10 - Oportunidade imperdível

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Quando a princesa Isabel assinou a lei de emancipação dos escravos, no Brasil, tornou-os, legal e objetivamente, homens livres; mas, para que qualquer um deles se tornasse, subjetivamente, um indivíduo livre, isto é, gozasse da liberdade oferecida, era necessário: ·   Conhecer o conteúdo da lei; 

·  Crer que era uma feliz realidade – isto é, crer na lei abolicionista; 

·  E, principalmente, querer a liberdade, aceitá-la, buscá-la de fato. 

Se um escravo decidisse renunciar à liberdade, nem a lei nem seu conhecimento poderiam ajudá-lo, visto que a vontade é sempre soberana. O que a princesa Isabel fez pelos escravos, ilustra o que Jesus fez por nós.

Justificação pela fé

Vimos que todos os homens já foram, legal e objetivamente, salvos e perdoados ‘em Cristo’. Você também já foi e bem antes de seu nascimento, há dois mil anos (1 Jo 2.2). Mas, para tornar esse fato efetivo para você, precisa aceitá-lo, o que é sinônimo de aceitar a Jesus como seu Salvador pessoal. 

Quando O aceitamos, somos automaticamente justificados pela fé! Significa crer e aceitar que você também esteve ‘em Cristo’ em todos os Seus feitos.

“Portanto, sendo justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1 - KJ). Significa aceitar tornar-se um filho de Deus, recebendo o perdão, a absolvição, a eliminação de culpas e o crédito da perfeita obediência de Cristo! É o contrário de condenação. Poderá existir algo melhor, a se fazer na vida, do que aceitar a justificação gratuita, oferecida pelo Senhor? 

PER-DOAR = DOAR POR! Ao nos perdoar, Deus nos DOA Sua justiça em troca de nosso pecado, de nossa injustiça. Assim, o perdão sempre é concedido àquele que não o merece! O perdão de Deus não se trata apenas de uma decisão do Juiz, declarando-nos inculpados, inocentes, justos. 

Além do perdão pela culpa dos pecados cometidos, o perdão é também a libertação do poder dos pecados, a fim de não mais voltar a repeti-los. Quando Deus declara que alguém é justo, Sua Palavra, que tem poder criador e transformador, o TORNA justo instantaneamente. Perdão é diferente de Deus apagar o pecado.

“Porque, assim como pela desobediência de um só homem [Adão], muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de Um [Jesus] muitos serão feitos justos” (Rm 5.19 - KJ). Observe: ‘serão feitos justos’ e não, apenas, ‘serão considerados justos’. 

Deus não nos abençoa porque somos justos, mas a fim de nos tornar justos. “Porque Aquele que não conheceu pecado, Ele o fez pecado por nós, para que fôssemos feitos justiça de Deus nEle” (2 Co 5.21 - KJ). Vê: ‘fôssemos feitos’ e não, apenas, ‘considerados’. Lemos em Romanos 2.13: “... os praticantes da lei serão justificados”, e não os que apenas ‘dizem que é para praticar a lei’.

Estejamos, pois, em alerta contra o formalismo, supondo que a Justificação pela fé seja, apenas teoria, isto é, tão somente a concordância, apenas a aceitação mental de uma doutrina, de um ensinamento bíblico. 

Bem mais que isso, significa também pela fé participar, e continuar compartilhando da encarnação [sentindo-se unido à Divindade], da vida de Jesus [sentindo-se vitorioso sobre o maligno], da Sua morte [tendo-se por morto para os apelos do ego, do mal, isto é, preferir antes morrer do que pecar], da Sua ressurreição [vivendo a nova vida vitoriosa, pelo poder de Deus] e do Seu ministério sacerdotal no Santuário Celestial [orando nós em favor do próximo].  Significa viver, subjetiva e experiencialmente, ‘nEle’, ‘estar nEle’.

O novo nascimento é imprescindível

“Se alguém não nascer de novo, não poderá ver o reino de Deus ... Vos é necessário nascer de novo” (Jo 3.3-7). Como temos visto anteriormente, em razão do pecado de Adão, todos os seus descendentes nascem com tendências ao mal, isto é, tendo um rançoso prazer em praticar o mal e não sentem qualquer prazer em cumprir a Lei de Deus, em amá-Lo, em comungar com Ele.

Quando se aceita a Jesus como Salvador pessoal, essa situação se transforma! Passa-se a ter prazer naquilo que, antes da conversão, tinha-se repulsa. Como Paulo, já convertido, afirmou: “Porque conforme o homem interior, eu me regozijo na lei de Deus” (Rm 7.22). 

