15 - O amor é o motor do evangelho

Evangelho aos romanos

Capitulo 15 - O amor é o motor do evangelho 

 

Rm 15:1-7: "MAS nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos. Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação. Porque também Cristo não agradou a si mesmo, mas, como está escrito: Sobre mim caíram as injúrias dos que te injuriavam. 

Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança. Ora, o Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus. Para que concordes, a uma boca, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu para glória de Deus."  

O capítulo quinze suplementam a instrução dada no capítulo anterior. O capítulo quinze começa com a exortação: ora, nós que somos maduros na fé, devemos suportar as debilidades dos novos na fé e não agradar a nós mesmos. (Rm 15:1). Nosso conhecimento mais amplo faz-nos mais responsáveis quanto ao dever de exercer a maior caridade e paciência. Deus estabeleceu uma aliança de amor com os seus servos fiéis. Ajuntai-me os meus santos, aqueles que fizeram comigo uma aliança com sacrifícios. (Sl 50:5).  

Esta aliança tem seu fundamento no amor. É o amor que nos habilita cumprir a palavra de Deus. Moisés tomou o livro da aliança e o leu aos ouvidos do povo, e eles disseram: Tudo o que o Senhor tem falado faremos, e obedeceremos. (Êx 24:7).  

O povo de Israel pensava que podia obedecer a lei de Deus com suas próprias forças. Tudo o que o Senhor tem falado faremos, e obedeceremos. Moisés ficou triste com a resposta do povo. Eles não entenderam o sacrifício que fora realizado antes da apresentação das palavras da aliança. (Êx 24:6).  

As palavras da aliança, a lei de Deus, são as normas do próprio caráter de Deus. É impossível ao homem caído alcançar esta norma por si só. Então tomou Moisés aquele sangue, e espargiu-o sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue da aliança que o Senhor tem feito convosco sobre todas estas palavras. (Êx 24:8). 

Em outras palavras Moisés estava dizendo: é o sangue desta vítima inocente que os habilita cumprir a lei de Deus. O povo precisava ver o amor de Deus através deste sacrifício, e serem transformados por este. A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei."(Rm 13:8).  

Mas, como podemos ver amor na morte de uma vítima inocente afim de que possamos cumprir a lei? Eu quero apresentar a vocês dois altares de sacrifício: o altar de Caim e o altar de Abel. O altar de Caim era lindo à vista natural, repleto de lindos e deliciosos frutos do campo. Por outro lado, o altar de Abel tinha apenas um Cordeiro morto, despedaçado. Qual dos dois altares te infunde amor? Não dê uma resposta precipitada sem notar o pano de fundo, a condição da raça humana. 

O homem estava condenado à morte, porque o salário do pecado é a morte. Quando você entende que aquela era a sua sorte; que a pessoa que deveria morrer é você, por causa dos seus muitos pecados; e você percebe que aquém inocente toma o seu lugar, é impossível não amar esta pessoa.  

O problema do sacrifício de Caim, é que ele não possui o sangue da vítima inocente. Não chama a atenção para o Cordeiro de Deus que levou sobre Si as nossas transgressões. Sem sangue não há remissão de pecados. 

O único meio do homem ser liberto da escravidão do pecado, é somente através da aspersão do sangue. Jesus, é Mediador de uma nova aliança, é dEle que provém o sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel. (Hb 12:24). Porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados. (Mt 26:28). O sangue é a vida. Assim, quando o sangue de Jesus é aspergido sobre nós, na realidade, é a vida de Jesus que está sendo derramada sobre nós.  

Mas, que vida? Não poderia ser a vida que Ele viveu por toda eternidade ao lado do Pai, porque Ele não desceu diretamente do céu à cruz. Notem que em Êxodo 24:5 Moisés ordena aos jovens, que fizessem um sacrifício de bezerros.  

De onde eles tomaram estes bezerros? Do acampamento. Estes bezerros habitavam com o povo de Israel. O que Moisés estava transmitindo ao povo, era que a vítima sacrifical deveria se encontrar no acampamento.  

