16- Neste júri, a testemunha é você!

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16- Neste júri, a testemunha é você!

Sabe-se que o que imprime real e significativo valor a um ato, externamente bom, é o motivo que nos move àquela ação, isto é, as intenções, o porquê que o realizamos. 

Vamos supor que estivéssemos em meio a um grupo de cristãos, que estejam labutando ardentemente para guardar a Lei de Deus e que também estejam bem cientes de que o direito ao Céu e à vida eterna, nos foi conquistado pela obra do Senhor Jesus e que esse direito nos está sendo oferecido gratuitamente por Deus Pai, porque foi exclusivamente Ele, mediante Cristo, quem nos abriu as portas à eternidade.

Se perguntarmos a eles: “Por qual razão vocês lutam para guardar a Lei de Deus?” ou “O que, realmente, os motiva a obedecer-Lhe?”, o que nos diriam?

É bem provável que obteríamos duas distintas categorias de respostas: (1) as motivadas pela obediência egocêntrica (expressão de egoísmo) e (2) as motivadas pela obediência cristocêntrica, altruísta (expressão de amor)!

(1) A obediência egocêntrica (expressão de egoísmo) 

Recordemo-nos de Deuteronômio 28.1-14: “Acontecerá que se obedeceres a voz de Yahweh teu Deus, guardando e cumprindo todos os Seus mandamentos, os quais Eu te ordeno hoje, Yahweh teu Deus te enaltecerá sobre todas as nações da terra. 

Todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão quando obedeceres a voz de Yahweh teu Deus”. Na sequência, Ele nos apresenta uma lista delas.

E, nos versículos 15-67 temos uma longa lista de maldições: “Mas se não obedeceres a voz de Yahweh teu Deus, não guardando nem praticando nenhum de Seus mandamentos e de Seus estatutos que Eu te ordeno hoje, virão sobre ti todas estas maldições, e te alcançarão”. E segue-se uma longa lista delas.

Considerando essas preciosas promessas e essas terríveis admoestações do Senhor, alguém poderia facilmente se inclinar à obediência visando o próprio interesse: obter essas bênçãos e evadir-se dessas maldições! E poderia também alongar mais sua visão, sendo levado à obediência também pelas inumeráveis, inefáveis e desconhecidas recompensas eternas. 

A nossa imaturidade cristã, incentivada pelas nossas pecaminosas tendências humanas, nos incita a, ligeiramente, nos apegarmos a essa motivação egocêntrica, a servirmos ao Senhor pelo motivo equivocado: visando às recompensas ou esquivando-se das maldições. E, em agindo sob tal interesse, não passaríamos além da categoria de mesquinhos mercenários. 

A obediência egocêntrica foi apontada por Jesus, em Lucas 15.25-31, ao nos relatar a atitude do ‘filho mais velho’ por ocasião da festividade, promovida pelo pai, ao acolher o filho pródigo em seu retorno ao lar. Estava ávido por recompensas: cabrito! “Examine-se, pois, o homem a si mesmo ...” (1 Co 11.28).

(2) A obediência cristocêntrica, altruísta (expressão de amor)

Alguns têm falhado em estabelecer uma clara distinção entre os objetivos de Deus ao nos convocar à obediência – poder nos recompensar lá na pátria celestial – e os nobres objetivos que nos impulsionam à obediência.

Espera-se que os cristãos maduros compreendam o que significa  obedecer-Lhe por amor! Em Lucas 6.27 (RA) lemos: “Amai aos vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam”. Logo amar a Deus é Lhe fazer o bem. Então devemos compreender que tipo de bem estamos Lhe fazendo com a nossa obediência. 

Porque dizer que se está agindo por amor a Ele, sem entender o PORQUÊ estamos Lhe fazendo o bem, não faz qualquer sentido!  Fazer o bem a Deus e ao próximo é a legítima mola propulsora do agir cristão. Pondere: por qual motivo queremos ir ao Céu? Seria por motivos interesseiros ou para Lhe fazer o bem eternamente? Seria em razão de Isaías 53.11? Que tal?

Sabemos que o ‘Cordeiro’ morreu na cruz movido pelo intenso desejo de nos fazer o bem! Ao contemplá-Lo lá, também o nosso coração se sente constrangido a Lhe fazer o bem! A retribuir tal amor com sincero e perfeito amor? Sim, sempre será que o‘ódio suscita ódio e o amor suscita amor’. 

