11 - Avive esta chama

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11 - Avive esta chama

Quando uma noiva aprecia intensamente a presença de seu amado, esse não lhe sai do pensamento. Poderíamos dizer: ‘ele habita na mente dela’. Também Jesus quer ‘morar em nós’. Os aprovados por Deus têm ‘... o nome de Seu Pai inscrito em suas testas’ (Ap 14.1 - KJ), isto é, o que fazem é feito por amor a Ele, pois é Ele o centro dos pensamentos deles. 

Jamais houve um cristão vitorioso, fiel ao Senhor, que fosse displicente quanto à sua vida devocional. Sem uma vida devocional intensa, o cristão se assemelharia a um automóvel sem combustível, a um computador desligado da energia elétrica, a fogo pintado. Como poderia alguém ser feliz, estando desligado da única Fonte da felicidade? Por isso, a fim de crescer na graça e de desenvolver a fé genuína, um legítimo cristão serve-se de: 

(1)  _  MEDITAÇÃO BÍBLICA

Ler uma passagem da vida de Jesus, num dos Evangelhos, e perguntar-se: “O que o texto me ensina a respeito dEle, do Pai ou do Espírito Santo?” Convémnos meditar, diariamente, uma hora sobre Sua vida. E, assim imaginar-se participante da cena, ali descrita. 

É a mais pura realidade que todos nós ‘estivemos em Cristo’ também naquela passagem. Assim, fecham-se os olhos e faz-se esse episódio passar na nossa imaginação como se fosse um filme. Enquanto a mente reconstrói a cena em foco, comenta-se o fato com Jesus, expondo-Lhe nossas ideias, os pensamentos, as impressões e os sentimentos. 

Entrevistá-Lo mentalmente, perguntando-Lhe o significado do que disse; por que o Senhor falou e agiu daquela maneira, e também como Se sentiu naquela ocasião? Ele responde à nossa mente, via pensamentos e impressões bíblicas. Assim, estabelece-se uma comunhão mútua, íntima com Ele. 

(2) _  ORAÇÃO: Convém pedir-Lhe que nos ensine a orar! 

Eis um esboço sugestivo: relato-Lhe francamente o que se passa comigo; não para informá-Lo, pois Ele já sabe de tudo (Mt 6.8); mas como uma criança fala a seu pai. Falar-Lhe ajuda-me também a perceber a realidade. 

A oração não visa mudar as intenções de Deus; mas há bênçãos que não receberíamos se não Lhas pedíssemos. A oração habilita-nos a recebê-Lo e fortalece-nos no dever. Na oração particular, qual a ordem de assuntos que Lhe agrada? Do que tratar antes, do que depois? Jesus mesmo respondeu a essa pergunta, ao nos ter ensinado o ‘Pai Nosso’ (Mt 6.9-13 - KJ). Cada frase da ‘oração modelo’ é como o conteúdo de um capítulo de um livro a ser escrito:

2.1 _ ‘Pai nosso que estás nos céus.’ Inicio a conversa recordando, especificamente, Sua majestade, onisciência, onipresença e onipotência. Agradeço-Lhe e louvo-O por Sua bondade, misericórdia, amor e justiça. 

Comento quanto O amo e O desejo. Digo-Lhe como me sinto por tê-Lo como meu Pai, que nos deu Jesus como Irmão, possibilitando-nos ‘estar nEle’. 

2.2 _ ‘Santificado seja o Teu nome.’ Renovo minha consagração e decisão de aceitar a Jesus como Salvador, Senhor e Hóspede em minha mente, como a ‘Testemunha fiel e verdadeira’ a revelar-Se em mim. Solicito-Lhe o Dom do Espírito Santo criando em mim aversão ao mal, suprindo-me de sabedoria, amor, diligência, visão, coragem e bondade para que Jesus Se revele em mim. 

Falo-Lhe como se estivesse vivendo o último dia da minha vida e me disponho a ser conduzido por Ele como uma criança, como um aprendiz.