É por isso que Jesus não poderia descer diretamente do céu à cruz; ele precisava habitar conosco, no nosso acampamento. NO princípio era a palavra, e a palavra estava com Deus, e a palavra era Deus. E a palavra se fez carne, e habitou entre nós. (Jo 1:1,14). 

O texto diz que a palavra, Jesus, se fez carne. Mas, que tipo de carne? Vamos perguntar ao apóstolo Paulo: Porquanto o que fora impossível à lei, porque estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado.  

Assim, a palavra, Jesus, que estivera ao lado do Pai por toda a eternidade; se tornou em carne pecaminosa como nós. Então, como Ele venceu o pecado em uma natureza pecaminosa? Porque o apóstolo Paulo diz que era impossível ao homem infectado pela carne pecaminosa, guardar a lei. (Rm 8:3). 

Em outras palavras, como ele poderia praticar boas obras em uma carne pecaminosa? O próprio Cristo responde: O Espírito do Senhor Deus é sobre mim, Pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do coração, A pregar liberdade aos cativos, E restauração da vista aos cegos, A pôr em liberdade os oprimidos, A anunciar o ano aceitável do Senhor. (Lc 4:18-19).  

Ou seja, todas as obras que Jesus fez aqui na terra, foi através do Espírito Santo. Jesus, por si mesmo, em carne pecaminosa, não podia fazer nada. Na verdade, na verdade vos digo que o Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma. (Jo 5:19). Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. (Jo 14:10). Assim, 

Jesus guardou perfeitamente a lei de Deus, porque o Pai estava NEle através do Espírito Santo. Agora você entende porque o Cordeiro não podia descer direto do céu à cruz? Porque, para jogar por terra a acusação de Satanás, que é impossível ao homem caído guardar a lei; Jesus tinha que condenar o pecado em uma carne pecaminosa.  

O Cordeiro sem mancha, tinha que ser tirado do arraial deste mundo de pecado. Assim, quando Deus coloca o sangue de Jesus sobre nós, ele está colocando em nós está vida que Cristo viveu aqui, sem pecado; porque o sague é a vida. (Lv 17:14). E este processo ocorre em nós quando percebemos este tão grande amor de Deus por nós. 

Um Deus que nos amou quando éramos ainda pecadores. (Rm 5:8). É o sangue de Jesus sobre nós, que cria no nosso coração, este amor de origem celestial. E este amor nos habilita guardar a lei. (Jo 14:15,21,2324). Notem por estes versos, que a guarda dos mandamentos é antecedida pelo amor; ou seja, é o amor que nos habilita guardar a lei. Disse Jesus: amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. 

Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas. (Mt 22:37-40). O amor é o alicerce.  Então, Como podemos suportar-nos uns aos outros? A resposta é: como também Cristo nos suportou. Em vez de insistir nos nossos direitos e desejos, devemos estar dispostos a subordiná-los ao bem-estar do nosso irmão, por mais fraco ou preconceituoso que ele nos pareça. O amor não busca os seus interesses. (1Co 13:5).  

O apóstolo Paulo, sendo livre para com todos, se fez servo de todos para ganhar ainda mais. (1Co 9:19). O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. (1Co 13:7). Você percebe que é o amor que nos torna um verdadeiro servo de Deus? Agora, alguém pode estar pensando: se é assim, vou começar a me esforçar por amar a todos. Você pode fazer todo o esforço do mundo, ainda assim, não vai conseguir amar.  

O amor é uma planta de origem celestial; ele não nasce em um coração natural, ou carnal. Mas a boa notícia é: Deus pode preparar o terreno do nosso coração para plantar esta árvore que dá muitos frutos, os frutos do Espírito. Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação. (Rm 15:2). 

Porque? Porque aquele que ama agrada. Como também eu em tudo agrado a todos, não buscando o meu próprio proveito, mas o de muitos, para que assim se possam salvar. (1Co 10:33). E aquele que me enviou está comigo. O Pai não me tem deixado só, porque eu faço sempre o que lhe agrada. (Jo 8:29). Jamais somos chamados deixar de exortar a um irmão, e adverti-lo do erro, a fim de agradá-lo. 