Constatemos que ‘obedecer-Lhe por amor’, poderia ainda abranger diversos outros aspectos, igualmente altruístas. Convém-nos ponderar, mais detalhadamente, sobre esse tema, analisando-o sob diversos ângulos. Avancemos um pouco mais na compreensão dessa motivação cristocêntrica.

Considere, por exemplo, a mãe que acaba de amamentar a seu filhinho faminto. ‘Por que fez isso?’ ‘Por amor a ele’, nos responderia. E nós concordaríamos que, ao atender àquela premente necessidade do bebê, lhe fez o bem, amou-o, pois a criança precisava muito do alimento.

Atentemos aos sentimentos de alguém que acabou de atender a um faminto, à porta da sua casa, quanto à necessidade de alimento. Se lhe perguntarmos: “Amigo, por que fez isso?” Poderia nos responder: “Porque vi nele um irmão do Senhor e, para lhe fazer o bem, o atendi”. Concordaríamos que, ao atender àquela urgente necessidade, lhe demonstrou desinteressado amor. O favorecido, angustiado pela fome, carecia muito de tal apoio. 

Há atos de amor que podem ser suscitados pela necessidade do favorecido! Então perguntamos: Está, porventura, também o nosso Deus em alguma grande necessidade? Está, porventura, precisando de nós, da ajuda dos ínfimos seres humanos. De nós está Ele agora ansiosamente esperando algo importantíssimo? De que, pela Sua graça, Lhe façamos algo?

O Senhor, nosso querido Deus, está sendo julgado!?

Em Romanos 3.3-4, nos deparamos com esta surpreendente declaração, relativa a Deus, nosso Pai celestial: “... acaso porque não creram invalidaram a fé [fidelidade] de Deus? De maneira alguma! Deus é verdadeiro e todo homem é mentiroso. 

Como está escrito: Para que sejas justificado por Tuas palavras, e sejas declarado inocente quando fores julgado”. Observe que esse texto se refere a Deus Pai, e não a algum ser humano. Nosso Pai está sendo julgado? Sim!

Como Deus é o único Criador que existe, será que Ele consentiria em ser julgado por um tribunal, composto exclusivamente por criaturas Suas? Sim, amigo, é perfeitamente justo que nos assombremos. 

E que nos assombremos muito – sim, muitíssimo – com semelhante demonstração de humildade e condescendência por parte dEle: consentir em ser julgado pelos seres que Ele mesmo criou. E em aceitar ser avaliado pelas evidências, provas e testemunhos, produzidos por Suas criaturas.

À primeira vista, soa-nos muito estranha a ideia de Deus ser julgado por Suas criaturas. Entretanto, a realidade é que cada um de nós O está constantemente julgando! Uns O julgam um Pai bondoso, misericordioso, benigno, justo, puro, santo e bom. E assim Lhe enchem o coração de alegria.

Outros, pelo contrário, sendo enganados por Satanás, supõem ser Ele injusto, cruel e muito severo. Há pessoas que O elogiam, e há as que O desaprovam. Há as que O reconhecem e Lhe agradecem. Há as que blasfemam. Assim os seres inteligentes, em certo sentido, já O estão julgando.

Os três júris

O Senhor será julgado em três diferentes etapas, júris. No primeiro júri, os juízes serão os santos anjos e os habitantes dos mundos não-caídos. E as testemunhas – por incrível que possa parecer! – serão os fiéis cristãos ‘dos últimos dias’. E nos alegramos por pressentir que esse dia está às portas.

O segundo júri se dará durante o milênio, após a volta de Jesus, e os juízes serão os remidos. Ocasião em que ouvirão da boca do Senhor todas as explicações e os ‘porquês’ das coisas que aconteceram na vida, tanto a si próprios como aos demais (Ap 15.4). 

E tomarão conhecimento das razões da ausência nos céus de alguns dos seus conhecidos. Durante esse período, os remidos participarão também do julgamento dos anjos caídos bem como dos ímpios, quando se estabelecerá o tempo de duração da segunda morte a cada um deles. “Ou não sabeis que os santos julgarão o mundo ... Não sabeis que julgaremos os anjos [maus]. Quanto mais as cousas deste mundo” (1 Co 6.2-3).  