2.3 _ ‘Venha o Teu reino.’ Que se cumpra, nos cristãos, o plano que Ele fez ao nos criar! Refiro-me aos interesses de Sua igreja mundial, local e do lar. Trato das necessidades espirituais dos meus amigos, parentes, vizinhos, inimigos, etc. Digo-Lhe o que pretendo fazer hoje para expandir Seu reino. 

2.4 _ ‘Seja feita a tua vontade na terra, como é no céu.’ No que estaria eu me opondo à Sua vontade, expressa na Lei? Consulto-O a respeito de Sua vontade para mim, no que se refere aos assuntos seculares e às decisões a serem tomadas no dia. Conto-Lhe meus desejos, planos e interesses, pedindoLhe a Sua opinião e orientação. Relato-Lhe a esperança no retorno de Jesus.

2.5 _ ‘O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.’ Agradeço-Lhe por estar atendendo às necessidades de mais de oito bilhões de irmãos no mundo. Relato-Lhe alegrias, dificuldades e ansiedades. 

Refiro-me às necessidades espirituais, físicas, mentais, sociais, familiares, profissionais, financeiras, minhas e do próximo: do pobre, do oprimido, da viúva, do doente e do preso, do necessitado, etc. Expresso-Lhe meus sentimentos por ser ‘ovelha do Seu pastoreio’, e pela ventura de tê-Lo como meu Senhor, Conselheiro, Guia e Pai.

2.6 _ ‘E perdoa-nos as nossas dívidas, como nós perdoamos aos nossos devedores.’ Peço-Lhe que me perdoe os pecados, um a um, especificamente, e que dê arrependimento e conversão a mim, aos meus amigos, aos meus inimigos e ao mundo. 

2.7 _ ‘E não nos conduzas à tentação, mas livra-nos do mal.’ Sofro tentações tanto por dentro como por fora. Solicito-Lhe que me recorde um ‘Assim diz o Senhor’ para cada tentação que vier, a fim de que o poder de Sua Palavra domine minha natureza tendente ao mal, meu ego, e produza, em minha mente, a vitória sobre o pecado. E também a todos os da humanidade.

2.8 _ ‘Porque Teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém.’ Despeço-me, reconhecendo Sua soberania: tudo o que me acontecer estará sob Sua supervisão, sob o Seu consentimento e sob Sua responsabilidade.  

Em nossas orações nos referimos: a (1) fatos relativos a nós, ao nosso próximo, à sociedade, à natureza, etc., referentes ao passado, presente ou futuro. 

E nosso relacionamento melhorará ao Lhe expressarmos também os nossos: (2) julgamentos e ideias a respeito deles; e se aprofundará quando também nos referimos: aos (3) sentimentos e às emoções que esses fatos nos causaram, estão causando ou causarão. 

E se aperfeiçoará, então, ao Lhe perguntarmos quais foram, são ou serão: os (4) Seus sentimentos e emoções a respeito deles. Entretanto, o nível ideal será atingido quando: os (5) sentimentos dEle e os nossos estiverem pulsando em uníssono! [Imagine uma família, em lágrimas, se abraçando ao receber ótima notícia!]. 

Sintonia de sentimentos é o  essencial da comunhão. Eis a ciência da oração!

Tendo acabado de nos abrir em nossa comunhão com o Senhor, antes de encerrar a entrevista, convém dar-Lhe mais oportunidade de, através de Sua Palavra, nos comunicar Suas ideias, pensamentos, sentimentos e impressões. 

Assim, é conveniente dar-Lhe um tempo para que Ele também nos fale, caso deseje fazê-lo. Convém permanecer por algum tempo em silêncio, e, sendo de Sua vontade, Ele nos impressionará a mente, sempre através de Sua Palavra, com a resposta ou com a orientação de que precisamos. Sempre através de Sua Palavra! Sempre! Sempre!

