9 - “Estai em Mim”

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Eis aqui o tema central do ‘Evangelho eterno’, o assunto primordial do cristianismo, sua espinha dorsal. Paulo, em suas epístolas, refere-se mais que 200 vezes ao conceito ‘em Cristo’, ‘em Cristo Jesus’, ‘no Senhor’, ‘em Jesus’, ‘nEle’, ‘no Amado’, ‘com Ele’, ‘com Cristo’, ‘nAquele’, etc. E, conhecê-lo é uma fonte de segurança, gozo, alegria e contagiante entusiasmo! É o núcleo da teologia paulina, seu âmago. É o assunto dos assuntos.

O próprio Jesus nos ordenou: “Permanecei em Mim” ou “Estai em Mim” (Jo 15.4). É-nos impossível compreender profundamente as ‘boas-novas’ – o Evangelho da salvação – sem entendermos bem o que significa a expressão ‘em Cristo’, e qual é a maravilhosa e fantástica realidade nela envolvida. 

Compreendendo-a, estaremos também em condições de vivermos, de fato, o verdadeiro cristianismo. O tema ‘em Cristo’ abarca a graça divina. Portanto queira redobrar a sua atenção e estudo desse inusitado tema! Ore a respeito!

Esse conceito para nós – com nossa maneira ocidental de nos expressar – é um tanto complicado e difícil de se compreender, porque, normalmente, não fazemos uso dessa forma de relatar as nossas realidades. Tenhamos claro entendimento e respostas a: “Como alguém pode estar em outra pessoa?” “Como posso eu ‘estar em Cristo’?” “O que significa realmente ‘permanecer em Jesus’?” 

Uma imperfeita compreensão

Conhece você uma ilustração (aliás muito difundida entre os cristãos) na qual a morte de Jesus na cruz é equiparada à de um pai inocente, que aceita morrer no lugar ou como substituto, de um filho condenado à morte?

Trata-se de uma ilustração muito comovente, mas estaria ela bem alinhada com o conceito ‘em Cristo’? Em outras palavras, espelha ela bem a realidade do que, efetivamente, aconteceu no plano da salvação? Considere: o referido pai, muito embora estivesse sofrendo as consequências do crime praticado pelo filho, em sua consciência teria a si próprio sempre como inocente e nunca como culpado. Teria o filho por culpado, não a si próprio.

E se fosse esse o caso, como teria sido possível a Jesus sentir-Se realmente tão separado do Pai, tão indigno, devido aos pecados de toda a humanidade, ao ponto de Sua angústia mental fazê-Lo suar gotas de sangue (Lc 22.44)? 

Não estamos sugerindo que Cristo tivesse cometido algum pecado ou deixado de ser inocente e, sim, realçando é o fato de que Ele, efetivamente, sentiu como Suas, a culpa e a segunda morte, que nos eram devidas. E, ao começar a senti-las, declarou: “A Minha alma está profundamente triste, até à morte” (Mt 26.38 - RA).

Releia agora mesmo os Salmos 22, 40 e 69, onde se revelam os Seus sentimentos íntimos, quando os nossos pecados pesaram sobre Ele. A questão é: “Como pôde Ele, sendo inocente, sentir como Seus os nossos pecados, as nossas culpas e a consequente separação do Pai, por nós?” 

Quanto mais alguém compreender como Ele pôde angustiar-Se em nossos pecados e em nossas culpas, tanto mais apto estará a rejubilar-se na Sua perfeita obediência, que lhe pertence ‘em Cristo’ e que é possível de ser replicada em nós. “Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor” (1 Co 1.31 - KJ).

Compreendamos bem esta questão e saiamos da superficialidade!

Se não houver cumplicidade, ninguém pode ser preso por um crime que um outro cometeu. Tanto na Bíblia, como nas leis humanas, NÃO se concebe a legalidade de uma pessoa inocente morrer no lugar de outra culpada. Tanto a culpa como o mérito são intransferíveis. A transferência de culpa é imoral, inválida, ilegítima, ilegal e, eticamente, inadmissível. Eis a norma bíblica: 

“Os pais não morrerão pelos filhos, nem os filhos pelos pais; cada um morrerá pelo seu pecado” (Dt 24.16 - CF). “...o filho não carregará a iniquidade do pai, nem o pai carregará a iniquidade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele, e a perversidade do perverso ficará sobre ele” (Ez 18.20 - KJ). 

Assim, perguntamos: “Como pôde então Jesus, sendo inocente, legalmente, morrer pelos pecados de todo o mundo, assumindo a culpa de todos nós?” Sabemos, sim, que as Sagradas Escrituras nos informam também que “... Deus demonstra o Seu amor para conosco, em que sendo nós ainda pecadores, Cristo morreu por nós” (Rm 5.8 - KJ). Mas onde está a legitimidade para tanto?

Se tanto na Palavra de Deus – como nas leis civis – não se admite a possibilidade de um inocente ser punido em lugar de um culpado, como pôde ser legal e aceitável, no caso de Jesus? 

E quanto à Sua obediência por nós? Não é lícito a alguém fazer exame de saúde ou de vestibular por um outro. Assim, ‘como pode ser legalmente aceitável que Deus Pai nos credite a perfeita obediência, a morte e os demais feitos de Seu Filho? Como pôde Alguém viver, obedecer, morrer e ressuscitar pelos outros?’ As respostas encontram-se na correta compreensão do conceito ‘em Cristo’. 

