2 Apresentação - Decepção generalizada

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Apresentação - Decepção generalizada

O inestimável Mercador celestial está nos convidando a que dEle compremos ‘... ouro ... vestes ... colírio ...’; porém a humanidade tem tido muito pouco sucesso nesse sentido. Estamos carentes de  

unir nossa frágil vontade à onipotente vontade divina, para encontrar a felicidade. Continua existindo, no ser humano, um quê de insatisfação, de descontentamento; uma sensação de necessidade, de carência, de intranquilidade, de ansiedade; um vazio interior, que incomoda e que apela para ser atendido. 

Há tentativas de preencher esse incômodo ‘vazio interior’ com prazeres terrenos, sexo, bebidas ou drogas, bem como através de fama, prestígio, riquezas, bens, poder, honrarias, realizações e mesmo de religiosidade. Esses meios, entretanto, já produziram interminável lista de desiludidos, insatisfeitos e infelizes.

A respeito das tentativas humanas de alcançar a felicidade, o próprio Jesus afirmou: “Quem beber desta água tornará a ter sede” (Jo 4.13 - RA), ou seja, a satisfação, que assim se pode obter, é fugaz, enganosa, dura bem pouco tempo e, no final, sente-se o rançoso dissabor do insucesso e da desesperança. 

Houve quem comparasse essa experiência com tomar água salgada para saciar a sede. Exprimindo a realidade em que vive a sociedade, um poeta deu sua desolada opinião quanto à felicidade:

“Existe, sim, mas não a alcançamos, 

Porque está sempre apenas onde a pomos, E nunca a pomos onde nós estamos” (Vicente de Carvalho).  

Eis, igualmente, o resumido desencanto de um compositor músico: “Eu desisto, não existe essa manhã que eu perseguia”. E, quando uma repórter abordou Carlo di Benedetti, presidente mundial da Olivetti, com a pergunta: 

“Há algum sonho não realizado?”, ele lhe respondeu: “Essere felice!” [Ser feliz!].

Como você se situa nesse contexto?

O quanto feliz você é? Qual o real sabor que tem sentido em sua vida? Está, porventura, sendo governado pelo seu ego? Vamos fazer um pequeno check-up, um teste? Que respostas você daria às seguintes perguntas?

 · É a riqueza mais aprazível que a pobreza? 

 · Tem a vitória sobre os outros um sabor mais delicioso que a derrota?

 · Preocupa-se com o ter menos do que o outro? Receia perder os seus bens?

 · Sente-se incomodado pela preferência ou sucesso de outrem?

 · Acontece-lhe, às vezes, algo que perturba sua paz?

· Sente-se amargurado ou ressentido ao ser ofendido, menosprezado ou decepcionado? ‘Dá-lhe o troco?’ Guarda alguma mágoa ou rancor?

· Sente-se alegre quando acontece algum mal [ou algo mau] a alguém que o prejudicou, que o ofendeu ou que não gosta de você ou que o odeia? 

Se, a alguma dessas perguntas, sua resposta foi ‘sim’ ou ‘às vezes’, então, você será bem mais feliz após remover a causa: os ventos do acaso ainda o governam. Amigo, seu ego ainda o está dominando.

Mas a ‘boa notícia’ é que existe, sim, um poder capaz de vencer o ego, de subjugá-lo, de mantê-lo sob domínio completo e constante. Esse poder – único e exclusivo – continua disponível a cada um de nós. 

E ele é, sim, capaz de governar perfeitamente o nosso ego, nossa índole, nosso gênio, nossa natureza humana pecaminosa, com suas tendências e inclinações ao mal – hereditárias e cultivadas – com seus gostos, desejos, paixões, vontades ou pensamentos. 

Ceder a eles poderia até nos parecer agradável; mas, se o fizéssemos, ofenderíamos a Deus e estaríamos, incontinenti, sorvendo a rançosa amargura do insucesso e da infelicidade.

A dificuldade mestra

Conforme Tiago 1.13-15, sabemos que a tentação ainda não é pecado. Já ceder ao ego tem sido e é a fonte de todo pecado e infelicidade. É bem aqui que reside o nosso problema; então é precisamente no ego que devemos concentrar nossa atenção, empenho e dedicação, pois é necessário e imprescindível controlá-lo, de forma ininterrupta e perfeita. E esse se constitui no mais desafiante, no mais promissor e vantajoso objetivo da vida. 

“Melhor é o que tarda em irar-se [ficar irritado] do que o poderoso, e o que controla o seu ânimo [seu ego] do que aquele que toma uma cidade” (Pv 16.32 - CF). 