 Não devemos fechar os olhos ao pecado de nosso irmão para não molestá-lo, permitindo com isso que persista na transgressão sem adverti-lo. Não existe bondade alguma nesse proceder. Está escrito: não aborrecerás teu irmão no teu íntimo; mas repreenderás o teu próximo e, por causa dele, não levarás sobre ti pecado. (Lv 19:17). 

Quem ama exorta, adverte, e corrige. Isso é válido tanto para filho, quanto para as almas que Deus coloca em nosso caminho. Devemos agradar ao nosso próximo, mas somente para o seu bem e não para sua perdição. Em Gálatas 6:1 e 2, lemos: irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado. Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo. Porque também Cristo não se agradou a si mesmo; antes, como está escrito no salmo 69: 9: As injúrias dos que te ultrajavam caíram sobre mim. (Rm 15:3).  

Ao tolerar as fraquezas dos débeis, estamos cumprindo a lei de Cristo. Porém, suportar as cargas uns dos outros não significa dizer-lhes que podem ignorar impunemente qualquer dos mandamentos. Guardá-los não é carga alguma, já que os mandamentos de Deus não são pesados. (I Jo 5:3). 

Como Cristo carrega nossos fardos? Cristo não remove a lei de Deus, mas sim, os nossos pecados; e capacitando-nos para guardarmos a lei. Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. (Rm 8:3,4).  

Deus nos salva para que possamos salvar outros. Outrora, falaste em visão aos teus santos e disseste: A um herói concedi o poder de socorrer; do meio do povo, exaltei um escolhido. (Sl 89:19). Certamente, Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre Si. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos. (Is 53: 4,6). 

O que transforma isso em algo fácil? Se não nos esquecermos que Cristo leva as nossas cargas. Se assim for, sernos-á um prazer levar as cargas de nossos semelhantes. O problema é que muito frequentemente nos esquecemos de que Cristo é o Portador, e estando oprimidos pelo peso de nossas próprias debilidades, temos menos paciência com as dos demais. 

Mas quando sabemos que Cristo realmente é o Portador de cargas, lançamos toda a nossa solicitude sobre Ele, e então, quando fazemos nossa a carga do próximo, Ele também as leva.  Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança. (Rm 15:4). Como Cristo nos consola? Através das Escrituras.  

É a palavra de Deus que cria em nós um novo coração capaz de amar. Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação! É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus. (2Co 1:3-4). 

Ele assume todas as repreensões que caem sobre os homens: as injúrias dos que Te ultrajavam caíram sobre Mim. Lemos acerca dos filhos de Israel: em toda a angústia deles, foi Ele angustiado. (Is 63:9). Estas são palavras de Cristo: Tu conheces a Minha afronta, a minha vergonha e o meu vexame. O opróbrio partiu-Me o coração. (Sl 69:19,20). 

Porém, Ele não mostrou a menor impaciência nem fez qualquer murmuração. Portanto, já levou as cargas do mundo em Sua carne e é completamente capaz de levar as nossa sem queixa alguma, para podermos ser fortalecidos com todo o poder, segundo a força da Sua glória, em toda a perseverança e longanimidade; com alegria. (Cl 1:11).   

Ora, o Deus da paciência e da consolação vos conceda o mesmo sentir de uns para com os outros, segundo Cristo Jesus. (Rm 15:5). Quando estiver enfrentando lutas e tribulações, lembre-se de Jó. Eis que temos por felizes os que perseveraram firmes. Tendes ouvido da paciência de Jó e vistes que fim o Senhor lhe deu; porque o Senhor é cheio de terna misericórdia e compassivo. (Tg 5:11). Jó foi paciente e compassivo porque ele conhecia o Deus a quem ele servia. 

Assim serdes também vós, para que concorde mente e a uma voz glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. (Rm 15:6). O mundo espera ver esta glória em nós. É assim que vamos dar a última mensagem de misericórdia ao mundo; dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória. (Ap 14:7). Mas, como podemos dar glória a Deus se estamos destituídos da glória de Deus? (Rm 3:23).  