O terceiro júri se dará após o milênio, e os juízes serão os que não terão parte na vida eterna; e é essencialmente para essa finalidade que haverá a segunda ressurreição (Ap 20.5-7). O Senhor será considerado justo, fiel e verdadeiro e vencerá em cada uma dessas etapas. A conclusão unânime de cada uma das três classes de juízes será idêntica a esta: 

“... Grandes e maravilhosas sãos as Tuas obras, ó Yahweh Deus, o Todo-poderoso! Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei das eras! Quem não Te temerá, ó Yahweh, e não glorificará Teu nome? 

Porque só Tu és santo e justo, porque todas as nações virão e adorarão em Tua presença, pois têm sido manifestas Tuas obras justas” (Ap 15.3-4): Ele manifestará, revelará, no devido tempo, a cada um dos seres pensantes, os ‘porquês’ de Ele ter consentido com isso ou com aquilo! Onde hoje vemos completa confusão e decepções, veremos que, na realidade, era a mais perfeita harmonia. E, quando Ele o fizer, nós iremos ficar tristes por termos, aqui, ficado tristes e decepcionados!

Diz-se que Ele ‘escreve reto por linhas tortas’! As linhas são, de fato, retas; mas nós é que, em nossa deficiente visão (conhecimento), as vemos como tortas. 

Ao ser vendido por seus irmãos [Gn 37], essas linhas pareciam tortas a José; porém ele, posteriormente, as reconheceu como retas! E eis que “... todo joelho se dobrará diante de Mim, e toda língua confessará a Deus” (Rm 14.11), em reconhecimento que Suas linhas, que pareciam tortas, eram, de fato, retas. 

O primeiro júri

O texto de Romanos 3.3-4 refere-se a ‘justificado por Tuas palavras’. Poderíamos perguntar: “Quais palavras?” Sim, como temos visto nos capítulos anteriores, Ele assegura que é possível ao homem ser-Lhe perfeitamente ‘fiel até a morte’ (Ap 2.10). 

Ordena-nos: “Amarás Yahweh teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com toda a tua mente” (Mt 22.37). “Sereis, pois, perfeitos ...” (Mt 5.48).  “... Eu sou El Shadai Deus: seja agradável diante de Mim e irrepreensível” (Gn 17.1). Ele espera, pois, que, pela graça, sejamos perfeitamente obedientes à Sua Lei de Êxodo 20.

Nosso Senhor reclama a realidade de tal fato: obediência perfeita por parte do homem ainda que nascido com natureza tendente ao mal. Evidentemente, tal natureza é uma dificuldade, um aparente empecilho; porém, não significa que seja uma barreira intransponível. Nosso Deus afirma que a obediência perfeita nos é não apenas possível, como também necessária. E, portanto, Ele a está aguardando. São essas, pois, as ‘Tuas palavras’.

É óbvio que Seu acusador é Satanás, cujo nome significa: adversário, opositor, acusador, caluniador. Esse afirma que nos é impossível obedecerLhe perfeitamente. E, os que creem que nos seria mesmo impossível, estão posicionados ao lado do inimigo, endossando sua mentirosa acusação. 

Deus afirma ser possível. O inimigo denuncia que é impossível. Eis criado o impasse. Se, de fato, fosse mesmo impossível ao homem obedecer-Lhe perfeitamente, eis que seria procedente a acusação de falha, injustiça e falsidade. 

Temos, então, que nosso Pai celestial, está sendo acusado pelo inimigo, de ser (1) falho, (2) injusto e (3) falso por estar exigindo do homem o perfeito cumprimento de Sua lei, obediência perfeita pela fé nEle, na Palavra. 

(1) Ele seria falho: por ter-Se equivocado em fazer uma Lei, cujo cumprimento estaria bem além dos limites, das condições a nós disponíveis; (2) Seria falso: por ter afirmado que nos é possível obedecer perfeitamente, quando, supostamente, não seria; (3) Seria injusto, por estar exigindo de nós um caráter impossível de se obter. 

Considerando João 15, o Agricultor [Deus Pai] não deveria estar esperando que a Videira verdadeira [Jesus, a Palavra] venha a produzir as desejadas uvas [perfeição de caráter] em Seus ramos [nós]. 

