19 - “Sede vós [moralmente] perfeitos!”

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19 - “Sede vós [moralmente] perfeitos!”

O Evangelho – as boas-novas da salvação ‘em Cristo’ – ensina-nos também como somos salvos do poder da lei do egoísmo com a qual nascemos. O Evangelho visa a nos possibilitar tanto o perdão como também o poder para, constante e completamente, dominar todas as tendências ao mal – hereditárias e cultivadas – conhecidas. Pela fé no poder da Palavra nenhum vício, paixão, defeito ou pecado são insuperáveis, imbatíveis. 

O objetivo do Senhor, portanto, não é apenas trazer-nos o perdão, mas também a restauração, isto é, a completa vitória sobre o poder da lei do pecado. A finalidade do Evangelho é preparar pessoas para viverem por amor ao Pai; pessoas às quais seja seguro conceder-lhes a vida eterna; homens e mulheres nos quais os Céus possam confiar plenamente, sem correr qualquer risco. 

A ‘angústia do pecado’ não tornará a se levantar na Pátria celestial, pois todos os salvos serão, completamente, idôneos e dignos da confiança de nosso Pai eterno. A ‘vacina’, provida por Ele, através de Cristo, se mostrará eternamente eficiente também para os seres celestiais que jamais caíram. Tanto que, em Naum 1.9 (CF), o Senhor nos assegura que: ‘Não se levantará por duas vezes a angústia,’ oriunda da prática de pecado.

A malignidade do pecado – qual veneno mortífero – reside também no fato de que, sob seu efeito e domínio, o culpado prefere, conscientemente, separarse eternamente da Vida – isto é, decide escolher a não-existência – a fim de não suportar mais a presença de Deus, a qual lhe seria um suplício. 

A melhor decisão da vida

A melhor e a mais importante decisão, que fazemos na vida, é a de aceitar ao Senhor Jesus Cristo, crendo ‘nEle’ como nosso Salvador pessoal; mas, após isso, devemos obter, pela fé, também completa vitória sobre o pecado, o nervosismo, o ego, os vícios, o ‘estopim curto’, e outros defeitos de caráter; se continuarmos sob o domínio desses pecados, a triste realidade é que o inimigo estará ainda, nos controlando. 

Teria apenas trocado de mão: antes da conversão, ele nos controlava com a mão direita; e após, com a mão esquerda! Mas continuaria no controle. Sabemos que é possível dar um basta nisso, vencer o mal, libertar-nos do domínio do maligno. Ora, Jesus faz isso por nós!

É possível a nós, pobres mortais, obedecer-Lhe sempre?

Sim! É perfeitamente possível. Observe estas promessas: “Eu porei as Minhas leis [as tendências ao bem] em suas mentes”;  “... e as escreverei nos seus corações ...” (Hb 8.8-12 - KJ; Jr 31.31-33). “Não vos sobreveio prova que não seja comum aos homens, mas Deus é fiel que não permitirá que sejais provados além do que podeis, antes dará saída para vossa prova de modo tal que podeis suportar” (1 Co 10.13). É, pois, sempre possível a Jesus nos levar à permanente vitória moral.

Jesus nos informa que “Todo o que comete pecado, é escravo do pecado” (Jo 8.34 - KJ), e nos garante completa vitória, liberdade integral do domínio do mal. “Conhecereis a Verdade [Jesus] e a Verdade vos libertará” (Jo 8.32 - KJ) da culpa e de continuar pecando, e não para continuar pecando, pois “a todos quantos O receberam, a eles deu o poder de se tornarem filhos de Deus ...” (Jo 1.12 - KJ).

E o que significa ‘se tornar filho de Deus’? Recordemo-nos de Mateus 5.44-45 (KJ): “Amai os vossos inimigos e abençoai os que vos amaldiçoam, fazei o bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos tratam com maldade, e vos perseguem para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus ...”. 

Portanto, ‘ser feito um filho de Deus’ significa também alcançar a perfeita vitória sobre o ego, dominá-lo pela fé no poder da Palavra, refletindo o caráter de Cristo. “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.36 - KJ) também do domínio do pecado. “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou” (Gl 5.1 - CF).

“O que possivelmente poderia impedir-nos de alcançar a perfeição mais do que pensarnão ser ela esperada ?”   Deus a espera, conforme lemos em Mateus 5.48 - KJ: “Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está no céu”. E em 2 Coríntios 13.9-11 (CF) “E o que desejamos é a vossa perfeição ... sede perfeitos”. 

Qual é, então, a perfeição moral que Jesus nos ordena obter? Como se definem corretamente a perfeição bíblica, o perfeccionismo e o imperfeccionismo? Precisamos compreender e definir bem esses termos, para chegarmos ao exato conceito bíblico, a fim de atingirmos o pretendido objetivo. 

Provavelmente, os errôneos conceitos do que é e do que não é a perfeição moral tenham contribuído para a rejeição à doutrina bíblica da perfeição do caráter cristão. Precisamos saber bem tanto o que ela significa, como o que ela não significa. Uma errônea compreensão pode nos desviar tanto:

· 1) Para um extremismo inatingível: o perfeccionismo.  Com as seguintes palavras, Jesus realçou o dever de sermos fiéis nas mínimas coisas: “Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito, e quem é injusto no pouco, também é injusto no muito” (Lc 16.10). Entretanto, de maneira alguma elas animam o perfeccionismo, que o Dicionário Aurélio define como ‘tendência obsessivamente exagerada para atingir a perfeição na realização de alguma coisa.’ 

 Seria, por exemplo, alimentarmos a falsa expectativa de não mais termos desejos pecaminosos ou pensamentos maus, o que equivale a alimentar a utopia de nos ser possível possuir carne santa nesta vida, i.e., antes da volta de Jesus. 

Ou criarmos a expectativa de que as hereditárias tendências ao mal seriam erradicadas também de nossa pecaminosa natureza humana. Sabemos que elas permanecerão conosco enquanto estivermos neste mundo. Compreendemos que, pela graça do Senhor, é perfeitamente possível erradicá-las de nosso caráter; mas de nossa carne, não. Isso será um feito absolutamente impossível de se realizar nesta vida.  

Ou distorcer um ensinamento bíblico de tal sorte que se torne ridículo ou impossível de praticá-lo, isto é, um absurdo. 

Por exemplo, considerar que, para cumprir a instrução do Mestre, em Mateus 5.39 [“... Não vos levanteis contra o malvado; mas ao que te golpeia na face direita, volta a ele também a outra”], o cristão deveria, LITERALMENTE, oferecer seu rosto para que o ofensor o esbofeteasse – o que seria ridículo – quando o que Jesus nos está ensinando é a termos uma atitude de compreensão, mansidão, tolerância e amor perdoador ao ofensor, que sequer nos sintamos ressentidos pelo mal que nos foi ou está sendo feito. 

Ao estar sendo crucificado, Jesus orou por Seus algozes: “Pai, perdoa-os porque não sabem o que fazem” (Lc 23.34). 

Ou que, para cumprir Mateus 5.29-30 [“Se o teu olho direito é ocasião de tropeço, arranca-o e lança-o de ti; ... E se a tua mão direita te é ocasião de tropeço, corte-a e lançe-a de ti ...”], o cristão deveria, LITERALMENTE, arrancar seu olho ou cortar fora a mão – o que seria um absurdo inadmissível – quando Jesus está  apenas Se referindo, figurativamente, a ‘negar o eu maldoso’.

· 2) Para uma desilusão: o imperfeccionismo. “Apartai-vos de Mim, praticantes da iniquidade” (Mt 7.23). Praticar a iniquidade é sinônimo de transgredir a Lei de Deus, de não prestar uma obediência perfeita. 

