘vestidos’. Aquele que deixa de assim fazer, estará entre os que serão retirados da festa, por não honrarem com o devido respeito o Rei, preferindo se apresentar diante dEle vestidos com ‘trapos de imundícia’ (Is 64.6), com as sujas ‘vestes’ da justiça própria, do formalismo, do escravizante legalismo, que é a tentativa de obedecer a Deus confiando apenas nas próprias forças, agindo ainda por interesse próprio. No dia do juízo, esse ficará mudo, calado, sem apresentar desculpa aceitável para os seus defeitos de caráter.

A ajuda de Quem nos é, constantemente, necessária? 

Na verdade, é o Espírito Santo quem ‘nos veste com aquela roupa’. “Sobremaneira me regozijarei em Yahweh ... porque Ele me vestiu de vestes de salvação, cobriu-me com um manto de justiça ...” (Is 61.10). Boas-novas, não?

Somos nós capazes – por nós mesmos – de nos ‘manter vestidos’ ou de trazer à nossa memória a Palavra que nos dará a vitória sobre uma tentação? NÃO! Somos ‘servos inúteis’ (Lc 17.10), inábeis, vis, incapazes tanto de nos manter conscientes a respeito da ‘roupa de casamento’, quanto de nos lembrarmos a porção da Palavra a ser citada ao sermos tentados (Rm 8.26).

Também para essas duas necessidades carecemos, sim, da especial ajuda e da imprescindível assistência do Espírito Santo, a Terceira Pessoa da Divindade. Sem Seu batismo diário e sem o constante auxílio dEle, nos seria impossível, visto que Jesus disse: Ele – o Espírito Santo – ‘... tomará do que é Meu e o dará a conhecer a vós’ (Jo 16.15). Então, vamos participar dessa maravilhosa festa? Que sejamos considerados dignos de Sua confiança. 

Oremos: “Nosso Deus e Pai, muito obrigado pelo maravilhoso convite e por nos teres dado de presente a belíssima ‘roupa’ da Justiça de Cristo. Confessamos a Ti que ela fica muito bem em nós! Apronta-nos, pois, para a Tua festa dando-nos, SEM MEDIDA, o Teu divino Espírito Santo. Em nome de Jesus Te pedimos. Amém”.


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