4 - Sócios
João Batista, filho de Zacarias e Isabel, nasceu seis meses antes de Jesus, pois se lê em Lucas 1.24-27 (RA): “Passados esses dias, Isabel, sua mulher, concebeu, e ocultou-se por cinco meses ... No sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado da parte de Deus, para uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem ... a virgem chamava-se Maria”, [a mãe de Jesus].
O anjo Gabriel visitou Maria quando Isabel estava grávida, já havia seis meses.
Já adulto, João Batista disse a respeito de Jesus: “... O que vem após mim, existia antes de mim; porque Ele era antes de mim” (Jo 1.15 - KJ). Como, pois, existia Jesus antes de João Batista, se nasceu cerca de seis meses depois dele?
Visitados pelo Filho do Altíssimo
Numa discussão, “Os judeus Lhe disseram: Ainda não tens cinquenta anos, e viste a Abraão? Jesus lhes respondeu: Amém! Em verdade vos digo: Antes que Abraão existisse, Eu existia” (Jo 8.57-58). Em Sua oração, disse: “Eu Te glorifiquei na Terra ... E agora pois, Meu Pai, glorifica-Me junto a Ti, com a glória que Eu tinha a Teu lado desde antes de que existisse o mundo” (Jo 17.4-5).
Jesus afirmou: “Eu saí da presença do Pai, e vim ao mundo; novamente deixo o mundo, e vou à presença do Pai” (Jo 16.28). Conclusão: Jesus existiu muito tempo antes de nascer em Belém, mesmo antes da Terra existir. O que fazia antes de vir aqui? Quem é, pois, Aquele que morreu na cruz sendo nós, a humanidade?
A Sociedade Divina: O Trio Celestial
Uma ilustração: vamos supor que a família Silva seja composta pelos trigêmeos: Pedro, Tiago e André. Cada um deles pode representar a família, que é única, porém o sobrenome é compartilhado pelos três: Pedro Silva, Tiago Silva e André Silva. Eles são pessoas distintas entre si, porém formam uma unidade, um conjunto, uma única sociedade: a família Silva.
Ou vamos supor que a ‘Loja Santos’ seja uma empresa, composta por três irmãos-sócios: José Santos, diretor-presidente; Antônio Santos, diretor de vendas; e Carlos Santos, diretor financeiro. Qualquer um dos três sócios responde por ‘Loja Santos’.
A empresa pode ser representada por qualquer um deles. Temos, então, uma única empresa, a ‘Loja Santos, com três sócios distintos: José, Antônio e Carlos.
Semelhantemente, em relação a Deus, sendo que toda analogia tem limitações. O nome da Sociedade Divina ou da Família Celestial é Deus ou Jeová ou Adonai (forma plural de Adon, no hebraico) ou Elohim (forma plural de Eloah, no hebraico). A Divindade é composta por três Seres distintos: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Cada Um dEles é um Ser distinto dos Outros. Cada qual tem personalidade e funções diferentes entre Si.
Há uma só Família ou Sociedade, com três distintos Componentes. Qualquer Um dEles apresenta-Se como Deus, Jeová, Adonai, Elohim, El-Shadai, etc.
Cada Um dEles tem objetivos, mente e caráter idênticos
Jesus disse: “Eu e o Meu Pai somos um” (Jo 10.30). E esclareceu: “... para que todos sejam um; como tu, Meu Pai, estás em Mim, e Eu em Ti; que também eles sejam um em Nós ... Eu lhes dei a glória que Tu Me deste, para que sejam um, tal como Nós somos um” (Jo 17.21-22).
Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo são Um em propósitos, planos, desígnios, mente e caráter, mas não em pessoa. Dito de outra maneira: os objetivos, o caráter e a capacidade são idênticos, iguais; porém cada Um dEles é um Ser, uma Pessoa distinta, independente e singular como os membros de uma família ou de uma sociedade humana.
Fique, entretanto, patente, e devidamente explícito, que esse conceito é totalmente contrário e nada tem a ver com a doutrina trinitariana. Nesse herético ensino sustenta-se que uma pessoa poderia ser três pessoas e que, simultaneamente, as três pessoas seriam uma única pessoa, o que é um absurdo contrário à razão, avesso ao senso comum e, obviamente, antibíblico.
Atuação conjunta da Equipe Divina
“Escuta, Israel. Yahweh nosso Deus, Yahweh é um [echâd ]” (Dt 6.4). Na criação, as Três Pessoas da Divindade operaram em conjunto. Em Gênesis 1.1 (KJ), percebemos Deus Filho agindo: ”No princípio criou Deus o céu e a terra”. Em Gênesis 1.2 (KJ), notamos a presença de Deus Espírito Santo: “E a terra, porém, era sem forma e vazia; ... E o espírito de Deus Se movia sobre a face das águas”.
Em Gênesis 1.26, Deus Pai: “E disse Deus: Façamos o ser humano segundo a Nossa imagem, como a Nossa semelhança ...” e em Gênesis 3.22: “E disse Yahweh
Deus: Eis que Adão chegou a ser como Um de Nós ...”. Observe o uso do plural: ‘Façamos’, ‘Nossa’ e ‘Um de Nós’. Também em Gênesis 11.7 e Isaías 6.8 (KJ).
As Três Pessoas da Divindade participaram do batismo de Jesus Cristo, a unção do Messias: “E Jesus foi batizado ... e eis que se Lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre Ele.
E eis que uma Voz do céu dizia: Este é o Meu Filho amado ...” (Mt 3.16-17 - KJ). Assim, Jesus instruiu que se batizasse ‘em Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo’ (Mt 28.19), o que revela igualdade entre os Componentes do Trio Celestial. E Paulo abençoou a igreja assim: “A paz de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus [Pai], e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós” (2 Co 13.13).
O Espírito Santo é identificado como Deus Pessoal em Atos 5.3-4 e ao se comparar Isaías 6.8-11 com Atos 28.23-27. Ele ensina (Jo 14.26), testemunha (Jo 15.26), fala (At 8.29), dirige a igreja (At 16.6-7), Se entristece (Ef 4.30) etc.
Jesus, o Criador, aceitou adoração e reconhecimento como Deus
“Tomé, em resposta Lhe disse: Senhor meu e Deus meu” (Jo 20.28), o que comprova a Sua Divindade. Ele aceitou adoração, conforme Mateus 2.2, 11; 8.2; 9.18; 14.33; 15.25; 28.9, 17; Marcos 5.6; Lucas 24.52; João 9.38.
Lemos, em João 1.14 (KJ): “E a Palavra foi feito carne, e habitou entre nós, (e nós contemplamos Sua glória, como a glória do Unigênito do Pai)”. Logo, Jesus é a Palavra de Deus, isto é, ‘o pensamento de Deus tornado audível’.
Em João 1.1-3, substituindo ‘Palavra’ por ‘Jesus’, teríamos: “No princípio era Jesus, e Jesus estava com Deus [Pai e Espírito Santo], e Jesus era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele [Jesus], e sem Ele nada do que foi feito se fez”.
“Porque nEle habita corporalmente toda a plenitude da Divindade”. “Este [Jesus] é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades.
Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. NEle, tudo subsiste.” (Cl 2.9; 1.15-17 - RA). Todos os anjos, inclusive Lúcifer e Gabriel, foram criados pelo Senhor Jesus. E é Ele quem está hoje regendo o Universo.
O Criador do Universo esteve aqui na Terra
Disse Deus Pai: “Mas tu, Belém Efrata, ... de ti sairá um Príncipe que estará sobre Israel, cuja saída [origem] é desde o princípio, desde os dias da eternidade” (Mq 5.2).
“Porque um Menino nos nasceu, um Filho nos foi dado e a autoridade está sobre Seu ombro, e Seu nome será chamado: Admirável Conselheiro, Poderoso Deus Eterno, Príncipe de Paz” (Is 9.6).
Então, o Deus que falava com Adão, no Éden, com Noé, por ocasião do dilúvio, com Abraão e Moisés, é o mesmo que viveu na Galileia. O Deus do Antigo Testamento é o mesmo que O do Novo; “E Lhe porão por nome Emanuel, que interpretado é: Nosso Deus está conosco” (Mt 1.23).
Jesus renunciou à Sua posição junto ao Pai, a fim de nos socorrer. Lemos em Filipenses 2.6-8: “O Qual, sendo à imagem de Deus, não considerou Se aferrar a ela, apesar de ser igual a Deus [Pai], antes despojando a Si mesmo, tomou a semelhança de um servo e foi semelhante aos homens, e, achando-Se na semelhança de homem, humilhou-Se a Si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz”.
Amor incomparável
É como se um homem pudesse se transformar em uma formiga, para salvar o formigueiro. Que demonstração de amor poderia ser comparada à de Deus Pai? “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16 - RA).
Eis o Amor verdadeiro em ação. A fim de resgatar a enganada, necessitada e oprimida raça humana, o Amor divino esteve disposto a dar até mesmo Quem Lhe é o mais precioso: Seu único Filho. E, como “Deus é amor” (1 Jo 4.8, 16) implica que sempre houve pluralidade de Seres no seio da Divindade, pois, existindo apenas uma única pessoa, não há possibilidade alguma de existir amor. O contraste entre o amor falso – que, na realidade, é apenas egoísmo – e o amor verdadeiro, divino, foi assim acentuado por Jesus:
“E se vós fizerdes bem aos que vos fazem bem, que mérito tendes? Pois também os pecadores fazem da mesma maneira. ... Amai, pois, a vossos adversários, e fazei bem a eles; emprestai, ... Então a vossa recompensa será grande e sereis filhos do Altíssimo; porque Ele é benigno para com os maus e os ingratos” (Lc 6.33-35).
Um resumido quadro comparativo do:
Jesus, por nos amar verdadeiramente, não considerou aprazível o Céu, enquanto estávamos perdidos. Sim, todos perdidos! Mas como teve início essa nossa terrível e triste desventura? Trataremos disso no próximo capítulo.
Agradeçamos ao bondoso Deus:
“Querido Pai Celestial, muito obrigado pelo interesse, demonstrado pela Divindade, no bem-estar e na felicidade da raça humana. Muito obrigado por nos teres resgatado! Em nome de Jesus. Amém”.
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