Trata-se de imperfeição de caráter. Sim, o perfeccionismo é, de fato, danoso; porém, da mesma forma o é o imperfeccionismo – a doutrina da imperfeição – que, presunçosamente, ensina que Deus nos receberia na Pátria celestial, ainda que aqui continuássemos a transgredir a Sua Lei conscientemente e mesmo sem a esperança de cessar de pecar.

Entretanto, o que nos diz Ele em Sua Palavra? “Mas quanto aos covardes, aos infiéis, aos pecadores, aos corruptos, aos homicidas, aos fornicadores, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os falsos, sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, que é a segunda morte” (Ap 21.8). Assim, nosso Deus Se declara,aberta mente, contrário à impunidade. 

Tanto o perfeccionismo como o imperfeccionismo se revelarão desastrosos, se alguém os adotar. Crer no imperfeccionismo significa descrer nas promessas e no poder de Cristo de nos libertar do domínio do pecado, de continuar pecando, de seguir ofendendo ao Pai. Significa esperar que Deus confiaria a vida eterna a quem é indigno da confiança dEle. Uma ilusão diabólica!

Eis o alerta que nos deu o Senhor: “Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco, também é injusto no muito. Se, pois, não vos tornastes fieis ... quem vos confiará a verdadeira riqueza?” (Lc 16.10-11 - RA).

Os que são contrários à doutrina da perfeição moral costumam fazer perguntas capciosas, semelhantes a estas: “Você é perfeito?” ou “Você conhece alguém que seja perfeito?” A esses convém responder que não cabe a homem algum fazer tal julgamento. Apenas o Senhor Deus é competente para responder a tais perguntas. Estamos conscientes das nossas deficiências atuais e que o Senhor nos revelará outras, agora desconhecidas.

O imperfeccionismo poderia ser bíblico?

Salvo os eruditos, conhecedores do hebraico, aramaico e grego, os demais interessados no estudo das Sagradas Escrituras, inevitavelmente, se servirão de alguma tradução das mesmas. 

Traduzi-las de modo adequado é um empreendimento que tem desafiado os estudiosos e os especialistas nessas línguas, por se tratar de uma tarefa extremamente difícil e complexa. Assim, é comum haver falhas, erros, equívocos e imperfeições nas mais diversas traduções. Examinemos alguns desses equívocos de tradução, que têm sido usados pelos que são contrários à doutrina da perfeição cristã para distorcê-la.

Um deles se encontra em Eclesiastes 7.20, sendo que, na absoluta maioria das traduções, consta algo semelhante a: “Porque não há sobre a terra um homem que seja justo, que faça o bem e não peque”. 

A tradução correta que, por sinal, se alinha com as demais partes da Bíblia sobre esse assunto, segundo o comentarista Adam Clarke, é: “Não há  sobre a terra um homem que seja justo [por si próprio], que faça o bem [por suas próprias forças] e que não esteja sujeito a pecar”. 

O mesmo acontece em relação à 1 Reis 8.46, na oração de Salomão, por ocasião da dedicação do templo, onde a tradução correta é: ‘Quando pecarem contra Ti (pois não há homem que não possa pecar ...)’; no entanto, na maioria das traduções, lê-se: ‘Quando pecarem contra Ti (pois não há homem que não peque ...)’. Não nos apressemos a condenar os tradutores. Como dissemos, acertar tudo, numa tradução das Escrituras, é um feito ainda não atingido.

Outro desafio é harmonizar Lucas 16.10 [‘Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito, e quem é injusto no pouco, também é injusto no muito’] com Eclesiastes 7.16 [‘Não sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo?’]. 

À primeira vista, poderia nos parecer que aqui estaríamos mesmo diante de uma contradição na Bíblia. Adam Clarke novamente nos auxilia, explicando que Eclesiastes 7.16 (CF) não se refere a uma afirmação do Senhor; mas de um dito mundano, popular na época, usado pelos opositores infiéis. Salomão o reproduziu ironicamente, com o fim de, no versículo seguinte, combatê-lo assim: “Não sejas demasiadamente ímpio nem sejas louco; por que morrerias fora do tempo?”; isto é, não teria parte na vida eterna.

Salomão se valera dessa tática já em Eclesiastes 7.11-12, onde primeiro registrou outro dito mundano (no versículo 11), para combatê-lo no versículo 12. 

Que o Senhor deseja que sejamos fiéis, também e especialmente, nas mínimas coisas, obviamente sem descambar para o perfeccionismo, está realçado também em Mateus 23.23, onde Jesus nos ordena a dizimar até os próprios temperos da alimentação: ‘hortelã, endro e cominho’. Concluímos, assim, que inexiste qualquer contradição nos escritos originais da Bíblia e que o imperfeccionismo não encontra qualquer apoio nas Escrituras. É antibíblico! 

O que a perfeição não é:

· Não se trata de perfeição absoluta. Essa é uma característica única, exclusiva de Deus. Todos os seres criados – anjos inclusive – estão excluídos dessa categoria de perfeição. 

Jesus disse: “E depois que Eu for levantado da terra atrairei todos a Mim” (Jo 12.32). 

Ele estava Se referindo ao fato de que os próprios anjos bons ainda mantinham certo grau de simpatia por Lúcifer; mas, na cruz, o caráter perverso dele se revelaria mais claramente, a ponto de os anjos bons expulsarem Satanás de seus corações. 

Os anjos bons também não tinham uma perfeita compreensão de todos os aspectos do pecado. Tinham um entendimento imperfeito.

· Não se trata de igualdade com Cristo. Porque nós, lamentavelmente,  cedemos às nossas hereditárias tendências ao mal; mas Ele nunca cedeu a elas; nunca as cultivou como nós.

· Não se trata de perfeição da natureza física. Nosso físico continuará a se enfraquecer, a se deteriorar. Nossa memória, a falhar. As doenças, as enfermidades e as fraquezas físicas e mentais continuarão a existir.

· Não se trata de um melhoramento ou da erradicação de nossa natureza tendente ao mal. Nem de convertê-la em ‘carne santa’. Ela continuará inclinada ao mal, como sempre foi, até o dia da volta de Jesus. Não se reformará. 

Não melhorará. Não piorará. Continuará a insuflar tendências e desejos maus, constantemente. Em hipótese alguma, há verdade na afirmação: “Não sou como os demais homens” (Lc. 18.11 - CF).

Nunca precisarei, portanto, me incomodar com a minha reputação, isto é, com ‘o que vão pensar de mim’. Na realidade, sou – e continuarei sendo – bem além do pior conceito ou da mais negativa avaliação a meu respeito. 

Se alguém vir alguma boa atitude em mim, será apenas uma manifestação de Cristo, de Sua virtude e poder e nunca porque meu ego – minha natureza humana – tivesse melhorado. Eis como nos avalia 

Aquele que não pode errar: “Se vós sendo maus ...” (Mt 7.11). O bem de Cristo em mim poderá ser visto; mas nunca o do meu próprio ego, pois nele nada de bom existe. “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum” (Rm 7.18 - CF). Nenhum! Eis o que sou: mau!

· Não se trata de não sermos mais tentados pela carne. 

“Os homens não são salvos por serem inteiramente libertos da carne; mas por receberem o poder para vencer, e dominar sobre todas as más tendências e sobre todos os desejos carnais. 

Os homens não desenvolvem o caráter – de fato, nunca poderiam fazê-lo – por serem libertos do reino da tentação; mas, por receberem poder, no campo da tentação, exatamente onde estão, para vencerem toda tentação. 

... Se os homens devessem ser salvos por se libertarem inteiramente da carne tal como ela é, então Jesus nunca precisaria ter vindo ao mundo. Se os homens devessem ser salvos por serem libertados de toda tentação, e colocados num ambiente isento de tentação, então Jesus não precisaria ter vindo ao mundo. Mas nunca, por qualquer tipo de libertação como essa, poderia o homem ter desenvolvido o caráter”.  

· Não se trata de atingir um ponto, além do qual não haveria mais aperfeiçoamento. Nem onde já não existiria mais possibilidade de cair, onde estaríamos fora do alcance da tentação. 

