14 - A ‘fé em Jesus’ e a ‘fé de Jesus’

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14 - A ‘fé em Jesus’ e a ‘fé de Jesus’

Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus” (Ap 14.12). No original grego, o termo está no genitivo, então a tradução correta é mesmo ‘fé de Jesus’.  

Fé é um dom de Deus; mas o dever [a responsabilidade e a faculdade] de exercê-la, de cultivá-la é, exclusivamente, nosso. Entretanto, não podemos exercê-la independentemente da Divindade estar agindo em nós. 

Sem a Divindade, poderemos até tentar criar fé por nós mesmos; mas nos será sempre impossível.  Necessitamos tanto da ‘fé em Jesus’ como da ‘fé de Jesus’. O que, pois, devemos entender por essa e por aquela?

A fé ‘em’ Jesus

A gente sente um mau cheiro ou um perfume naturalmente. Assim também uma pessoa pode nos inspirar medo ou confiança. Se você se relacionando com alguém que lhe pareça honesto, justo, bondoso, inteligente, capaz, digno, eficiente, poderoso, confiará nele, não porque queira; mas porque é natural: ele lhe inspira confiança, quer você queira, quer não.

Já se você percebeu que seu interlocutor é um malvado, você pode até querer se arriscar, por exemplo, emprestando dinheiro; mas isso não seria ter confiança no malvado. Apenas seria escolher correr o risco, pois a confiança sempre vem da outra pessoa para a gente, e nunca o contrário.

Se alguém conhecer a Deus, confiará nEle, não por se esforçar, mas porque dEle emana confiança. Ele, Suas atitudes nos inspiram confiança. A gente sente-se plenamente tranquilo, isto é, pode-se ter fé incondicional nEle.

Assim lemos: “A fé vem por escutar atentamente a palavra de Deus” (Rm 10.17). “Digo eu, pois a todos vós, pela graça que me foi dada, que ninguém tenha um conceito mais alto de si do que convém ter, mas cada um pense sobriamente, segundo a medida de fé que Deus lhe repartiu” (Rm 12.3). 

Ele nos inspira perfeita confiança e, assim, temos ‘fé em Jesus’, a fé em Deus. É a absoluta confiança na Sua capacidade de salvar-nos ampla, completa e totalmente.

A fé ‘de’ Jesus

· Sabemos que Jesus, quando esteve entre nós, não Se valeu, em benefício próprio, de poder algum que não nos seja abundantemente facultado. Visto que Ele falou: “Lázaro, vem para fora!” (Jo 11.43) ou, ao mar, “Aquieta-te” (Mc 4.39), e essas coisas aconteceram no ato, perguntamos: Como? Por que aconteceram? Qual foi o poder causador? De onde veio esse poder?

· Jesus tinha absoluta certeza de que tais fatos aconteceriam, tão logo Ele tivesse pronunciado as palavras. Estava Ele, porventura, falando as Suas próprias palavras – como homem – ou estava Ele, porventura, fazendo uso de Seu poder divino, inerente à Sua imanente Divindade?

· Não e não! Se Ele tivesse feito uso de Sua Divindade, teria deixado de ser um exemplo para nós. No entanto, havia a Divindade do Pai que poderia ser invocada por Ele: “... o Pai [está] em Mim...“ (Jo 14.11).  Como assim? 

·    Ele afirmou: “esta palavra que vós escutais não é Minha, mas do Pai, que Me enviou” (Jo 14.24).

“... o que Eu falo, Eu falo conforme o que Me disse Meu Pai” (Jo 12.50).

“As palavras que Eu vos falo não as falo por conta própria, mas Meu Pai que mora em Mim, Ele realiza estas obras” (Jo 14.10). Através do que? 

· As Palavras, que Jesus falava, eram as Palavras de Deus Pai, conforme está escrito: “Um Profeta levantarei para eles ... porei Minhas Palavras na Sua boca ...” (Dt 18.18). E Cristo tinha absoluta fé no poder criador daquelas Palavras. Ele cria, isto é, tinha absoluta certeza que a Palavra do Pai:

· tinha poder para ressuscitar a Lázaro e, no ato, o ressuscitaria.

· tinha poder para acalmar o mar e, incontinenti, o acalmaria.

· tinha poder para curar a lepra e, instantaneamente, a curaria. Etc.

· Ele tinha fé incondicional no poder da Palavra de Deus, e por essa razão também enfrentava todas as tentações com um ‘Está Escrito’, conforme lemos em Mateus 4.1-11. 

Eis o que é a fé ‘de’ Jesus. Essa fé, como os músculos, precisa ser exercitada, cultivada, desenvolvida. Aprender a cultivar essa fé é mais urgente e mais essencial do que qualquer outro conhecimento ao nosso alcance. Concentremos nisso todo o empenho!

O que ‘a fé de Jesus’ faz em nós?

· A legítima ‘fé de Jesus’ cria perfeita obediência em nós, conforme se lê em Isaías 26.12 (CF): “Senhor, Tu nos darás a paz, porque Tu és o que fizeste em nós todas as nossas obras”. Essa fé efetivamente ‘gera para a liberdade’ do pecado; produz instantâneas vitórias sobre o mal, sobre o ego, o gênio.

Há, porém, um outro tipo de fé: a ‘fé falsa’; a que ‘gera para a escravidão’ do pecado; a que gera desobediência. (Gl 4.1-31). Essa ‘falsa fé’ baseia-se na confiança em nossas próprias forças a fim de se obedecer a Deus. Legalismo!

“Tu crês que há um só Deus; fazes bem; os demônios também creem e tremem” (Tg 2.19 - KJ). Até os demônios sabem e creem que as doutrinas e os relatos bíblicos são a pura verdade. É a ‘fé dos demônios’. Nós, porém, estamos em busca da ‘fé de Jesus’. 

Não se trata de uma fé semelhante, nem do tipo, nem da qualidade da dEle; mas a dEle mesmo, isto é, a que Ele exerceu em Sua vida terrestre. E, apenas quando Ele vem viver em nós, é que podemos ter essa Sua fé: tendo-O em nós! “... Cristo em vós, esperança da glória” (Cl 1.27).

· Para se ter a ‘fé de Jesus’ é-nos imprescindível ter Cristo vivendo em nós! Sem que Ele esteja em nós não poderemos ter a fé dEle. E, ao tê-LO, então o Espírito Santo também estará em nós. “O Espírito é o que dá vida; ... as Palavras que Eu vos falei são Espírito [Santo] e são vida [de Cristo]” (Jo 6.63).

· Então, apenas quando “Estou crucificado com o Cristo; logo já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim ...” (Gl 2.20-21 - RA) é que posso ter a ‘fé de Jesus’. Independentemente de Ele estar vivendo em mim, não há qualquer possibilidade de ter a fé dEle. Repetindo: Não é possível que exista o tal fato de alguém ter a ‘fé de Jesus’ sem tê-LO vivendo em si. 

Há dois mil anos, Jesus viveu na Galileia e, agora, servindo-Se de mim, Ele vem viver Sua fé onde estou, através das minhas faculdades. 

· Quando o crente tem e exerce a ‘fé de Jesus’, cumpre-se nele também a seguinte promessa: “Jesus lhe respondeu: O que Me ama, guarda a Minha palavra [não apenas crendo nela, mas também citando-a no momento de uma tentação]; e Meu Pai o amará, e viremos a ele e faremos morada nele” (Jo 14.23). Como se lê, recebe-se assim, não apenas o Salvador no coração; mas, igualmente, Deus Pai e Deus Espírito Santo. A Divindade! Amém?

· Quando o crente tem e exerce a ‘fé de Jesus’, ‘vindo o inimigo como uma corrente de águas, o Espírito do Senhor arvorará contra ele a Sua bandeira’ (Is 59.19 up - CF). O Espírito Santo lembra-nos uma passagem bíblica, a qual – ao ser citada por nós com fé inabalável – cria a vitória em nós e para nós.

· Assim, quando o crente tem e exerce a ‘fé de Jesus’, leva ‘cativo todo pensamento à obediência do Cristo’ (2 Co 10.3-5); isto é, confronta o tentador com um habilitador ‘Assim diz o Senhor’.

· Quando os crentes têm e exercem a ‘fé de Jesus’, eis também o que acontece: “Porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração. E é por Cristo que temos tal confiança em Deus; Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus ” (2 Co 3.3-4 - CF).