Quando Cristo habita em nosso coração, a sua luz brilha através de nós. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus. (Mt 5:16). Portanto, acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu para a glória de Deus. (Rm 15:7). Acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu, para que a glória de Deus brilhe em vós. É amando o nosso próximo que pregamos ao mundo.  

A última mensagem de misericórdia ao mundo vai ser o caráter de Cristo refletido perfeitamente em seu povo. Rm 15:813: "Digo, pois, que Jesus Cristo foi ministro da circuncisão, por causa da verdade de Deus, para que confirmasse as promessas feitas aos pais; E para que os gentios glorifiquem a Deus pela sua misericórdia, como está escrito: Portanto eu te louvarei entre os gentios, E cantarei ao teu nome. 

E outra vez diz: Alegrai-vos, gentios, com o seu povo. E outra vez: Louvai ao Senhor, todos os gentios, E celebrai-o todos os povos. Outra vez diz Isaías: Uma raiz em Jessé haverá, E naquele que se levantar para reger os gentios, Os gentios esperarão. Ora o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz em crença, para que abundeis em esperança pela virtude do Espírito Santo.  

Digo, pois, que Cristo foi constituído ministro da circuncisão, em prol da verdade de Deus, para confirmar as promessas feitas aos nossos pais. (Rm 15:8). Não nos esqueçamos de que Jesus Cristo foi o ministro da circuncisão. Isso significa que Ele salva unicamente os judeus? Não, mas nos mostra que a salvação vem dos judeus. (Jo 4:22). Diz-se acerca de Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, que nasceu da linhagem de Davi segundo a carne. (Rm 1:3). Ele é a raiz de Jessé,  

Aquele que Se levanta para governar os gentios; nEle os gentios esperarão. (Is 11:10; Rm 15:12). Os gentios devem encontrar a salvação em Israel. Ninguém pode achá-la em outro lugar. Ao escrever aos irmãos de Éfeso, Paulo se refere ao estado anterior à sua conversão como sendo gentios segundo a carne, e disse: Naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo. (Ef 2:11,12). Isto é, além de Israel não há esperança para o homem.  

Os que estão excluídos da cidadania de Israel e estrangeiros estão sem Cristo e sem Deus no mundo. Em Cristo Jesus somos atraídos para Deus. Sendo levados a Deus, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus. (Ef 2:18,19).  

Cristo foi constituído ministro da circuncisão, em prol da verdade de Deus, para confirmar as promessas feitas aos nossos pais.” Isso mostra que todas as promessas divinas aos pais foram feitas em Cristo. Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nEle o sim. (2 Co 1:20). Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente.  

Não diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo. (Gl 3:16). Nunca se fez promessa alguma aos pais que não houvesse de ser obtida somente em Cristo e mediante a justiça que há nEle. Para que os gentios glorifiquem a Deus por sua misericórdia, como está escrito em Isaías 24:15: Por isto, eu te confessarei entre os gentios e cantarei ao teu nome. (Rm 15:9). 

Posto que Cristo seja o ministro da circuncisão para confirmar as promessas feitas aos pais, é evidente que essas promessas incluem a toda a humanidade. Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que O invocam. (Rm 10:12). É, porventura, Deus somente dos judeus? Não o é também dos gentios? Sim, também dos gentios, visto que Deus é um só, o qual justificará, por fé, o circunciso e, mediante a fé, o incircunciso.” (Rm 3:29,30).  

E outra vez ele diz no salmo 98:3: Alegrai-vos, gentios, com o seu povo. (Rm 15:10). Quando os apóstolos e os anciãos se reuniram em Jerusalém, Pedro explicou como havia sido instrumento nas mãos divinas para levar o evangelho aos gentios. Ele disse: Ora, Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, concedendo o Espírito Santo a eles, como também a nós nos concedera. E não estabeleceu distinção alguma entre nós e eles, purificando-lhes pela fé o coração. (At 15:8 ,9). 

