12 - O método de Jesus

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12 - O método de Jesus 

O êxito em obedecer fielmente a Deus pela fé, em receber a perfeita ‘justiça de Cristo’ pela fé, em ter verdadeiro sucesso na vida espiritual sempre esteve – e sempre estará – intimamente associado a uma eficaz vida devocional. Os vencedores cuidam de sua devoção com muito zelo e fervor, a saber:

· Mantêm três períodos diários de oração particular ( Sl 55.17; Dn  6.10); 

·  Reservam uma hora diária de meditação bíblica sobre a vida de Jesus; 

·  Realizam o culto familiar de manhã e à noite; 

· Desenvolvem o hábito de manter a mente em ininterrupta comunhão com Deus – 1 Tessalonicenses 5.17: ‘pensam em forma de uma conversa com Deus’; 

·  Frequentam, assiduamente, a igreja (Hb 10.24-25); 

·  Envolvem-se, pessoalmente, em auxiliar o seu semelhante (At 20.35). 

Entretanto, como observamos na ‘Apresentação’, manter-se uma eficaz vida devocional a fim de, realmente, se obter êxito nas lutas contra o mal, em subjugar perfeitamente o ego, é uma condição muito necessária, sim; porém, não é suficiente. 

Há que se acrescentar mais um outro elemento fundamental, imprescindível, a fim de completarmos o almejado ‘COMO’. A ausência desse elemento vital ocasionaria uma ‘aparência de reverência a Deus’ (2 Tm 3.5), mas sem poder! E, para obter real sucesso em subjugar o ego, o que nos falta é precisamente o poder que não existe em nós, em nossa pecaminosa natureza.

Os Atributos de Deus

“Deus é amor” (1 Jo 4.8). “Porque as Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o Seu eterno poder, como a Sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas” (Rm 1.20 - CF). Foi por amor que Ele criou; para fazer o bem àquilo que criasse! Nosso Pai Se delicia ao manifestar-lhes Seu amor.

O que podemos conhecer dos atributos de nosso Pai, primordialmente, é pelo que está revelado nas Escrituras e através daquilo que vemos na natureza. Sabemos que a justiça e a misericórdia são as duas principais virtudes que compõem Seu caráter de amor incomparável e insondável, cuja maior demonstração culminou em nos dar Seu Filho unigênito, O qual selou, por toda a eternidade, a Sua sorte com a da humanidade. Magnífico!

Das declarações bíblicas aprendemos que Deus é onipotente, onisciente e onipresente. Jesus mesmo afirmou que ‘para Deus tudo é possível’ (Mt 19.26). 

Seu inigualável poder foi demonstrado ao criar tudo que vemos. E como criou Ele? De qual modo manifestou Ele Seu infinito poder? Por Sua Palavra. As nossas palavras não têm qualquer poder de criar coisas; entretanto a de Deus tem, em Si própria, esse poder criador. “Porque falou, e foi feito; mandou, e logo apareceu.” (Sl 33.9 - CF). “... pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os céus, e a terra ...” (2 Pe 3.5 - CF).

Criacionismo x Evolucionismo

E quanto tempo houve entre Ele falar: “Produza a terra ...” (Gn 1.11 - CF), e o aparecimento da grama, das ervas que dão sementes, das árvores frutíferas,  etc.? Séculos, anos, meses, dias, horas, minutos, segundos? Nada disso. Tudo apareceu instantaneamente. Ato contínuo. 

Como criacionistas, os cristãos creem e sustentam que a Palavra criou instantaneamente, que não passou qualquer lapso de tempo entre o proferir a Palavra e a coisa ser criada, surgindo do nada. Nem um segundo sequer.

Sabemos que há professos criacionistas que creem que foi pela Palavra que Deus criou; entretanto não creem que o processo tenha sido instantâneo, e, sim, que decorreu algum tempo até o fato acontecer. Assim, se alguém crê que decorreu um segundo que seja, entre o pronunciamento da Palavra e a coisa ser criada, já não é um criacionista e, sim, um evolucionista. Muito mais o seria se compreendesse que se passaram longos períodos de tempo.

Ser evolucionista é ser um infiel

Denomina-se infiel aquele que não tem fé em Deus, que não crê em Sua Palavra. Um evolucionista revela infidelidade às Escrituras e, portanto, a Deus. Eis sua autodefinição: “A hipótese da evolução visa a responder um número de perguntas com respeito ao começo ougênesis, das coisas”. “Ajuda a restaurar o antigo sentimento para com a natureza como seu pai e a fonte de nossa vida”.

Eis outras expressões que caracterizam esse conceito: “Evolução é a teoria que representa o curso do mundo como uma transição gradual do indeterminado para o determinado, do uniforme para o variado, e que presume que a causa desses processos está imanente [que existe sempre em um dado objeto e é inseparável dele] no próprio mundo que deve assim ser transformado.

“A evolução, desse modo, é quase sinônimo de progresso. É uma transição do inferior para o superior, do pior para o melhor. Assim o progresso aponta a um crescente valor em existência, como julgado por nossos sentidos”.

Nessa teoria, que, obviamente, ainda não foi comprovada, supõe-se que teriam existido longos e intermináveis períodos de tempo no lento e contínuo ‘aperfeiçoamento’, passando pelas plantas, animais e o homem até atingirem o estágio atual. 

Temos assim que, enquanto a Bíblia apresenta a criação como sendo instantânea, o evolucionismo supõe a existência de um longuíssimo e contínuo processo de autotransformação do inferior ao superior, do pior para o melhor. Se alguém entender que houve qualquer período de tempo, ainda que bem pequeno, entre a Palavra de Deus ser proferida e a existência da coisa em si, esse alguém não seria um criacionista e, sim, um evolucionista.

Os três aspectos da criação instantânea

Relativamente à Palavra de Deus, convém que se faça uma diferenciação entre (1o) criação instantânea, completa; (2o) criação instantânea, contínua; e (3o) criação instantânea, futura. As três são bíblicas.

(1o) Criação instantânea, completa: Quando Jesus disse ao leproso: “seja purificado” (Mc 1.41 - KJ), houve criação instantânea, completa, pois a cura se cumpriu instantaneamente e de maneira completa. Não houve necessidade de o leproso continuar sendo curado indefinidamente. 

A Palavra criou a cura no ato e pronto. A criação é instantânea e completa quando a coisa criada foi, não só iniciada, mas também concluída de forma completa e permanente.  

A Palavra de Deus diz: “teus pecados são perdoados” (Mt 8.2). Quando cremos na criadora Palavra, somos perdoados instantânea e completamente. Não há necessidade de sermos perdoados continuamente por aquele mesmo pecado. Diz-se que a criação é instantânea e completa quando não há demora de nem uma fração de segundo entre Deus falar e o fato acontecer.

(2o) Criação instantânea, contínua: Entretanto, quando Deus disse a Adão e Eva: “Sede frutíferos e multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gn 1.28 - KJ), eles, bem como seus descendentes, tornaram-se, instantaneamente, fecundos; mas apenas depois passaram a se multiplicar; e o ‘encher a terra’ está ainda em andamento. 

A criadora palavra de Deus teve cumprimento imediato, instantâneo? Teve; mas não de maneira completa, e, sim, de maneira contínua: É aquela Palavra que continua gerando os bebês, ainda hoje em dia. 

O princípio da fecundação foi criado instantaneamente; mas a Palavra criadora continua tendo ação contínua também em nossos dias. Assim é aquela Palavra de Gênesis 1.11 (CF): “Produza a terra ...” a que faz as árvores e os cereais produzirem ainda HOJE em dia. Nesse caso, Deus falou e a Sua Palavra teve cumprimento imediato, instantâneo: criando o princípio da existência que perdurará até a consumação dos séculos. 

A Palavra de Deus: “Não fiqueis ansiosos, pois, com o amanhã” (Mt 6.34 - KJ), quando aceita com fé, cria segurança, paz, serenidade e tranquilidade no coração instantaneamente; e elimina toda preocupação, ansiedade, medo e corrosivos cuidados! 

Da mesma forma que a Palavra: “Sede vós, pois, perfeitos” (Mt 5.48 - KJ) cria perfeição em nosso coração imediatamente, a qual perdurará durante todo o tempo em que tivermos fé nessa Palavra, isto é, em Deus. Entretanto, se após ter crido, viermos a duvidar, Ela cessará de criá-la. 

Lembremo-nos de que Pedro andou sobre a água, apenas enquanto creu na Palavra de Jesus: “Vem” (Mt 14.29). Se, em vez de água, tivesse sido ar, ele teria andado sobre ele da mesma maneira, pois não foi água e nem seria o ar que lhe dariam sustentação, mas, sim, a Palavra: “Vem”. 

Quando duvidou daquela Palavra, passou a ter medo e começou a afundar. E Jesus assim o repreendeu: “Homem de pouca fé, por que duvidaste?” Duvidaste do quê? Obviamente, da Palavra ‘Vem’. Para que o efeito do poder da Palavra seja contínuo, faz-se necessário que também a fé nEla seja contínua. Se cessar a fé, cessará igualmente o efeito.

(3o) Criação instantânea, futura: Em Gênesis 17.19, quando Deus prometeu a Abraão: ‘... Sara, tua esposa, dar-te-á um filho ...’, o fato foi criado na promessa instantaneamente; porém veio a se concretizar, a se cumprir apenas posteriormente. Assim se dá com todas as demais promessas de Deus, ligadas ao futuro. De sorte que nos convém observar em qual das três categorias, aqui referidas, se enquadram as Palavras do Senhor. 

O empenho de Jesus nos Evangelhos

Lendo Gênesis, Salmos ou os Evangelhos, etc., nota-se o constante empenho em nos ser ensinado que a Palavra de Deus é autorrealizável; que nela há poder para cumprir o que nela se ordena, diz. E ela continua hoje tendo poder de criar Seu conteúdo, conforme diversos episódios registrados. 

Um deles está em Mateus 8.5-13. Temos ali um centurião romano que, convivendo bem perto dos judeus, conheceu a Jesus e percebeu que a Palavra dEle, automaticamente, criava o que Ele dizia! Observou que Ele falava e o fato acontecia instantaneamente. 

Como seu empregado adoecera, dirigiu-se a Jesus, que Se prontificou a ir curá-lo. O centurião interpôs-se contra argumentando: “Não é necessário ir lá. Apenas pronuncie uma palavra e será o suficiente para curá-lo”. Jesus elogiou enfaticamente tal fé em Sua Palavra e a distinguiu de modo singular. 

 “Ao entrar Jesus em Cafarnaum, aproximou-se dEle um centurião, e Lhe suplicou, dizendo: Senhor meu, meu servo jaz em casa, paralítico e em grande aflição. Jesus lhe disse: Eu irei curá-lo. 

O centurião replicou, dizendo: Senhor meu, não me considero digno de que entres debaixo do meu teto, mas somente diga a palavra e o meu servo sarará, pois eu também sou homem sob autoridade, com soldados sob meu comando, e digo a este: ‘Vai’, e ele vai, e a outro: ‘Vem’, e ele vem, e ao meu servo: ‘Faça isto’, e ele faz. 

Ao escutar Jesus estas coisas, encheu-Se de espanto e disse aos que vinham com Ele: Em verdade vos digo que nem mesmo em Israel achei uma fé como essa. Por isso vos digo que virão muitos do oriente e do ocidente, e se assentarão à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino do Céu, mas os filhos do reino serão lançados para as trevas exteriores. Ali haverá pranto e ranger de dentes. Então disse Jesus ao centurião: Vai-te, conforme creste te seja feito. E seu servo foi curado naquela mesma hora”.

Quanto tempo decorreu entre as palavras terem saído da boca de Jesus e a cura do empregado? Nem um segundo. A cura foi instantânea. Percebeu você a alusão repreensiva, feita por Jesus, aos judeus? Eles acreditavam ser o ‘povo de Deus’, o ‘povo das Escrituras’, o ‘povo da Bíblia’; mas não tinham fé no poder instantâneo da Palavra! 

A despeito de sua professa crença, eram, sim, infiéis, isto é, não criam, não tinham fé no poder criador da Palavra, e se assim permanecessem, continuariam se dirigindo ao destino dos demais infiéis: aos horrores da segunda morte, onde ‘haverá pranto e ranger de dentes’. 

Amigo, considere, por favor: não está a absoluta maioria dos modernos cristãos correndo o mesmo perigo? Não estamos nós, que temos a Palavra de Deus, que nos intitulamos o ‘povo da Bíblia’, já traduzida para cerca de quinhentos e cinquenta idiomas, tendo a mesma atitude que a dos judeus nos dias de Cristo? Se estamos fazendo o mesmo que eles, por qual razão esperaríamos um resultado ou destino diferente do deles? Prossigamos!

Ao ser tentado, Jesus citava a Bíblia

Bem, sendo que também Jesus esteve nas mesmas condições em que nós estamos, como fez Ele para ser permanentemente fiel, para dominar constantemente o Seu ego, Suas humanas tendências ao mal, incrustadas na natureza pecaminosa, que assumiu ao encarnar? É certo que Ele manteve uma exemplar vida devocional. Entretanto, na hora da tentação, quando o inimigo se acercava dEle e, tenazmente, O tentava, o que Jesus fazia? 

Ao ler Mateus 4.1-11 (KJ), certamente o amigo reparou que, para cada tentação, Jesus tinha uma única resposta: ‘Está escrito’.

1 “Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. 

2 E quando Ele jejuou quarenta dias e quarenta noites, Ele teve fome.

3 E quando veio a Ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, ordena que estas pedras sejam feitas pães.

4 Mas Ele respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a Palavra que procede da boca de Deus.

5 Então o diabo O levou à cidade santa, e O colocou sobre o pináculo do templo,

6 e disse-Lhe: Se Tu és o Filho de Deus, lança-Te de aqui abaixo; porque está escrito: Ele dará ordens aos seus anjos a Teu respeito, e em Suas mãos Te sustentarão, para que nunca tropeces com o Teu pé em alguma pedra.

7 Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus.

8 Novamente, o diabo O levou a um monte altíssimo, e Lhe mostrou todos os reinos do mundo e a sua glória;

9 E disse-Lhe: Todas estas coisas eu Te darei, se prostrado, me adorares.

10 Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Tu adorarás ao Senhor teu Deus, e só a Ele servirás.

11 Então o diabo O deixou; e eis que chegaram anjos e O serviam”.

Por que citar a Bíblia ao sermos tentados? Qual é o efeito?

Sabemos que Jesus é a Palavra [o Verbo] que Se fez carne (João 1.1 e 14 - KJ). Existe, portanto, uma ligação intrínseca, profunda ao extremo, entre o Filho de Deus e Suas Escrituras. 

Conforme temos visto e aceito, na Palavra de Deus existe poder criador; poder capaz de criar o conteúdo da citação, o que nela se expressa! Frisemos bem: esse poder criador ainda existe em Sua Palavra. O poder da Palavra é o poder de Deus. 

É pela Palavra que Ele manifesta Seu poder criador. Quando, na hora da tentação, citamos a Palavra com fé em Seu poder, Ela cria Seu conteúdo em nossa mente, instantaneamente. Ela é autorrealizável. 

Da mesma forma como a onipotente Palavra de Deus, do nada criou instantaneamente tudo o que vemos, assim Ela, do nada, cria Seu conteúdo em nosso coração, no ato. Portanto, é a Palavra [a Semente, Jesus] quem cria em nós a Justiça de Cristo, a obediência à Lei pela fé.

“É por meio da Palavra que Cristo habita em Seus seguidores. Esta é a mesma vital união representada por comer Sua carne e beber Seu sangue”.   

“Ao receber a Palavra [Como? Ao citá-la na hora da tentação!], recebemos a Cristo. E só os que assim recebem Suas palavras é que estão construindo sobre Ele [sobre a Rocha!]. ... Seu poder, Sua própria vida, residem em Sua Palavra. À medida que recebeis a Palavra com fé, ela vos comunica poder para obedecer”.  2

É essa, então, a maneira de, realmente, comprarmos dEle: ‘... ouro ... vestes ... colírio ...’ (Ap 13.18). O ouro simboliza a fé no poder da Palavra; as vestes simbolizam a justiça de Cristo, isto é, tanto o que Ele fez por nós, como também o que Ele faz ao vir viver Sua vida em nós [ver capítulo 20] e o colírio, o discernimento espiritual que o Espírito Santo nos confere. 

Assim, temos que enfrentar as tentações, citando a Palavra, segundo o exemplo de Cristo, igualmente é a maneira de unirmos a nossa impotente vontade à onipotente vontade do Criador. 

E sabemos que a resultante da união dessas duas vontades também é onipotente! Por ser importantíssimo, vamos repetir: É assim que se une a nossa inválida vontade à onipotente vontade de Deus! É essa a excelente maneira de colaborarmos com Deus!

E, por essa razão, Paulo afirmou: “Eu posso fazer todas as coisas por meio de Cristo, que me fortalece” (Fp 4.13 - KJ). Quanto ao sentido de obedecer, esse é o meio mais eficaz. É esse o fator determinante, o elemento fundamental e imprescindível a fim de subjugarmos o nosso próprio ego. 

Sem o poder da Palavra é impossível que exista real vitória sobre o mal. Aqui está, pois, o segredo, o núcleo central de ‘COMO’ se faz para obedecer perfeitamente à Lei ou melhor: Como Ele vem obedecer à Lei em nós. Quando a citamos com fé, Ela, instantaneamente, cria, em nós, Seu conteúdo, o que nEla se diz. 

Grave bem isto: Sem o ‘COMO’, não há como obedecer! Foi crendo e praticando essa verdade que Jesus alcançou Sua fantástica vitória em toda a Sua vida aqui na Terra. 

Se seguirmos Seu exemplo, valendo-nos desse Seu método, é mais do que certo que a Palavra criará, em nossa mente, sucesso semelhante. É esse o bendito significado da seguinte afirmação de Paulo: “... não sou eu mais quem vivo, mas o Cristo [Palavra] vive em mim” (Gl 2.20). 

Comentários de um cristão muito experiente nesse assunto 

“Sem a palavra de Deus a vida do homem é tão destituída de poder e bondade quanto a terra o é sem a chuva. Mas apenas permitam que a palavra de Deus caia sobre o coração como a chuva sobre a terra; então a vida será verdejante e bela na alegria e paz do Senhor, e frutífera com os frutos da justiça que são mediante Jesus Cristo. 

“Não são os seus frutos aqui descritos, mas os frutos de Jesus. ‘... Ela [a Palavra] fará acontecer aquilo que Eu desejo’ (Is 55.11 - KJ). Você não deve ler ou ouvir a palavra de Deus e concluir, ‘preciso fazer isso oufazer aquilo’. Antes, deve permitir que ‘A palavra de Cristo habite em vós abundantemente ...’ (Cl 3.16 - KJ). [Como? Ao citá-La com fé, na hora de toda tentação]. 

“A Palavra de Deus deve operar em você para levá-lo a fazer o que Ele deseja que você faça. ‘E para isto também trabalho, combatendo segundo a Sua eficácia, que opera em mim poderosamente.’ (Cl 1.29 - KJ). Pela fé, considere a palavra como se cumprindo a si própria. 

“A palavra do homem deve ser praticada a fim de ter cumprimento. A Palavra de Deus opera por si mesma, e devemos recebê-la pela fé dessa maneira, como Palavra de Deus, para que efetivamente realize em nós o propósito divino. ‘Porque Ele falou, e foi feito.’ (Sl 33.9 - KJ). ‘Através da fé entendemos que os mundos foram moldados pela Palavra de Deus; de modo que as coisas que são vistas não foram feitas das coisas que aparecem.’ (Hb 11.3 - KJ). 

A Palavra de Deus na Bíblia é a mesma na vida, no Espírito, em poder criador. Jesus Cristo falou a Palavra por ocasião da Criação, e Ele fala a Palavra que salva e santifica a alma. ‘Ela fará acontecer’... a salvação ‘do’ pecado. ‘A vós a Palavra desta salvação é enviada.’ (At 13.26 - KJ). ‘E agora, irmãos, encomendo-vos a Deus e à Palavra da sua graça, que é capaz de edificar-vos e dar-vos herança entre todos os que são santificados.’ (At 20.32 - KJ). ...

“‘Quando, porém, vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?’ (Lc18.8 - KJ). A pergunta dirige-se a você que está agora vivendo no fim dos tempos. Será você ‘justificado’, ‘santificado’, ‘purificado’ do pecado por essa Palavra? ‘Agora vós estais limpos pela Palavra que Eu vos disse.’ (Jo 15.3 - KJ). ... O pecador hoje, pela fé na Palavra de Deus, declara: ‘Se queres, podes salvar-me do pecado’, e Jesus responde: 

‘Quero, fica limpo’. Aceite a criadora palavra de Deus”.   É Ela a ‘água viva’ (Jo  4.10-14) que sacia a nossa ‘sede de justiça’ (Mt 5.6). Eis o segredo do sucesso!

Há um texto, em João 15.7 (KJ), que, ao longo da história do cristianismo, tem chamado a atenção dos fiéis, que o consideram como sendo um ‘cheque em branco’, com a autorizada e legítima assinatura de Jesus. 

Cremos que seu significado seja algo semelhante a isto:

“Se vós permanecerdes ‘em Mim’”, [em comunhão Comigo, cientes de que formei uma unidade corporativa com toda a humanidade e que vocês: 

· estavam ‘em Mim’ na Minha encarnação e, assim, consideram que todas as naturezas humanas se uniram à natureza divina, tornando-os ‘filhos do Altíssimo’, membros da família humano-divina, e aceitam que, de fato, são Meus irmãos; 

· estavam ‘em Mim’ em todas as Minhas vitórias, desde a manjedoura à cruz, e sentem-se vitoriosos sobre o mal, sobre o ego, tal qual os israelitas se sentiram vitoriosos ao verem que Davi vencera Golias, conforme 1 Samuel 17;

· estão crucificados ‘Comigo’, mortos para o mal, para o ego, isto é, dispostos a antes morrer do que pecar;

·  detestam o pecado pois dei a Minha vida para salvar vocês da segunda morte;

· foram “comprados por bom preço” (1 Co 7.23; 1 Co 6.20). Portanto, suas vidas, corpos, talentos e bens Me pertencem: glorificai, pois, a Deus por meio deles;

· são Meus, devendo ser fiéis à própria consciência, não sujeitando a individualidade a homem algum; 

· devem perdoar aos demais, como a Divindade lhes perdoou a enorme dívida; 

· ressuscitaram ‘Comigo’, e, portanto, devem viver ‘em novidade de vida’ (Rm 6.4), isto é, devem consentir que Eu viva em vocês e lhes subjugue o ego, bem como as tendências ao mal herdadas e ou cultivadas; 

· ‘em Mim’ estão assentados ao lado direito do Altíssimo, participando do Meu ministério no Santuário celestial: expiação, intercessão, etc.; 

· são candidatos a se assentarem no Meu trono, como reis, por toda a eternidade. (Ap 3.21); 

· bem como todos os demais homens estão, legal, potencial e objetivamente, ‘em Mim’, e que tudo o que vocês lhes fazem – seja bom, ou seja, mau – a Mim o fazem, porque também todos eles são Meus irmãos, ainda que desgarrados;

· estarão ‘em Mim’ por todas as eras vindouras, em tudo o que Eu ainda farei] “e as Minhas palavras permanecerem em vós”, [isto é, se, na hora da tentação, as citarem com fé, como Eu o fiz] pedireis o que quiserdes [a vitória sobre o ego, sobre as tentações, sobre as tendências ao mal!], e vos será feito’ [a autorrealizável e infalível Palavra de Deus instantaneamente, o fará]. 

Amigo leitor, redobre sua atenção: aqui temos o Senhor Jesus nos garantindo que a Palavra cria, em nós, os frutos, i.e., uma vida moralmente perfeita. Ora, a Palavra é Ele mesmo e os cria a vir viver em nós  (Gl 2.20).

A ‘seiva’, que flui da ‘Videira’ para os ‘ramos’ e que lhes possibilita dar ‘muito fruto’ (Jo 15.5), simboliza o poder da Palavra [Jesus], a qual reproduz em nós [‘ramos’] o caráter de Cristo, isto é, obediência perfeita, completa vitória sobre o mal, sobre o ego e sobre o pecado, pois Jesus vem viver em nós! Amém?

O ‘cheque’ já está ‘assinado’ por Jesus e seu valor é o conteúdo da citação. O que valida a ‘assinatura do cheque’ é a fé no poder criador e transformador da Palavra. Vamos, pois, ‘preenchê-los e descontá-los’ em todas as tentações, como Jesus o fez!? Não há razão alguma para temer que Ela, alguma vez, vá falhar.

Admoestações preciosíssimas de um especialista nesse tema

“O segredo de triunfar consiste, primeiramente, em se submeter completamente a Deus, num sincero desejo de fazer Sua vontade; em continuação, reconhecer que, em nossa submissão, nos aceita como servos Seus; e depois, reter essa submissão a Ele, e permanecer em Suas mãos. 

Na maioria das vezes, obteremos a vitória simplesmente insistindo sem cessar nesta oração: ‘Ó SENHOR, verdadeiramente eu sou o Teu servo; eu sou o Teu servo, e o filho da Tua serva; Tu soltaste as minhas amarras.’ (Sl 116.16 - KJ). Simplesmente esta é uma forma enfática de dizer: ‘Ó Senhor, entreguei-me em Tuas mãos como instrumento de justiça; faça-se a Tua vontade, e não a dos ditames da carne’. 

“... O anterior é uma demonstração das palavras de Paulo: ‘Anulamos, então, a lei pela fé? De forma alguma! Antes estabelecemos a lei’ (Rm 3.31 - KJ). Anular a Lei não é aboli-la, porque nenhum homem pode abolir a Lei de Deus; sem dúvida o Salmista diz que foi esvaziada [anulada, violada, quebrantada] (Sl 119.126). 

Anular a Lei de Deus é mais do que afirmar que não tem importância; é mostrar, através da vida, que a consideramos sem importância. Um homem anula [esvazia] a Lei de Deus quando permite que não tenha poder em sua vida. Resumindo: anular a Lei de Deus é transgredi-la; porém a Lei mesma permanece igual, quer a guardemos ou não. A anulação afeta somente o indivíduo, não a Lei. 

“Por tanto, quando o apóstolo diz que não anulamos a Lei de Deus pela fé, senão que, ao contrário, a estabelecemos, quer dizer que a fé não leva à violação da Lei, senão à obediência. Realmente, não deveríamos dizer que a fé LEVA à obediência, senão que A FÉ MESMA OBEDECE! ... Pouco importa quanto uma pessoa se orgulhe na Lei de 

Deus; se rejeita ou ignora a fé incondicional em Cristo, não está em melhor situação que o homem que ataca abertamente a Lei. O homem de fé é o único que, na verdade, honra a Lei de Deus. Sem fé é impossível que alguém agrade a Deus (Hb 11.6); com ela, todas as coisas são possíveis. (Mc 9.23).

“Sim, a fé faz o impossível, e é precisamente isso o que Deus requer de nós. Quando Josué disse a Israel, ‘Não podeis servir a Yahweh’, disse a verdade. Sem dúvida, é um fato que Deus solicitava que O servissem. Não está no poder de nenhum homem o produzir justiça, por mais que assim o deseje (Gl 5.17); portanto é um erro dizer que tudo o que Deus requer é que façamos o melhor que podemos. 

“Aquele que não fizer melhor que isso, nunca fará as obras de Deus. Não, TEMOS QUE FAZER MELHOR DO QUE PODEMOS FAZER. Devemos fazer aquilo que somente o poder de Deus pode fazer, obrando em nós. Ao ser humano parece impossível caminhar sobre a água, sem dúvida Pedro o fez, quando exerceu fé em Jesus. 

Posto que todo o poder, no céu e na terra, está nas mãos de Cristo, e esse poder está à nossa disposição, mediante Cristo mesmo vindo morar no coração pela fé, em nada podemos reprovar a Deus por requerer de nós que façamos o impossível; porque ‘O que é impossível aos homens, é possível para Deus’ (Lc 18.27)”. 

Em termos de obediência a Deus, quais são, então, as ‘boas-novas’? 

“O Evangelho [as ‘boas-novas’], portanto, é simplesmente o poder criador de Deus aplicado aos homens. Qualquer evangelho, que deixa fora a criação ou que não prega o poder criador de Deus, como visto nas coisas que Ele tem feito, e que não conforta os homens por esse poder, sempre lhes apelando para mantê-lo em mente como sua única fonte de força, é ‘outro evangelho’, que simplesmente não é evangelho algum, uma vez que não pode haver nenhum outro. 

“Essa, então, é a lição a ser aprendida ‘no princípio’. Aquele que a tem aprendido é uma nova criatura em Cristo, e está pronto para aprender aquilo que se segue, ou seja, a lição de crescimento. 

Com esses maravilhosos fatos em mente, quão pior do que inútil parecem os temores que alguns expressam: ‘Temo que se eu me iniciar na vida cristã, não serei capaz de me manter firme’. Logicamente, você não seria capaz de se manter. 

Você não tem força; mas auxílio tem sido posto à sua disposição por Aquele que é poderoso. Ele é capaz de fazer com que se mantenha, e de guardá-lo até o fim. ‘Estais guardados pelo poder de Deus, através da fé, para a salvação que já está pronta para ser revelada no último tempo’ (1 Pe 1.5 - KJ)”.  

‘Justiça própria’: um absurdo, uma impossibilidade

Consideremos um industrial criando um novo produto que não enferruje, não contamine e não quebre. Ele estaria para o objeto, assim como Deus está para nós. As intenções dele, quanto às características desejadas, seriam os seus ‘mandamentos’ ao artefato. Figurativamente ele lhe ‘diria’: ‘não enferrujarás’; ‘não contaminarás’; ‘não quebrarás’. 

Obviamente o artefato não tem como criar em si próprio essas características, ‘guardando esses mandamentos’. Eles são como ‘promessas’ [juramentos] que apenas o industrial pode torná-las realidade. Seria um absurdo supormos que o objeto pudesse tomar sobre si a responsabilidade de cumprir esses ‘mandamentos’ do seu inventor industrial.

Algo semelhante se dá conosco em relação à Lei de Deus. Somos completamente incapazes de guardá-la apenas por nossas próprias forças, o que seria a famigerada ‘justiça própria’. 

Consegui-lo está bem além de nossas forças. Trata-se de carregar um fardo deveras pesadíssimo! A respeito do que o próprio Jesus nos advertiu: ‘Sem Mim nada podeis fazer.’ (Jo 15.5). E Paulo confessou: “Porque eu sei que o bem não habita em mim, isto é, em minha carne, porque desejar o bem é fácil para mim, mas não posso fazê-lo” (Rm 7.18).  

De sorte que os da ‘justiça própria’, isto é, os que buscam guardar os mandamentos de Deus apenas por suas próprias forças, receberam a Lei sem Cristo. São os que buscam obedecer sem citar a Palavra com fé ao serem tentados.  

Esses estão lidando em um completo absurdo. Ainda que muito se esforcem, vergonhoso fracasso será sempre o inegável resultado. Por si próprio, o homem não tem qualquer chance de sucesso em dominar o próprio ego, a sua índole, a sua natureza. Tal pretensão é irreal. ‘Justiça própria’ é uma impossibilidade. Eis como o Senhor a vê: “Todos nós somos como coisas impuras, e toda a nossa justiça como trapos de imundícia” (Is 64.6).

Aos olhos da fé, mandamentos são promessas que Ele nos está fazendo!

Se também o amigo compreendeu bem o princípio do ‘COMO’, concordará plenamente conosco quando afirmamos que todos os mandamentos e ordens de Deus, na verdade, são reais promessas. 

E Suas promessas são Seus juramentos! Confira em Hebreus 6.13-14. Juramentos que Ele mesmo cumprirá em nós, à medida que os citarmos com fé na hora da tentação, ‘pois somos criação Sua’ (Ef 2.10). E, não poderia ser diferente, pois Ele sabe muito bem que somos pó, e que, em nós mesmos, isto é, em nossa carne humana pecaminosa,não há poder algum para cumpri-los. 

Assim, pois, o que nos resta a fazer é olhar para os mandamentos com os olhos da fé, tendo-os como promessas, juramentos que nos está fazendo, como características que Ele mesmo muito deseja criar em nós. Quando os vemos como Suas reais intenções a nosso respeito, estamos recebendo a Lei ‘em Cristo’. E, então, o fardo, que antes nos era muito pesado, agora se torna bem leve. Mesmo levíssimo. E constatamos, em nós mesmos, a realidade desta afirmação do Senhor: “Meu jugo é agradável, e leve a Minha carga” (Mt 11.30).

Receber a Lei de Deus – ‘sem Cristo’ ou ‘em Cristo’!

“A lei é uma expressão do pensamento de Deus. Quando a recebemos em Cristo ela se torna nosso pensamento. Ela nos eleva acima do poder dos desejos e tendências naturais, acima das tentações que levam ao pecado ... Quando recebida em Cristo, a lei realiza em nós a pureza de caráter ...”.   

Assim como uma temível lagarta devoradora pode transformar-se em uma encantadora e amável borboleta, também a Lei ‘sem Cristo’ pode ser transformada na Lei ‘em Cristo’. Enquanto um homem não estiver praticando o ‘método de Jesus’, a Lei estará para ele como uma odiosa lagarta; mas ao praticá-lo, ela passa por agradável metamorfose: uma encantadora borboleta.

De sorte que quando se lê a ordem: “Não matarás”, entende-se: “’Tu não matarás’, isto é, Eu, o onipotente Jeová, lhe asseguro isto: Você não vai mais matar, nem odiar, nem guardar rancor, nem ferir com palavras ou atitudes. Inclusive vai amar e desejar o bem mesmo aos seus piores inimigos. Tens absoluta certeza disso?”

Ao nos ordenar: “Não furtarás’, está nos prometendo: “Tu não furtarás’! Está nos dizendo: “Agirei em você de tal forma que será plenamente justo, honesto, sincero e leal e de maneira alguma tornará a roubar novamente. Podes crer?”

Lendo-se: “Não cobiçarás”, entende-se: “’Tu não cobiçarás’ pois com o seu consentimento, vou dominá-lo e escrever as Minhas leis em sua mente, ao ponto de você estar sempre perfeitamente satisfeito com aquilo que tem, sem qualquer intenção de se apropriar indevidamente de algo pertencente ao seu próximo. Crês nisso?”                   

Sem Cristo a Lei é um código, um conjunto de ordens, de normas onde se lê também: “Honra a teu pai e a tua mãe”. Já se recebido ‘em Cristo’, esse mandamento é compreendido assim: “Eu, vivendo em você, subjugarei perfeitamente as suas tendências ao mal, o seu ego, índole, gênio, a sua natureza pecaminosa, que você irá tratar a seu pai e a sua mãe, bem como todas as demais autoridades legítimas, com total respeito, honra, consideração e amor constantes, fazendo-lhes o bem ainda que lhe façam o mal. ‘Prometo: Tu honrarás ...’ Tens fé?” 

Mandamentos são PROMESSAS, são reais JURAMENTOS da Videira Verdadeira’ aos Seus ramos [nós]. Ora, se os ramos colaborarem, a capacidade e a responsabilidade de produzir uvas são exclusivas da Videira. Por si próprios eles são totalmente incapazes de dá-los. 

Se o ramo se mantiver unido à ‘Videira verdadeira’ pela fé, é mais do que certo que haverá ‘uvas’ nele; mas apenas Ela é capaz de produzi-las. De sorte que, se existir ‘uvas’ nos ramos, foi Ela que as produziu! Se não houver, é tão somente porque não permitiram que Ela os produzisse neles mesmos. A Divindade jura: só a Divindade cumpre!

E, ao consentimos, ao invés dos ‘trapos de imundícia’, Ele nos veste ‘de linho fino branco, resplandecente e puro’ (Ap. 19.8), que é a perfeita obediência pela fé.

Suas promessas são habilitadoras, capacitadoras, autorrealizáveis

Ainda que alguém não tenha, em sua memória, uma grande porção de versículos bíblicos, mesmo assim, com absoluto e instantâneo sucesso, pode enfrentar o inimigo que o tenta, citando, por exemplo, um dos mandamentos da Lei de Deus, visto que ‘todo mandamento é uma promessa’ que nos capacita. 

Assim, se está sendo tentado a comer em demasia ou indevidamente ou a tomar bebida alcoólica, a fumar, a usar drogas ou a se irritar ou a perder as estribeiras, basta que, naquele exato momento, diga: “Está escrito: ‘Não matarás’”. E essa Palavra, dita com fé, produzirá vitória sobre esses vícios bem como amor, calma e paciência. E adeus ao ‘estopim curto’ ou aos vícios!

Se, ao sermos tentados a nos vingar, naquele instante dissermos com fé: “Está escrito: ‘Não vos levanteis contra o malvado’” ou “Tende paciência” (Mt 5.39; Tg 5.7), essa Palavra [Jesus, a Semente] criará paciência, domínio próprio, calma em nós, no ato e enquanto nEla crermos. E assim por diante.

Já quando cremos na promessa: “Eu vos darei um coração novo” (Ez 36.26), por todo o tempo em que a fé se mantiver firme, sem vacilar, estará em nós, plenamente, o novo coração de carne, isto é, Jesus estará vivendo em nós e o Espírito Santo estará mantendo em nós as tendências ao bem. 

Entretanto, se duvidarmos ou vier a falhar a nossa fé na promessa, se eliminaria o efeito incontinenti. Recordemo-nos, novamente, da singular experiência de Pedro andando sobre a água! Enquanto teve fé na Palavra: “Vem”, andou tranquilamente sobre ela. Ao duvidar, afundou. Tenhamos, pois, fé em Deus, em Sua Palavra, isto é, absoluta certeza da vitória instantânea, imediata e mais veloz que o relâmpago. 

Cada um de nós tem defeitos e pecados que nos são inconscientes. À medida que vamos consagrando vitórias sobre vitórias pela fé na Palavra, o Espírito Santo, contínua e progressivamente, nos abrirá os olhos da consciência (Mt 6.22-23), possibilitando que reconheçamos esses novos desafios. 

Esse processo é ascendente e interminável. É uma constante ascensão de um nível de perfeição para outro e que durará a vida toda. É por essa razão que ‘a santificação dura a vida toda’ e não porque seria necessária a vida toda para a gente vencer um defeito de caráter! Haverá lutas repetidas e novas, sem parar; mas as vitórias nelas são e serão sempre instantâneas! Amém?

Citá-la instintivamente

Quando, na hora da tentação, por instinto o cristão cita a Bíblia, ainda que mentalmente, está sendo ‘guiado pelo Espírito de Deus’ (Rm 8.14). Nesse estágio, a onipotência da Palavra de Deus ampara suas decisões, sim e então: “Tudo posso no Cristo que me fortalece” (Fp 4.13). Lembre-se: os pontos mais fracos em seu caráter podem se tornar os mais fortes, se você permanecer ‘em Cristo’ e Ele em você pela fé na Palavra.

A excelente defesa contra o mal é citarmos a Palavra de Deus, com fé, na hora da tentação. Sou tão impotente quanto uma luva; mas quando aquela onipotente Mão – Jesus, por meio da Palavra – penetra nela, eis que a luva ‘faz coisas’. A luva faz? Não! A Mão nela é que age, mas a luva colabora com fé e com todo empenho e decidido esforço em Lhe permitir que atue.

O empenho das demais Escrituras em realçar o poder da Palavra

Além da descrição de Gênesis 1, eis como o Senhor continuou insistindo conosco, nos incentivando a depositar fé incondicional no poder criador de Sua Palavra: “Porque como a chuva desce do céu, e para lá não torna, mas rega o solo e o faz produzir e germinar, e dá semente ao semeador e pão para sustento, assim será Minha Palavra, que sair da Minha boca; não voltará para Mim vazia, antes fará o que Eu desejo, e cumprirá aquilo para que a enviei” (Is 55.10-11). 

Tal como a chuva faz um terreno produzir alimento, a Palavra, citada com fé, produz obediência perfeita na ‘terra fértil’. Anote-se o inaudito valor dessa promessa!

“Em meu coração escondi Tuas palavras, para não pecar contra Ti” (Sl 119.11). “Quanto às obras dos homens, pela Palavra dos Teus lábios me guardei das veredas do destruidor” (Sl 17.4 - KJ).

“Recebei humildemente a Palavra implantada em nossa natureza, a Qual pode salvar vossas almas. Mas sejais cumpridores da Palavra, e não ouvintes ...” (Tg 1.21-22). “O espírito é o que dá vida; a carne para nada aproveita; as Palavras que Eu vos falei são espírito e são vida” (Jo 6.63). 

Ao citarmos a Palavra na hora da tentação, recebemos, na mente, a Cristo, Sua vida [Sua justiça] e, igualmente, o Espírito Santo, que é representado pelas duas ‘chuvas’: a temporã e a serôdia.

“Graça e paz abundem para vós pelo conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo, com Quem vos tem concedido todas as coisas que pertencem ao poder da Divindade para salvação e o temor de Deus, pelo conhecimento dAquele que nos chamou por Sua glória e excelência, mediante as quais vos tem dado magníficas e gloriosas promessas, para que por meio destas participeis da natureza da Divindade, havendo escapado da corrupção das baixas paixões próprias do mundo” (2 Pe 1.3-4).

“Esta é a vitória que tem vencido o mundo [isto é, o nosso ego]: a nossa fé” (1 Jo 5.4). “E esta é a Palavra que pelo evangelho vos é pregada” (1 Pe 1.25 - KJ). “Tendo nascido novamente, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela Palavra de Deus [Jesus], que vive e permanece para sempre” (1 Pe 1.23 - KJ). 

“Porque, embora andando na carne, não guerreamos segundo a carne. (Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus) ... e levando cativo todo o pensamento à obediência de Cristo” (2 Co 10.3-5 - KJ). 

‘Guerrear segundo a carne’ significa: enfrentar as tentações sem citar a Palavra. Seria tentar vencer forçando a nossa carne, a nossa natureza pecaminosa, o nosso ego, a agir corretamente. Isso equivaleria a tentar erguer-se puxando-se pelos próprios cabelos para cima.

A verdadeira felicidade é, pois, um excelente presente dEle 

Temos, assim, por assentado que é a Palavra de Deus que cria em nós a justiça, a perfeita obediência. E unicamente Ela é que tem poder para realizar tal feito.  

Assim, como é a Palavra que cria perfeita obediência em nós e como ‘aquele que guarda a lei; esse é feliz’ (Pv 29.18 - KJ), temos que é Ela [a Palavra, Jesus] quem produz a felicidade em nós. Maravilha! A verdadeira felicidade é, pois, um presente que Ele nos está oferecendo e rogando que o aceitemos.

E quando Jesus, através da Lei, nos revela algum defeito, vício ou pecado, é como se Ele Se aproximasse, nos dizendo: “Eu tenho aquilo de que você precisa. Está interessado?” ou “Está precisando que Eu faça isso por você e em você?”   

Há duas maneiras de reagir, quando Ele nos aponta algo que está mareando a nossa felicidade. Uma é a de perguntar-Lhe: “Também isso, Senhor?” A outra é: “O que mais, Senhor?” É apenas essa última que O agrada e inclusive revela o fato de que a Lei está sendo recebida ‘em Cristo’. “Oh Deus, examina-me e conhece o meu coração; ponha-me à prova, e conhece meus passos, e vê se há em mim caminho enganoso; conduze-me pelo Teu caminho eterno” (Sl 139.23-24).

Os evolucionistas espirituais

É óbvio que a Palavra de Deus não é mágica, isto é, não basta simplesmente citá-la! É preciso citá-la como Jesus o fez: com fé inabalável e incondicional. Com absoluta certeza de que Ela, instantaneamente, produzirá em nós o Seu conteúdo, o que diz ou ordena. Sejamos criacionistas. 

Não alimentemos dúvidas nem equívocos quanto a essa bendita realidade. Se não houver fé, não haverá qualquer efeito. Nenhuma justiça será produzida, tal como se lê em Mateus 13.58: “E devido à incredulidade deles, não fez muitos milagres ali”. 

Notemos bem: A Palavra de Jesus tinha o mesmo poder em Nazaré como em qualquer outra cidade ou região. Entretanto, Ele não pôde manifestar o poder da Palavra do Pai, realizando muitos milagres na cidade em que tinha crescido, devido à falta de fé dos nazarenos, em razão da incredulidade deles. 

Há também outro equívoco contra o qual devemos nos precaver. É o de supor que a vitória não seja instantânea ou que iria demorar uma vida inteira para ser alcançada ou que a vitória fosse lenta e progressiva. A vitória é sempre instantânea. Teremos que enfrentar a mesma tentação repetidas vezes; mas, em todas elas, podemos obter vitórias instantâneas, imediatas. 

Se alguém entender que a vitória é progressiva, que demora para acontecer, que vem pouco a pouco, que se requer muita luta para se obter uma, que a gente vai evoluindo paulatinamente, que serão necessários anos e anos para consolidar uma, infelizmente estará descrendo da criação instantânea. Não passaria, portanto, de um evolucionista espiritual. Tenhamos cuidado. Não sejamos infiéis. Sejamos criacionistas. A Palavra produz as vitórias sempre e de modo instantâneo.

O sangue + a Palavra

“Eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela Palavra do testemunho deles, porque não amaram suas vidas até a morte” (Ap 12.11). Os cristãos vencem Satanás, não apenas ‘por causa do sangue do Cordeiro’ – que é sinônimo de ‘estar em Cristo’ – e sim, também ‘por causa da Palavra do seu testemunho’, isto é, porque citam a Palavra com fé, que é: ‘Cristo neles’ (Jo 15.5).

O sangue + a Palavra. Eis a fórmula bíblica para se obter sucesso. Como se lê em Efésios 5.25-26: “Cristo amou a Sua igreja e entregou a Si mesmo por ela, para santificá-la e purificá-la mediante a lavagem por água e pela Palavra”. E esse processo fornece tanto poder e valentia, que os cristãos enfrentam crueldades e até a própria morte, sem renegar a Verdade. Maravilha!

Assim, os que recebem a Lei ‘em Cristo’ não ficam subjugados por nenhum mau hábito ou má tendência hereditária ou cultivada. Em lugar de continuar dominados pela natureza inferior, pela graça [favor e poder de Deus], regem todo apetite, paixão, inclinação, tendência ou propensão ao mal. 

Isso não significa que a graça eliminará a nossa natureza pecaminosa, mas que subjugará toda propensão ao mal. Temos que “os desejos da carne se opõem aos do Espírito, e os do Espírito contra os da carne, pois opõem-se um ao outro” (Gl 5.17 - KJ), até o final da vida: não haverá qualquer trégua nessa batalha. Em nosso caráter pode vir a não ter qualquer traço de pecado; mas, em nossa natureza humana, as tendências ao mal ali permanecerão enquanto estivermos vivos.

‘Os últimos acontecimentos serão rápidos’

Quanto tempo será, pois, ainda requerido para que os membros de Sua Igreja se tornem ‘perfeitos, tal como o vosso Pai ... é perfeito’ (Mateus 5.48)? Em outras palavras, quanto tempo será necessário para que os que almejam Lhe ser fiéis obtenham vitória perfeita, apresentando-se perante o mundo e perante o Universo celestial ‘sem defeito, ... com abundante alegria’ (Jd 24 - KJ)? 

Quanto tempo necessitaremos ainda para recebermos a ‘Justiça de Cristo’? Apenas o tempo necessário para que essa ‘boa-nova’ se torne conhecida de todos e para que cada um desenvolva sua fé, treinando-se em praticá-la! Note-se que, infelizmente, a Igreja está estacionada em Ezequiel 37.8: organizou-se, conhece uma porção de doutrinas bíblicas; porém ainda está sem a verdadeira vida espiritual, está sem a Chuva Serôdia. Se praticar o COMO a receberá e passará  para Ezequiel 37.10, ocasião em que sua espiritualidade será mundialmente reconhecida, e então será mesmo perseguida pelos infiéis.

Frisando: A fim de sairmos do marasmo em que nos encontramos, cada membro da ‘igreja do Deus vivo, coluna e fundamento da Verdade’ (1 Tm 3.15) necessita, sim, acolher o COMO, que, infelizmente, permaneceu soterrado por tantos e tantos anos, testar sua validade e eficácia, praticá-lo constantemente, cultivar a fé individual e divulgá-lo com entusiasmo. 

“Porque eu não me envergonho do Evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê nEle... Porque por meio dEle é revelada a justiça de Deus por fé para a fé. Como está escrito: O justo viverá pela fé” (Rm 1.16-17). 

Considerando a clareza do ensinamento que temos recebido e a rapidez dos modernos meios de comunicação, podemos, com serenidade, esperar que agora o tempo seja, de fato, muito breve. Viremos logo essa triste página da história do homem em pecado. Chega de caminhar nesse deserto! Amém?

Conclusão

Amigo, “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”(2 Tm 2.15 - CF) na hora da tentação; e, assim, estarás aprovado por Ele, sendo vencedor sobre o próprio eu. É quando pecamos que ficamos envergonhados perante Deus! Ora “melhor do que uma vida sem problemas é a força, o poder para superá-los“.

“Em Deus faremos proezas; porque Ele é que pisará os nossos inimigos” (Sl 60.12 - CF). Qual é o nosso mais forte e pior inimigo? Não é, porventura, o nosso próprio ego, o nosso gênio, a nossa natureza humana pecaminosa? Que proeza seria superior que a de dominá-los continuamente pela fé na Palavra? 

Jesus nos demonstrou cabalmente ‘COMO’ é possível subjugar o nosso grande e terrível gigante: o ego. Todos os que seguirem Seu exemplo, valendo-se do Seu método, estarão listados entre os vencedores. 

Lembremonos: “sem fé é impossível que alguém agrade a Deus” (Hb 11.6); isto é, sem fé no poder criador da Palavra é impossível obedecer à Sua santa Lei. Sem o ‘COMO’ não há como obedecer-Lhe. Concentremos, pois, nesse objetivo todo o nosso empenho! Absoluto sucesso está à vista, aqui e agora. Portanto, já que conhecemos, com clareza, o ‘COMO’, pratiquemo-lo sempre e até o fim. 

Ore conosco: “Querido Pai Celestial, muito obrigado pela Lei ‘em Cristo’ e por nos ensinares o método, utilizado por Jesus, para dominar o Seu ego humano, hereditariamente igual ao nosso. Em nome de nosso Senhor e Salvador. Amém”.

Apoio ao conteúdo deste capítulo

“O meio por que podemos vencer o maligno, é aquele pelo qual Cristo venceu - o poder da Palavra. Deus não nos rege a mente sem nosso consentimento; mas se desejamos conhecer e fazer Sua vontade, pertence-nos a promessa: ‘Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.’ (Jo 8.32)”.  

“Para toda tentação Ele apresentava a Palavra do Senhor. ‘Está escrito’ foi Sua arma infalível. Nós, como representantes de Cristo, devemos enfrentar cada ataque do inimigo com a Palavra do Deus vivo. ... Satanás nunca obtém vantagem sobre o filho de Deus que confia na Palavra de Deus como sua defesa”.  

“Apoderar-se-á o homem do poder divino e, com decisão e perseverança resistirá a Satanás, como Cristo lhe deu o exemplo em Seu conflito com o inimigo no deserto da tentação? Deus não pode, contra a vontade do homem, salvá-lo do poder das artimanhas de Satanás. 

O homem deve agir com sua força, ajudado pelo poder de Cristo, de modo a resistir e vencer seja qual for o custo para si. Em suma, o homem deve vencer como Cristo venceu. 

“E então, pela vitória que é seu privilégio obter pelo todo-poderoso nome de Jesus, pode tornar-se herdeiro de Deus e coerdeiro de Jesus Cristo. Tal não seria o caso, se Cristo sozinho alcançasse a vitória. O homem deve fazer sua parte; ele deve ser vencedor por si mesmo, mediante a força e a graça que lhe são dadas por Cristo. O homem precisa ser cooperador de Cristo na obra de vencer, e então será coparticipante de Cristo em Sua glória”.  

“E Ele só Se serviu das armas que os seres humanos estão em condições de usar - a Palavra dAquele que é poderoso em conselho - ‘Está escrito’”.   

“No estudo da Bíblia, o estudante deve ser levado a ver o poder da Palavra de Deus”.  

‘Manejar bem a espada’ = Citá-la na hora da tentação!

“Quando tentado para ilícita satisfação do apetite, deveis lembrar o exemplo de Cristo, e permanecer firme, vencendo como Ele venceu. Deveis responder, dizendo: ‘Assim diz o Senhor’, e dessa maneira liquidar para sempre a questão com o príncipe das trevas. 

Se parlamentardes com a tentação, e usardes vossas próprias palavras, sentindo-vos suficientes, cheios de importância, sereis vencidos. As armas que Cristo usou foram as palavras de Deus: ‘Está escrito’; e se manejardes a espada do Espírito, também vós podereis sair vitoriosos pelos méritos de vosso Redentor”.  

“Em cada mandamento, em cada promessa da Palavra de Deus está o poder, sim, a vida de Deus, pelo qual o mandamento pode ser cumprido e realizada a promessa. Aquele que pela fé aceita a Palavra, recebe a própria vida e o caráter de Deus”.  

Em outras palavras: recebe o Espírito Santo, a esperada ‘chuva serôdia’.

A relação entre a graça e o citar da Palavra de Deus!

“O mesmo poder, exercido por Cristo enquanto andava visivelmente entre os homens, acha-se em Sua Palavra. ... O mesmo se dá quanto a todas as promessas da Palavra de Deus. Por meio delas, Ele nos está falando a nós, individualmente; falando tão diretamente, como se Lhe pudéssemos ouvir a voz. É por intermédio dessas promessas que Cristo nos comunica Sua graça e poder”.  

“O Salvador tomou sobre Si as enfermidades humanas, e viveu uma vida sem pecado, a fim de os homens não terem nenhum temor de que, devido à fraqueza da natureza humana, eles não pudessem vencer. Cristo veio para nos tornar ‘participantes da natureza divina’, e Sua vida declara que a humanidade, unida à divindade, não comete pecado.

“O Salvador venceu para mostrar ao homem como ele pode vencer. Todas as tentações de Satanás, Cristo enfrentava com a Palavra de Deus. Confiando nas promessas divinas, recebia poder para obedecer aos mandamentos de Deus e o tentador não podia alcançar vantagem.   

À toda tentação, Sua resposta era: ‘Está escrito.’ Assim Deus nos deu Sua Palavra para com ela resistirmos ao mal. Pertencem-nos grandíssimas e preciosas promessas, a fim de que por elas fiquemos ‘participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo’” ( 2 Pe 1.4).

“Dizei ao tentado que não olhe às circunstâncias, à fraqueza do próprio eu ou ao poder da tentação, mas ao poder da Palavra de Deus. Toda a Sua força nos pertence. ‘Escondi a Tua Palavra no meu coração’, diz o salmista, ‘para não pecar contra Ti.’ Sal. 119.11. ‘Pela palavra dos Teus lábios me guardei da vereda do destruidor.’ (Sl 17.4)”.   

 “Ele não consentia com o pecado. Nem por um pensamento cedia à tentação. O mesmo se pode dar conosco. A humanidade de Cristo estava unida à divindade; estava habilitado para o conflito, mediante a presença interior do Espírito Santo. 

E veio para nos tornar participantes da natureza divina. Enquanto a Ele estivermos ligados pela fé, o pecado não mais terá domínio sobre nós. Deus nos toma a mão da fé, e a leva a apoderar-se firmemente da divindade de Cristo, a fim de atingirmos a perfeição de caráter.

“E a maneira por que isso se realiza, Cristo no-la mostrou. Por que meio venceu no conflito contra Satanás? – Pela Palavra de Deus. Unicamente pela Palavra pôde resistir à tentação. ‘Está escrito’, dizia. 

E são-nos dadas ‘grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da Natureza divina, havendo escapado da corrupção, que, pela concupiscência, há no mundo’ ( 2 Pe 1.4). 

Toda promessa da Palavra de Deus nos pertence. ‘De tudo que sai da boca de Deus’ havemos de viver. Quando assaltados pela tentação, não olheis às circunstâncias ou à fraqueza do próprio eu, mas ao poder da Palavra. Pertence-vos toda a Sua força [potência]”.   

É este o segredo da vitória: Enfrentar o inimigo com um ‘Está Escrito’!

“O Filho de Deus colocou-Se em lugar do pecador, e passou pelo terreno em que Adão caiu, e suportou a tentação no deserto, a qual era cem vezes mais forte do que aquilo que já incidiu ou virá a incidir sobre o ser humano. Jesus resistiu às tentações de Satanás do mesmo modo que toda alma tentada pode resistir: chamando-lhe a atenção para o relato inspirado e dizendo: ‘Está escrito’”.   

“Esta Palavra deve estar sempre em nosso coração e em nossos lábios. ‘Está escrito’ deve ser nossa âncora. Os que fazem da Palavra de Deus o seu conselheiro compreendem a fraqueza do coração humano e o poder da graça de Deus para subjugar todo impulso profano, não santificado”.  

“A vida de Cristo, que dá vida ao mundo, acha-se em Sua palavra. Era por Sua palavra que Cristo curava a moléstia e expulsava os demônios; por Sua palavra acalmava o mar, e ressuscitava os mortos; e o povo dava testemunho de que Sua palavra tinha poder. 

Ele falava a palavra de Deus, como o fizera por intermédio de todos os profetas e instrutores do Antigo Testamento. Toda a Bíblia é uma manifestação de Cristo, e o Salvador desejava fixar a fé de Seus seguidores na palavra. Quando Sua presença visível fosse retirada, a palavra devia ser sua fonte de poder. Como seu Mestre, deviam viver ‘de toda a palavra que sai da boca de Deus’  (Mt. 4.4)”.  

“É por meio da Palavra que Cristo habita em Seus seguidores. Esta é a mesma vital união representada por comer Sua carne e beber Seu sangue”.  

“Ao alimentarem-se de Sua palavra, acharão que ela é espírito e vida. A palavra destrói a natureza carnal, terrena, e comunica nova vida em Cristo Jesus. O Espírito Santo vem ter com a alma como Consolador. 

Pela transformadora influência de Sua graça, a imagem de Deus se reproduz no discípulo; torna-se uma nova criatura. O amor toma o lugar do ódio, e o coração adquire a semelhança divina. É isto que significa viver ‘de toda a palavra que sai da boca de Deus’. Isto é comer o Pão que desce do Céu”.  

“A mesma palavra que criou o firmamento estrelado, nos fala assim: ‘Permanecei, pois, firmes’. Isto não é uma ordem que nos deixa no mesmo estado de impotência anterior, mas que leva, em si mesma, o cumprimento do fato”.    

Se alguém, na hora da tentação, não cita a Palavra com fé em Seu poder, não terá a Jesus habitando nele e, portanto, será vencido pelo inimigo.

“Colaborando a vontade do homem com a de Deus, ela se torna onipotente. Tudo que deve ser feito a Seu mando pode ser cumprido por Seu poder. Todas as Suas ordens são promessas habilitadoras”.  24

“Um pai terreno não pode dar a seu filho um caráter santificado. Não pode transferir-lhe seu próprio caráter. Somente Deus pode transmitir-no-lo. Cristo soprou sobre os Seus discípulos e disse: ‘Recebei o Espírito Santo’ (Jo 20.22). Este é o grande Dom do Céu. 

Por meio do Espírito, Cristo comunicou-lhes Sua própria santificação. Imbuiu-os do Seu poder, para que pudessem ganhar almas para o evangelho. Daí em diante, Cristo viveria através de suas faculdades e falaria através de suas palavras”.   [Como recebemos o Espírito Santo? Ao citar a Palavra de Deus, na hora da tentação!] 

“Ao receber a Palavra [Como? Ao citá-la na hora da tentação!], recebemos a Cristo. E só os que assim recebem Suas palavras que estão construindo sobre Ele. ... Seu poder, Sua própria vida, residem em Sua Palavra. À medida que recebeis a Palavra com fé, ela vos comunica poder para obedecer”.   

“A energia criadora que trouxe à existência os mundos, está na Palavra de Deus. Essa Palavra comunica poder e gera vida. Cada ordenança é uma promessa; aceita voluntariamente, recebida na alma, traz consigo a vida do Ser infinito. Transforma a natureza, restaurando-a à imagem de Deus”.   

“Os que põem em Cristo a confiança não devem ficar escravizados por nenhuma tendência ou hábito hereditário ou cultivado. Em lugar de ficar subjugados em servidão à natureza inferior, devem reger todo apetite e paixão”.    

“A justiça, que a lei requer, é a única justiça que pode herdar a terra prometida. Ela é obtida, não pelas obras da lei, mas pela fé. A justiça da lei não se obtém por meio de esforços para guardar a lei, mas pela fé (Rm 9.30-32). 

Portanto, quanto maior seja a justiça, que a lei requeira, mais engrandecida será a promessa de Deus, pois Ele prometeu dar essa justiça a todos os que creem. Sim, tem jurado! ... Os preceitos de Deus são promessas. Não pode ser de outra maneira, pois Ele sabe que não temos poder algum. Tudo o que o Senhor requer, Ele mesmo o dá! Quando diz ‘não farás ...’ podemos tomar com a segurança que Ele nos dá, que, se simplesmente crermos, nos preservará do pecado contra o qual nos adverte nesse preceito”.   

“Por esta lei podeis ver e vencer cada defeito de vosso caráter. Podeis separar-vos de todo ídolo, e vincular-vos ao trono de Deus pela áurea cadeia da graça e verdade”. 

Como nos esvaziar do eu?

“Muitos indagam: ‘Como devo eu fazer a entrega do próprio eu a Deus?’ Desejais entregarvos a Ele, mas sois faltos de poder moral, escravos da dúvida e dirigidos pelos hábitos de vossa vida de pecado. Vossas promessas e resoluções são como palavras escritas na areia. 

Não podeis dominar   os pensamentos, os impulsos, as afeições. O conhecimento de vossas promessas violadas e dos votos não cumpridos, enfraquece a confiança em vossa própria sinceridade, levando-vos a julgar que Deus não vos pode aceitar; mas não precisais desesperar. 

“O que deveis compreender é a verdadeira força da vontade. Esta é o poder que governa a natureza do homem, o poder de decisão ou de escolha. Tudo depende da reta ação da vontade. 

O poder da escolha deu-o Deus ao homem; a ele compete exercê-lo. Não podeis mudar vosso coração, não podeis por vós mesmos consagrar a Deus as vossas afeições; mas podeis escolher servi-Lo. [Como escolhemos servi-Lo? Ao citar a Palavra de Deus, na hora da tentação!].

“Podeis dar-Lhe a vossa vontade [Como? Ao citar a Palavra de Deus, na hora da tentação!]; Ele então operará em vós o querer e o efetuar, segundo a Sua vontade. Desse modo toda a vossa natureza será levada sob o domínio do Espírito de Cristo; vossas afeições centralizar-se-ão nEle; vossos pensamentos estarão em harmonia com Ele.

“O desejo de bondade e santidade é, em si mesmo louvável; de nada, porém, valerão essas virtudes, se ficarem somente no desejo. Muitos se perderão enquanto esperam e desejam ser cristãos. Não chegam ao ponto de render a vontade a Deus [Como? Ao citar a Palavra de Deus, na hora da tentação!]. Não escolhem agora ser cristãos.

“Mediante o conveniente exercício da vontade [Como? Ao citar a Palavra!], pode operarse em vossa vida uma mudança completa. Entregando a Cristo o vosso querer [Como? Ao citar a Palavra de Deus!], aliai-vos com o poder que está acima de todos os principados e potestades. Tereis força do alto [Como? Ao citar a Palavra de Deus!] para estar firmes e, assim, pela constante entrega a Deus [Como? Ao citar a Palavra de Deus!], sereis habilitados a viver a nova vida, a vida da fé”.   

“Os habitantes dos mundos não caídos e do Universo celeste estão observando com intenso interesse o conflito entre o bem e o mal. Regozijam-se quando as sutilezas de Satanás, uma após a outra, são discernidas e refutadas com o ‘Está escrito’, do modo como Cristo refutou-as em Seu conflito com o astuto adversário. 

Toda vitória ganha é uma joia na coroa da vida. No dia da vitória todo o universo celeste triunfa. As harpas dos anjos enviam a mais preciosa música, acompanhando a melodia da voz”.   

Vencer a Satanás é fácil ou é difícil? É bem fácil! Repetindo: É bem fácil!

“O povo de Deus deve estar preparado para resistir ao perverso inimigo. É esta resistência que apavora a Satanás. Ele conhece, melhor do que nós, o limite de seu poder, e como facilmente pode ser vencido, se lhe resistirmos e o enfrentarmos. 

Mediante poder divino, o mais fraco dentre os santos é mais forte do que ele e do que todos os seus anjos e, se submetido a uma prova, poderá demonstrar sua força superior”.   

“Tudo isso Ele realizou a fim de Ele trazer aos homens o poder para serem vitoriosos. Disse Ele: ‘É-Me dado todo o poder no Céu e na Terra’ (Mt 28.1). E esse mesmo poder Ele concede a todos os que O seguirão. Eles podem demonstrar ao mundo o poder que há na religião de Cristo, no sentido de dominar o eu”.   

Quem participará do Alto Clamor?

“A mensagem do terceiro anjo iluminará a terra com a sua glória; mas somente àqueles que resistiram à tentação no poder do Poderoso [apenas aqueles que enfrentaram as tentações citando com fé, ainda que apenas mentalmente, um Assim-diz-o-Senhor] lhes será permitido tomar parte em proclamá-la quando se transformar em alto clamor”.    

“Porções das Escrituras, mesmo capítulos inteiros, podem ser memorizados, para serem repetidos quando Satanás vier com suas tentações. . . . Quando Satanás quer levar a mente a habitar nas coisas terrenas e sensuais, ele é mais eficazmente resistido com: ‘Está escrito’”.    “O único meio seguro para os cristãos é repelir o inimigo com a Palavra de Deus”.   

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