18 - O bom combate

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18 - O bom combate

reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado” (Mt 13.33 - KJ). Observe que o fermento é capaz de levedar toda a massa e não apenas uma parte. E a farinha, sim, ‘colabora’, ‘submetendo-se’ à ação do fermento. 

Assim como a farinha não pode levedar-se por si própria, também o homem não pode transformar-se a si próprio, apenas pelo exercício de sua vontade, forçando-se a agir corretamente. Tentar isso seria esperar que uma folha conseguisse não balançar sob forte ventania. A natureza humana sempre será uma ‘má árvore’ que, de si mesma, não pode produzir ‘bons frutos’. 

A alteração pode ser feita unicamente por uma energia vinda de fora, por um poder externo, introduzido em sua mente, assim como o fermento na farinha. 

A possante energia renovadora e transformadora vem de fora. Vem do Único que a tem: Deus! Ninguém é tão vil, tão depravado ou tão decaído, que esteja além do alcance desse poder divino. Os que realmente quiserem ser vitoriosos sobre a própria índole, seu próprio gênio, seu ego, precisam submeter-se à atuação do ‘fermento’ divino. É esse o único e o excelente meio. 

Qualquer mudança de um ato costumeiro – por exemplo: irritar-se, ceder ao ego, comer em demasia, fumar, beber, etc. – precisa vir de dentro para fora. Tentar o inverso, seria forçar a nossa natureza humana a agir corretamente; não funciona porque as intenções, os motivos, seriam, invariavelmente, interesseiros. 

Não produz os efeitos desejados. Poderá até produzir efeitos externos, mas lá – no íntimo – os fogos dos desejos e das emoções não foram, de fato, apagados. Não houve real vitória. É, portanto, um método ineficiente.

Apenas teoria é insuficiente

O homem torna-se realmente vitorioso quando os motivos, que o movem à ação, forem cristocêntricos, altruístas; quando o fogo do egoísmo interior for extinto. Se isso acontecer – e quando, efetivamente, acontecer – é que se obedece de coração; antes disso é apenas aparência externa.

Conhece você alguém que, com sinceridade, frequenta uma igreja, ora com singeleza de coração, estuda e medita sobre a Palavra de Deus, e, mesmo assim, continua, por exemplo, com o ‘estopim curto’? Ele pode até ser sincero em sua crença; mas, sem o ‘poder do Evangelho’, isto é, sem a onipotência da Palavra de Deus citada com fé, seu gênio revela-se ainda irritadiço, incontrolável, irascível. Lamentavelmente continua sendo escravo do mal.

Por não saber COMO se controlar, por não dispor de poder para tanto, facilmente se irrita com os da sua família e pratica outros atos ofensivos a Deus, ao próximo ou a si próprio. Em sua vida, vê-se que Romanos 6.12 ainda não está se cumprindo: “Não reine, pois, o pecado em vosso corpo mortal, de modo que o obedeçais em seus apetites perversos”.

Por não estar introduzindo ‘fermento nas três medidas de farinha’, não progrediu na sua conversão, nem nas vitórias sobre seu ego. Não está crescendo ‘de fé em fé’ (Rm 1.17 - KJ). Continua ainda sendo um joguete nas mãos do inimigo, que o controla a seu bel prazer. 

Como introduzir o ‘Fermento’ em nós?

O ‘fermento’, nessa parábola, simboliza a graça de Deus que abrange a atuação do Espírito Santo tanto ao efetuar o novo nascimento como nos amparando para que o poder criador da Palavra realize a obediência em nós. 

Essa força onipotente pode manifestar-se, nos tornando realmente poderosos sobre o ego! Homens ‘segundo o coração de Deus’, felizes. E, conforme vimos, para que o fermento seja introduzido em nós, não basta uma eficaz vida devocional. Ele é introduzido em nós também ao seguirmos o exemplo de Cristo em citar a Palavra com fé, quando somos tentados. 

Quando o ‘fermento divino’ opera em nós, as tendências ao mal, herdadas ou cultivadas, são subjugadas natural e facilmente (M 11.30). Ele regula os nossos motivos, a nossa vontade, os nossos sentimentos, desejos e impulsos. Tornanos dóceis, mansos e amáveis a todos. Jesus vivendo em nós!