O que é uma unidade corporativa?

 Temos facilidade em compreender que os gatinhos – antes de nascerem – ‘estão na sua mãe’ e participam de tudo o que ela faz. Se a gata correr, eles correm ‘na gata’. 

Se a gata morrer, eles morrem. ‘Estando na mãe’ fazem tudo o que ela faz. Assim, prontamente, entende-se que a gata e seus filhotes formam uma ‘unidade corporativa’. 

Entretanto, para a nossa mente moderna, não é muito fácil entender o significado de “... vós sois o corpo de Cristo” (1 Co 12.27), captando de pronto, o real significado de ‘estar em Cristo’, porque estamos mais acostumados a raciocinar e a nos expressar em termos individuais, não em termos corporativos ou em representação coletiva. 

Muito embora tenhamos muitíssimas ações corporativas em nossa sociedade, e mesmo seja comum uma pessoa representar uma empresa, sociedade, estado ou nação, ou outra pessoa, não fazemos uso do linguajar bíblico ao nos referirmos a elas. 

Por exemplo, nós formamos uma ‘unidade corporativa’ com o nosso presidente, e quando ele assina um acordo com outro país, o faz por todos nós, e seu ato nos afeta a todos. 

Apenas por ser o representante legal da nossa nação, de todos nós, é que pode assiná-lo por nós; do contrário, seu ato seria considerado ilegítimo, inválido e inadmissível. Biblicamente, diríamos que nós estamos ‘no presidente’, quando ele assina o acordo. 

O presidente – sendo nós – assina o acordo por nós. Assinamos o acordo ‘nele’. E após o ato, a notícia poderia aparecer, numa manchete, assim: ‘Hoje firmamos um acordo com tal nação no nosso presidente’. Entretanto, não é assim que os jornalistas nos passariam tal informação, não é mesmo?

Se um pai rico fosse à falência, também seus filhos seriam afetados: empobreceriam ou nasceriam pobres. Se um pai pobre ficasse rico, os filhos participariam da riqueza, enriqueceriam ou teriam nascido em berço de ouro. Biblicamente, se diria que os filhos se empobreceram ou se enriqueceram, ‘nos seus pais’, ou seja, formaram uma ‘unidade corporativa’. 

Assim, ‘Estar em Cristo’ tem um significado semelhante e é muito profundo. Esse conceito baseia-se na solidariedade bíblica, a ideia de que uma pessoa representa a muitas, age em nome delas, e seus atos pessoais [bons ou maus] afetam a todas as que fazem parte daquela ‘unidade corporativa’.  

Exemplos bíblicos de unidades corporativas

“E Isaque intercedeu ao SENHOR pela sua esposa, porque ela era estéril. E o SENHOR ouviu a intercessão dele, e Rebeca, sua esposa, concebeu. E os filhos lutavam dentro dela, e ela disse: Se é assim, por que sou eu assim? E ela foi consultar ao SENHOR. 

E o SENHOR lhe disse: Duas nações estão no teu ventre, e dois tipos de povos se dividirão das tuas entranhas; e um povo será mais forte do que o outro povo, e o mais velho servirá ao mais novo” (Gn 25.21-23 - KJ). 

Essa profecia não se cumpriu na vida desses dois irmãos, e sim, na dos seus descendentes – árabes [edomitas] e israelitas – os quais, no ventre de Rebeca, estavam ‘em Esaú’ e ‘em Jacó’ respectivamente, e formavam ‘unidades corporativas’.

Eis outro exemplo: “E como alguém pudesse dizer, também Levi, que recebia os dízimos pagou também o dízimo por meio de Abraão, porque ainda se achava nos lombos de seu pai quando Melquisedeque lhe saiu ao encontro” (Hb 7.9-10). 

Quando Abraão devolveu o dízimo, Levi, seu bisneto, estava implicado naquele seu ato, que o afetou. Por considerar Abraão e Levi como uma ‘unidade corporativa’, a Bíblia se expressa assim: ‘Levi ... pagou o dízimo por meio de Abraão.’ Levi estava ‘em Abraão’. 

É essa a maneira bíblica de expressar a solidariedade coletiva ou de referir-se a uma ‘unidade corporativa’. Outros exemplos estão em Gênesis 12.3 , Josué 7.1-13, 1 Samuel 17.8-10, etc.

Os dois Pais da humanidade: o primeiro e o segundo Adão 

Tanto Adão como Jesus formaram ‘unidades corporativas’ com toda a humanidade. O que Adão – enquanto nosso representante – e Jesus Cristo fizeram, afetou todos os seres humanos, a humanidade toda. Ambos, em seu turno, representaram legitimamente a totalidade da humanidade. 

“Porque tal como a morte veio por meio de um homem, assim também por meio de um Homem será a ressurreição dos mortos. Porque, assim como em Adão todos os homens morrem, assim também no Cristo todos serão vivificados” (1 Co 15.21-22).

“O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão, foi feito em espírito vivificante [que dá vida]” (1 Co 15.45 - KJ). 