E outra vez diz em salmo 117: 1: Louvai ao Senhor, todos os gentios, e exaltai-o todos os povos. E em Isaías 11:10 diz: Haverá uma raiz em Jessé, e naquele que se levantar para reger os gentios; nele os gentios confiarão. (Rm 15:11-12). Então, Tiago acrescentou: Expôs Simão como Deus, primeiramente, visitou os gentios, a fim de constituir dentre eles um povo para o Seu nome. 

Conferem com isto as palavras dos profetas, como está escrito: Cumpridas estas coisas, voltarei e reedificarei o tabernáculo caído de Davi; e, levantando-o de suas ruínas, restaurá-lo-ei. Para que os demais homens busquem o Senhor, e também todos os gentios sobre os quais tem sido invocado o Meu nome, diz o Senhor, que faz estas coisas conhecidas desde séculos. (At 15:14-18).  

Somente mediante a pregação do evangelho aos gentios será edificado o tabernáculo de Davi. Dentre eles é tomado um povo para Deus. Tal foi o propósito de Deus desde a eternidade, e dEle todos os profetas dão testemunho de que, por meio de Seu nome, todo aquele que nEle crê recebe remissão de pecados. (At 10:43). Pois Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito em Deuteronômio 21: 23: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e para que pela fé nós recebamos a promessa do Espírito. (Gl 3:13-14).  

Em Deuteronômio 21: 22 diz que quando houver pecado, digno do juízo de morte, seria pendurado em um madeiro. Esta condenação deixava claro que este indivíduo era considerado maldito por Deus. Com isto em mente, Paulo cita Deuteronômio 21:23 para ilustrar o fato de que Jesus morreu; sob a maldição da lei. (Gl 3:10). Ele se fez maldição por nós. Nós que éramos os malditos, nós que teríamos que ser pendurados no madeiro.  Assim, as promessas feitas aos pais eram simplesmente aquelas do evangelho, proclamadas a cada criatura. 

Mediante a cruz, Jesus confirma as promessas feitas aos pais, para que os gentios glorifiquem a Deus por Sua misericórdia. E assim, o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz em crença, para que abundeis em esperança pela virtude do Espírito Santo. (Rm 15:13). É através da fé, que é fundamentada na esperança, que o nosso coração é purificado. (At 15:9). É Somente em um coração purificado pela fé que Deus pode plantar o amor, esta árvore de origem celestial que produz os frutos do Espírito.  

Rm 15:14-33: "Eu próprio, meus irmãos, certo estou, a respeito de vós, que vós mesmos estais cheios de bondade, cheios de todo o conhecimento, podendo admoestar-vos uns aos outros. Mas, irmãos, em parte vos escrevi mais ousadamente, como para vos trazer outra vez isto à memória, pela graça que por Deus me foi dada; Que seja ministro de Jesus Cristo para os gentios, ministrando o evangelho de Deus, para que seja agradável a oferta dos gentios, santificada pelo Espírito Santo. 

De sorte que tenho glória em Jesus Cristo nas coisas que pertencem a Deus. Porque não ousarei dizer coisa alguma, que Cristo por mim não tenha feito, para fazer obedientes os gentios, por palavra e por obras; Pelo poder dos sinais e prodígios, na virtude do Espírito de Deus; de maneira que desde Jerusalém, e arredores, até ao Ilírico, tenho pregado o evangelho de Jesus Cristo. 

E desta maneira me esforcei por anunciar o evangelho, não onde Cristo foi nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio; Antes, como está escrito: Aqueles a quem não foi anunciado, o verão, E os que não ouviram o entenderão. Por isso também muitas vezes tenho sido impedido de ir ter convosco. 

Mas agora, que não tenho mais demora nestes sítios, e tendo já há muitos anos grande desejo de ir ter convosco, Quando partir para Espanha irei ter convosco; pois espero que de passagem vos verei, e que para lá seja encaminhado por vós, depois de ter gozado um pouco da vossa companhia. Mas agora vou a Jerusalém para ministrar aos santos. Porque pareceu bem à Macedônia e à Acaia fazerem uma coleta para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém. 