Assim, quando você lê ou ouve que a Palavra de Deus está lhe recomendando a fazer isto ou aquilo, não deve entender que é para você mesmo realizá-lo, sozinho. Você é apenas a ‘farinha’. “Da mesma maneira, também vós, quando fizerdes tudo que vos for ordenado [colaborar com o fermento], dizei: ‘Servos inúteis somos, porque somente fizemos o que devíamos fazer’” (Lc 17.10). 

Não merecemos qualquer agradecimento, reconhecimento, recompensa, mérito, pois, em nós mesmos, continuamos sendo vis, impotentes; a nossa natureza humana é e sempre será incapaz de fazer o bem. 

“... mas eu sou carnal, vendido sob o pecado ... Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum” (Rm 7.14-18 - CF). 

A farinha não pode levedar-se por si própria; não tem como! É impossível, à natureza humana, criar por si mesma um único motivo altruísta. Impossível! Devemos, então, entender que todo o mandamento, que se encontra na Bíblia, é precisamente uma promessa divina. um juramento que o Altíssimo nos está fazendo. 

Como sabemos, os atos repetitivos – bons ou maus – formam o respectivo hábito e os hábitos formam o caráter. E esse determina o nosso destino eterno. Em mais ou menos vinte e um dias, nos é possível, pela graça, alterar um hábito. Mudando os hábitos maus, muda-se o caráter para melhor. E a vitória está alcançada. 

Pela fé no poder da Palavra. “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo, e esta é a vitória que tem vencido o mundo: a nossa fé” (1 Jo 5.4). Para esse fim, o incentivo de Paulo continua atual, e sempre válido, para todos nós: “... e agora eu vos encomendo a Deus e à Palavra de Sua graça, a qual pode vos edificar e vos dar herança com todos os santos” (At 20.32). 

Lembre-se de que ‘A lei de Yahweh é perfeita e restaura a alma; o testemunho de Yahweh é fiel, e aos imaturos faz sábios’ (Sl 19.7). Realmente! 

Parceria bem-sucedida

O homem deve fazer todo o esforço possível para vencer seus vícios, seus defeitos de caráter; mas, como Jesus nos ensinou, nada podemos fazer sem Seu poder (Jo 15.5). Nossos esforços são necessários, mas insuficientes. 

A resistência à tentação deve ser iniciativa nossa, amparados pelo Espírito Santo, mas, para obter êxito, devemos obter de Deus o poder. Esse conjunto pode e deve vencer. E, para tanto, devemos lutar pela vitória como aquele que tem ‘fome e sede‘ dela (Mt 5.6). 

Se estiver subjetivamente ‘em Cristo’ e se introduzir em você o ‘fermento da Palavra’, terá aprendido a unir sua fraca vontade com a onipotente vontade do Criador. E a resultante da união dessas duas vontades é uma vontade igualmente onipotente. “Tudo posso nAquele que me fortalece” (Fp 4.13). E, assim, sua vida poderá tornar-se um espelho de Isaías 45.24 (CF): “De mim se dirá: Deveras no Senhor, há justiça e força”. 

Batizados diariamente com o Espírito Santo e com ‘fogo’  

Devemos considerar que citar a Palavra, ao se enfrentar toda e qualquer tentação, é o equivalente a receber o Espírito Santo, a terceira Pessoa da Divindade. “Há vida nas palavras de Deus. Jesus declarou: ‘As palavras que Eu vos falei são espírito e são vida’ (Jo 6.63). A palavra recebida em fé traz o Espírito e a vida de Deus para a alma”.    

Recebe-se a esperada ‘chuva serôdia’! Deus nos pode dar Seu Espírito Santo, na plenitude da ‘chuva serôdia’ (Jl 2.23 - KJ), então pode nos transmitir Sua perfeição moral. “E Eu colocarei o Meu Espírito dentro de vós, e vos farei andar nos Meus estatutos, e guardareis os Meus juízos, e os fareis” (Ez 36.27 - KJ). 

Sendo que Deus disse: “não é Minha Palavra como um fogo?” (Jr 23.29 - KJ) e, em Mateus 3.11 (KJ): ‘... Ele [Jesus] vos batizará com o Espírito Santo e com fogo [Palavra]’, concluímos que receber esse batismo diário significa receber diariamente, do Espírito Santo, uma nova conversão, um novo nascimento. Significa receber, dEle, a certeza de estar conectado com os Céus, de estar sob a Sua aprovação divina.