Quando Adão pecou, seu ato afetou todos os seus descendentes com tendências ao mal e sujeitou-os à primeira morte; e, tendo eles, conscientemente, também, cedido ao mal, passaram à condenação da segundamorte. A partir do instante em que pecou,   Adão deixou de ser o representante da humanidade. A raça humana caída passou a necessitar, assim, de um novo cabeça: o segundo Adão, Jesus! 

O primeiro Adão gera filhos ‘escravos do pecado’, sujeitos, dominados pela  lei do egoísmo. Por isso: “Vos é necessário nascer de novo” (Jo 3.7), pois Jesus – o segundo Adão–gera filhos livres do domínio dessa lei e sujeitos à lei do amor,   à ‘lei do Espírito de vida’ (Rm 8.2). 

‘Em Adão’ éramos escravos da lei do pecado; mas ‘em Cristo’ viemos a ser livres, libertos do jugo das tendências ao mal. “Permanecei, pois, firmes na liberdade com a qual Cristo nos libertou” (Gl 5.1). ‘Em Adão’ fomos um fracasso; ‘em Cristo’ somos um sucesso (Rm 5.15)!

‘Em Adão’ e ‘em Cristo’ 

Todos os seres humanos, isto é, a raça humana toda estava ‘em Adão’, o nosso primeiro pai, o responsável pela humanidade. Assim, temos que:

· 1) Deus criou, corporativamente, todos os homens em um único homem: ‘em Adão’. Um – o cabeça da humanidade – recebeu a vida. Logo, todos os seus descendentes, estando ‘em Adão’, a receberam ‘nele’. 

Todas as vidas humanas são uma multiplicação da vida de Adão: “de um só sangue fez todas as nações dos homens ...” (At 17.26 - KJ). Quando Adão foi criado, nós todos fomos criados ‘nele’, pois eis que estávamos todos nos lombos ‘dele’. Então também nós, estando ‘em Adão’, fomos criados com tendências ao bem!

· 2) Satanás arruinou, corporativamente, todos os homens em um único homem: ‘no primeiro Adão’. Um – o cabeça da humanidade – pecou. Logo, todos os seus descendentes foram prejudicados porque estavam ‘nele’. 

E, por essa razão, Adão passou a gerar os seus descendentes – inclusive nós –    ‘à sua própria semelhança, segundo a sua imagem’ (Gn 5.3 - KJ); isto é, passamos a nascer sob o domínio da lei do egoísmo, com tendências a praticar o mal, e sujeitos a dificuldades, ao envelhecimento e à consequente primeira morte, chamada de sono pela Bíblia, como temos visto. 

Após termos nascido ‘em Adão’, ‘vendido ao pecado’ (Rm 7.14), isto é, com tendências hereditárias ao mal, cedemos a elas conscientemente; e, assim, pecamos, tornando-nos culpados e condenados também à segunda morte. 

“A recompensa do pecado é a morte” (Rm 6.23), a saber: a segunda morte, que é gerada, exclusivamente, por pecado pessoal, consciente. Temos que ‘em Adão’ todo ser humano registrou uma história de fracasso.

· 3) Deus redimiu, corporativamente, todos os homens em um único Homem: ‘em Cristo’, quando Ele assumiu a nossa natureza humana pecaminosa!  

Foi esse o ‘dia do Seu [de Cristo] desposório [noivado], no dia do júbilo do Seu coração’ (Ct 3.11 - RA). Nesse dia, Ele noivou com a Sua futura esposa, a humanidade. E por qual motivo foi esse dia o mais feliz na vida do Trio Celestial, o ‘dia do júbilo do Seu coração’? Porque foi nesse dia que mais deram e ‘Mais bem-aventurado [feliz] é quem dá ...’ (At 20.35).

· 3.1) Foi no ventre de Maria que Deus Pai formou o novo Cabeça da humanidade, o segundo Adão. O plano, concebido antes da criação do homem e efetivado em promessa divina por ocasião da queda de Adão, concretizou-se, na encarnação, quando Deus Pai, por obra do Espírito Santo, conforme vimos no capítulo 8, uniu, em Cristo, a natureza divina com a natureza humana pecaminosa, a natureza da raça caída, que precisava se r redimida.

A natureza humana de Cristo não foi apenas a natureza de uma única Pessoa; mas, antes, representou toda a humanidade, a qual estava ‘nEle’. Nós, todos os humanos, estávamos, objetiva, legalmente, na Sua natureza humana, porque o Pai formou a unidade corporativa entre Cristo e todos os seres humanos – bons e maus; crentes e descrentes. 

Jesus corporificou toda a humanidade caída, pecaminosa. De sorte que, em Cristo Jesus, o Pai criou uma nova raça no Universo. Jesus, nascendo Divino-Humano, veio a ser a ‘escada de Jacó’ (Jo 1.51 e Gn 28.12), que uniu a humanidade toda à Divindade. Assim, Paulo escreveu: “Mas vós sois dEle [de Deus Pai!] em Cristo Jesus” (1 Co 1.30). Assim, você também foi, potencial, legal, objetivamente, unido à Divindade há cerca de 2.000 anos passados! 