Sem que ocorra o novo nascimento é impossível ao homem sentir regozijo, prazer na espiritualidade e em ser honesto, bondoso, amável, cortês, gentil, manso, paciente, fiel, respeitoso, etc.

Diz Paulo: “... se algum homem está em Cristo, ele é uma nova criatura” (2 Co 5.17 - KJ). Quando se crê e se aceita a salvação, o nome é também inscrito ‘no livro da vida do Cordeiro’ (Ap 21.27; 13.8). E o Espírito Santo, instantaneamente, faz da gente uma nova criatura, um novo ser, criando em nós as tendências ao bem, mudando a natural  inimizade com Deus em amizade; e a amizade com o mal, em inimizade. Maravilha!

No exato momento em que você aceita a Jesus como seu Salvador pessoal, é escrita, em seu coração, a ‘lei do Espírito de vida’ (Rm 8.2), a lei do amor, conforme a promessa de Hebreus 8.10 (KJ): “Porque este é o pacto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Eu porei as Minhas leis [as tendências a fazer o bem, isto é, a lei do amor] em suas mentes, e as escreverei em seus corações; Eu serei para eles um Deus, e eles serão para Mim um povo”.

Pela divina e onipotente ação do Espírito Santo, aquela natural atração ao pecado, aquele rançoso prazer de praticar o mal são subjugados; mas não são extirpados, nem desarraigados de sua natureza humana. E a lei do amor, que é escrita por Ele no seu coração, subjuga a lei do egoísmo – a lei das tendências ao mal – sem eliminá-la; pois eis que essa continuará em sua natureza até a morte ou até o dia da volta de Jesus. 

Assim, ao passarmos pelo novo nascimento, isto é, da morte espiritual para a vida, passamos a lamentar e a detestar as nossas tendências ao mal. “Felizes os que choram, porque eles serão consolados” (Mt 5.4). Como dissemos: a condenação – de estarmos dominados pela lei do egoísmo – é revertida: 

“Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus ... Porque a lei do Espírito de vida [a lei do amor], em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte [do domínio das tendências ao mal]” (Rm 8.1-2 - KJ).

Algumas ilustrações

Ao ser adotado, o jovem indigente torna-se coerdeiro com o filho legítimo. “O mesmo Espírito dá testemunho com o nosso espírito, de que somos filhos de Deus. E se filhos, então herdeiros, herdeiros de Deus e herdeiros com Cristo ...” (Rm 8.16-17 - KJ). “E se vós sois do Cristo, então sois semente de Abraão e herdeiros de acordo com a promessa” (Gl 3.29). E, em Hebreus 11.7 (KJ): “Pela fé Noé ... tornou-se herdeiro da justiça, que é segundo a fé”.

Como todos estão, legalmente, ‘em Cristo’ já ao nascer, significa que todos já são, legalmente, ‘coerdeiros com Cristo’. Quando aceitamos o que Deus Pai nos fez ‘em Cristo’, o plano divino de nos tornar coerdeiros com Seu Filho concretiza-se, cumpre-se em nossa experiência. 

Se uma moça, pobre e endividada, casar-se, em regime de comunhão de bens, com um rapaz rico e bondoso, esse, além de pagar a conta da esposa, torna-a também coproprietária de todos os seus bens. 

Todo ser humano já nasce, legal e objetivamente, ‘casado’ com Cristo. E quando crê em Jesus, como seu Salvador, une-se, subjetivamente, a Ele em matrimônio espiritual. “Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua esposa; e os dois serão uma só carne. Este é um grande mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja” (Ef 5.31-32 - KJ). Eis aberta a possibilidade de sermos ‘uma só carne’ com o Senhor Jesus Cristo. Que ventura, hein?

Ter o direito e ser digno

Em Mateus 18.24, Jesus comparou nossa dívida moral a ‘dez mil talentos’; o que corresponde ao valor de cento e oitenta mil anos  de trabalho! Um valor realmente impagável. Quando aceitamos Jesus como Salvador pessoal, cremos que, com Seu sangue, Ele já havia pagado esse nosso enorme débito: a segunda morte, que é ‘a recompensa do pecado’ (Rm 6.23).

Vamos supor que cada um de nós tivesse contraído uma dívida de cinquenta trilhões de reais, e que um amigo riquíssimo liquidasse as contas para nós. Bem, ainda assim não teríamos capital algum. Apenas ficaríamos sem dívidas! Então, o que nos torna ricos perante Deus? 