· Viver a mensagem da ‘Justiça de Cristo pela fé no poder criador da Palavra’ não é só teoria. É, na verdade, a real vida da fé. Trata-se de Jesus vivendo Sua fé no crente, mediante Sua Palavra, revelando Seu ‘bom perfume’ (2 Co 2.15 - KJ) nos motivos, nas intenções, nas palavras, atitudes, hábitos, isto é, no caráter do crente. Esse deixa de ser carta de Satanás e passa a ser ‘carta de Cristo’ (2 Co 3.3), lida por todos com quem ele entrar em contato.

· Se, em determinado tema, a Palavra diz ‘assim’, e os meus hábitos estão dizendo ‘assado’, o que teria eu? A ‘fé de Jesus’ ou a ‘fé dos demônios’? 

Resposta óbvia: “Aquele que pratica o pecado é de Satanás ...” (1 Jo 3.8).

Vimos que, um dos motivos de Jesus vir à Terra, foi o de, mediante Sua Palavra, viver Sua vida perfeita em nós, e, assim nos dar Seu poder para obedecermos ou melhor: para Ele mesmo obedecer por nós e em nós, visto que é a Videira Verdadeira quem produz nos Seus ramos! 

“E sei que o Seu mandamento é a vida eterna” (Jo 12.50). “Por isso também damos, sem cessar, graças a Deus, pois, havendo recebido de nós a palavra da pregação de Deus, a recebestes, não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade) como Palavra de Deus, a qual também opera em vós, os que credes” (1 Ts 2.13 - CF).

‘Sem Mim, nada! Comigo, tudo!’

Alguém poderia questionar: “Ser-nos-ia mesmo impossível fazer uma boa ação, sem a fé de Jesus?” Bem, seria até possível fazer uma ação aparentemente boa, quanto ao exterior; mas, se as intenções, os motivos forem revelados, se notaria que nunca seriam altruístas, o que a tornaria má. 

A nossa natureza pecaminosa é uma ‘má árvore’, e NUNCA poderá produzir ‘bons frutos’. A Palavra é uma ‘boa árvore’, e APENAS Ela [Jesus] pode produzir ‘bons frutos’. 

Sem a ação do Espírito Santo, as nossas intenções, os nossos motivos invariavelmente estariam SEMPRE manchados pelo egoísmo. Seriam SEMPRE interesseiros, visando o bem próprio de alguma maneira. Ser-nos-ia impossível agir por amor ao Pai, visando à honra e à glória de Deus. E sem Cristo em nós, sem fé na Palavra não haveria poder algum para obedecer, pois Ele mesmo nos alertou: “Sem Mim, nada podeis fazer” (Jo 15.5). 

Então, é melhor não tentar a reinvenção da roda! A saída está, pois, em cultivar a ‘fé de Jesus’, porque, sem ela, é ‘impossível que alguém agrade a Deus’ (Hb 11.6), isto é, que Lhe obedeça perfeitamente, de todo o coração. 

Proteção contra o ‘laço’ e contra a ‘peste’ (Sl 91.3)

Todos os que cultivam a ‘fé de Jesus’, estão habitando no ‘esconderijo do Altíssimo’ e descansando ‘à sombra do Onipotente’, O qual os livra tanto do ‘laço do passarinheiro’, isto é, das falsas doutrinas, como da ’peste perniciosa’, isto é, da onda de corrupção moral que, hoje assola todas as sociedades humanas. 

“Nenhum mal te sucederá [não cometerá pecado algum], praga [peste] nenhuma chegará à tua tenda [casa, lar]”. “Pisarás o leão e a cobra” [vencerás a Satanás com um ‘está escrito’] (Sl 91.1-13 - CF). 

Cultivemos, pois, tanto a ‘fé em Jesus’ como a ‘fé de Jesus’! COMO? Ora, sabemos que a única maneira é permitindo-Lhe viver em nós! (Gl 2.20). De sorte que praticar o método de Jesus é o segredo do sucesso espiritual!

Oremos juntos: “Querido Pai celestial, dá-nos a graça de cultivar a ‘fé em Jesus’ e a ‘fé de Jesus’ em todos os momentos de nossa vida. Em nome de Cristo. Amém”.


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