Devemos, pois, concentrar o nosso empenho em aprender e em praticar o método que nos conduza a alcançar tal objetivo, pois o sucesso – que realmente conta – pode ser medido pelo domínio exercido sobre nós próprios, sobre o nosso gênio, sobre a nossa índole, sobre a nossa natureza humana. 

De todas as realizações humanas, é a mais significativa, a mais importante e a que nos traz os mais excelentes e duradouros benefícios. 

Mas, lamentavelmente, não há, em você mesmo – nem em qualquer outro ser humano – poder algum para tanto! “... Evangelho, pois é o poder de Deus ...” (Rm 1.16). É, pois, necessário conhecê-lo bem e aprender ‘COMO’ se faz para permitir que o poder divino atue em e por nós. Frise-se: poder divino!

A vontade humana é e continuará sendo fraca e impotente; porém, quando a unimos à vontade divina, a resultante é onipotente, no sentido de exercer perfeito domínio sobre o próprio ego. “Tudo posso no Cristo, que me fortalece” (Fp 4.13). Tudo! Todas as vitórias nos são possíveis. Foi isto que também Jesus afirmou: “... ao que crê tudo lhe será possível” (Mc 9.23). O segredo está, pois, em ‘COMO’ se faz para uni-las. E esse é o nosso tema aqui!

Cristãos em perplexidade

É lamentável constatar que essa efetiva força onipotente tenha passado despercebida, quase em sua totalidade, também pelos que professam o cristianismo. Excetuando-se a Bíblia, até meados do século XIX, praticamente não se tinha escrito, pregado ou ensinado a respeito desse poder infinito. 

E, ao final daquele século, houve, sim, uma ênfase inicial nessa pregação e ensino; mas, ao mesmo tempo, foi abafado e sufocado pela liderança religiosa da época, que se lhe opôs ferozmente; e tal realidade perdura até nossos dias. Assim, mesmo entre os cristãos, a porcentagem de sucesso em atingir os ideais bíblicos tem sido muito baixa, devido ao desconhecimento do ‘COMO’! Tal realidade nos deixa muito perplexos e deveras entristecidos.

Aliás, permita-nos confessar que nos sentimos constrangidos a reunir neste exemplar, essas ideias bíblicas basilares, e, portanto, muito antigas e plenamente confiáveis a respeito do ‘COMO’, pelo fato de não termos conhecimento da existência de outro livro, escrito nos últimos cem anos, que, de maneira clara, simples e sucinta, o apresentasse e explicasse devidamente. 

Constatamos também que, nos dois milênios de cristianismo, há pouca literatura a respeito. E, assim, os púlpitos cristãos não têm ensinado o ‘COMO’ tanto quanto poderiam tê-lo feito. Eis, pois, ali a chave do fracasso!

Houvesse isso acontecido, o cristianismo já teria sido reconhecido como a doutrina infalível em produzir a verdadeira e real felicidade e desfrutaria de um conceito bem mais elevado do que o da atualidade! Devemos reconhecer que, em 2.000 anos de existência, alguma corrente do cristianismo foi aceita, ao menos por profissão, isto é, formalmente, por cerca de um terço da humanidade. 

Os outros dois terços, que sabem de sua existência, sentem-se bem pouco atraídos a ele, justamente porque é indisfarçável o estado de insatisfação e de fracasso da absoluta maioria dos que se dizem cristãos, quanto a serem um povo pacífico, alegre, respeitoso, manso e feliz. 

Basta a um não-cristão ler um dos jornais de países ditos cristãos, para comprovar essa triste realidade. Lembremo-nos de que mesmo as duas últimas grandes guerras mundiais foram travadas entre nações que se intitulavam cristãs. 

O insucesso de quase a totalidade de um terço da humanidade e a rejeição [ou desconhecimento] por parte dos outros dois terços, eis o exorbitante preço que temos pagado por não termos praticado o ‘COMO’! Entretanto, ainda está em tempo. E bem o sabemos que estamos, sim, no momento de tal feito se tornar viva realidade agora, quando a impiedade, a ilegalidade e a corrupção avançam como nunca na história. 

Ensino incompleto vem atrasando a volta de Jesus

Temos, sim, recebido a informação do que fazer para sermos felizes. Ei-la: “Tudo o que vós desejais que vos façam os homens, também assim fareis vós com eles” (Mt 7.12). Faltou-nos, porém, como comunidade cristã, o poder para se colocar em prática essa regra áurea, em todas as circunstâncias e momentos em nossa vida. 