Isto lhes pareceu bem, como devedores que são para com eles. Porque, se os gentios foram participantes dos seus bens espirituais, devem também ministrar-lhes os temporais. Assim que, concluído isto, e havendo-lhes consignado este fruto, de lá, passando por vós, irei à Espanha. E bem sei que, indo ter convosco, chegarei com a plenitude da bênção do evangelho de 

Cristo. E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus; Para que seja livre dos rebeldes que estão na Judéia, e que esta minha administração, que em Jerusalém faço, seja bem aceita pelos santos; A fim de que, pela vontade de Deus, chegue a vós com alegria, e possa recrear-me convosco. E o Deus de paz seja com todos vós. Amém."  

Agora o tema da epístola está concluído. Paulo conclui com uma explicação sobre sua maneira de escrever aos romanos (Rm 15:15-22), uma declaração sobre seus planos futuros (Rm 15:23-33) e as habituais saudações pessoais (cap. 16).  

Esta passagem (Rm 15:14-33) corresponde à introdução (Rm 1:8-15). Ora, no tocante às coisas oferecidas aos ídolos, nós sabemos que todos temos conhecimento. 

O conhecimento envaidece, mas o amor edifica. (1Co 8:1). Precisamos do conhecimento para chegar ao amor; mas se ficarmos somente com o conhecimento destituído de amor, nos tornamos orgulhosos. Felizmente, os cristãos de Roma tinham a combinação desejável de bondade e conhecimento. Paulo procurou reavivar a memória dos cristãos em Roma sobre as verdades fundamentais do Evangelho, por meio da graça que lhe foi dada por Deus. (Rm 15:15).  

Paulo se apresenta como um sacerdote que ministra. A pregação do Evangelho é a sua função sacerdotal. Os crentes gentios, purificados e consagrados a Deus pelo Espírito Santo, são o sacrifício que ele oferece. Tal oferta é agradável a Deus (1Pe 2:5).  

Somente as ofertas santificadas pelo Espírito Santo (Rm 8:9) são aceitáveis diante de Deus. Paulo não se gloriava em si mesmo, mas em Cristo Jesus. Ele reconheceu que não tinha nada do que se orgulhar (Rm 3:27), mas como ministro do Evangelho ele fez todas as coisas em e através de Cristo (2Co 10:17; Fp 4:13).  

Paulo simplesmente se gloria no seu ministério como sacerdote do Evangelho, cujo serviço ele considera como a apresentação de uma oferta diante do Senhor. Paulo não ousaria falar de nada, exceto do que Cristo fez através dele, e limita a enumeração de seus triunfos apenas àqueles em que ele próprio esteve diretamente envolvido. Mas, é claro, todos esses triunfos são devidos a Cristo.  O ministério de Paulo foi confirmado pelo poder dos sinais e maravilhas, através do poder do Espírito de Deus, para pregar plenamente o evangelho de Cristo. (Rm 15:19).  

Em outra passagem, Paulo refere-se aos milagres como sinais de um apóstolo (2Co 12:12; At 14:3; At 15:12; At 19:11). As atividades de Paulo como apóstolo oferecem ampla evidência da origem divina de sua comissão (Rm 1:1). Paulo cobriu todo o território desde Jerusalém e arredores até o Ilírico, pregando o evangelho de Cristo. Ele não afirma ter pregado em todas as cidades daquelas regiões, mas estabeleceu igrejas em todos os principais centros, a partir das quais o Evangelho poderia ser levado às áreas vizinhas. O trabalho de penetração foi concluído. 

Paulo evitou pregar em lugares onde as pessoas já tinham sido ensinadas a acreditar em Cristo e a invocar o seu nome na confissão e adoração públicas.  