Foi, pois, assim que, no ventre de Maria, Deus Pai formou o nosso: segundo Adão, novo Cabeça da Raça pecaminosa, novo Representante da humanidade, Fiador, Penhor, Garantia, Responsável pelas ações de todos os humanos, Substituto legal, Irmão mais velho da nossa família, Primogênito da raça caída, Parente achegado e Resgatador. 

Deus Pai criou, então, Alguém, em legítimas condições de agir por nós, em nosso nome, de ser o nosso Salvador, de nos unir à Divindade, de viver, de morrer e de ressuscitar por nós e de ser o Hóspede das mentes.

Uma empresa é uma unidade corporativa! Seu sócio-gerente é o responsável pelos atos de seus funcionários! Se, p. ex., um deles falsificar uma Nota Fiscal – crime inafiançável – quem responderá judicialmente por esse crime, não será o funcionário e, sim, o sócio-gerente, ainda que não tenha sido ele mesmo, pessoalmente, quem o cometera. 

Semelhantemente, na qualidade de segundo Adão, ao formar a unidade corporativa conosco, Jesus tornou-Se também o responsável pelos atos de todos os seres humanos. Tornou-Se a humanidade toda e nós nos tornamos coletivamente, um ‘nEle’, conforme Gálatas 3.28, “... porque todos vós sois um em Jesus  ...”. “... vós sois o corpo de Cristo, e individualmente Seus membros” (1 Co 12.27).

Dessa forma, Jesus, sendo nós todos, adquiriu o direito legal de viver e agir por nós. Todos os Seus atos afetariam todos os humanos, porque todos  – crentes e descrentes – estavam objetivamente ‘nEle’. Amém?

Assim, Deus deu um novo ‘Pai-eterno’ a todos os da raça humana, agora caída. “Porque um Menino nos nasceu, um Filho se nos deu; e ... o Seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe de Paz” (Is 9.6 - RA).

· 3.2) Jesus viveu perfeitamente: logo, todos os seres humanos, por estarem corporativamente ‘nEle’, objetivamente viveram perfeitamente ‘nEle’. Ele, sendo todos nós, viveu vitoriosamente, satisfazendo perfeitamente todas as demandas da lei em nosso favor. Somos todos legalmente perfeitos ‘nEle’.

Cristo, sendo nós, venceu a Satanás, ao obedecer perfeitamente à Lei por nós. Tudo o que Ele fez, os humanos o fizeram ‘nEle’, porque Ele venceu sendo nós, coletivamente. Sendo nós, pôde viver por nós. A raça humana estava ‘nEle’ enquanto Ele vivia Sua vida perfeita, não cedendo a Satanás nem em pensamento. Sua vitória é vitória da humanidade toda, pois ela estava legalmente ‘nEle’ nos atos de toda a Sua vida após a encarnação. 

Quando Davi venceu Golias – 1 Samuel 17 – como todos os israelitas estavam ‘em Davi’, eles o venceram ‘nele’; assim, ao Jesus vencer Satanás, nós – a humanidade – o vencemos ‘em Cristo’. Objetivamente todos os humanos obedeceram, perfeitamente, à Lei ‘nEle’, porque todos estavam ‘em Jesus’, pois Ele incluiu todo ser humano em Sua unidade corporativa. 

Ele, sendo nós, adquiriu o direito de também obedecer por nós, de nos imputar [nos creditar] a Sua vida perfeita, Sua justiça, isto é, Sua obediência à Lei. E, assim, tornou-Se o Salvador do mundo todo (Jo 4.42; 1 Jo 4.14). 

Uma história de perfeito sucesso a humanidade registrou ‘em Cristo’, objetivamente, o que nos conferiu, o direito legal de ir para o céu. Deus nos deu o título ao céu, grátis. Isso é parte do Seu Dom à raça humana.

· 3.3) Jesus morreu na cruz: Sendo nós, pôde morrer por todos nós. Por ter assumido coletivamente todos os seres humanos, desde Adão até o último que nascer, toda a humanidade morreu na cruz ‘nEle’. Inclusive você e eu! 

Sua morte sacrifical foi corporativa. Logo, todos os seres humanos foram, corporativamente, crucificados ‘com Ele’ e morreram ‘nEle’. 

“Pois o amor do Cristo nos compele a meditar nisto: que Um morreu por todos, e, por conseguinte, todos morreram” (2 Co 5.14). “Fiel é a palavra, porque morremos com Ele, também com Ele viveremos” (2 Tm 2.11). 

Jesus, sendo inocente, não precisava passar pela segunda morte; mas a humanidade toda, que estava ‘nEle’, cometera pecados e devia, sim, sofrer aquela penalidade. 

Quando o segundo Adão morreu na cruz, não foi simplesmente um Homem morrendo em vez de todos os outros homens ou no lugar deles todos; mas, sim, TODOS OS DA HUMANIDADE morrendo ‘nEle’. 

Todos foram julgados, executados e morreram na cruz, pagando o preço da segunda morte ‘nEle’. “Agora é o juízo deste mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo. E Eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a Mim.E dizia isto, significando de que morte havia de morrer” (Jo 12.31-33 - CF). 

Todos nós – ‘este mundo’ – estivemos ‘nEle’ na cruz e fomos julgados e executados. E, assim, Ele mudou o status, a condição da humanidade: de condenada para a de legalmente justificada, plenamente perdoada.