Oramos em nome de Jesus, porque nos ensinou: “... tudo quanto pedirdes em Meu nome ...” (Jo 14.13 - KJ). Quantas vezes ao dia? “À noite, de manhã e ao meio-dia, eu vou orar e clamarei, e Ele ouvirá minha voz ...” (Sl 55.17 - KJ). O exemplo de Daniel foi: “... ele abaixou-se sobre os seus joelhos três vezes ao dia e orou  ...” (Dn 6.10 - KJ). E de Lucas 11.1 aprendemos que, quando em particular, Jesus orava em voz alta. 

Outro conselho bíblico é: “Aproximemo-nos, pois, confiantemente do trono de Sua graça para receber misericórdia e achar graça para sermos auxiliados em tempo de aflição” (Hb 4.16). Habituemo-nos a “Orai sem cessar” (1 Ts 5.17 - KJ), isto é, a ‘pensar em forma de uma conversa com Ele’, a manter a mente em contínua comunhão com o Senhor: “... anda na Minha presença e sê perfeito” (Gn 17.1).

(3)  _  SUBMISSÃO CONTÍNUA

Ao ser tentado, posso escolher entre obedecer a Deus ou não. Submeto-me a Ele ao escolher agir segundo a Lei e assim entrego-Lhe minha vontade. Colaboro, entregando-Lhe meu poder de escolha. Como? Para cada tentação, tenho um ‘Assim diz o Senhor’, como arma de defesa. 

Ora, se Deus me convida a me submeter à Sua autoridade, é porque quer assumir a responsabilidade pelo que me acontecer. Poderia eu encontrar alguém mais responsável por mim? Ele me diz: “... Sê fiel até a morte, e Eu te darei a coroa da vida” (Ap 2.10). 

(4)  _  TESTEMUNHO

Aproveito as oportunidades de falar aos outros a respeito de meu Senhor e Salvador, do maravilhoso Amigo que é, e daquilo que Ele fez e faz por nós. Em vez de me acovardar diante do que poderia me acontecer se falar, focalizo o que acontecerá ao meu próximo, se eu não o fizer. 

Mais que isso: pela graça de Deus, aproveito as oportunidades para exemplificar Seu caráter em palavras, atitudes e ações, especialmente em meu lar, com os que estão bem próximo de mim. Sim, os atos falam bem mais alto do que as palavras (2 Co 3.2-3).

(5)  _  COMUNHÃO COM OS DA FÉ

Frequento a igreja a fim de adorar a Deus, tendo como objetivo de dar, antes do que o de receber; o de servir, antes que o de ser servido. E envolvo-me, prazerosamente, em suas atividades. “Não abandonando a nossa assembleia, como é costume de alguns, antes exortando-nos uns aos outros; e tanto mais, à medida que vedes que aquele dia se aproxima” (Hb 10.25 - KJ). 

Ora uma brasa – longe do braseiro – dificilmente mantém-se acesa. A pergunta a se fazer é: Qual igreja frequentar? Deveríamos nos manter atados a uma determinada denominação religiosa mesmo depois de se comprovar que sua administração não segue os ensinos do Senhor? Seria essa a atitude que o Senhor está esperando de Seus fiéis? Ele considera, como Sua igreja, apenas a que é composta pelos que Lhe são fiéis 3 b, leais e obedientes; os que ensinam o verdadeiro evangelho bíblico.

Como ter sucesso ao enfrentar o inimigo?

Somos muito propensos a tomar decisões sem, previamente, consultar o Senhor. O exemplo clássico dessa nossa fraqueza e incoerência humanas está registrado em Josué 9. Os líderes dos israelitas deixaram de consultar ao Senhor e o que colheram? Foram enganados pelos gibeonitas. 

Aprendamos com o erro deles! Consultemos a Deus mesmo quando a decisão nos parece ser a mais evidente, porque apenas o nosso Criador não pode ser, nem estar equivocado. Ao sermos pressionados a decidir, façamo-lo apenas após termos relatado tudo aos Céus. Assim agindo, estaremos andando com o Senhor e protegidos das artimanhas malignas. 