Como se resolverá tal questão? Como poderá ser Ele ‘justificado nas Tuas Palavras’? Por intermédio de quem poderá Ele resolver isso? Por intermédio de nós – os cristãos dos dias finais da história do homem em pecado! Ele anuiu em colocar Sua honra e Sua glória na dependência do êxito ou do fracasso de Seus filhos terrestres, impotentes e nascidos com tendências ao mal, por mais incrível que tal fato possa parecer! 

Considere que, de antemão, Ele já nos nomeou assim: “Vós sois Minhas testemunhas” (Is 43.10). Nós. Você também. Testemunhas dEle, para confirmar, com nossas vidas, que pela fé é, sim, possível que o próprio Jesus viva Sua vida em nós, ininterruptamente. Ora, por qual razão a ‘Videira verdadeira’ (Jo 15) seria impossibilitada de ‘produzir muito fruto’ em nós? É unicamente a incredulidade dos ramos que pode impedir essa realidade.

Os 144.000

Sabe-se que, pela lei da hereditariedade, as consequências dos pecados dos pais são transmitidas aos filhos, nas sucessivas gerações. “... o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam” (Êx20.5 - CF). 

Assim, quanto mais o tempo passa, mais frágil e impotente se torna a natureza humana. Pois o caráter do Senhor será justificado, as calúnias que pesam sobre o nosso Deus Pai serão desmentidas, anuladas, refutadas pelas vidas vitoriosas possuidoras da natureza humana mais enfraquecida e mais frágil que já existiu na história da humanidade: os 144.000  .

“E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com Ele cento e quarenta e quatro mil, que em suas testas tinham escrito o nome de Seu Pai. ... Estes são os que não estão contaminados com mulheres  , porque são virgens. 

Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro. E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus” (Ap 14.1-5 - CF). Eles pertencem à última geração, anterior à volta de Jesus. 

As vidas vitoriosas dos 144.000 anularão, por completo, aquelas acusações satânicas de que Deus seria falho, injusto e falso, demonstrando a falsidade delas. E para que a prova seja convincente e irrefutável, sob que condições estarão eles? A fim de comprovar que é mesmo possível obedecer-Lhe sempre, o Senhor permitirá que as mais adversas, inimagináveis e difíceis condições venham a envolver Seu povo de então. 

Provação mais difícil e jamais suportada antes por seres humanos

Sendo que o Espírito Santo está sendo continuamente rejeitado pela grande maioria, Sua presença – repressora do mal – está, paulatinamente, sendo afastada da face da Terra. É essa, pois, a verdadeira causa das atuais calamidades e das crescentes crises que se abatem sobre a humanidade. 

Esses fenômenos estão sendo cada vez mais frequentes e intensos. E estão sendo registrados em terra, céus e mares; bem como a ilegalidade e os distúrbios sociais, que se alastram e assombram a sociedade moderna: “... extremo desespero por causa do rugido do mar [convulsão social, pois água ou mar simboliza povos, multidões segundo Apocalipse 17.15], e desfalecerão os homens por causa da comoção provocada pelo terror do que sobrevirá à terra ...’ (Lc 21.26). 

Os pilares da sociedade estão sendo destruídos: a família, a religião e a propriedade.

Retirada a presença do Espírito Santo, possibilita-se que o inimigo de Deus tenha, então, completo domínio sobre os maus. “E [o dragão, diabo, Satanás] se pôs sobre a areia do mar”. “O número desses [dos maus] é como a areia do mar” (Ap 12.18 - RA; 20.8 - RA). 

“... E Eu disporei os egípcios [símbolo dos perversos] contra os egípcios, e eles lutarão cada um contra seu irmão e cada um contra seu vizinho; cidade contra cidade e reino contra reino. E o espírito dos egípcios esvaecerá no meio daquele lugar ... E os egípcios Eu abandonarei na mão de um senhor cruel [Satanás], e um violento rei os governará ...” (Is 19.1-4 KJ; Mt  24.7).

Em tal situação e ambiente, privados também de seus direitos civis e de todo e qualquer apoio, não podendo ‘comprar nem vender’ (Ap 13.17), os 144.000 serão ameaçados, perseguidos e torturados pelos maus. E, além disso, não estarão usufruindo do privilégio da intercessão de Cristo no santuário celestial (Ap 8.5). 

Mesmo assim, pela graça de Deus, demonstrarão, sem que reste qualquer sombra de dúvida que lhes é, sim, possível continuar obedecendo perfeitamente à Lei de Deus, por meio de uma vida devocional adequada, estando 'em Cristo' e sendo amparados pelo poder criador da Palavra de Deus ao serem tentados e pela assistência do Espírito Santo. 

Permanecerão sem pecar, sem ofender ao Senhor, não consentindo com nenhuma tentação, nem mesmo em pensamento. Sucesso absoluto. Eles permanecerão fiéis ao Senhor nas mais terríveis e inusitadas condições, jamais suportadas anteriormente por seres humanos (Dn 12.1). Não porque se tornaram super-homens, mas porque o Super-homem vive neles!

Sem desculpas. Prova irrefutável!

Ora, se esses – os mais frágeis e nas piores condições possíveis e além de nossa imaginação – por Jesus viver neles ininterruptamente! – continuam obedecendo, então todos os que viveram antes deles igualmente poderiam ter obedecido. 

Assim, aquelas calúnias satânicas serão cabalmente desmentidas. E a perfeita obediência deles condenará todas as demais transgressões de todos os homens de todas as épocas, pois esses também poderiam ter permitido que Gálatas 2.20 se cumprisse em suas vidas! Sim!

Ficará assim comprovado que as acusações satânicas são totalmente sem fundamento, carentes de toda e qualquer veracidade. E o confortante desse assunto é que também nós, motivados pelo amor ao nosso Pai, podemos participar dessa demonstração. 

Está você também disposto a aceitar o convite de pertencer a esse seleto grupo de testemunhas a favor dEle? Tal é o privilégio que nos está sendo oferecido. A nós, falhos e indignos, como sabemos que o somos! Entretanto, se as nossas indiscutíveis impotência e insignificância estiverem unidas à onipotência da Palavra de Deus, o resultado será onipotente. “Sem o ‘COMO’, não há como obedecer-Lhe”. Amém?

Requisitos aos fiéis estão descritos no Salmo 15 e em Isaías 33.15-17. O Senhor, na verdade, tem razões próprias ao permitir a perseguição, referida em Marcos 13.13; Mateus 24.48-49; Apocalipse 3.10, João 16.1-2. 

· através dela os cristãos descobrirão, em si próprios, alguns defeitos de caráter que de outra maneira não os perceberiam; e 

·  ao suportarem com fé e firmeza as agruras dos maus tratos, através de seu exemplo darão testemunho àqueles que, de outra maneira, não viriam a reconhecer a verdade.

Praticar ‘boas’ ações visando ao interesse próprio é uma maldição

Relembremo-nos que o que imprime significativo valor àquilo que fazemos é o motivo – o ‘porquê’, a intenção – que nos move à ação. O que determina – se uma ação é boa ou má – é a razão pela qual é realizada. Seremos julgados pelos motivos. 

Exclusivamente por eles (1 Co 4.5). Se uma ação for externamente boa, mas tiver sido realizada por um motivo egoísta, eis que o juízo divino a considerará uma má ação. 

Quando fazemos algo – mesmo que seja julgado bom pelas aparências – visando o próprio benefício, buscando o próprio interesse, não será de qualquer valor aos olhos de Deus. Como, por exemplo, se eu der um pedaço de pão a um faminto à porta, a fim de me livrar dele, seria um ato egoísta, portanto um pecado. 

As obras que contam favoravelmente são apenas aquelas motivadas por amor, pois ‘se não tiver amor [a Deus e ao próximo] em mim, de nada me aproveitará’ (1 Co 13.3).

Uma das maldições no moderno cristianismo é que a maioria das doutrinas é egocêntrica, isto é, fala-se de Jesus, de Seus mandamentos ou de Seus feitos, mas convoca-se à ação visando ao benefício próprio, alimentando o próprio ego, estimulando, de fato, o egoísmo do suposto praticante. Doutrinas egocêntricas geram vidas egocêntricas e, por essa razão, são uma maldição. Fora com elas!

Outros exemplos: “coma corretamente, faça exercícios físicos, beba pelo menos dois litros de água pura diariamente, durma bem ... a fim de ter boa saúde”; ou “para ter paz de espírito ore a Deus e frequente a igreja”; ou “se você quer ir ao céu, obedeça aos mandamentos”; ou “entregue Sua vida a Jesus, e tudo será uma maravilha” ou “devolva o dízimo e Deus vai abençoá-lo com muito mais” [E, às vezes, tem-se a pretensão de apresentar algum apoio bíblico a esse estímulo egoísta, tal como: “Oh! Provai, e vede que o Senhor é bom ...” (Sl 34.8 - KJ)]. Se forem esses os motivos que nos levam a essas práticas, estaremos sendo ainda egocêntricos.

Sabe-se que é técnica do mundanismo o motivar a uma ‘boa’ ação externa, estimulando o egoísmo: “eis aqui os prejuízos a evitar e os benefícios a usufruir”. É a antiga regra ‘do chicote e da cenoura’. É a voz do inimigo de Deus que se vale desta retórica: “Se você não vem por bem, virá por mal”. 

O caráter do Senhor, nosso Deus, é desfigurado – assemelhando-o ao satânico – quando alguém se vale dessa maneira para estimular a prática do cristianismo. Quando Satanás consegue que manchemos, com egoísmo, o motivo que nos leva à ação, eis que ele obteve sucesso. Pois agir por egoísmo é pecar. Como seria saudável à religião do Senhor se fossem abolidas todas as pregações e admoestações que estimulam o egoísmo. Muita tristeza causa-se, com isso, ao coração de Cristo.

Doutrinas cristocêntricas produzem vidas cristocêntricas

Diz-se que uma doutrina [palestra ou admoestação] é cristocêntrica, quando, ao expô-la, não apenas fala-se de Jesus, de Seus feitos ou Suas leis; mas, sim, quando também se ensina a praticá-las como um gesto de amor a Cristo, isto é, para Lhe fazer o bem, entendendo-se o porquê desse fazer. 

É apenas quando se age por amor a Ele que as obras são de valor a Seus olhos. “... se não tiver amor em mim, de nada me aproveitará” (1 Cor 13.3). Há que se ter um motivo compreensível de Lhe fazer o bem ao se praticar qualquer sã doutrina. 

No autêntico cristianismo estabelece-se uma relação de amor com o nosso Deus. Amar é sinônimo de fazer o bem desinteressadamente. Uma legítima relação de amor é uma via de mão dupla, ou seja, enquanto eu faço o bem ao outro sem esperar que ele me retribua, igualmente ele faz o bem a mim, sem esperar que eu o faça a ele. Qualquer relação que estiver fora desse parâmetro está desqualificada e não se trata de uma ‘relação de legítimo amor’.

Desse modo, ao nos dar mandamentos, avisos, ordens, instruções, conselhos e admoestações, o Senhor sempre tem os Seus próprios objetivos que visam ao nosso bem. E Ele, em muitos casos, os declara a nós. Entretanto, esses objetivos – de Ele para conosco – nunca deveriam ser os nossos motivos, as razões a nos levar à ação, o ‘porquê’ praticamos a Lei de Deus. Nunca!

É certo que, se comermos corretamente, fizermos exercícios físicos, bebermos pelo menos dois litros de água pura diariamente, dormirmos bem ... realmente teremos boa saúde. Entretanto, ‘a boa saúde’ é o objetivo de Deus para nós! O raciocínio correto é: Se eu comer ... me exercitar ... beber ... dormir ... etc., em minhas veias haverá sangue de boa qualidade, o qual alimentará melhor os meus neurônios, colocando-os em melhores condições para perceber, receber e entender a voz do Espírito Santo comunicando-Se com a minha mente. 

E o que acontece no coração do Pai celestial quando entro, assim, em íntima comunhão com Ele? Há alegria em Seu bondoso coração. Então, faço tudo aquilo que me foi ordenado fazer, para que haja essa alegria em meu Deus. Pratico o regime de temperança por amor a Deus.

É absolutamente certo que, ao se devolver o dízimo, Deus vai abençoar o dizimista: vai lhe conceder em maior medida o Seu divino Espírito. 

Esse é Seu principal objetivo em relação ao dizimista e é por essa razão que Ele lhe pede que dizime! Entretanto, receber a ‘bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes’ (Ml 3.10 - CF) não é o motivo que o leva a dizimar. Eis que o cristão raciocina assim: Devolvo o dízimo, o qual vai ser empregado na divulgação do verdadeiro evangelho; o pecador ouve o evangelho, arrepende-se e aceita a Jesus como seu Salvador pessoal. 

O que acontece nos céus, quando um pecador se converte? Há alegria lá. Sim, devolvo aqui, para que haja alegria lá na Pátria celestial. Façoo, portanto, por amor a Deus. Ao devolvê-lo estou Lhe fazendo o bem.

O Senhor Jesus nos ordenou: “Ide e pregai o evangelho” (Mc 16.15). E Ele nos declarou Seu objetivo em relação aos que acatassem Sua ordem: as posições na Pátria Celestial serão definidas exatamente na proporção como multiplicarmos os talentos recebidos (Lc 19.11-27). 

Entretanto, ostentar mais coroas ou alcançar lá uma função mais distinta não é a motivação do cristão ao se dedicar ao evangelismo. Muito pelo contrário. Efetivamente ele raciocina assim: Se, pela graça de Deus, alcançar uma alma e ela se entregar a Jesus, haverá alegria em Seu coração. Por esse motivo me empenharei de corpo e alma em salvar o meu próximo. Envolvo-me e esforço-me no evangelismo por amor a Cristo.

Entendemos que, com esses exemplos, elucidamos o que significa estabelecer uma relação de amor com o nosso querido Pai Celestial. Tudo o que o cristão autêntico faz, o faz por amor a Deus; o faz por entender por qual motivo ele está Lhe fazendo o bem, amando-O. Em outras palavras: o cristão fiel vive uma ‘vida cristocêntrica’. A esse respeito Paulo expressou-se com admirável precisão: “Para mim o viver é Cristo” (Fp 1.21 - KJ; Cl 3.23-25).

Testemunhe com a sua vida, amigo!

É o amor ao nosso querido Pai Celestial que nos move a Lhe obedecer neste ‘final dos tempos’. Por amor a Ele é que enfrentamos o Seu inimigo e, pela fé, o vencemos, a fim de que as calúnias satânicas, que pesam sobre Ele, sejam anuladas. 

É por isso que nos esforçamos, de corpo e alma, em guardar a Lei do Senhor pela fé. É essa a nossa principal mola propulsora. Relembremo-nos, entretanto, que unicamente o Espírito Santo pode criar e cria esse motivo em nós. Que a obediência em nossas vidas seja cristocêntrica e não egocêntrica!

Nossa geração é a atual candidata a ser aquela, da qual nosso Pai poderá vir a afirmar: “Aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus” (Ap 14.12). 

Aproveitaremos essa extraordinária oportunidade? Faremos pulsar de alegria o Seu coração? Adequadamente combinados, o oxigênio e o hidrogênio produzem água. Assim, a acertada união do esforço humano com a onipotência divina produz uma vida cristocêntrica. E, como o poder é dEle, obviamente a honra e a glória de tais feitos Lhe pertencem integral e exclusivamente. Fortaleçamos, então, a nossa relação de amor com Ele.

Estamos cientes, com mais exatidão, do motivo pelo qual ofendemos a Deus, quando pecamos? Quando a obediência de Cristo se manifesta em nós, isto é, quando a ‘Testemunha fiel e verdadeira’ estiver vivendo, ininterruptamente, em nós, confirmaremos que nosso Pai foi e está sendo justo e coerente em esperar que o ‘fruto do Espírito’ se desenvolva, com perfeição, em nós; em sustentar que a felicidade é, sim, possível a todos os impotentes seres humanos, ainda que pecaminosos. 

E, ao desobedecer à Lei, estamos ofensivamente confirmando aquelas calúnias satânicas. Se não formos testemunhas do Senhor, o seremos de Seu inimigo. Inevitavelmente!

Agora que o caráter de nosso Pai celestial está sendo julgado pelos seres celestiais, fomos nomeados Suas testemunhas. Eis que, de antemão, conhecemos qual vai ser o veredito universal: “Justos e verdadeiros são os Teus caminhos” (Ap 15.3-4). 

Testemunha-se com motivos de amor a Ele. Testemunhemos, pois! E, para tanto, vamos nos munir de ‘desejo irreprimível, vontade indomável, esforço tenaz e incansável perseverança’, pois ‘a porta é estreita, apertado o caminho’. E, bem o sabemos: teremos poucos companheiros nele ( Mt 7.14)! Vivamos vidas cristocêntricas. Sejamos dos 144.000. Amém?

Oremos: “Senhor, encha-nos com Teu Espírito, pois nos convidas a fazermos parte das Tuas testemunhas nesses dias finais. Em nome de Jesus Cristo. Amém”. 


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