“Porque Ele é a propiciação por nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (1 Jo 2.2). É fato que as Escrituras ensinam que Cristo morreu por todos nós, como nosso Substituto; entretanto, devemos compreender que a razão, de Ele poder fazê-lo, foi porque toda a humanidade, todos os homens estavam implicados ‘nEle’. 

O errôneo entendimento da doutrina de Jesus, como nosso Substituto, tem provocado a rejeição do Evangelho por parte de alguns. Uma mente, perspicaz e esclarecida, considerará inconcebível que uma pessoa inocente sofra as consequências dos crimes de outra. 

Porque, como vimos anteriormente, perante as leis humanas e a própria Bíblia teria sido um absurdo, um fato imoral, ilegal, ilegítimo, inválido e eticamente inadmissível. Repetindo: por Jesus ter formado conosco uma ‘unidade corporativa’, isto é, por Ele ser todos nós, legalmente morreu por nós. Assim, todos morremos ‘em Um único Homem’. Ele é nosso Fiador (Jó 16.19; 17.3; Sl 119.122; Is 38.14; Hb 7.22). Fiador paga a conta do afiançado!

O que não significa que fomos nós quem pagamos o preço da segunda morte. Ele pagou aquele preço e, portanto, nenhum merecimento é devido ao ser humano, pois nós nada fizemos para estar legal, objetivamente ‘nEle’. Tal como não há mérito dos gatinhos pelos atos de sua mãe.

Por Sua vida perfeita, como Homem, conquistou o direito à vida eterna. E assim pôde legítima e voluntariamente sofrer a segunda morte por nós, e ainda conservar o direito de ressuscitar. Sendo Ele a HUMANIDADE toda, pôde pagar, integral e legitimamente, toda a conta por ela e, ainda reter aquele direito, pois ‘não era possível fosse Ele retido’ pela morte (Atos 2.24).  

De acordo com 2 Coríntios 5.14-16, o fato de Jesus, sendo nós, sofrer a segunda morte por todos nós, concedendo-nos o privilégio da vida eterna, é uma realidade que nos constrange a servi-Lo por amor. 

“Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; assim como Eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros” (Jo 13.34 - RA). E Ele nos amou mais do que a Si mesmo, pois Seu ‘amor é forte como a morte’ (Ct 8.6 - KJ). 

Os salvos nunca terão que experimentar a segunda morte que Cristo provou em favor de toda a humanidade; mas todos nós estávamos implicados naquela morte, assim como Levi estava implicado ‘em Abraão’, quando esse pagou o dízimo a Melquisedeque. 

· 3.4) Deus nos ressuscitou, corporativamente, a todos nós ‘em um único Homem’: ‘em Cristo’. “E nos ressuscitou juntamente com Ele” (Ef 2.6 - KJ).  

“Então, se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima ...” (Cl 3.1 - 

KJ). Quando Jesus ressuscitou, a raça humana ressuscitou ‘nEle’, glorificada, isto é, com uma natureza sem tendências ao mal. 

Quando Ele passou da morte para a vida, nós triunfamos ‘nEle’, para vivermos ‘em vida nova’ (Rm 6.4), isto é, em contínua vitória sobre a morte espiritual, o pecado, o ego pela fé nEle. 

Em Romanos 6.1-22, Paulo explica, mais detalhadamente, o significado de participar da ressurreição de Cristo: “Porque o pecado não terá domínio sobre vós” (Rm 6.14 - KJ). Passamos da morte espiritual à vida. Esse fato torna-se realidade quando Lhe permitimos que venha reviver Sua vida em nós, conforme Gálatas 2.20.

Como fazer para consegui-lo? Amigo, os próximos capítulos tratarão, precisa e detalhadamente, do ‘COMO!’

· 3.5) Deus “nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus” (Ef 2.6 - KJ). Todo ser humano esteve ‘nEle’, também quando Ele subiu ao Céu, para exercer Seu ministério no Santuário Celestial. “Ora, de todas as coisas que falamos, eis o resumo: Temos um Sumo Sacerdote tal, que está assentado à destra do trono da Majestade nos céus. Um Ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, que o Senhor levantou, e não o homem” (Hb 8.1-2 - KJ). 

Toda a humanidade está legal e objetivamente assentada à direita do Todo-Poderoso, ‘em Cristo’ e ‘com Cristo’, ‘para Se apresentar diante da presença de Deus em nosso favor’ (Hb 9.24). Porém, apenas os cristãos estão participando também subjetivamente de Seu ministério no Santuário celestial, onde Ele ‘vive eternamente e intercede por eles’ (Hb 7.25).

Os fiéis que aceitaram a Jesus participam também da intercessão que Jesus faz no Santuário Celestial, quando oram em favor do próximo, pois: “ vós sois a geração eleita, o sacerdócio real ... para que anuncieis as virtudes dAquele ...” (1 Pe 2.9 - CF), isto é, a fim de que, pela graça, Ele revele a excelência de Seu caráter de amor e de benevolência.

‘Em Cristo’ – Desde quando?

A partir de quando, toda a humanidade esteve, legalmente, ‘em Cristo’? A Bíblia nos informa a respeito do ‘Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo’ (Ap 13.8 - KJ). Mas o plano divino concretizou-se quando, no ventre de Maria, Deus Pai tomou, corporativamente, toda a raça humana pecaminosa e a uniu à Divindade ‘em Cristo’, por obra do Espírito Santo (Lc 35 - RA).

Legalmente todo ser humano está ‘nEle’ e Lhe pertence ‘porque fostes comprados por um preço ...’ (1 Co 6.20). Todos os pecados da humanidade puderam assim ser, objetiva e legalmente, suportados por Cristo, porque toda a raça humana estava ‘nEle’ ou, em outras palavras, porque Ele foi todos os homens, assim como o nosso presidente ao assinar um acordo com outra nação por todos nós. 

Jesus pôde, legalmente, redimir a humanidade toda porque toda a raça humana estava ‘nEle’, e assim nos predestinou à salvação; mas nos deixou livres para escolher entre aceitá-la ou rejeitá-la (Rm 8.28-30). 

Quão significativas as Suas palavras: “Eu sou o caminho ...”  “Sou a porta das ovelhas. ... se algum homem entrar por Mim, ele será salvo” (Jo 14.6; 10.7-9 - KJ).

Compreender a expressão ‘em Cristo’ significa compreender como, legalmente, cada um de nós foi unido à Divindade, à Sua natureza divina,  e como todos os atos de Cristo, tanto os já feitos como os que Ele fará durante toda a eternidade, nos pertencem. Creditou-nos tudo: Sua obediência perfeita, Sua morte, Sua ressurreição e Seu ministério no Santuário Celestial. 

Como nós estávamos ‘nEle’ em todos os atos de Sua vitoriosa vida, podemos, legalmente, reclamar para nós a justiça de Cristo pela fé, uma vez que, na encarnação, Jesus tornou-Se ‘nós’ e passou a agir ‘sendo nós’. Amém?

Compreende você por que nós não poderíamos ‘estar em Cristo’, se Ele tivesse vindo em ‘carne santa’? Jesus poderia salvar tão somente a humanidade que Ele assumisse. 

Apenas a natureza humana, que Ele tomasse sobre Sua natureza divina, poderia ser alvo da salvação. Se, na encarnação, Sua natureza divina tivesse se unido à natureza de Adão antes da queda, nós, pecaminosos, não poderíamos estar ‘em Cristo’, porque não teria sido a nossa natureza humana, com tendências ao mal, que se teria unido à Divindade. 

E isso, consequentemente, teria destruído, totalmente, o plano da salvação. Não sendo nós, Ele não poderia viver e morrer por nós. Que excelente fato o de Ele ter assumido a NOSSA carne! E note quão astuto foi o inimigo ao inventar a heresia do pré-lapsarianismo!

Dois aspectos do Evangelho, da Justificação: objetivo e subjetivo

As ‘boas-novas’ têm um aspecto objetivo [ou legal] e outro subjetivo [experiencial]. O aspecto objetivo das boas-novas baseia-se, exclusivamente, em realidades históricas: a encarnação, a vida, a morte, a ressurreição e a intercessão de Cristo e aplicam-se a todo ser humano, independentemente de sua vontade. 

Cristo é o Salvador de toda a raça humana, indistintamente, pois ‘o Pai enviou Seu Filho para ser o Salvador do mundo’ (1 Jo 4.14 - KJ). 

Essa realidade está claramente exposta em 1 João 2.2 (KJ): “E Ele [Jesus] é a propiciação pelos nossos pecados, e não pelos nossos apenas, mas também pelos pecados de todo o mundo”. Também em Hebreus 2.9 (KJ) lemos: “... para que, pela graça de Deus, pudesse provar a morte no lugar de cada homem”.

Igualmente em Tito 2.11 (KJ): “Porque a graça de Deus, que trouxe salvação, manifestou-se a todos os homens”. E, em 1 Timóteo 4.10 (KJ): “... porque confiamos no Deus vivo, que é o Salvador de todos os homens, especialmente daqueles que creem”. Consulte também Romanos 5.8-10 e João 1.29.

Jesus viveu, morreu, ressuscitou e intercede não apenas para benefício dos que O aceitam, mas para o de todo ser humano, crente ou descrente. 

Assim, o aspecto objetivo do Evangelho tem existência por si mesmo, independentemente de qualquer decisão, vontade, atitude ou ação do pecador. É incondicional, anterior à fé, ao conhecimento ou a qualquer outra resposta, positiva ou negativa, do pecador. É um dom, um presente divino a todos nós.

Refere-se ao que Cristo, sendo nós, legalmente, fez por toda a humanidade ou, se preferir, ao que Deus Pai fez por nós ‘em Cristo’. Jesus referiu-Se a esse aspecto como sendo a ‘veste de casamento’ (Mt 22.11 - KJ), tema que será alvo do capítulo 20 deste, onde se tratará também de COMO se faz para USÁ-LA!

Já o aspecto subjetivo está relacionado com o aceitar o que Cristo fez por nós. E nesse aspecto, sim, faz-se necessária e é imprescindível a nossa decisão individual, o exercício de nossa vontade, de nossa fé em Jesus como Salvador pessoal, e em permitir-Lhe que Ele venha viver a Sua vida perfeita em nós, conforme será exposto nos próximos capítulos. Você está disposto a isso?

Jesus comparou a experiência de quem O aceita como Salvador e Senhor a ‘nascer de novo’ e, na sequência, a usar a ‘veste nupcial’ (Mt 22.12 - CF). Trata-se da experiência pessoal de ‘Cristo em nós’, revivendo Sua vida em nossa carne pecaminosa. Trata-se do que é vivenciado, individualmente, pelo pecador sob a atuação e a assistência do Espírito Santo (2 Co14-17). 

Precisa-se compreender que existe uma notável distinção entre a justificação legal, objetiva, histórica, universal, aplicável a todo ser humano [crente ou descrente] – que antecede nossa fé pessoal em Cristo e é independente dela e a justificação pela fé, que está relacionada com a nossa fé, com o nosso desejo e decisão de aceitá-Lo, e, portanto, é subjetiva, experiencial, pessoal e aplicável apenas e exclusivamente àquele que crê e O aceita. 

É ótimo saber que existe a veste nupcial e está disponível; e outra coisa – bem diferente – é aceitá-la e usá-la.

O primeiro  nascimento é compulsório; o segundo é por consentimento!

Sem qualquer participação ou escolha de nossa parte, tivemos o primeiro nascimento, ‘em Adão’ compulsoriamente, há seis mil anos. E o que fizemos ‘nele’ nos afetou indistintamente: tendências ao mal, sofrimentos, envelhecimento, primeira morte, etc. Entretanto, passamos à condenação da segunda morte, apenas depois de cometer pecado conscientemente.

Assim também, sem qualquer participação ou escolha de nossa parte, o que nós fizemos legalmente ‘em Cristo’ beneficiou-nos, compulsoriamente, bem como a humanidade toda, possibilitando a continuidade da vida, a proteção contra o maligno e o sustento ao pecador, indistintamente. Entretanto, a salvação torna-se efetiva apenas a partir do instante em que, de modo consciente, a aceitamos. Porém, se a rejeitássemos, em nada nos valeria!

Assim, como a condenação à segunda morte, disponibilizada por Adão, não se efetiva até o momento em que o homem peque pessoal e conscientemente, também a justificação, disponibilizada por Cristo, não se efetiva para salvação, até que o homem a aceite. Está disposto a aceitar?

Quando alguém crê e aceita, pela fé, que também ele está ‘em Cristo’, torna-se consciente de que as consequências de todos os seus pecados já haviam sido resolvidas, mesmo antes de ele nascer, e que, dessa forma, ‘em Cristo’, pode se apresentar perfeito diante de Deus Pai, trajando as vestes da Sua imaculada justiça, creditada a ele, isto é, a ‘veste nupcial, de casamento’.

“Eu me regozijarei grandemente no SENHOR, minha alma estará exultante no meu Deus, porque Ele me tem vestido com as vestes de salvação. 

Ele tem-me coberto com o manto de justiça, como um noivo no dia do casamento adorna a si mesmo com ornamentos e como uma noiva no dia do casamento adorna a si mesma ...” (Is 61.10 - KJ). É importantíssimo aceitar a ‘veste de casamento’; entretanto, é imprescindível usá-la. 

Quem não a usar, continuará espiritualmente nu.

Muito embora todos os feitos de Cristo pertençam, legal e objetivamente, a cada ser humano individualmente [Rm 5.18] (porque todos estão ‘em Cristo’), os mais preciosos benefícios não são efetivos para nós, nem se tornam uma experiência subjetiva em nós, até o momento em que crermos e os aceitarmos pela fé. 

Para passarmos pelo segundo – ou novo – nascimento ‘em Cristo’, é requerido também o nosso consentimento consciente e voluntário. 

Crer ‘em Cristo’, manifestar fé ‘nEle’ envolve também aceitá-Lo como Salvador; dizer ‘sim’ ao Dom Divino, isto é, concordar em ser beneficiado também pelo que Deus fez por nós ‘nEle’. Ao dizer ‘sim’ aos Seus anseios quanto à salvação, Deus Pai nos considera como somos ‘em Cristo’ e nos diz: “Este é o Meu Filho amado, em Quem Me comprazo” (Mt 3.17 - KJ). Maravilha!

O que fizemos legalmente ‘em Cristo’ não o experimentamos automaticamente; mas o recebemos como um presente, como um Dom de Deus. E, tal como sucede com qualquer outro presente, passamos a possuí-lo apenas se o aceitarmos. 

Quando cremos e aceitamos acertadamente o Seu maravilhoso presente, somos justificados pela fé ‘nEle’. Se, porém, rejeitarmos o presente, não há como possuí-lo. Deus não nos forçará a que aceitemos Seu presente, que, gentilmente, nos oferece ‘em Cristo’. Como já temos visto, Ele sempre respeitará o livre-arbítrio com que nos dotou.

Por qual razão muitos se perderão?

Não se perderão por Cristo não os ter salvado. Na verdade, Ele salvou a todos, porque toda a humanidade está legalmente ‘nEle’ em todos os atos de Sua vida. Perder-se-ão apenas aqueles que recusarem o Dom da salvação ‘em Cristo’. 

Assim, dizemos que somos salvos pela fé [melhor seria: aceitamos a salvação pela fé] ou permanecemos perdidos, condenados pela incredulidade, pela persistente recusa ao Dom de Deus. Ele nunca nos forçará, nem nos obrigará a aceitá-Lo, pois o Senhor é, sim, amável, gentil e respeitoso.

O crer está subordinado à vontade humana, não à razão, ao entendimento. A vontade é soberana. Se um homem não quer, sua razão, seu entendimento e sua consciência nada podem fazer. “Quem tem vontade, cria condições; quem não a tem, cria desculpas”. Nesse assunto, somos soberanos para decidir.

Estimado leitor, alegrou-se ao receber a informação de que você também esteve objetivamente ‘em Cristo’ em Sua encarnação, em Sua vida, em Sua morte, em Sua ressurreição e em Seu ministério no Santuário celestial? 

Aceita participar em todos os feitos do Senhor Jesus? Crê em Cristo e está desejoso de aceitá-Lo como seu Salvador pessoal? É seu firme propósito de ser uma fonte de contínua alegria ao Trio Celestial que continua Se empenhando a fim de lhe conceder o privilégio de participar da vida eterna? Amém?

Agradeçamos a Deus: “Querido Pai Celestial, muito obrigado pelo segundo Adão, salvando-nos ‘nEle’. Em nome do Senhor Jesus Cristo. Amém”. 

Apoio ao conteúdo deste capítulo, confirmando a unidade corporativa “Ele [Jesus] falava não somente por toda a humanidade, mas a toda a humanidade”.  

“E, precisamente da mesma maneira que o primeiro Adão foi nós, assim também Cristo, o último Adão, o foi. Quando o primeiro Adão morreu, nós todos, estando implicados ‘nEle’, morremos ‘com Ele’. E quando o último Adão foi crucificado - sendo que Ele era nós e que nós estávamos implicados ‘nEle’ -, fomos crucificados ‘com Ele’. 

Da mesma forma que o primeiro Adão era nele mesmo toda a raça humana, também o Último era ‘nEle’ mesmo a totalidade da nossa raça. Sendo assim, quando o último Adão foi crucificado, toda a raça humana - a velha e pecaminosa natureza humana - foi crucificada ‘com Ele’. Por tanto, lemos: ‘Sabendo isto, que nosso velho homem juntamente foi crucificado com Ele, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não mais sirvamos ao pecado.’ (Rm 6.6).

“Assim, pois, toda a alma neste mundo verdadeiramente pode dizer, na perfeita vitória da fé cristã, ‘com Cristo estou juntamente crucificado’ (Gl 2.19); ‘minha velha natureza humana pecaminosa está juntamente crucificada com Ele, para que seja destruído o corpo do pecado, a fim de que não mais sirva o pecado.’ (Rm 6.6). 

‘Já não sou eu mais quem vive, mas Cristo vive em mim’, ‘levando sempre, por todos os lugares, a morte de Jesus no corpo [‘a crucificação do Senhor Jesus, já que com Ele estou juntamente crucificado’ (nota de A. T. Jones)], para que também a vida de Jesus se manifeste em nossos corpos’ (2 Co 4.10-11). Por tanto, ‘esse viver que agora vivo na carne, vivo pela fé no Filho de Deus ...’ (Gl 2.20).

“No bendito fato da crucificação do Senhor Jesus, realizada por todo ser humano, estabelece-se não apenas o fundamento da fé para toda alma, senão que também provê o dom da fé a toda alma. Assim, a cruz de Cristo não é apenas a sabedoria de Deus revelada a nós, senão que é o próprio poder de Deus manifesto para nos livrar de todo pecado, e para nos levar a Deus”.    Queira ler também o capítulo 74 de O Desejado de Todas as Nações.

“Muitos cometem o erro de tentar definir minuciosamente os sutis pontos de distinção entre justificação e santificação. Muitas vezes trazem eles para as definições dos dois termos as suas próprias ideias e especulações. 

Por que tentar ser mais exato do que a Inspiração no que diz respeito à vital questão da justificação pela fé? Por que tentar decifrar os mínimos pontos, como se a salvação da alma dependesse de que todos tivessem exatamente a mesma compreensão que você tem do assunto? Nem todos podem ter a mesma visão das coisas. Você corre o perigo de transformar um átomo num mundo, e um mundo num átomo.

“Quando pecadores penitentes, contritos diante de Deus, discernem a expiação de Cristo em seu favor, e Lhe aceitam a expiação como sua única esperança para esta vida e a futura, seus pecados são perdoados. Isso é justificação pela fé. 

... Perdão e justificação são uma só e a mesma coisa. 

... Justificação é o oposto de condenação. 

A ilimitada misericórdia de Deus é exercida para com aqueles que são totalmente indignos. Ele perdoa transgressões e pecados por amor de Jesus, que Se tornou a propiciação por nossos pecados. Mediante a fé em Cristo, o 

culpado transgressor é trazido ao favor de Deus e à forte esperança da vida eterna”.  

“... porque somos membros de Seu corpo ...” (Ef 5.30) >>> unidade corporativa!

A tentativa de se ensinar o Evangelho Eterno, sem o conceito da unidade corporativa, equivaleria à de se construir um prédio sem o competente fundamento.


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