Pablo considerava que sua vocação e dever era ser pioneiro, conforme o que fora predito em Isaías 52: 15: aqueles a quem ele não foi anunciado o verão, e os que não ouviram o entenderão. (Rm 15:21). Esta era a razão pela qual também muitas vezes ele foi impedido de ir a Roma. (Rm 15:22). A razão pela qual até então estava impedido de visitar Roma era o desejo de completar a pregação do Evangelho nas regiões por onde viajava. Depois de muito, ele agora se sente livre para fazer a viagem a Roma porque não tinha mais campo nestas regiões. (Rm 15,23).  

É evidente que Paulo teve constantemente a intenção, ou talvez a oportunidade, de ir a Roma (Rm 1,13); mas ele foi impedido de fazê-lo pela ocupação do seu trabalho e por problemas demorados, como os dos distritos onde trabalhava. 

Não há nenhuma prova conclusiva, bíblica ou histórica, de que Paulo tenha chegado à Espanha. Paulo esperava que os cristãos em Roma fizessem tudo ao seu alcance para facilitar a sua viagem para Espanha. Ele acreditava que talvez pudesse receber deles a mesma bondade e respeito que recebera de outras igrejas que lhe haviam fornecido companheiros puros para acompanhálo em sua jornada (At 15:3; At 21:5; 1Co 16:6; 1Co 16: 11; 2Co 1:16). Paulo queria desfrutar da companhia dos cristãos de Roma, mas apenas brevemente, para poder ir rapidamente para a Espanha.  

Apesar do seu desejo de ver os crentes em Roma, Paulo acreditava que era seu dever primeiro ir na direção oposta para levar ajuda aos crentes pobres em Jerusalém. Essa viagem a Jerusalém e a viagem planejada a Roma são mencionadas em Atos 19: 21. Na defesa do apóstolo diante de Félix está registrado que ele cumpriu seus planos de retornar a Jerusalém (At 24:17).  

O primeiro cenário do trabalho de Paulo na Europa foi Filipos, uma de suas principais cidades. Depois Acaia, que inclui o Peloponeso e uma parte da Grécia continental; Sua capital era Corinto, onde ficava a igreja matriz da região. 

Os crentes dessa região fazerem uma certa contribuição para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém. (Rm 15:26). Nem todos os membros da igreja de Jerusalém eram pobres, mas havia muitos pobres entre eles, como é conhecido em Atos 4:32 a 5:4; Atos 6:1; Atos 11:29-30; Gl 2:10; Tiago 2:2.   

A congregação de Jerusalém era a igreja mãe, a partir da qual o Evangelho, com todas as suas bênçãos espirituais, havia sido comunicado aos gentios. Em agradecimento pelos grandes dons espirituais que os gentios receberam dos santos em Jerusalém, certamente lhes cabia dar-lhes os seus bens materiais. Os planos de Paulo era, que assim que houvesse completado está missão, passaria por Roma e depois iria para a Espanha. (Rm 15:28). Isto é, depois de ter entregue a contribuição pelos santos de Jerusalém (Rm 15,25).  

Paulo estava convicto de que quando ele fosse a Roma, chegaria com a plenitude da bênção do evangelho de Cristo. (Rm 15:29).  

A intenção de Paulo de ir a Roma foi finalmente cumprida, mas não da forma que ele esperava (At 28:16). Apesar de tudo, a julgar pelo que diz em Filipenses 1: 12-20), o seu ministério em Roma foi certamente com a plenitude das bênçãos de Cristo. Embora Paulo fosse dotado de todos os dons especiais de um apóstolo, ele solicitou e precisava das orações de seus irmãos crentes (2Co 1:11; 6:18-19; Cl 4:3; 1Ts 5:25; 2Ts 3:1 -2). 

Paulo estava certo ao estar preocupado com a possibilidade de hostilidade aberta por parte dos judeus incrédulos em Jerusalém (At 21:30-31). Devemos sempre nos submetermos à vontade de Deus.  

Paulo foi a Roma, mas não com alegria, nem foi revigorado, pelo menos não da maneira que esperava (At 27; 28). 16 


👉 Acesse aqui o Índice Completo do livro 'Evangelho aos Romanos' do Irmão Nilton Santos

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem