10 - O sangue que justifica e santifica

Evangelho aos romanos

Capitulo 10 - O sangue que justifica e santifica 

Rm 10:1-4: "IRMÃOS, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação. Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus. Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê."  

O capítulo nono estabelece a condição do Israel segundo a carne, o Israel literal. Ele buscou a justiça da lei, que é um atributo divino, porém, não a alcançou porque não a seguiu pela fé, mas pelas obras da lei. Olharam somente para a lei, desprezando o sangue da aliança.  

Não entenderam que a aliança que Deus estava estabelecendo com eles, da qual a lei fazia parte, dependia do sangue do Cordeiro. Era a fé no sangue do Cordeiro que os habilitaria cumprir a lei. O povo de Israel entrou em aliança com Deus, porque queriam ser salvos, mas não prestaram atenção em todas as cláusulas do contrato. 

Imaginaram que eram capazes de cumprir a aliança por si só. Por isso, Paulo começa o capítulo com um apelo: Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação. (Rm 10:1).  

Paulo, de experiência própria, sabia que a atitude dos judeus era como alguém que mostra grande determinação para chegar a certo lugar, enquanto caminha na direção oposta. Pouco importa o empenho que coloque em chegar a um lugar que está diametralmente oposto a ele. Enquanto se dirigir em rumo contrário, jamais chegará a seu objetivo. Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento. (Rm 10:2).  

A ignorância converte o zelo numa característica ineficaz. Meu povo foi destruído porque lhe faltou conhecimento. (Os 4:6). O zelo é muito necessário na consecução de todo ideal, porém, zelo sem entendimento é como um cavalo selvagem sem arreios ou freio. Há frenética atividade, mas sem utilidade. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus. (Rm 10:3).  

Por eles não conhecerem a maneira como Deus justifica o ímpio, procuraram conseguir a justiça da sua própria maneira. Eles rejeitaram a justiça que procede de Deus. A justiça de Deus é muito mais que uma simples expressão linguística ou conjunto de palavras. 

Ela compreende muito mais que uma definição. É nada mais nada menos do que a vida e o caráter de Deus. Quando Deus justifica uma pessoa, não se trata de uma justificação forense. Não. Ele comunica ao ser humano a sua própria justiça. O ser humano não parecerá justo. Ele será justo.  

Ao desprezar a cláusula mais importante do contrato, os judeus apenas aparentavam ser justos. Sem o sangue do Cordeiro, que é a base da verdadeira justiça; eles pareciam um pudim delicioso; mas não tinham o ingrediente principal, o açúcar. Da mesma maneira que não se pode conceber a doçura sem a presença do de algo doce, assim tampouco existe a justiça como algo abstrato. A justiça deve estar necessariamente ligada a um ser animado. Porém, somente Deus é justo (Mr 10:18). Por isso, onde houver justiça, Deus Se encontra em ação.  

A justiça é a característica essencial de Deus. A lei de Deus é a justiça; diz o salmista: eterna é a justiça dos teus mandamentos; dá-me o entendimento deles, e viverei. (Sl 119:144). A vida eterna consiste em entender a justiça de Deus. Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê. (Rm 10:4). 

Paulo aqui, está contrastando a forma de Deus justificar pela fé com as tentativas humanas de justificar a si mesmo através da obediência à lei. A mensagem do Evangelho é que Cristo é o fim da lei como meio de busca da justiça, para todo aquele que exerce a fé. De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados. (Gl 3:24).  

Desde a queda de Adão, Deus revelou apenas um caminho pelo qual os homens poderiam ser salvos: fé na vinda do Messias (Gn 3.15; Gn 4.3-5; Hb 11.4). O propósito de Deus ao proclamar as suas leis a Israel era mostrar-lhes a sua pecaminosidade (Rm 3:20) e a sua necessidade de um Salvador (Gl 3:24).  

O cumprimento da lei é o amor. (Rm 13:8). O amor é o alicerce da lei. (Mt 22:40).  Assim, o fim ou objetivo da lei é a justiça por ela requerida. Desse modo, lemos que Cristo é o fim da lei para a justiça. A lei de Deus é a justiça de Deus (Is 51:6 e 7). Entretanto, essa justiça é a própria vida divina, e as palavras da lei não são mais que sua própria sombra. Somente em Cristo encontramos essa vida, já que somente Ele reivindica ser a justiça de Deus (Rm 3:24,25). Sua vida é a lei de Deus, posto que Deus estava nEle.  

Aquilo que os judeus tinham meramente na forma, encontramo-lo em sua genuína substância unicamente em Cristo. O fim da lei está nEle. Unicamente o estudo da vida de Cristo revelará a justiça que a lei de Deus exige.  Cristo é o fim da lei para a justiça de quem? Para todo aquele que crê. Cristo habita no coração pela fé (Ef 3:17). 

Somente nEle se encontra a perfeita justiça da lei. Nele está a perfeição absoluta. Assim, desde que Cristo habite no coração do crente, somente nEle é alcançado o fim da lei. A obra de Deus é esta: que creiais nAquele que por Ele foi enviado. (Jo 6:29). Com o coração se crê para a justiça.  

Rm 10:5-11: "Ora Moisés descreve a justiça que é pela lei, dizendo: O homem que fizer estas coisas viverá por elas. Mas a justiça que é pela fé diz assim: Não digas em teu coração: Quem subirá ao céu? (isto é, a trazer do alto a Cristo.) Ou: Quem descerá ao abismo? (isto é, a tornar a trazer dentre os mortos a Cristo.) 

Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos, A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido."  

Ora, Moisés descreve em Levítico 18:5, a justiça que é pela lei, dizendo: O homem que fizer estas coisas viverá por elas. (Rm 10:5).   

O profeta Ezequiel abordando o mesmo assunto diz: e deilhes os meus estatutos e lhes mostrei os meus juízos, os quais, cumprindo-os o homem, viverá por eles. E também lhes dei os meus sábados, para que servissem de sinal entre mim e eles; para que soubessem que eu sou o SENHOR que os santifica. (Ez 20:11,12). 

Notem que, Moisés descreve a importância de andar nos mandamentos de Deus, e conclui: Eu sou o senhor vosso Deus. Ao passo que, Ezequiel, ao descrever o mesmo assunto, conclui com as mesmas palavras e acrescenta: Eu sou o Senhor que os santifica. 

Em outras palavras, o Senhor está dizendo: Sou Eu que vou estar em vocês através do meu sangue que foi derramado para selar esta aliança. (Ex 24:8). Cristo dá a vida, a eterna e justa vida de Deus, e essa opera justiça na alma reavivada. Agora, já não é mais o velho homem que vive, mas sim, Cristo vivendo nele. (Gl 2:20).  

Porém, quanto a ser justificado por Deus por meio da fé, Moisés diz em Deuteronômio 30:12,13. Não digas em teu coração: Quem subirá ao céu? (Isto é, a trazer do alto a Cristo.) Ou: Quem descerá ao abismo? (Isto é, a tornar a trazer dentre os mortos a Cristo.) (Rm 10:6-7). 

É interessante que, quando nós vamos para Deuteronômio 30:11-13, vemos que Moisés está se referindo à lei de Deus. E o apóstolo Paulo, incontestavelmente, toma as mesmas palavras de Moisés, e diz que a lei é Cristo. E João confirma, que a palavra de Deus se fez carne e habitou entre nós. (Jo 1:1,14).  

Não há contradição entre Moisés e Paulo. O apóstolo simplesmente está aplicando os ensinamentos de Moisés na prática. Porque Moisés, antes de entregar a lei ao povo, matou a vítima, tomou o sangue; e após ler a lei ao povo, espargiu aquele sangue sobre o povo dizendo: Eis aqui o sangue da aliança que o SENHOR tem feito convosco sobre todas estas palavras. (Êx 24:8). O sangue é a vida do corpo. (lv 17:14). 

A vítima que foi morta, era o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo. Com este ato de espargir o sangue sobre o povo, Moisés estava dizendo: agora, Jesus está sobre vocês. Ele não está mais nas profundezas do mar, ou no abismo; nem tão pouco no céu. Ele está com cada um de vocês em espírito. (Jo 14:20).  Porque esta palavra está mui perto de ti, na tua boca, e no teu coração, para a cumprires. (Dt 30:14).  

E a palavra se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. (Jo 1:14).  Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos. (Rm 10:8). 

Moisés terminara de repetir a lei ao povo e os havia exortado à obediência. Dissera que o mandamento não estava longe deles, de modo que não precisavam enviar ninguém para que lhe trouxesse, pois esta palavra está mui perto de ti, na tua boca e no teu coração, para a cumprires.   

Paulo, escrevendo sob a inspiração do Espírito, menciona as palavras de Moisés e mostra que elas se referem a Cristo. Cristo é a Palavra, o mandamento que não está longe, que não precisa descer do Céu e nem ser trazido dentre os mortos. O autêntico mandamento do Senhor é nada menos que Cristo em nós. 

Essa verdade não estava necessariamente encoberta. O judeu pensante dos dias de Moisés podia claramente compreender que só na vida de Deus é possível achar a justiça da lei. Disse Moisés: os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, amando o Senhor, teu Deus, dando ouvidos à Sua voz e apegando-te a Ele; pois disto depende a tua vida e a tua longevidade. (Dt 30:19,20).  

Ao apresentar a lei ao povo, Moisés desdobrou perante eles a vida de Deus, que pode ser encontrada apenas em Cristo. E sei que o Seu mandamento é a vida eterna. (Jo 12:50). E a vida eterna é esta: que te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. (Jo 17:3).  

Cristo, a palavra de Deus que nos traz vida, está bem pertinho de nós. Eis que estou à porta e bato. (Ap 3:20). Se abrirmos a porta do nosso coração, Cristo, a palavra viva de Deus, entra em nossa vida e controla todos os nossos membros. 

Em nenhuma outra coisa é mostrado mais plenamente o amor de Cristo, do que em Sua moradia com o homem pecador, sofrendo sua inimizade a fim de, por Sua divina paciência, poder resgatá-lo de seus maus caminhos. Assim: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. (Rm 10:9). 

O qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação. (Rom. 4:25). Cristo provou a morte por todos. E foi ressuscitado para a justificação de todos. Crer com o coração que Deus O ergueu dentre os mortos, é acreditar que Ele me justifica.  

Aquele que não crê que Jesus purifica do pecado, realmente não acredita que Deus O ressuscitou dos mortos. Efetivamente, não creremos na ressurreição de Cristo, a menos que tenhamos fé no motivo e no propósito desse ressurgir. A ressurreição de Jesus é um fato muito menos aceito do que pensamos. 

Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. (Rm 10:10). Crer de coração que Deus ressuscitou dentre os mortos a Jesus, não se restringe ao centro das emoções e sentimentos, mas sim, ao centro da razão e da vontade. Porque, se não creres de coração que Cristo ressuscitou, a vossa fé é vã, e ainda estais nos vossos pecados. (1Co 15:17).  

Crer que Jesus ressuscitou é muito mais profundo do que imaginamos. A raiz da palavra “crer” traz implícita a idéia de fundamento, de algo sólido sobre o qual construir. Crer em Jesus é edificar sobre Ele. Ele é a Pedra Angular, a Pedra Fundamental, solidamente assentada. (Is 28:16). 

Quem edificar sobre Ele não será confundido no dia da chuva e da inundação, quando os ventos arremeterem contra sua casa. Ele edificou sobre a Rocha dos séculos. Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido. (Rm 10:11). Como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, e uma rocha de escândalo; E todo aquele que crer nela não será confundido. (Rm 9:33).  

Estamos todos no lamaçal do pecado, tanto judeus como gentios. Precisamos de uma rocha sólida para firmar os nossos pés. Todos aqueles que não creem no propósito da ressurreição de Jesus, que é a nossa justificação; tentando cumprir a lei com suas próprias forças; estes, tropeçaram na pedra de tropeço. ( Rm 9:32).  

Rm 10:12-15: "Porquanto não há diferença entre judeu e grego; porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas."  

A nota predominante do chamamento evangélico é “todo aquele”. Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (Jo 3:16). O chamado é para todos. 

Aqueles que pensam que tem que fazer alguma coisa a fim de serem chamados, já tropeçaram na pedra de tropeço. Se você imagina que tem que deixar de beber, ou deixar de fumar para ser chamado; você está se recusando ouvir o chamado. Quando a palavra de Deus diz, todos, é simplesmente, todos.  

Todos os drogados, todos os homossexuais, todos os bêbados, todos os fumantes, e inclusive os que já se imaginam justos por suas próprias obras. O chamado é para todos. Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida. (Ap 22:17). Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. (Rm 10:13). Pois não há distinção entre judeu e grego. Todo o livro de Romanos é uma sentença de morte à malévola suposição de que Deus é parcial, e favorece a certas pessoas em detrimento de outras.  

A ideia de que o Senhor tem bênçãos especiais para uma nação da Terra, e não para as demais, sejam judeus, ingleses, alemães ou qualquer outro povo, significa uma negação direta do evangelho da graça de Deus.  Bem, entendemos que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. 

Mas, como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue? (Rm 10:14). Não tem havido falta de pregadores, porém, nem todos creram e obedeceram, embora todos tenham ouvido. O que todos ouviram? A Palavra de Deus.  

Para demonstrar essa assertiva, o apóstolo diz que a fé vem pelo ouvir da Palavra de Deus, e acrescenta: Porventura, não ouviram? Sim, por certo: Por toda a Terra se fez ouvir a Sua voz, e as Suas palavras, até aos confins do mundo. 

Na época do apóstolo Paulo, o evangelho do Cristo ressuscitado foi pregado no mundo inteiro com poder e glória. Todos os pregadores, cheios do Espírito Santo, transmitiram ao mundo aquilo que Cristo operara neles por meio de sua intenção no santuário celestial. 

As obras que Cristo operava neles, era como uma luz irradiando em meio às trevas do paganismo. Se Deus encheu de tão grande luz e poder, os que deveriam anunciar a entrada do Cristo ressurreto no santuário celestial, para operar uma obra de santificação nos que creem; como será este derramamento do Espírito Santo no encerramento desta obra? Com certeza, com muito mais poder.   

Então, Deus, primeiramente nós chama, enquanto nós ainda somos pecadores; em seguida nos justifica; e por fim, nos enche da sua glória, que são as suas boas obras em nós. (Rm 8:30). Para que o mundo veja as boas obras que Cristo opera em nós, e glorifiquem a Deus que está nos céus. (Mt 5:16).  

Mas, como pregarão, se não forem enviados? como está escrito em Isaías 52:7: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas. (Rm 10:15). Anunciar o evangelho é compartilhar as boas obras que Cristo já operou em nós.  

Estas boas obras, não as nossas obras de justiça propina, mas as boas obras que Cristo opera em nós pela fé, devem brilhar como raios de luz; pois, o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. (2Co 4:4). 

Satanás cegou o entendimento dos incrédulos. Palavras vazias, desprovidas da luz celestial não é capaz de penetrar estas trevas espirituais. Somente a glória de Cristo habitando em nós é capaz de penetrar estás trevas. Precisamos brilhar para a glória de Deus.  

Assim, o apóstolo diz a nós os que temos ouvido e crido no evangelho: vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes dAquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz. (I Pe 2:9). 

O evangelho é a revelação ao mundo, do que Deus fez em nós. A pregação do evangelho consiste em fazer brilhar essa luz. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus. (Mt 5:16).  

Rm 10:16-21: "Mas nem todos têm obedecido ao evangelho; pois Isaías diz: SENHOR, quem creu na nossa pregação? De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus. Mas digo: Porventura não ouviram? Sim, por certo, pois Por toda a terra saiu a voz deles, E as suas palavras até aos confins do mundo. Mas digo: Porventura Israel não o soube? Primeiramente diz Moisés: Eu vos porei em ciúmes com aqueles que não são povo, Com gente insensata vos provocarei à ira. E Isaías ousadamente diz: Fui achado pelos que não me buscavam, Fui manifestado aos que por mim não perguntavam. Mas para Israel diz: Todo o dia estendi as minhas mãos a um povo rebelde e contradizente."  

Mas nem todos têm obedecido ao evangelho; pois em Isaías 53:1 diz: SENHOR, quem creu na nossa pregação? (Rm 10:16). A resposta é: somente os que têm fome e sede de justiça. (Mt 5:6). Pois a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus. (Rm 10:17). 

Que palavra? A palavra da cruz. Que é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus. (1Co 1:18). Mas digo: Porventura não ouviram? Sim, por certo, pois Por toda a terra saiu a voz deles, E a palavra da cruz até aos confins do mundo. (Rm 10:18).  

Este evangelho que traz paz ao coração, e ao mesmo tempo, dor, sofrimento, perseguição, e morte; foi anunciado no mundo inteiro. E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim. (Mt 24:14). 

Esta palavra "testemunho" que aparece aqui, é uma tradução da palavra "marturion;" uma melhor tradução seria: E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em martírio. Isso se cumpriu nos dias dos primeiros cristãos, e se cumprirá nos últimos dias. O evangelho eterno é pregado em meio de dor e dificuldades.  

Estes pregadores chamaram a atenção do mundo inteiro porque tinham tanta fé na mensagem que pregavam, que estavam dispostos a morrer por ela. Este foi o evangelho que o apóstolo Paulo pregou, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro. (Cl 1:23). 

Mas digo: Porventura Israel não o soube? Primeiramente diz Moisés em Deuteronômio 32:21: Eu vos porei em ciúmes com aqueles que não são povo, Com gente insensata vos provocarei à ira. (Rm 10:19). Apesar da revelação de Deus através de Moisés e dos profetas, Israel permaneceu ignorante do caminho da justiça de Deus. 

Moisés, que comunicou a Israel seus favores e vantagens especiais sobre os gentios, também apresentou a regra de fé pela qual essa posição favorecida poderia e seria em algum momento futuro ser revertida. Esqueceste-te da Rocha que te gerou; e em esquecimento puseste o Deus que te formou. (Dt 32:18). 

Deus, ao mostrar misericórdia para com os gentios, esperava despertar o ciúme do seu povo e inspirá-los com fervor pelo Senhor. Como também diz em Oséias 2:23: Chamarei meu povo ao que não era meu povo; E amada à que não era amada. (Rm 9:25). 

Paulo pretendia provocar inveja em seus compatriotas, apontando que, assim como Moisés havia predito, Deus havia agora estendido seus favores especiais a um povo que os judeus estavam acostumados a considerar inferior (Rm 11:14). E o apóstolo, ao fazer isso, pretendia deixar claro por meio de suas orações fervorosas que seu povo poderia se arrepender e encontrar a salvação em Jesus Cristo (Rm 10:1).  

E em Isaías 65:1 Deus disse: Fui achado pelos que não me buscavam, Fui manifestado aos que por mim não perguntavam. (Rm 10:20). A fé inesperada dos gentios deveria ser uma repreensão aos judeus que, apesar de privilegiados e educados, eram incrédulos. 

Que diremos pois? Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça? Sim, mas a justiça que é pela fé. Mas Israel, que buscava a lei da justiça, não chegou à lei da justiça. Por quê? Porque não foi pela fé, mas como que pelas obras da lei; tropeçaram na pedra de tropeço; Como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, e uma rocha de escândalo; E todo aquele que crer nela não será confundido. (Rm 9,30-33). 

Mas para Israel, Deus disse em Isaías 65:2: Todo o dia estendi as minhas mãos a um povo rebelde e contradizente. (Rm 10:21). A maneira como Deus trata até mesmo os pecadores rebeldes é cheia de ternura e compaixão. Durante todo o dia ele estende seu braço de misericórdia aos desobedientes e contraditórios. 

Que Deus sempre foi tão compassivo e paciente será finalmente reconhecido por aqueles que O desprezaram. Quem te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o teu nome? Porque só tu és santo; por isso todas as nações virão, e se prostrarão diante de ti, porque os teus juízos são manifestos. (Ap 15:4).  

Ao rejeitar o Evangelho e resistir a ele, os judeus revelaram uma característica há muito apontada e condenada pelos profetas. Antes do seu martírio, Estêvão apresentou a mesma acusação: homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós sois como vossos pais. 

A qual dos profetas não perseguiram vossos pais? Até mataram os que anteriormente anunciaram a vinda do Justo, do qual vós agora fostes traidores e homicidas; Vós, que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e não a guardastes. (At 7:51-53). 


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