E, por exemplo, quando somos provocados ou injustiçados por alguém, que convive bem próximo de nós, por exemplo, os nossos familiares,  facilmente perdemos a calma, a paciência e damos vazão à descortesia, às más palavras e aos maus tratos. E, assim agindo, nosso coração se enche de insatisfação, de tristeza, de descontentamento e de infelicidade.

Há movimentos cristãos insistindo em que a maneira de se colocar em prática os ideais bíblicos seria mediante a comunhão com Cristo; isto é, oração, estudo da Palavra de Deus e testemunho. Tal orientação, embora seja em si mesma excelente, lamentavelmente é insuficiente para nos dar a vitória sobre o mal, visto ser incompleta. E, por essa razão, temos colhido insucesso quase que generalizado. 

E, em vão, nos esforçamos a fim de controlar a nossa natureza humana apenas por aqueles meios. De modo inútil empregamos os nossos melhores e sinceros esforços ‘tentando nos erguer por puxarmos os próprios cabelos para cima’. E, assim, estamos atrasando a volta de Jesus.

Há muitas pessoas leais e sinceras, próximas de nós e, igualmente, espalhadas nas mais diversas denominações religiosas – cristãs e não cristãs – que muito anseiam dominar a si próprias, a não ceder ao mal, a não perder as estribeiras, a ‘deixar que as ideias divergentes lutem entre si, enquanto continuamos nos tratando como bons amigos’. Entretanto, sentem-se frustradas e desiludidas, em razão da falta de poder para concretizar esses nobres intentos.  

O legalismo e as errôneas conclusões

Dá-se o nome de legalismo ou ‘obras da lei’ ou ‘justiça própria’ à tentativa de se obedecer a Deus apenas pela própria força, isto é, por forçar a natureza humana a fazer o bem. Essa tem sido a decepcionante experiência dos que, valendo-se dos bons propósitos e ideais cristãos, almejam atingi-los dessa maneira. 

Até os mais decididos e resolutos não chegam a ultrapassar os resultados, obtidos no estoicismo, ensinado pelos filósofos gregos, porque ‘a árvore corrompida’ – a nossa natureza humana – não pode ‘dar frutos bons’ (Mt 7.18). Falta-lhe poder! E, na desilusão, quase que generalizada, chegou-se à conclusão de que seria impossível obedecer perfeitamente à Lei de Deus. 

E ainda outros concluíram que nem mesmo seria necessário obedecer-Lhe perfeitamente, visto que Jesus obedeceu por nós. Assim, iludiram-se na tentativa de transformar o fato de Ele ter sido leal e fiel, como se tivessem permissão para ser desleais e infiéis e ainda assim esperar Sua aprovação.  

Alguns exemplos admiráveis

Alguém, ‘morto para seu ego’, isto é, aquele que prefere antes morrer do que ceder ao mal, e que aprendeu ‘COMO’ a graça de Deus atua em sua vida, em seu coração e intentos, já não permite mais que as suas paixões o governem. 

Assim está habilitado a vencer seu ego e, portanto, sua resposta – a todas as perguntas formuladas no início desta ‘Apresentação’ – é sempre ‘não’. Atente para o testemunho de Jó: “Se me regozijei porque minha riqueza era grande, e porque minha mão havia conseguido muito” (Jó 31.25 - KJ). 

Considere também este seu sentimento: “Se me alegrei da desgraça do que me tem ódio e se exultei quando o mal o atingiu” (Jó 31.29 - RA ). Que nobreza, não é mesmo?! 

Eis o que um outro desses campeões escreveu: “Por isso, por causa do Cristo me comprazo nas fraquezas, nos insultos, nas aflições, nas perseguições e nas prisões, pois quando estou fraco então sou forte” (2 Co 12.10). 

Não se trata de alguém que se deleita com o próprio sofrimento. Não! Ele também afirmou: “... tenho prazer na Lei de Deus” (Rm 7.22 - KJ), isto é, prazer em ler a Bíblia, em orar, em ser respeitoso, manso, honesto, fiel, empático, altruísta, bondoso, amigável. 

É fato comprovado que o ser humano sempre busca fazer o que lhe dá prazer. O inconverso sente um ilusório prazer em satisfazer às inclinações da carne. Já o verdadeiramente convertido – que, de fato, ‘nasceu de novo’ – sente real prazer em satisfazer aos anseios do Espírito Santo.

“Feliz é o homem que não anda nos caminhos dos iníquos, nem se mantém na maneira de pensar dos pecadores, nem se senta no assento dos escarnecedores, mas o seu deleite está na lei de Yahweh [isto é: na Bíblia!], e na Sua lei medita de dia e de noite” (Sl 1.1-2). 

Atente bem e ouça Paulo, o especialista em dominar o próprio ego: “porque já aprendi, seja qual for o meu estado, a estar contente com isso” (Paulo, em Fp 4.11 - KJ). Não é fantástico? “Se estes e estas, porque eu não?”

A questão central continua sendo o ‘COMO’

‘COMO’ conseguiram eles um tão elevado nível de domínio próprio? Qual é a ‘escada’ que lhes possibilitou subir tão alto? Fique tranquilo: você está prestes a conhecê-la! Sua busca pode estar chegando ao final. 

Acredite que todos, isto é, os que absorverem e praticarem os ensinamentos deste livro, conseguirão o mesmo que Jó e Paulo conseguiram. Sentimo-nos mui seguros em afirmar a você que, aqui, encontrará a ‘enxada’. E caberá a você capinar o seu próprio ‘quintal’. E, se o fizer, será ‘tiro e queda’. Sucesso inquestionável!

Portanto, tratar de ‘COMO’ se pode concretizar esse objetivo, é a proposta deste exemplar. Felizmente chegamos ao conhecimento do caminho que pode nos conduzir ao desejado alvo. A verdade, aqui exposta, é mais preciosa do que o ouro de 24 quilates, porque, se a conhecermos, se a aceitarmos e se a praticarmos, ela nos conduzirá àquilo que nos tem sido inatingível apenas por nossos esforços humanos. Vamos dar um basta ao registro de insucesso?

O objetivo final do cristianismo

A história humana, no estágio em que estamos vivendo na atualidade, sujeitos à morte, às suas causas e consequências, não se concluirá, isto é, Jesus não voltará, antes que se cumpram as palavras do profeta, registradas em Apocalipse 18.1: “Depois destas coisas, vi outro anjo que descia do Céu, que tinha grande poder; e a terra se iluminou por causa de sua glória”, ou seja, toda a humanidade verá o caráter de Jesus, perfeitamente refletido em Sua igreja, antes militante, que, ao praticar fielmente o ‘COMO’, se torna, incontestavelmente, triunfante sobre o ego! E o Universo comprovará o fato.

Tanto anseiam os Céus por presenciar essa bendita realidade, precedente à volta de Jesus, que já nos dias de Isaías, os anjos, antevendo-a, cantavam profeticamente: “...toda a terra está cheia da Sua glória” (Is 6.3). Isso se passou há cerca de 800 anos antes de Cristo nascer em Belém e à nossa geração está sendo oferecida a oportunidade de sermos os atores nessa ditosa realidade. 

Está disposto a engrossar as fileiras dos que alimentam essa esperança e esse intento? Dos que estão em vias de dar ao Senhor essa imensa alegria? De Lhe permitir agir em nós e por nós segundo a Sua boa vontade? Dos que levantarão bem alto essa bandeira, para honra e glória do Senhor?

O estímulo do Senhor

Ele nos afirmou: “... aquele, porém, que beber da água que Eu lhe der, nunca mais terá sede” (Jo 4.14 - RA), isto é, Jesus mesmo deseja subjugar o nosso ego perfeitamente e, assim, nos candidatar a sermos, de fato, dos 144.000. Não desejamos formar um caráter semelhante ao de Cristo: o que almejamos é que Ele mesmo venha viver Sua perfeição em nós, revelando-Se por nosso intermédio (Gl 1.15-16; 2.19-21). Almejamos ser ‘enjesuizados’!

Para se alcançar tal objetivo, basta, ter aquela ‘água’ e bebê-la! Como já frisamos, o nosso propósito é o de orientá-lo a obter a ‘água viva’; e, quanto à ‘bebê-la’, vai depender exclusivamente de você. Por experiência própria, sabemos que ela funciona, sim! As ‘dicas’, aqui expostas, estão mudando a nossa vida e a de nossos amigos. E o fato de termos garimpado esses ensinamentos tem sido motivo de grande alegria para nós. 

Assim, desejamos que também você sinta o mesmo em sua leitura, principalmente ao praticá-los por amor ao Pai e ao ensiná-los com entusiasmo. Que a vida de cada um seja uma real representação da vontade de Deus para a humanidade. Que sejamos sempre uma ‘fonte a jorrar para a vida eterna’ (Jo 4.14 - KJ). Sucesso a você, campeão!

Ore conosco: “Querido Pai Celestial, muito obrigado por nos acenares com a confiante possibilidade da vitória sobre o ego. Em nome de Jesus. Amém”.


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