Ser batizado com ‘fogo’ significa receber a Cristo Jesus, como hóspede em nosso coração, pela ação do Espírito Santo, recebendo o caráter de Cristo, mediante a fé no poder criador e transformador da Palavra de Deus.  Significa receber a Jesus para que Ele viva Sua vida em nós. 

“O que Me ama, guardará Minha palavra, e Meu Pai o amará, e viremos a ele e faremos morada nele” (Jo 14.23 - KJ). Trata-se de um processo gradual, contínuo, crescente e progressivo. Sim, das venturas, passíveis de se viver, essa é a mais excelente!  

Assim, também nós podemos afirmar: “Eu vivo, porém, não eu, mas Cristo vive em mim. E a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus” (Gl 2.20 - KJ). A única maneira de se ter essa fé é tê-LO vivendo Sua vida em nós. Conhece você outra maneira eficaz de nos preparar para a hora do juízo, que está em andamento hoje no Santuário Celestial? (Ap 14.7; Hb 8.1-2). 

Deus Pai está ansioso por apontar para Seu povo, podendo afirmar: “... eis os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus” (Ap 14.12). 

Note: ‘Que guardam’, e não que apenas ‘Dizem que é para guardar’ ou nem mesmo isso. Sim, porque: “O remanescente de Israel não cometerá iniquidade, nem falará mentiras, e não se achará língua enganadora em sua boca” (Sf 3.13). Que desculpa razoável e aceitável alguém poderá apresentar, se não for um deles? 

Qualidade de vida

Os dois mandamentos: “farás toda a tua obra” (Êx 20.8-11 - KJ) e “Tu amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de toda a tua mente” (Mt 22.37 - KJ), requerem nosso consciente empenho em dedicar tempo a cada uma das áreas da vida: física, familiar, social, mental, financeira, profissional e espiritual, executando-as ‘decentemente e com ordem’ (1 Co 14.40). 

Sabe-se que ‘a ordem é a lei do céu’! E a lei da ordem é: ‘um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar’. A desordem nos faz dissipar tempo em encontrar as coisas ‘perdidas’, o que se caracteriza como um roubo a Deus. 

Ainda que a área mais importante seja a espiritual, o alvo a ser atingido é o de obter equilíbrio e excelente desempenho em todas essas áreas, estabelecendo objetivos e investindo tempo em cada uma delas. 

Ter qualidade de vida significa ter alcançado e manter tal equilíbrio! Se alguém for muito excelente em uma das áreas e deficiente em outra estaria como que ‘aleijado’; tal qual um tenista cujos músculos do braço direito fossem bem vigorosos devido ao constante exercício e os do esquerdo, minguados. 

Estabelecendo prioridades

A sabedoria não está tanto em se conseguir algo na vida, e, sim, no jeito, na maneira como nos comportamos para consegui-lo. E é o que fica registrado nos Céus: o nosso caráter! Enquanto não se der prioridade à maneira como devemos nos comportar, haverá pouca chance de se revelar bem o caráter do Senhor. 

Já a mentalidade vulgar, mundana prioriza o ‘o que’, ‘o quanto’, ‘o algo’, em detrimento da ‘maneira’, do ‘jeito’, do ‘modo’; porém esse não é o modus vivendi, escolhido pelos fiéis.

Vencem-se batalhas, não a guerra

Pela graça, podemos vencer instantaneamente qualquer tentação, vício ou defeito de caráter em uma específica situação. O que não se constitui garantia alguma de que, por termos vencido agora, nos estará assegurada qualquer vitória futura. 

Podemos ter vencido uma batalha agora; o que não significa que vencemos a guerra. Se vencemos uma luta, a próxima tentação será de intensidade decrescente;  se não a vencemos, a próxima será mais intensa. 

Assim, nenhum de nós deve acariciar a ideia de que eliminou para sempre da nossa natureza, uma tendência ao mal. Ter vencido uma tentação agora não significa ter eliminado a nossa pecaminosidade. Entretanto, podemos acariciar a esperança de que, pelo poder da Palavra, obteremos vitória após vitória, sempre que se travar a próxima luta, toda vez que a tentação vier. 

Assim, também em relação ao ódio, ira, rancor, apetite ou qualquer outra tendência ao mal, cultivada ou hereditária. Estamos num processo de lutas e vitórias. É infundada a crença de que já se eliminou uma tendência ao pecado. Precisamos vencer novas batalhas incessante e ininterruptamente, até o final da existência! Por isso Jesus nos recomendou: ‘Vigiai’ (Mc 13.37 - KJ).

Duas espécies de competição e a cooperação

É lícito envolver-se em competição altruísta – onde se concorre para servir, para fazer o bem ao próximo: os trabalhos em geral. Observe-se que onde é anulada a competição altruísta, há a formação de cartéis, há tramas e monopólios, que terminam causando dano e prejuízo à maioria. Ainda que a competição altruísta seja passável, o ideal sempre será a cooperação mútua.

Bem, o Senhor nos dotou de talentos para servir os nossos semelhantes e não para humilhá-los, Considere, então, que a competição egoísta – por enaltecer o eu – desagrada e ofende a Deus. 

Ora, considere que, ao antever a vitória, o enxadrista Bob Fisher, ex-campeão mundial, afirmou: ‘Sinto o prazer satânico de estar esmagando o ego do adversário.’ E um repórter declarou: ‘Jogar futebol é assassinar sem consequências.’ 

Toda sorte de jogos de competição – futebol, vôlei, tênis, pingue-pongue, xadrez, dama, rodeios, corrida de cavalos, de automóveis, etc. – alimentam o ego e estimulam o ‘amor a si próprio e o desejo de supremacia’. Trata-se de uma classe de atividades malignas.

Avaliemos em sã consciência: Se alguém estiver mesmo buscando agradar ao Senhor, lutando com o próprio ego a fim de servir a Deus e ao próximo por amor, será visto em alguma espécie de competição egoística?

Sabe-se que o pecado de Adão afetou tudo: animais, aves, peixes, plantas e cereais, mas de maneira diferenciada. Observe a dentição do leão, do porco e da ovelha. Compare a agressividade da águia, do abutre e da pomba. 

O joio é venenoso; a semente de capim é inútil à alimentação humana e o trigo de catorze cromossomos é comestível e benéfico! Também os seres humanos foram afetados de maneira diferenciada. Considere as diferenças de  talento, gênio, estatura, agilidade, inteligência, capacidade física e mental. 

Um é mais rápido, e o outro, mais inteligente ou mais forte. Os jogos de competição, comparando um ao outro, valem-se dessas diferenças, ‘... mas estes que se medem a si mesmos, e se comparam consigo mesmos, não são sábios’ (2 Co 10.12 - KJ).

Quando o cristão constata uma inferioridade no próximo, é-lhe motivo de tristeza, não de vanglória. Ele ‘chora’ (Mt 5.4) o fato; enquanto ele estiver ‘em Cristo’ nunca isso será motivo de satisfação, de alegria ou de orgulho. “Ai de vós que agora rides! Porque haveis de lamentar e chorar” (Lc 6.25 - KJ).

Aparência masculina e feminina

Nosso Deus teve Suas próprias razões em criar uma aparência [visual, silhueta] masculina diferente da feminina. Dotou o homem e a mulher de musculação diferenciada e distribuiu-lhes os lipídios, a gordura de maneira peculiar. E como um sinal de que o físico está pronto para procriar, projetou que cresça barba no rosto masculino e seios salientes no peito feminino. 

Em 1 Coríntios 11, o Senhor orienta o homem a usar cabelo curto e a mulher, longo. Esse serviria à mulher também como um sinal de que ela está sob a autoridade de um homem que a protege e dela cuida. Referindo-se aos soldados sarracenos [muçulmanos, árabes] que, na Idade Média, usavam barba e cabeleira longa, Apocalipse 9.7-8 relata: “... e seus rostos eram como rostos de homens. 

Tinham cabelo, como os cabelos das mulheres”. Observe que o professor, neste assunto da distinção da aparência entre os sexos, é a própria natureza. “Ou não vos ensina a mesma natureza que é vergonhoso para um homem ter cabelo comprido? Mas se uma mulher tem cabelo comprido, isso é glória para ela?” (1 Co 11.14-15 - KJ). O tempo não santifica qualquer desvio pecaminoso.

Em Deuteronômio 22.5, Deus estabeleceu este princípio, cuja validade perdura também em nossos dias: “A mulher não se vestirá com roupa de homem, nem o homem se vestirá com roupa de mulher, porque todo aquele que faz estas coisas é abominável diante de Yahweh teu Deus”. 

Um desvio, um costume pecaminoso pode se tornar – como, de fato, já se tornou – moda generalizada; entretanto, nem por isso, é sancionado pelo Senhor, nem Lhe deixou de ser ofensivo.

Neste assunto – de diferenciar a aparência masculina da feminina – a sociedade, a do século 21, manifesta um frisante desvio da vontade de Deus. Essa discordância, com a expressa vontade do Criador, tornou-se moda social. 

Considere que não se trata, a princípio, de indiscrição ou indecência e sim, do pecado da semelhança. Entretanto, é óbvio que, nos dias em que estamos vivendo, o inimigo do Senhor, em alguns casos, à semelhança ajuntou a indecência, fazendo da mulher uma indução ao pecado, uma isca no anzol do inimigo. 

Observe que o problema pode estar tanto com quem imita a aparência do sexo oposto, como também com aquele que se mantém indiferente, concorda ou aprova tal comportamento (Mt 5.29; Rm 14.22).

Por qual razão o Senhor nos prova(rá)?

Certamente, o cristão buscará ‘ganhar o máximo possível, economizar o máximo possível, para dar o máximo possível’, lembrando-se de que o Senhor alertou aos Seus seguidores de todas as épocas: “No mundo tereis aflições” (Jo 16.33). Afastemos a ideia de que passaremos a não ter mais dificuldade alguma, se obedecermos ao Evangelho, aceitando a Jesus como nosso 

Salvador pessoal, isto é, se estivermos subjetivamente ‘em Cristo’ e Ele ‘em nós’ instante a instante. Tenhamos sempre presente, em nossa mente, que o ‘evangelho do sucesso’ – em se tratando de prosperidade material e isenção de toda e qualquer dificuldade – não encontra qualquer respaldo na realidade bíblica. 

“Tendo, porém, comida e vestuário, estejamos com isso contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências tolas e nocivas, que submergem os homens na destruição e perdição” (1 Tm 6.8-10 - KJ). 

Recordemo-nos do que aconteceu a Isaías, Jeremias, João Batista, aos apóstolos do Senhor. E, igualmente, a todos os demais mártires da fé no tempo da Inquisição! O próprio apóstolo Paulo foi decapitado em Roma. E todos esses estavam correspondendo aos anseios do Senhor, em todos os sentidos. 

A esse respeito, eis a maneira de agir de Yahweh: “Eu repreendo e disciplino a todos os que amo” (Ap. 3.19). A fim de que os israelitas viessem a reconhecer que ainda não confiavam plenamente no Senhor, Ele, propositadamente, os conduziu a ‘Refidim, mas ali não havia água para o povo beber’ (Êx 17.1). 

Pô-los à prova a fim de que viessem a se conhecerem a si próprios. Pelas circunstâncias da vida, Ele nos conduzirá a situações em que nos será possível ver algum defeito de caráter em nós, do qual nem sequer suspeitávamos da existência. Considere que, em Amós 4.6-13, repetidamente o profeta afirma que Ele consentiu que sobreviessem múltiplas dificuldades a Seus filhos e, por cinco vezes, continua lamentando: “contudo não vos convertestes a Mim”. 

Tenhamos, pois, certeza de que Ele é sábio, não pode Se equivocar e nos conhece com absoluta exatidão. É por nos amar profundamente que sempre buscará nos tornar cientes dos defeitos de caráter que nos sejam ocultos, isto é, das nossas reais necessidades, para que as conheçamos, coloca-nos à prova. 

Assim, em vez do ‘evangelho do sucesso’ na vida material, tenhamos absoluta certeza de que obteremos sucesso na vida espiritual, isto é, na luta contra o mal; esperemos, sim, que Ele nos conduza a muitos ‘Refidins’ em nossa vida, onde não haverá ‘água’. 

Eis a experiência dos que servem fielmente ao Senhor: “porquanto Yahweh vosso Deus vos está submetendo à prova, para saber [não Ele, mas nós] se vós amais Yahweh vosso Deus com todo o vosso coração e com toda a vossa alma” (Dt. 13.3). Não que Ele não saiba dos nossos defeitos e necessidades, mas, sim, para que nós os conheçamos.

“Filho Meu, não desprezes a correção do Senhor, E não desmaies quando por Ele fores repreendido; Porque o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos” (Hb 12.5-8 - CF). 

“Porque em verdade, todos os que querem viver em reverência a Deus, em Jesus Cristo sofrerão perseguição” (2 Tm 3.12). Entretanto, jamais olvidemos esta promessa: “Deus é fiel que não permitirá que sejais provados além do que podeis, antes dará a saída para vossa prova de modo tal que podeis suportar” (1 Co 10.13).

‘Olá, dificuldades, sois bem-vindas!’ ou Otimismo cristão x mundano

“Meus irmãos, tende por motivo de toda a alegria o passardes por várias provações” (Tg 1.2 - RA). Por qual razão teríamos essa imensa alegria? Ora, como o inimigo não consegue ferir diretamente a Jesus, o faz aos Seus seguidores! 

Quando estão sob provações: estão participando do grande conflito entre Cristo e Satanás.   Eis o ‘motivo de toda a alegria deles’! Nada a ver com masoquismo, com o deleitar-se com os próprios sofrimentos! Antes, é fé nesse privilégio, na sabedoria, no amor, na misericórdia e cuidados do Pai celestial. 

A paz, oferecida pelo mundo, se mantém apenas se tudo ocorrer do jeito que o nosso ego gostaria! Como é entendido pela débil visão humana! Já a paz, oferecida por Jesus, é perene e constante, mesmo em meio a dificuldades! Ele as distinguiu assim: “Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo ...” (Jo 14.27 - RA). 

Então, se está acontecendo a você – ou se já aconteceu – algo que considera realmente triste, horrível, desagradável ou decepcionante ouquando estiver perplexo, sendo injustamente oprimido ou maltratado, e surgir, em sua mente, a pergunta ‘onde está Deus?’, lembre-se que, durante a prova, o professor sempre está em silêncio! Por isso, considere: 

· Deus me ama? Sim! Se houver em dúvida, relembre o Calvário. Foi também por você! Ele teria vindo mesmo se você fosse o único humano!

· Ele poderia ter evitado essa dificuldade que agora está me assaltando? Sim! Pois Ele é onisciente e onipotente: “nenhum deles [passarinhos] cairá sobre o solo sem a permissão de vosso Pai” (Mt 10.29). Maravilha!

· Se Ele – que me ama e que poderia ter evitado isso – não o evitou, mas o consentiu, é por que há realmente uma bênção, reservada a mim, nesse caso. Do contrário, teria Ele que Se desculpar, não? Absurdo! Amém? 

 Eu, com os meus olhos humanos, não estou conseguindo ver algo de bom nesse triste episódio; mas é, apenas, por causa da deficiência da minha visão. Se conseguisse enxergar o fato com os olhos do Senhor, é absolutamente certo de que veria a bênção e, logo, Lhe agradeceria.

· Então, pela fé nEle, confiando na infalível providência e bondade do Senhor, ajoelho-me e sinceramente Lhe agradeço o fato de Ele estar permitindo que a dificuldade me sobrevenha! Ele está consentindo em que eu participe nos sofrimentos do Senhor, travando Suas batalhas! Eis o verdadeiro otimismo cristão, bem diferente do mundano! 

Note estas instruções bíblicas: “Rendei graças em tudo ...” (1 Ts 5.18). “... dando sempre graças por todas as coisas a nosso Deus” (Ef 5.20 - KJ).  “Todas as coisas contribuem ... para o bem daqueles que amam ...” (Rm 8.28 - CF). Ora, se tivesse as informações que Ele tem, eu escolheria o que Ele consentiu!

Vai você se lembrar disso, na próxima ocasião em que a decepção estiver batendo em sua porta? É bem provável que ela baterá! Que Deus nos conceda, a cada um de nós, a graça de considerar cada dificuldade, cada decepção:

a) como consentida por Aquele que, sendo nós, morreu na cruz por nós. 

b) como uma lição a ser aprendida. Aquilo que, normalmente, chamamos de dificuldades, problemas, provações, angústias, decepções é nada mais que o treino que o Senhor nos está dando. É Sua ‘poda’ (Jo 15.2); é assim que crescemos. Lembre-se: “Mares calmos não formam bons marinheiros!” 

Considere isto: “Quando tomamos em nossas mãos o manejo das coisas com que temos de lidar, e confiamos em nossa própria sabedoria quanto ao êxito, chamamos sobre nós um fardo que Deus não nos deu, e estamos a levá-lo sem Sua ajuda. 

Estamos tomando sobre nós mesmos a responsabilidade que pertence a Deus, pondo-nos, na verdade, assim, em Seu lugar. Podemos bem ter ansiedade e antecipar perigos e perdas; pois isto é certo sobrevir-nos. Mas quando deveras acreditamos que Deus nos ama, e nos quer fazer bem, cessamos de afligir-nos a respeito do futuro. 

Confiaremos em Deus assim como uma criança confia em um amoroso pai. Então desaparecerão nossas turbações e tormentos; pois nossa vontade fundir-se-á com a vontade de Deus”.    Lembremo-nos de que “Aquele que consentiu que nos sobreviessem as dificuldades, sempre tem soluções prontas para cada uma delas”!

Que cada um de nós possa dizer, ao final da vida: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a Sua vinda” (2 Tm 4.7-8 - CF). Para tanto, o ‘fermento’ está disponível. Seja, pois, aplicado à ‘farinha’ constantemente.

Oremos juntos: “Querido Pai Celestial, Te rogamos que o ‘fermento divino’ esteja continuamente em nossos corações; que o poder de Tua Palavra se manifeste em nossas vidas; que nos concedas a graça de Te honrar também quando consentires que nos sobrevenham tribulações e dificuldades. Em nome de Jesus. Amém”.

Apoio ao conteúdo deste capítulo

“Há uma verdade a ser recebida se as pessoas são salvas. A guarda dos mandamentos de Deus é vida eterna ao recebedor. Mas as Escrituras esclarecem que, aqueles que uma vez conheceram o caminho da vida e se alegraram na verdade, estão em perigo de cair em apostasia, e se perder. Portanto, diariamente, há necessidade de uma decidida conversão a Deus”.   

“Há sobre nós, como um povo, um terrível pecado – termos permitido que os membros de nossa igreja se vistam de maneira incoerente com sua fé. Precisamos erguer-nos imediatamente, e fechar a porta contra as seduções da moda. A menos que façamos isso, nossas igrejas se tornarão desmoralizadas”.  

“Nessa moda de vestuário foi invertida a ordem de Deus, e desrespeitadas Suas direções especiais (D 22.5): ‘A mulher não usará roupa de homem, nem o homem veste peculiar à mulher; porque qualquer que faz tais coisas é abominável ao Senhor, teu Deus.’ Essa moda de vestuário Deus não deseja que Seu povo adote. 

Não é traje modesto, e absolutamente não se adapta a mulheres modestas e humildes, que professam ser seguidoras de Cristo. As proibições de Deus são consideradas levianamente por todos os que advogam a remoção da diferença de vestuário entre homens e mulheres. 

... Designava Deus que houvesse clara distinção entre o vestuário do homem e da mulher, e considerou a questão de bastante importância para dar direções explícitas a esse respeito; pois se ambos os sexos usassem o mesmo vestuário isto causaria confusão, e grande aumento de crime”.  

“As tentações [problemas, dificuldades] que assaltam os filhos de Deus devem ser consideradas como a manifestação da ira de Satanás contra Cristo ... Satanás está cheio de ira contra Jesus. Mas ele não pode ferir o Salvador, exceto conquistando aqueles por quem Cristo morreu. 

Ele sabe que, quando, por meio de seus artifícios, as almas são arruinadas, o Salvador é ferido. O universo celestial está observando com o mais profundo interesse o conflito entre o grande enganador e Cristo, na pessoa de Seus santos. Aqueles que reconhecem e resistem à tentação estão travando as batalhas do Senhor”.   Esse feito é motivo de grande alegria para nós, conforme lemos em  Tiago 1.2. 

“... ‘com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo’(Lc 6.38). Aquilo que fazemos aos outros, seja bem ou seja mal, terá, certamente, sua reação sobre nós, quer em bênção quer em maldição. 

Tudo quanto dermos, havemos de tornar a receber. As bênçãos terrestres que comunicamos a outros podem ser, e são-no com frequência, retribuídas em bondade. O que damos, é-nos muitas vezes recompensado, em tempos de necessidade, quadruplicado, na moeda do reino. 

Além disto, porém, todas as dádivas são retribuídas, mesmo aqui, em uma mais plena absorção de Seu amor, o que é o resumo de toda glória celeste e seu tesouro. E o mal comunicado volve também. 

Todo aquele que se tem sentido na liberdade de condenar ou levar outros ao desânimo, será, em sua própria vida, levado a passar pela experiência por que fez outros passarem; sentirá aquilo que eles sofreram devido à sua falta de compassiva compreensão e ternura”. Pare e leia Obadias 10 a 15! Importante.


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