O que nos dá o direito à vida eterna? Os trinta e três anos de vida perfeita de Jesus, que nos são creditados. Recebemos, gratuitamente, Sua vitória, a perfeita obediência de Jesus, todos os atos de Sua vida, que Ele viveu ‘sendo nós’. “Mas graças a Deus que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Co 15.57). 

E o que nos torna dignos da vida eterna? O caráter de Jesus que nos é transmitido pela Sua graça [favor e poder de Deus]! Pela fé no poder de Sua Palavra, Jesus vem viver Sua vida perfeita em nós. Veremos isso logo adiante.

Note-se: o que nos torna dignos são as realizações em que se unem o poder de Deus com a decisão e esforços nossos. “Dando graças ao Pai, que nos fez dignos de sermos participantes da herança dos santos na luz” (Cl 1.12 - KJ).

Entretanto, essas duas condições precisam ser preenchidas. A primeira – a do direito – está preenchida ‘em Cristo’, bastando que a aceitemos. Já a Segunda – a de sermos dignos – relaciona-se com desenvolver o caráter. Aos indignos da confiança divina, Jesus pronunciará as seguintes palavras: “apartai-vos de Mim, praticantes da iniquidade.” (Mt 7.23). “Segui a paz com todos os homens, e a santidade, sem a qual nenhum homem verá o Senhor” (Hb 12.14 - KJ). 

Devemos compreender que as boas obras, isto é, a obediência à Lei, estão para a fé, assim como a respiração, para o corpo. “Vede então como que, pelas obras, o homem é justificado, e não pela fé somente” (Tg. 2.24 - KJ). Sem respiração, o corpo está morto; sem obediência à Lei, a fé está morta. A ausência de obras de amor a Deus e ao próximo, denuncia a falta de fé legítima, real. Porém é Jesus quem as realiza em nós, ao vir viver em nós, conforme veremos adiante.

Uma ilustração muito apropriada

O que confere o direito a um homem e o e qualifica a praticar a medicina, a ser um cirurgião, é o fato de ele ter cursado a universidade, ter feito especialização e obtido licença do Conselho Regional de Medicina. Entretanto, se estiver acometido de uma doença contagiosa, não poderá fazer qualquer cirurgia. 

O que lhe confere o direito a operar – o que o qualifica como profissional habilitado – é a sua formação acadêmica e profissional; porém uma doença contagiosa poderia impedi-lo de exercer sua profissão. A saúde não lhe confere o direito de operar; mas sua falta lhe impede o exercício dessa função. Para operar precisa tanto do direito como da saúde.

Assim, também, o que nos dá direito ao Céu é o que Cristo fez por nós; porém continuar infeccionado pelo pecado não erradicado de nossa vida, não vencido pela graça do Senhor, nos impedirá a entrada na vida eterna. 

A obediência, produzida por ‘Cristo em nós’, pela fé no poder de Sua Palavra, não nos confere o direito à Pátria celestial; porém a falta de obediência perfeita, a continuidade do pecado em nossa vida, sem sombra de dúvidas, nos impedirá de entrar lá. Precisamos tanto do direito de entrar como o de sermos considerados dignos da confiança do Senhor.

Como ‘ramos’ da ‘Videira Verdadeira’, devemos permitir que Jesus [a Palavra] produza em nós ‘muitos frutos’ (Jo 15). Como se permite? Ao citar a Palavra com fé em Seu poder, conforme será exposto adiante, em detalhes. “Mas o fruto do Espírito é: Amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fé, brandura, temperança” (Gl 5.22-23 - KJ). 

Devemos, sim, pela graça, praticar boas obras, isto é, esmerar-nos na ‘obediência da fé’ (Rm 16.26). É-nos necessário permitir que Jesus, através de Sua Palavra, novamente viva Sua vida perfeita em nós. E assim, Ele ‘condenará o pecado’, isto é, ‘a lei do pecado’ também em nós, em nossa carne tendente a praticar o mal. 

A fim de nos libertar da culpa, Ele nos credita tanto Sua morte como Sua vida perfeita, pelo que nos declara justos; e a fim de nos libertar do domínio do pecado, pela fé no poder criador e transformador da Palavra Ele nos comunica Sua justiça, pelo que nos torna justos. “Porque se enquanto éramos adversários, Deus Se reconciliou conosco mediante a morte de Seu Filho, quanto mais, então, por Sua reconciliação conosco seremos salvos mediante Sua vida” (Rm 5.10). 

A porta ao Céu está aberta. Você está sendo convidado. Entre! 

Em Jeremias 23.5-6 lê-se: “Eis que vêm dias _ declara Yahweh _ em que levantarei a Davi um Renovo de justiça ... E este é Seu nome, com o qual Ele será chamado: Yahweh, Justiça nossa”. Esse título abrange tanto aquilo que Ele, sendo nós, fez ‘por nós’ como aquilo que, mediante a ação do Espírito Santo, pelo poder de Sua Palavra, Ele faz ‘em nós’ ao vir viver em nós.

“Mas agora a justiça de Deus se manifestou sem a lei ...a justiça de Deus, que é pela fé de Jesus Cristo para todos, e sobre todos os que creem; porque não há diferença; porque todos pecaram e estão privados da glória de Deus. Sendo justificados livremente pela Sua graça através da redenção que há em Jesus Cristo” (Rm 3.21-24 - KJ). Com uma pena, a princesa Isabel deu liberdade aos escravos aqui no Brasil; porém Jesus assinou a lei da nossa liberdade com Seu próprio sangue.

Como poderíamos, pois, decepcioná-Lo? Sente-se você também grato aos Céus? O salmista clamou: “... livra-me em Tua justiça” (Sal. 31.1). A vida de Cristo é a justiça de Deus: ‘Porque nele [no evangelho] a justiça de Deus é revelada’ (Rm 1.17 - KJ). E Ele a deu para nos resgatar do domínio do maligno.

Presente irrecusável

Jesus é o caminho, a porta ao céu e a ponte sobre o abismo existente entre o pecador e Deus, entre a infelicidade e a felicidade. “Quando olho para mim, não vejo como me salvar; quando olho para Jesus, não vejo como me perder”.   

Todos os que aceitam o que Jesus fez ‘por nós’, confiantemente podem dizer a Deus Pai: “‘Em Cristo Jesus’, desde o dia em que nasci até o dia em que morri, amei-O de todo o meu coração, de toda a minha alma e de todo o meu entendimento; também amei perfeitamente o meu próximo como a mim mesmo”.

Estar ‘em Cristo’, crer ‘nEle’ e aceitá-Lo como Salvador pessoal é a mais fantástica realidade, a mais importante e a melhor decisão, possível de se fazer na vida. Crer e arrepender-se são pontos vitais para a salvação. 

Crê você na salvação ‘em Cristo’? Qual é a sua atitude, estimado leitor, em relação à oportunidade que Deus Pai lhe oferece de aceitar a salvação, provida por Jesus? Vai você resistir aos Seus propósitos ou vai consentir que Ele os cumpra em você e em Sua vida? Vai aproveitar essa imperdível oportunidade?

Sente você amor e simpatia por esse Ser tão querido, que tudo o que deseja é que sejamos sempre felizes? Aceita você ‘estar em Cristo’, viver a experiência do novo nascimento e ser uma nova criatura? Amigo, as seguintes afirmações expressam a realidade que você está vivendo? 

· Creio que eu também estive ‘em Cristo’ em todos os Seus feitos;

· Aceito ‘em Cristo’ o perdão dos meus pecados e o crédito de Sua justiça;

· Desejo que Jesus escreva meu nome no Livro da Vida do Cordeiro (Ap 21.27);

 · Desejo passar pelo novo nascimento e receber poder para ser feito um filho de Deus (Jo 3.3-8; 1.12-13);

 · Desejo ser adotado na Família real, como irmão de Jesus, e, então, como filho do Pai celestial (Jo 20.17; 1.12-13);

· Creio em Jesus e recebo-O como meu Salvador (Mt 1.21).

Ao Lhe responder ‘SIM’, todos esses seus desejos se cumprirão instantaneamente! Jesus o ama tanto e você tem tanto valor para Ele que, ao crer ‘nEle’ e aceitá-Lo: “... há alegria na presença dos anjos de Deus por um só pecador que se arrepende” (Lc 15.10 - KJ). 

O Céu se alegra não só quando um de nós dá o primeiro passo, como também sempre que progredimos nesse sentido, sempre que o Espírito Santo nos revela outro defeito desconhecido, e abandonamos esse mau hábito. Em cada vitória gera-se alegria nos Céus!

Dê a Jesus essa alegria, agora mesmo, neste momento. É através do batismo ‘em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo’ (Mt 28.19) que se oficializa – perante o mundo e perante o Universo celestial – o início de nossa caminhada rumo à felicidade, no processo da nossa conversão diária.

Oremos juntos: “Querido Pai Celestial, muito obrigado porque, pela Tua graça, cremos em Jesus e aceitamos Tua salvação ‘em Cristo’. No nome dEle. Amém”.


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