“A forma de proceder do insensato [aquele que não consulta o Senhor] é boa em sua própria opinião [está convicto que a coisa a se fazer é seguir a sua intuição, o senso comum, sem consultá-Lo], mas o que presta atenção ao conselho [de Deus, e por isso Lhos pede sempre] é sábio” (Pv 12.15). 

Note como Davi era orientado (2 Sm 2.1; 5.19; 1 Cr 14.10). Que tal também nós? E, ao final da vida, diremos: “Tudo o que fiz foi em vão, exceto o que fiz por amor a Cristo” .1

Como proceder para se conhecer a vontade do Senhor? 

Sabe-se que fechar os olhos e abrir, aleatoriamente, a Bíblia e apontar um versículo com o dedo, esperando que seja essa a resposta divina quanto à Sua vontade, é um método imaturo, desaconselhável e vulgar; bem como o costume de jogar dados, moedas – cara ou coroa – tirar a sorte, papéis, etc. 

O caminho seguro é expor o caso ao Senhor, em oração franca e sincera, uma, duas ou mais vezes. Elias, no monte Carmelo, orou sete vezes até obter a resposta divina (1 Re 18.41-46). O Senhor, de praxe, nos responde mediante Sua Palavra. E quando Ele nos responder, em nossa mente, estasrealidades  se manifestam imprescindivelmente: 

  · Paz, serenidade, tranquilidade. 

  · Clareza e convicção quanto ao que fazer.

Aos olhos do Senhor, o mais sábio dos humanos não passa de uma criancinha desatinada. Assim como a energia elétrica não pertence à lâmpada, apenas se manifesta através dela, a Sabedoria não é uma qualidade inerente ao homem. 

Não se trata de uma característica de alguém nem é algo que pertença ou possa ser inerente ao homem. Ter sabedoria significa ter a disposição de consultá-Lo continuamente, de receber e de aceitar Sua constante orientação e guia para aquele exato instante, para aquela situação específica. Recebe-se Sua sabedoria, assim como a lâmpada recebe a energia. 

“Se alguém de vós tem falta de sabedoria peça a Deus, que a todos dá generosamente, e sem reprovação, e lhe será concedida“ (Tg 1.5). “Confia no SENHOR com todo o teu coração, e não te apoies em teu próprio entendimento. Em todos os teus caminhos, reconhece-O, e Ele direcionará as tuas veredas” (Pv 3.5-6 - KJ). 

Antes de tomar uma decisão muito importante, eis como o Mestre procedia: “Naqueles dias retirou-Se para o monte a fim de orar, e passou a noite orando a Deus “ (Lc 6.12 - RA).  Excelente exemplo a ser seguido!

Se ouvirmos Sua orientação quanto às coisas pequenas, O ouviremos quanto às de maior importância. Portanto, sejamos sábios: consultemo-Lo!

Um grama ou uma tonelada? Qual deseja carregar? 

Nosso alvo é o de obter a ‘fé como um grão de semente da mostarda’ (Mt 17.20 - KJ). Muito embora seja a menor das sementes entre as hortaliças, esse grão, por aproveitar mais e melhor aquilo que o meio ambiente lhe oferece, vem a tornar-se a maior entre elas. O mesmo acontecerá conosco, se possuirmos uma fé que aproveita todas as oportunidades de comungar com Deus. 

Para tanto, precisamos também de disciplina pessoal. Na vida, pagaremos o preço da disciplina ou o do tardio arrependimento. Aquele pesará gramas, e esse, toneladas. A fim de ‘manter viva a chama da fé,’ valha-se, então, de todos esses meios, que o Senhor tornou disponíveis a cada um de nós.

Agradeçamos a Deus: Querido Pai Celestial, muito obrigado por nos ensinares a mantermos viva a chama da fé ‘em Cristo’. Em Seu nome. Amém”.


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