Ninguém, que Deus considera perfeito, sentirá ou admitirá que é perfeito, porque quanto mais próximos estivermos de Jesus e mais nos comparando com Sua pureza e perfeição, mais nitidamente manifestas nos serão outras imperfeições e pecaminosidade; veremos, em nós, outros defeitos insuspeitáveis e estaremos menos cientes de estarmos correspondendo aos Seus anseios e menos satisfeitos conosco (Ez 36.31).

· Não se trata de uma realização humana, isto é, buscando vencer as tentações apenas por suas próprias forças, sem exercer fé no poder da 

Palavra [Jesus]. Seria legalismo. Seria a ‘justiça pela lei’ [‘obras da lei’], ‘justiça própria’, condenada também em Romanos 9.31-10.4. Nem mesmo é uma realização nossa pela fé no poder da Palavra.

“Todas as formas de ‘salvação pelas obras’: seja salvação pelo estudo da Bíblia, salvação pela oração ou salvação por falar em línguas, são uma negação da salvação pela graça mediante a fé no Salvador Jesus Cristo vivo”.  Sim, pois, ‘sem Mim, nada podeis fazer’ (Jo 15.5). 

O que é, então, a perfeição moral, bíblica?

· Perfeição é o processo de contínuo desenvolvimento. Isso nos foi ensinado em Marcos 4.26-29: “Disse ainda: O reino de Deus é assim: é como um homem que lança a semente na terra, e se deita e se levanta, de noite e de dia, e a semente brotasse e crescesse, embora ele não entenda como, porque a terra produz fruto por si mesma, primeiro sai a erva, depois a espiga, e por último o grão cheio na espiga.

E quando o fruto está maduro, então se mete a foice, porque chegou a colheita”. Sendo que ‘a semente é a Palavra de Deus’ (Lc 8.11) e o terreno, onde Ela está sendo plantada, somos nós (Mt 13.3-23).

A perfeição continua presente durante todo o processo do desenvolvimento da planta. Vejamos: a semente é escolhida para o plantio por ser julgada perfeita. 

E quanto à sua germinação (que é incompreensível à mente humana)? Perfeita! Seu broto saindo da terra nos causa admiração porque exibe o encanto de sua perfeição, pois ‘nem mesmo Salomão, com toda a sua magnificência, se vestiu como um destes’ (Mt 6.29). Em perfeição segue crescendo, lançando mais folhas e engrossando o caule. 

E agora já demonstra sua perfeição também ao surgir nela a flor que lhe acrescenta ainda mais beleza, e seu perfume delicia o nosso olfato e atrai os insetos polinizadores. Eis que a planta está se aproximando da finalidade para a qual foi plantada. 

Está mais perto do último estágio de seu perfeito desenvolvimento. Finalmente eis nela a espiga e os grãos maduros. A planta atingiu seu último estágio! A semente brotada desenvolveu-se gradativamente, até chegar à sua etapa final. Revelouse diferente a cada dia; entretanto, mesmo ao ostentar o grão maduro não foi mais perfeita do que nas etapas anteriores. 

Isso ilustra o nosso desenvolvimento da perfeição moral, enquanto vamos, gradativamente, aprendendo o processo de permitir que Jesus viva Sua vida em nós. 

Algo semelhante ocorreu também com o Senhor: “E crescia Jesus em estatura, em sabedoria e em graça para com Deus e para com os homens” (Lc. 2.52), e em Hebreus 2.10; 5.8-9: “Porque convinha ... aperfeiçoar mediante o sofrimento ao Príncipe da salvação ...”; “embora era o Filho, aprendeu a obediência ... e dessa maneira, havendo sido aperfeiçoado ...” 

Mesmo em meio a dificuldades, provações e aflições Ele foi perfeito em cada fase de Sua vida. Um ambiente difícil é, também mais propício para o Senhor desenvolver Sua perfeição moral em Seus fiéis. 

Sua obra neles estará completa só quando Ele Se revelar ininterruptamente na vida deles; quando revelar 100% o Seu próprio caráter neles (Gl 1.16) e não que eles mesmos possam desenvolver um caráter semelhante ao dEle. Eis a diferença!

A difusão mundial (Ap 18.1) e a progressiva compreensão do plano da salvação pela humanidade, o consequente crescimento e multiplicação dessa divina ‘ciência’ (Dn 12.4 - RA), tanto quanto o aprofundamento nela, possibilitando-nos sucessivas etapas no desenvolvimento da perfeição cristã, foram ilustrados em Ezequiel 47.1-12. 

Ali temos que ‘brotava água por debaixo do umbral oriental do templo’, simbolizando o ‘evangelho eterno’ (Ap 14.6), notadamente o sangue derramado na cruz, possibilitando-nos a redenção em Cristo. 

“Ao sair o Homem glorioso com uma medida em Sua mão, mediu mil côvados e me fez passar pela água até que me chegou aos tornozelos. Mediu mil côvados, e me fez cruzar pela água até me chegar aos joelhos. 

Mediu mil côvados e me fez cruzar pela água até que me chegou aos lombos. Mediu mil côvados, mas se tornara uma torrente que ninguém era capaz de cruzar, pois o nível da água aumentara e a torrente crescera, e ninguém era capaz de cruzá-la” (Ez 47.3-5). Ao contemplarmos os grandes mistérios: 

1) da união da Sua natureza divina com a natureza humana pecaminosa ‘em Cristo’, fato que ocorreu no ventre de Maria, Sua mãe; 

2) do convite do Pai Celestial para que aceitemos o fato de que ‘nEle’ fomos unidos à Divindade, tornando-nos Seus filhos, irmãos de Jesus; 

3) da Sua intenção de nos vestir com o manto de Sua perfeita justiça, a fim de nos apresentar “a Si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Ef 5.27 - RA; Ap18.1);

4) de sermos “cheios de toda a plenitude de Deus“ (Ef 3.19), fato esse que nos deixa tontos, pois desconhecemos toda Sua magnitude;

5) de Seu plano de “lhe concederei que se assente Comigo em Meu trono” (Ap 3.21), realmente nos vemos diante de uma nascente de amor e de bondade tal que se alarga, se aprofunda e se torna incompreensível à nossa limitada mente. 

Ficamos estupefatos ante a grandiosidade da generosidade do Pai ao nos dar Seu único Filho como nosso Irmão primogênito, Salvador, Senhor e Deus. A perfeição que Ele planejou para a raça caída está completamente fora do alcance de nossa mais fértil imaginação: “rio que ninguém era capaz de cruzá-lo” (1 Co 2.9).

· Perfeição é uma realização de Cristo, não do homem! É precisamente aqui onde se equivocam os opositores à perfeição cristã e nos alcunham de perfeccionistas. 

Ora, não se trata do que o homem pode fazer mesmo com o auxílio divino e sim, do que Deus promete e Ele mesmo realiza em e por nós, ao consentirmos e ao colaborarmos, com todo o nosso empenho e com fé no poder criador e transformador da Palavra. 

Para se obter a verdadeira e ininterrupta vitória sobre o nosso ego, o esforço humano e a onipotência divina devem, sim, estar combinados, assim como o cloro (Cl) e o sódio (Na), para formar o sal de cozinha (NaCl). Ao vir viver em nós, que espécie de vida viveria Ele senão a Sua que é perfeitíssima?! A única maneira de recebermos Sua justiça pela Sua fé é se Ele estiver vivendo em nós! Preste muita atenção nisto:

“Sendo isso assim, abandonemos, então, para sempre, toda ideia de que a perfeição é algo que devemos lograr por nós mesmos. ... Deus a espera e fez provisões para isso. Para isso é que fomos criados. O único objetivo de nossa existência é sermos exatamente isto: perfeitos com a perfeição de Deus. 

E lembremo-nos de que devemos ser perfeitos com o Seu caráter. O Seu padrão de caráter deve ser nosso. Sim, o Seu próprio caráter deve ser nosso. Não devemos ter um [caráter] desenvolvido à semelhança do dEle; o Seu próprio caráter deve ser nosso. E somente essa é a perfeição cristã.”    Somos apenas uma tosca parede para o Arco-íris!

Frisemos com toda a ênfase possível: Não se espera que nós mesmos venhamos a desenvolver esse caráter perfeito mesmo se fosse pela graça e, sim, que Jesus o viva em nós! Ao fazê-lo, vale-Se de nossa mente: age através dos nossos órgãos: raciocinando, sentindo, vendo, falando, ouvindo, trabalhando, etc. Recorde-se de Salmo 32.8. Amém? 

Porém, conforme João 3.8, essa realidade nem mesmo é percebida por nós: “O vento sopra onde quer e ouves seu ruído, mas não sabes de onde vem nem para onde vai. Assim é todo o que é nascido do Espírito”. 

· Perfeição é ‘estar em Cristo’. Quando estamos ‘em Cristo’, não apenas legal, mas também subjetivamente, aceitando-O como Salvador pessoal, Deus Pai nos credita o caráter perfeito, a obediência perfeita de Seu Filho. Também nesse sentido, “estais perfeitos ‘nEle’” (Cl 2.10 - CF). 

E todo aquele que – após ter aceitado a Jesus – mantém sua consciência limpa, por ter-Lhe pedido perdão de todos os seus pecados, inclusive dos ocultos, continua sendo perfeito ‘nEle’. “Bemaventurados os limpos de coração ...” (Mt 5.8 - RA). Limpos, porque obtiveram perdão de todos e quaisquer pecados, por tê-los confessado. 

· Perfeição é também o amadurecimento do caráter cristão. É o resultado final da obediência a Cristo pela fé, da Justiça de Cristo pela Fé. Em Apocalipse 14.15 (CF), lê-se que ‘já a seara da terra está madura’ – está pronta para a colheita – isto é, finalmente, o povo de Deus, os fiéis cristãos, estarão refletindo 100% o caráter de Jesus, que vive neles. 

 Entende-se impecabilidade como caráter sem pecado e isso é possível sempre que escolhermos não pecar. Um cristão maduro é aquele que, independentemente da circunstância em que se encontrar, já não mais escolhe pecar. Sempre opta por não se rebelar, e a Palavra [Jesus] lhe confere vitória após vitória, e vai progredindo ‘de fé em fé’.

· Perfeição é ‘sair de Babilônia’ (Ap 18.4). “Agora volvamo-nos ao estudo do que significa sair de Babilônia. Todos sabem agora que sair de Babilônia é sair do mundo e separar-se de Babilônia é separar-se do mundo. ... Mas o homem, que está ligado a si mesmo, está ligado ao mundo, e o mundo é Babilônia. Vocês separaram-se do pecado, separaram-se deste mundo, para estar fora de Babilônia. 

Tendo aparência de piedade, mas negando o poder dela. (2 Tm 3.5 - KJ) é simplesmente outra expressão que descreve Babilônia e sua condição nos últimos dias. Sendo assim, se eu ... tenho a aparência de piedade sem o poder, pertenço a Babilônia [aqui inclui-se todo aquele que não pratica o ‘Método de Jesus’ ao enfrentar as múltiplas tentações]; não importa como me intitule a mim próprio, sou um babilônico; tenho sobre mim uma capa babilônica. 

Trago Babilônia para a igreja onde quer que eu vá. ... Assim, sendo que devo fugir de mim mesmo, onde fica Babilônia? Onde fica o mundo? Inteiramente no eu”.  

Vemos, assim, que não basta pertencer a uma denominação religiosa, a uma igreja, para ter saído de Babilônia! Só se ‘sai dela’ quando se obtém completa vitória sobre o ego pela fé no poder da Palavra. “Retirai-vos dela, povo Meu” (Ap 18.4). 

A prova de que ‘temos a verdade’ não está na apresentação de um rol de doutrinas, ainda que bíblicas e, sim, no fato de termos a Cristo vivendo Sua vida vitoriosa em nós, obtendo pleno sucesso em dominar o nosso ego. 

· Perfeição é um ideal. Por definição, ideal é um objetivo, do qual podemos nos aproximar mais e mais, facultando contínuo progresso na semelhança com o Modelo divino, mas que sempre estará numa posição muito acima da que nos encontramos – inatingível. 

Paulo expressou esse processo da perfeição cristã assim: 

“Não que já a tenha alcançado ou que seja perfeito; mas prossigo, para alcançar aquilo para o que fui também alcançado por Cristo Jesus. Irmãos, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as coisas que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. 

Por isso todos quantos já somos perfeitos [que estamos vivendo no processo da perfeição] tenhamos esse mesmo sentimento” (Fp 3.12-15 - KJ). Paulo não estava ciente da posição em que Jesus o levara e divisava que, na realidade, havia ainda outros degraus da escada para subir!

Ainda durante toda a eternidade, haverá contínuo e inesgotável crescimento rumo à perfeição, pois essa escada sempre terá mais um degrau, anteriormente desconhecido. É um ideal a ser atingido!

Está o Senhor aguardando a perfeição moral em nós?

“Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que abunde a graça? De maneira nenhuma! Porque nós que morremos para o pecado, como viveremos ainda nele? ... E o pecado não terá domínio sobre vós; porque não estais debaixo da lei [do pecado e da morte], mas debaixo da graça” (Rm 6.1-14 - KJ).

 “Abstende-vos de toda aparência do mal. E o mesmo Deus de paz vos santifique completamente; e oro a Deus que todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam preservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é O que vos chama, O qual também o fará” (1 Ts 5.22-24 - KJ ).

“Ora, Àquele que é poderoso para impedir-vos de cair, e para apresentar-vos sem defeito, diante da presença de Sua glória, com abundante alegria” (Jd 24 - KJ). 

“E vós, que noutro tempo éreis alienados e inimigos em vossa mente pelas vossas obras más, agora, contudo, vos reconciliou, no corpo da Sua carne, pela morte, para vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis diante de Seus olhos” (Cl 1.21-22 - KJ). “... para que vos conserveis perfeitos ...” (Cl 4.12 - RA).

“Bendito é Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, O qual nos bendisse com todas as bênçãos espirituais no Céu, no Cristo, segundo nos escolheu de antemão nEle desde antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dEle” (Ef 1.3-4).

“Amados meus, agora somos filhos de Deus, e até agora não se manifestou o que haveremos de ser, mas sabemos que quando Ele Se manifestar seremos semelhantes a Ele, e O veremos tal como Ele é. E todo o que tem esta esperança nEle, a si mesmo se purifica como Ele é puro. ...

“Todo o que permanece nEle não peca, e todo o que peca não O viu nem O conheceu. ...  Todo aquele que pratica o pecado é de Satanás, porque Satanás tem sido pecador desde o princípio... Todo o que é nascido de Deus não pratica o pecado, porque a Semente de Deus está nele, e não pode pecar, porque é nascido de Deus” (1 Jo 3.2-9). Não peca enquanto Jesus está vivendo Sua vida nele.

“O remanescente de Israel não cometerá iniquidade, nem falará mentiras, e não se achará língua enganosa na sua boca; mas serão alimentados e se deitarão, e ninguém os fará ter medo” (Sf 3.13 - KJ). 

“Digo, porém: Andai no Espírito [isto é, citem a Palavra na hora da tentação], e jamais satisfareis à concupiscência da carne” (Gl 5.16 - RA). Maravilha!.

Entre os que desejam ser fiéis ao Senhor, ‘Cristo, Justiça Nossa’, isto é, a justiça de Cristo pela fé no poder da Palavra, a ‘obediência da fé’ (Rm 16.26 - KJ) será o assunto que dominará todos os demais. Portanto, chegou o tempo de se cumprir, entre nós, a tão esperada profecia de Apocalipse 18.1 e Isaías 6.3. 

Irmão, agora a volta de Jesus será mesmo ‘em breve’. E, porventura, as inusitadas ações dos hodiernos líderes mundiais não estão demonstrando que estamos entrando naquela ‘angústia qual nunca houve’ (Dn 12.1 - CF)? Se ‘aquele um’ está tão agitado ... é porque, desta vez, o evangelho se alastrará!

Há diferença entre SER perfeito e afirmar, fazer ALARDE de ser perfeito. 

É possível atingirmos a perfeição de caráter, pois, a respeito dos 144.000, eis que está escrito: ‘são irrepreensíveis’ (Ap 14.5 - CF); isto é, são perfeitos. Entretanto, como os que Deus considera perfeitos não estão cientes da posição atingida, nem se passa pelas suas mentes a ideia de declarar o fato. 

Considere, então, que existe uma grande diferença entre dizer, afirmar que se é perfeito e estar, realmente, trilhando o caminho da perfeição, segundo a avaliação do único Juiz: Deus. “Se dissermos que não temos [cometido] nenhum pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós” (1 Jo 1.8 - KJ). Continuamos aprendizes e sedentos de justiça. Com os que acertam aprendemos o que fazer e, com os que erram, o que não fazer.

Sabe-se que, enquanto os olhos se mantiverem voltados para a perfeição de Cristo, o ser humano SEMPRE manterá sua posição de humilde realidade: “Ai de mim ... porque sou um homem de lábios impuros“ (Is 6.5 - KJ) e “Deus, tem piedade de mim, pecador” (Lc 18.13). 

Tendo esse sentimento, como poderia DECLARAR-SE ‘sem pecado’? Porém, ao se voltar para os outros e para os defeitos deles, possibilita-se o ressurgimento do farisaísmo que assim se expressa: ‘não sou como os demais homens’ (Lc 18.11). O perigo está em desviarse dEle. Estamos cientes de que devemos continuar buscando a perfeição moral, cristã com todo o empenho, tendo ‘fome e sede’ (Mt 5.6) dela. Amém?

Oremos: “Querido Pai, muito obrigado porque um dos objetivos do Senhor é que Jesus viva Sua vida perfeita em nós ininterruptamente. Em Seu nome. Amém”.

Apoio ao conteúdo deste capítulo

“Quando o caráter de Cristo se reproduzir perfeitamente em Seu povo, então virá para reclamá-los como Seus.“   “Vi que ninguém poderia participar do ‘refrigério’ a menos que obtivesse a vitória sobre toda tentação, orgulho, egoísmo, amor ao mundo, e sobre toda má palavra e ação”.    

“O evangelho tem de ser apresentado, não como uma teoria sem vida, mas como força viva para transformar a vida. Deus deseja que, os que recebem Sua graça, sejam testemunhas do poder da mesma. ... Quer que Seus servos deem testemunho de que, mediante Sua graça, podem os homens possuir caráter semelhante ao de Cristo ... 

“As palavras, meramente, não o podem dizer. Seja refletido no caráter e manifestado na vida. Cristo pousa para ser retratado em cada discípulo. A todos predestinou Deus para serem ‘conformes à imagem de Seu Filho’ (Rm 8.29). 

Em cada um se tem de manifestar ao mundo o longânimo amor de Cristo, Sua santidade, mansidão, misericórdia e verdade. ... Cristo não Se manifestará, enquanto a vitória não for completa, e Ele vir ‘o trabalho de Sua alma’ (Is 53.11)”.  

A ‘Chuva Serôdia’, necessária para o amadurecimento!

“O amadurecimento do grão representa a terminação do trabalho da graça de Deus na alma. Pelo poder do Espírito Santo deve a imagem moral de Deus ser aperfeiçoada no caráter. Devemos ser completamente transformados à semelhança de Cristo”.   

“O Espírito Santo é o sopro da vida espiritual na alma. A comunicação do Espírito é a transmissão da vida de Cristo. Reveste o que O recebe com os atributos de Cristo”.  

“Ao pecado só se poderia resistir e vencer por meio da poderosa operação da terceira Pessoa da Divindade, a qual viria, não com energia modificada, mas na plenitude do divino poder. É o Espírito que torna eficaz o que foi realizado pelo Redentor do mundo. 

É por meio do Espírito que o coração é purificado. Por Ele torna-se o crente participante da natureza divina. Cristo deu Seu Espírito como um poder divino para vencer toda tendência hereditária e cultivada para o mal, e gravar Seu próprio caráter em Sua igreja”.   

“Há vida nas palavras de Deus. Jesus declarou: ‘As palavras que Eu vos tenho dito, são espírito e são vida’ (João 6.63). A palavra recebida em fé traz o Espírito e a vida de Deus para a alma”.   

“É por meio da Palavra que Cristo habita em Seus seguidores. Esta é a mesma vital união representada por comer Sua carne e beber Seu sangue. As palavras de Cristo são espírito e vida. Recebendo-as, recebeis a vida da Videira. Viveis ‘de toda a palavra que sai da boca de Deus’ (Mt 4.4)”.  

“Devemos sempre ser gratos que Jesus demonstrou-nos [provou-nos] por fatos reais que o homem pode guardar os mandamentos de Deus, contradizendo a mentira de Satanás de que o homem não os pode guardar. 

O Grande Mestre veio para nosso mundo para colocar-Se à cabeça da humanidade, para assim elevar e santificar a humanidade pela Sua santa obediência à todas as ordens de Deus mostrando que é possível obedecer a todos os mandamentos de Deus.

Ele demonstrou que uma vida inteira de obediência é possível. Assim Ele dá ao mundo homens escolhidos, representativos, como o Pai deu o Filho, para exemplificar na vida deles a vida de Jesus Cristo. 

 “Não necessitamos colocar a obediência de Cristo, por si mesma, como algo para o qual Ele estava particularmente adaptado, pela Sua especial natureza divina, pois Ele estava diante de Deus como Representante do homem e foi tentado como Substituto e Fiador do homem. 

Se Cristo tivesse tido um poder especial, do qual o homem não dispõe, Satanás teria tirado proveito disto. A obra de Cristo foi despojar a Satanás de suas pretensões de dominar [de controlar] o homem, e Ele só poderia fazer isto na forma em que veio – um homem, tentado como um homem, prestando a obediência de um homem”.   

‘Alegrai-vos, pois, filhos de Sião, regozijai-vos no Senhor, vosso Deus, pois Ele vos deu um ensinador de Justiça. Ele vos enviou abundantes aguaceiros, ambas, a chuva temporã e a serôdia, como antes.’ (Jl 2.23 - NIV). 

“Então, a chuva serôdia – o alto clamor  16– é, segundo a Escritura e os Testemunhos, a doutrina da Justiça, ou seja, segundo Justiça”.   O que significa ‘entrar no descanso’ de Hebreus 4? 

“Destarte é que ‘nós, porém, que cremos, entramos no descanso’ (Hb 4.3). E aquele que entrou no descanso, cessou também de suas próprias obras [do legalismo, dos trapos de imundície, da justiça própria, das ‘obras da lei’], assim como Deus o fez quanto às Suas. 

Antes que os homens aceitem plenamente a simples palavra do Senhor, tudo deriva do eu. As obras da carne são apenas pecado; e conquanto os homens professem servir a Deus, e tenham ansioso desejo de fazer o certo, suas próprias obras nesse propósito são fracassos. 

‘Todas as nossas justiças [são] como trapo de imundície’ (Is 64.6). Mas quando reconhecemos o poder da Palavra de Deus, e sabemos que é capaz de edificar aqueles que nela confiam, então deixamos nossas próprias obras e permitimos que Deus opere em nós, tanto o querer quanto o fazer segundo Lhe apraz. 

Assim, todas as nossas obras são operadas nEle, e elas são justas. Isso é realmente repouso. O repouso que provém quando reconhecemos que a salvação não procede de nós mesmos, mas da Palavra que fez os céus e a terra, e que os sustém ..”.   

“Quando a Palavra de Deus é posta de lado, é rejeitado também seu poder de refrear as paixões pecaminosas do coração natural. Os homens semeiam na carne, e da carne colhem a corrupção”. 

‘Obras da Lei’ x ‘Obras da Fé’

Por que seria ‘maldito’ (Jr 17.5) o que almeja enfrentar a tentação por suas próprias forças, sua carne, sem citar a Palavra? Simplesmente porque será, inevitavelmente, vencido por ela: “Todos quantos, pois, são das obras da lei, estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as cousas escritas, no livro da lei, para praticá-las”. (Gl 3.10). 

Se estes seriam malditos por desobedecerem – os que estão na carne não podem agradar a Deus’ (Rm 8.8) – por outro lado seriam benditos aqueles que confiam na onipotência da Palavra de Deus, e assim obedecem pela fé: ‘Bem-aventurado o homem cuja força está em Ti’ (Sl 84.5), em Tua Palavra. São ‘obras da fé’!

“Devemos perder inteiramente a confiança em nós mesmos, e depositar toda nossa confiança nAquele que é poderoso para salvar. A pessoa que é derrotada, caindo vez após vez em pecado, não está combatendo o bom combate da fé. Está combatendo o pobre combate da autoconfiança e da derrota”.   

“Quando aprendermos o poder de Sua Palavra, não seguiremos as sugestões de Satanás”.   

“Não se assente na cômoda cadeira de Satanás e diga que não adianta nada, que não pode deixar de pecar, que não há poder em você para vencer. É claro que não há poder à parte de Cristo, mas é seu privilégio ter Cristo habitando no coração pela fé, e Ele pode vencer o pecado em você, quando coopera com Seus esforços.“   

“Cristo não diminui as exigências da lei. Em linguagem inconfundível apresenta a obediência a ela como condição da vida eterna – a mesma condição requerida de Adão antes da queda. 

O Senhor não espera agora menos de nós, do que esperava do homem no Paraíso, obediência perfeita, justiça irrepreensível. A exigência sob o pacto da graça é tão ampla quanto os requisitos ditados no Éden – harmonia com a lei de Deus, que é santa, justa e boa”.   

Falsidades satânicas

“Satanás, o anjo caído, declarara que nenhum homem podia guardar a Lei de Deus depois da desobediência de Adão. Ele alegava que toda a raça humana estava sob o seu domínio”.   

“Satanás declarou que era impossível, para os filhos e filhas de Adão, observarem a Lei de Deus, e assim acusou a Deus de falta de sabedoria e amor. Se eles não pudessem obedecer à Lei, então a falta estava com o Legislador. 

Os homens, que se acham sob o controle de Satanás, repetem essas acusações contra Deus, asseverando que o homem não pode guardar a Lei de Deus. Jesus humilhou-Se, revestindo Sua divindade com a humanidade, para poder colocar-Se como o cabeça e o representante da família humana e, por preceito e exemplo, condenar o pecado na carne e denunciar as acusações de Satanás como mentirosas”.   

“Jesus guardou a Lei, provando, além de qualquer controvérsia, que o homem também pode fazê-lo”.   

“A influência do tentador não deve ser considerada desculpa para qualquer má ação. 

Satanás rejubila quando ouve os professos seguidores de Cristo apresentarem desculpas quanto à sua deformidade de caráter. São essas escusas que levam ao pecado. Não há desculpas para pecar. Uma santa disposição, uma vida cristã, são acessíveis a todo filho de Deus, arrependido e crente”.   

Admoestações animadoras! 

“Cristo deu Seu Espírito como um poder divino para vencer toda tendência hereditária e cultivada para o mal, e gravar Seu próprio caráter em Sua igreja”.   

“Podemos vencer. Sim, plena, inteiramente. Jesus morreu para prover um meio de escape para nós, para que possamos vencer o mau gênio, cada pecado, cada tentação e nos assentarmos, afinal, com Ele”.   

“Se vocês permanecerem sob a ensanguentada bandeira do Príncipe Emanuel, realizando fielmente Seu serviço, nunca precisarão ceder à tentação; pois está ao lado de vocês Alguém que é capaz de livrá-los da queda”.   

“Deus providenciou, em Cristo, meios para vencer todo mau traço de caráter, e resistir a toda tentação, por mais forte que seja”.   

“Por meio da fé em Cristo, toda deficiência de caráter pode ser suprida, toda contaminação removida, corrigida toda falta, e toda boa qualidade desenvolvida”.   

“Pensemos no que a obediência de Cristo significa para nós! Significa que, em Sua força, também nós podemos obedecer”.   

“A vida que Cristo viveu neste mundo, homens e mulheres podem viver mediante Seu poder e sob Suas instruções. No conflito com Satanás eles podem ter toda a ajuda que Ele teve. Eles podem ser mais do que vencedores por Aquele que os amou e Se entregou a Si mesmo em seu favor”.   

“Cristo veio à Terra e viveu uma vida de perfeita obediência, para que homens e mulheres, por meio de Sua graça, pudessem também viver vidas de perfeita obediência. Isso é necessário para sua salvação”.   

“Satanás afirmou que os homens não podiam guardar os mandamentos de Deus. Para provar que eles podiam, Cristo Se tornou um homem, e viveu uma vida de obediência perfeita, uma evidência para os seres humanos pecaminosos, para os mundos não-caídos, e para os anjos celestiais, que o homem podia guardar a lei de Deus pelo poder divino que é abundantemente provido a todos os que creem. 

Para revelar Deus ao mundo, para demonstrar como verídico o que Satanás negara, Cristo ofereceu-Se para assumir a humanidade, e que, em Seu poder, a humanidade pode obedecer a Deus”.    

Logo, se Ele tivesse assumido a natureza ‘de Adão antes da queda’, Sua vida de perfeita obediência NADA teria provado a este respeito!

 “Por meio do plano da redenção, Deus providenciou meios para subjugar todo traço pecaminoso, e resistir a toda tentação, por forte que seja”.   

“A cada um que se submete plenamente a Deus é dado o privilégio de viver sem pecar, em obediência à lei do Céu“. “Deus requer de nós perfeita obediência”.   

“Cristo morreu para tornar possível a você parar de pecar ...”.   

“Deus afirmou claramente esperar que sejamos perfeitos, e por causa disso fez provisão para sermos participantes da natureza divina”.   

“Agora, enquanto nosso grande Sumo Sacerdote está a fazer expiação por nós, devemos procurar tornar-nos perfeitos em Cristo. Nem mesmo por um pensamento poderia nosso Salvador ser levado a ceder ao poder da tentação ... Satanás nada pôde achar no Filho de Deus que o habilitasse a alcançar a vitória. 

Tinha guardado os mandamentos de Seu Pai, e não havia nEle pecado que Satanás pudesse usar para sua vantagem. Esta é a condição em que devem encontrar-se os que subsistirão no tempo de angústia”.   

“Jesus Se coloca como refinador e purificador de Seu povo; e quando Sua imagem estiver perfeitamente refletida neles, eles estarão perfeitos e santos, e preparados para a trasladação. Exige-se do cristão uma obra perfeita. Somos exortados a purificar-nos ‘de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus.’”    

“Todo aquele que pela fé obedece aos mandamentos de Deus, atingirá a condição de ausência de pecado [inocência] na qual Adão viveu antes de sua transgressão”.   

“A obediência de Cristo não deve ser posta de lado como se fosse completamente diferente da obediência que Ele requer de nós individualmente. Cristo nos mostrou que é possível para toda a humanidade obedecer às leis de Deus”.  

“Cristo tomou todas as providências para a santificação de Sua igreja. Ele fez abundante provisão para que cada alma tenha tal graça e poder que seja mais do que vencedora na guerra contra o pecado ... Ele veio a este mundo e viveu uma vida sem pecado, para que, no poder de Cristo, Seu povo também possa viver vidas impecáveis. Ele deseja que eles pratiquem os princípios da verdade e mostrem ao mundo que a graça de Deus tem poder para santificar o coração”.   

“Nosso Salvador não exige impossibilidades de nenhuma alma. Ele nada espera de Seus discípulos para o que não esteja disposto a dar-lhes graça e poder para realizar. Ele não os chamaria a serem perfeitos se não tivesse em Seu comando cada perfeição de graça para conceder àqueles sobre os quais confere tão alto e santo privilégio”.   

“Nossa obra é porfiar por atingir, em nossa esfera de ação, a perfeição que Cristo alcançou em cada fase de Sua vida terrena. Ele é nosso exemplo”.   

“Deus requer de Seus filhos perfeição. Sua lei é um transcrito de Seu caráter”.    

“Como Cristo viveu a Lei na humanidade, assim podemos fazer, se nos apoderarmos de Sua força”.    [Como? Ao citar a Palavra de Deus, na hora da tentação!].

“Ninguém precisa deixar de alcançar em sua esfera a perfeição do caráter cristão. Pelo sacrifício de Cristo, foi tomada providência para que o crente receba todas as coisas que dizem respeito à vida e piedade. Deus nos convida a alcançarmos a norma da perfeição, e põe diante de nós o exemplo do caráter de Cristo. 

O Salvador mostrou, por meio de Sua humanidade consumada por uma vida de constante resistência ao mal, que, com a cooperação da Divindade, podem os seres humanos alcançar, nesta vida, a perfeição de caráter. Esta é a certeza que Deus nos dá de que também nós podemos alcançar a vitória completa”.    

“Em Sua vida e caráter Ele não só revela o caráter de Deus, mas a possibilidade do homem”. 

 “Ele veio para cumprir toda a justiça e, como cabeça da humanidade, mostrar ao homem que ele pode realizar a mesma obra, atendendo a cada especificação dos reclamos divinos... Perfeição de caráter é atingível para cada um que se esforça por obtê-la”.    

“Requer-se obediência perfeita e aqueles que dizem que isso não é possível, lançam sobre Deus a acusação de injustiça e falsidade”.   

“Amar e acalentar o pecado é amar e acatar seu autor, que é inimigo mortal de Cristo. Quando eles [o professo povo de Deus] desculpam o pecado e se apegam à perversidade de caráter, dão a Satanás um lugar em suas afeições e lhe prestam homenagem”.   

“O ideal de Deus para Seus filhos é mais alto do que pode alcançar o pensamento humano. ‘Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos Céus.‘ Mt 5.48. 

Este mandamento é uma promessa. O plano da redenção visa ao nosso completo libertamento do poder de Satanás. Cristo separa sempre do pecado a alma contrita. Veio para destruir as obras do diabo, e tomou providências para que o Espírito Santo fosse comunicado a toda alma arrependida, para guardá-la de pecar”.   

“Ao pecador era impossível observar a lei de Deus, a qual é santa, justa e boa; mas essa impossibilidade foi removida pela comunicação da justiça de Cristo à pessoa arrependida e crente. A vida e a morte de Cristo em favor do homem pecaminoso tinham por finalidade restaurar o pecador à aprovação de Deus, comunicando-lhe a justiça que satisfizesse as reivindicações da lei e encontrasse aceitação da parte do Pai”.    

“Cristo assumiu a humanidade e suportou o ódio do mundo, para mostrar a homens e mulheres que eles poderiam viver sem pecar, que suas palavras, ações e seu espírito poderiam ser santificados para Deus. Podemos ser cristãos perfeitos se manifestarmos esse poder em nossa vida”.   

“Quanto mais perto vos chegardes de Jesus, tanto mais cheio de faltas parecereis aos vossos olhos; porque vossa visão será mais clara e vossas imperfeições se verão em amplo e vivo contraste com Sua natureza perfeita. Isto é prova de que os enganos de Satanás perderam seu poder”.   

“Aqueles que estão realmente buscando o perfeito caráter cristão, jamais condescenderão com o pensamento de que estão sem pecado”.   

 “Quando o conflito da vida terminar ... quando os santos de Deus forem glorificados, então, e apenas então, será seguro reivindicar que estamos salvos e sem pecado”.   

“E a alegação de estarem sem pecado é em si mesma evidência de que aquele que a alimenta longe está de ser santo. 

É porque não tem nenhuma concepção verdadeira da infinita pureza e santidade de Deus, ou do que devem ser os que se hão de harmonizar com Seu caráter; é porque não aprendeu o verdadeiro conceito da pureza e perfeição supremas de Jesus, bem como da malignidade e horror do pecado, que o homem pode considerar-se santo. 

Quanto maior a distância entre ele e Cristo, e quanto mais impróprias forem suas concepções do caráter e requisitos divinos, tanto mais justo parecerá a seus próprios olhos”.   

“Ninguém que pretenda santidade é realmente santo. Aqueles que estão registrados como santos nos livros do Céu não estão cientes desse fato, e são os últimos a se jactarem de sua própria bondade”.   

“Muitos parecem pensar que é impossível não cair em tentação, que eles não têm poder para vencer; e pecam contra Deus com os lábios, expressando desalento e dúvida, em vez de fé e coragem. Cristo foi tentado em todos os pontos, à nossa semelhança, mas sem pecado. Ele disse: ‘Aí vem o príncipe do mundo; e ele nada tem em Mim.’ [Jo 14.30]. Que significa isto? Significa que o príncipe do mal não pôde encontrar em Cristo uma posição vantajosa para sua tentação; e pode suceder a mesma coisa conosco”.   

“A obra do Evangelho não é debilitar as exigências da santa Lei de Deus, senão elevar os homens até o ponto donde possam guardar seus preceitos”. 

“Ser redimido significa parar de pecar”.   

“A própria imagem de Deus tem de ser reproduzida na humanidade. A honra de Deus, a honra de Cristo, acha-se envolvida no aperfeiçoamento do caráter de Seu povo”.   

“O caráter piedoso deste profeta [Enoque – Hebreus 11.5 e Gênesis 5.18-24] representa o estado de santidade que deve ser alcançado por aqueles que hão de ser ‘comprados da Terra’ (Ap 14.3), por ocasião do segundo advento de Cristo”.     

“Enoque e Elias constituem os corretos representantes do que a raça humana poderia ser pela fé em Jesus Cristo, se resolvessem sê-lo. Satanás ficou muito perturbado porque esses nobres e santos homens permaneceram impolutos entre a poluição moral que os rodeava, aperfeiçoaram caráter íntegro e foram considerados dignos para a trasladação ao Céu”.  “E há Enoques em nosso tempo”.   

“O Espírito de Deus não Se propõe a fazer a parte que nos compete, quer no querer, quer no efetuar. ... Tão logo inclinamos nossa vontade, de modo a harmonizá-la com a vontade de Deus [Como? Ao citar a Palavra de Deus, na hora da tentação!], a graça de Cristo fica pronta para cooperar com o instrumento humano; mas ela não será o substituto para fazer o nosso trabalho, agindo independente de nossa resolução e ação decidida”.  

“Vosso senso de dependência vos inclinará à oração e vosso senso do dever vos impulsionará ao esforço ... Deveríeis orar como se a eficiência e louvor fossem devidos exclusivamente a Deus e deveríeis trabalhar como se o dever fosse exclusivamente vosso”.  

“Logo no início da vida cristã, deve ensinar-se aos crentes seus princípios fundamentais. Deve-se-lhes ensinar que não serão salvos somente pelo sacrifício de Cristo, mas que também devem tornar a vida de Cristo a sua vida e o caráter de Cristo o seu caráter”.   

“Cristo assumiu a forma humana para estar aqui em nosso mundo e mostrar que Satanás havia mentido. Tomou sobre Si a natureza humana para demonstrar que, com a divindade e a humanidade combinadas, o homem podia guardar a lei de Jeová. Separai a humanidade da divindade, e podereis procurar desenvolver vossa própria justiça desde agora até que Cristo venha, e isso não passará de um fracasso”.   

“Deve o homem fazer veementes esforços para vencer o que o impede de alcançar a perfeição. Mas, para alcançar êxito, ele depende inteiramente de Deus. Por si mesmos os esforços humanos não são suficientes. Sem a ajuda do poder divino ele de nada vale. Deus age e o homem também. A resistência à tentação deve partir do homem, que por sua vez deve obter de Deus o poder [Como? Ao citar a Palavra de Deus, na hora da tentação!]”.   

“A fé de Jesus não é compreendida. Precisamos falar sobre ela, vivê-la, orar a seu respeito, e ensinar o povo a introduzir essa parte da mensagem em sua vida familiar”.   

“E ainda maior pecado é o daqueles que professam conhecer a Deus e guardar os Seus mandamentos e, contudo, negam a Cristo em seu caráter e vida diária”.   

“Agora é o tempo de vestir a justiça de Cristo – a veste nupcial – que lhe possibilitará entrar na ceia das bodas do Cordeiro. Na parábola, as virgens tolas são representadas como pedindo óleo, e não o recebendo. Isto é uma representação desses que não se prepararam, desenvolvendo um caráter para permanecer firme no tempo de crise. 

É como se eles fossem aos seus vizinhos e lhes dissessem: Deem-nos vosso caráter, ou estarei perdido. As prudentes não puderam dar seu óleo para os vasos chamejando das virgens tolas. Caráter não é transferível. Não se pode comprar ou vender; devemos desenvolvê-lo”.  

“Cristo tomou a humanidade e suportou o ódio do mundo para que pudesse revelar a homens e mulheres que estes poderiam viver sem pecado, que suas palavras, atos, seu espírito, poderiam ser santificados para Deus. 

Podemos ser cristãos perfeitos se manifestarmos esse poder em nossa vida. Quando a luz do Céu repousar sobre nós continuamente, representaremos a Cristo. Foi a justiça revelada em Sua vida que O distinguiu do mundo e despertou seu ódio . ..”.   

“Sendo a cabeça da humanidade, servindo o Pai, é um exemplo do que cada filho deve e pode ser. A obediência que Cristo prestava, Deus requer hoje da humanidade”.   

“Há esperança para cada um de nós, mas de uma só maneira – apegando-nos a Cristo e empregando toda energia para obter a perfeição de Seu caráter. Essa religião piegas que faz pouco do pecado, e só realça o amor de Deus pelo pecador, encoraja os pecadores a crer que Deus os salvará enquanto continuarem no pecado, sabendo que é pecado. 

É isso que estão fazendo muitos que professam crer na verdade presente. A verdade é mantida à parte de sua vida e essa é a razão pela qual não mais tem o poder de convencer e converter a alma. Deve haver um esforço de cada nervo, fibra e músculo para deixar o mundo, seus costumes, práticas e modas”.   

“Os frutos do Espírito são amor, alegria, paz, longanimidade. Está você numa posição em que não possui estas graças? Tão logo alguém o deixa zangado ou o ofende, sobe em seu coração um sentimento de amargura, um espírito de rebelião? Se esse é o espírito que você possui, tenha em mente que você não tem o Espírito de Cristo. É outro espírito. É o lado satânico de seu caráter que está governando em lugar do Espírito de Cristo”.   

“Ele diz, ‘faça caminhos retos para os seus pés’. O que devemos fazer para tornar os caminhos retos para nossos pés? Não devemos falar nenhuma palavra cruel [dura, má, insensível, danosa, severa], em casa ou fora dela; devemos ser gentis e considerados em relação a todos. Não podemos ser impacientes e irritáveis e ainda ser cristãos; porque um espírito irritável, impaciente não é o espírito de Cristo”.     

“Coisa alguma áspera, azeda, crítica, insolente é de Cristo, mas procede de Satanás. A frieza, insensibilidade, a falta de terna simpatia, estão fermentando o acampamento de Israel. 

Se se permitir que tais males se fortaleçam como se fortaleceram durante muitos anos no passado, nossas igrejas estarão numa deplorável condição. Todo o ensinador da verdade necessita do princípio da piedade em seu caráter. Não haverá semblante carregado, nenhuma repreensão, nenhum menosprezo, da parte de qualquer homem que está cultivando as graças do cristianismo”.   

“Tal como vos conduzis em vossa vida no lar, sois registrados nos livros do Céu. Aquele que espera tornar-se um santo no Céu, deve primeiro tornar-se santo em sua própria família”.    

“Quando tentados a murmurar, censurar e a condescender com a irritação, ofendendo os que se acham ao vosso redor e, deste modo, ferindo vossa própria alma, oh! deixai que provenha de vossa alma a profunda, sincera e ansiosa indagação: Permanecerei sem culpa diante do trono de Deus? Só os irrepreensíveis estarão ali. 

Ninguém será trasladado para o Céu enquanto seu coração estiver cheio do refugo da Terra. Primeiro tem de ser corrigido todo defeito do caráter moral, removida toda mancha pelo sangue purificador de Cristo e vencidos todos os traços de caráter desagradáveis e repulsivos”.  

“A quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis“ (Rm 6:16). Se condescendermos com a zanga, a concupiscência, a cobiça, o ódio, o egoísmo ou qualquer outro pecado, tornamo-nos servos do pecado. 

Ninguém pode servir a dois senhores. Se servirmos ao pecado, não podemos servir a Cristo. O cristão sentirá as sugestões do pecado, pois a carne cobiça contra o Espírito; mas o Espírito luta contra a carne, mantendo um constante conflito”.  86

“Você pratica os princípios dos mandamentos de Deus em sua casa, em sua família? Você nunca manifesta grosseria, indelicadeza e falta de polidez no círculo familiar? 

Se manifestar indelicadeza em sua casa, não importa o quão alto possa ser a sua profissão, você está quebrando os mandamentos de Deus. Não importa o quanto possa pregar os mandamentos para os outros, se deixar de demonstrar o amor de Cristo aos outros em sua vida familiar, você é um transgressor da lei. Mas, se a graça de Cristo surgir em sua vida, você vai estar em uma posição de glorificar a Deus, e manifestar Cristo aos outros”.   

“Brigas e desarmonias não podem ter lugar entre aqueles que são controlados pelo Espírito de Deus”.   

“Ser manso não é renunciar a nossos direitos; mas é a preservação do autocontrole diante da provocação, a fim de afastar a ira e o espírito de retaliação [vingança]. A mansidão não permitirá que a paixão tome a dianteira”.   

“Os servos de Cristo não devem agir segundo os naturais ditames do coração. Precisam de íntima comunhão com Deus a fim de que, sob provocação, o próprio eu não sobressaia, e despejem uma torrente de palavras inconvenientes, palavras que não são como o orvalho ou como a chuva suave que refrigera as ressequidas plantas. 

É isto que Satanás quer que façam, pois são esses os seus métodos. É o dragão que está irado; é o espírito de Satanás que se revela em zanga e acusação. Mas aos servos de Deus cumpre ser Seus representantes. Ele quer que usem apenas a moeda corrente no Céu, a verdade que traz Sua própria imagem e inscrição. 

O poder com que têm de vencer o mal, é o poder de Cristo. A glória de Cristo é a sua [do cristão] força. Devem fixar os olhos em Sua beleza de caráter. Podem então apresentar o evangelho com divino tato e suavidade. E o espírito que se conserva manso em face da provocação, dirá mais em favor da verdade, do que o fará qualquer argumento, por mais vigoroso que seja”.


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