18 - A Mensagem do Terceiro Anjo – Sermão 18

A mensagem do terceiro anjo

A. T. Jones - Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 27 de fevereiro de 1893, p. 409-417.

O estudo da noite passada teve como objetivo nos ajudar a conhecer individualmente como podemos saber se temos a bênção de Abraão, a fim de estarmos preparados para termos a certeza de que podemos, com confiança, rogar pelo Espírito de Deus. 

Mas temos algo mais a comentar sobre esse tema. O Senhor nos concedeu ainda mais evidências e provas sobre as quais fundamentar nossa perfeita confiança Nele e em Sua justiça; evidências de que essa justiça nos pertence, de que temos a justiça que é pela fé, de modo que podemos pedir com perfeita confiança o Seu Santo Espírito e agradecer ao Senhor porque Ele nos pertence. O seguinte verso é prova disso:

“Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-Se Ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro), para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido” (Gl 3:13-14).

A bênção de Abraão é a justiça da fé, a qual precisamos ter a fim de recebermos a promessa do Espírito, que também é pela fé. Assim, tendo a evidência, a prova e a perfeita obra de Deus que nos deixam plenamente convencidos de que podemos rogar, em perfeita confiança, pelo Espírito Santo, há algo mais a fazer senão receber essa promessa pela fé? Não devemos ser gratos a Deus porque essa promessa nos pertence e porque Ele a tornará manifesta segundo a Sua vontade e quando as circunstâncias exigirem, ou quando ela for uma necessidade?

Bem, vamos estudar então nesta noite algumas outras evidências dadas por Deus – evidências relacionadas com o que estudamos noite passada.

Dessa forma, teremos bem claro diante de nós as coisas que o Senhor nos revelou – coisas que fundamentam nossa confiança diante Dele, nos dão a certeza de nossa posição e garantem que podemos pedir com a plena convicção que a fé nos proporciona. 

Quando pedimos segundo Sua vontade e rogamos a fim de termos aquilo que Ele prometeu, Ele nos ouvirá. “E esta é a confiança que temos para com Ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a Sua vontade, Ele nos ouve. E, se sabemos que Ele nos ouve [...], estamos certos de que obtemos os pedidos que Lhe temos feito” (1Jo 5:14, 15). Então podemos agradecer-Lhe que a promessa é nossa.

Vamos começar com o capítulo 5 de Romanos, verso 20. A mensagem essencial, ou, poderíamos dizer, um dos temas principais do estudo desta noite é investigar o lugar que a lei ocupa no assunto da justificação pela fé, o lugar que ela ocupa no ato de alcançarmos a justiça somente por meio de Jesus Cristo. A discussão nada mais é do que outra etapa do mesmo pensamento, discutido noite passada, relacionado com a prova que Deus nos deu para termos a confiança de que podemos reivindicar pela fé a promessa do Espírito Santo.

“Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse” (v. 20, ARC). Em outras palavras, com base em Romanos 3:20, última parte: “Pela lei vem o pleno conhecimento do pecado”. Por qual razão a lei foi dada em tábuas de pedra? Qual foi o seu primeiro propósito ao ser dada? [Congregação: “Para nos mostrar o que é o pecado”]. 

Para que o pecado abundasse, para trazer o conhecimento do pecado. Assim, “veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse”, ou seja, para que o pecado ficasse manifesto tal qual ele é. Paulo, em Romanos 7, versos 12 e 13, nos fala como o pecado se manifestou a ele:

“Por conseguinte, a lei é santa; e o mandamento, santo, e justo, e bom. Acaso o bom se me tornou em morte? De modo nenhum! Pelo contrário, o pecado, para revelar-se como pecado, por meio de uma coisa boa, causou-me a morte, a fim de que, pelo mandamento, se mostrasse sobremaneira maligno.”

Assim, para que o pecado abundasse e para que ele se mostrasse tal qual é, sobremaneira maligno, este é o primeiro objetivo da concessão da lei.

Não concordam?

Vamos agora continuar a leitura de Romanos 5, verso 20: “Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça” (ARC). Quer dizer que a lei veio com esse único propósito, a saber, simplesmente manifestar o pecado e nada mais? [Congregação: “Não”]. Ela é simplesmente o meio para outro fim – o meio para um fim que nos permite alcançar outra coisa além do conhecimento do pecado. Não é isso? [Congregação: “Sim”]. 

Então, onde o pecado abunda, onde é que a graça abunda? [Congregação: “No mesmo lugar”]. Lá mesmo? [Congregação: “Sim”]. É assim que o texto diz: “Onde o pecado abundou, abundou a graça”? [Congregação: “Não. ‘Superabundou’”]. Já seria o suficiente, não seria?, se a graça abundasse no mesmo lugar onde o pecado abunda. Isso seria de bom tamanho; mas, sabem, não é assim que o Senhor realiza as coisas. Ele faz as coisas absolutamente bem. Sua obra é completamente boa, de uma qualidade em nada inferior ao que Deus pode fazer.

Pois então: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” [Congregação: “Amém”]. Então, irmãos, quando o Senhor, mediante Sua lei, nos traz o conhecimento do pecado, nesse exato momento, nesse mesmo instante, a graça se torna muito mais abundante do que o conhecimento do pecado. Não é isso mesmo? [Congregação: “Sim”].

Agora, mais um pensamento: “Pela lei vem o pleno conhecimento do pecado” (Rm 3:20). Observem o quanto já vimos até agora: quando a lei nos permite ter o conhecimento do pecado, nesse exato momento, nesse mesmo instante, precisamente quando isso acontece, a graça de Deus se torna muito mais abundante do que o conhecimento do pecado. 

Mas quando a lei nos traz o conhecimento do pecado, quem coloca em nós essa convicção? [Congregação: “O Espírito de Deus”]. Mas antes de lermos a passagem que nos mostra isso, contudo, vejamos o que podemos, até o momento, extrair do verso que lemos. O que vocês e eu de agora em diante podemos alcançar por meio do conhecimento do pecado? [Congregação: “Graça abundante”].

Então, não há mais lugar para o desânimo quando tomamos consciência de nossos pecados, ou há? [Congregação: “Não”]. Não há lugar para isso. É impossível que vocês e eu fiquemos sob a nuvem do desânimo quando temos conhecimento do pecado. 

Isso porque, não importa quão imenso seja esse conhecimento, não importa a quantidade de pecados a nós revelada e de que temos conhecimento, nesse exato momento em que tudo isso acontece em nossa experiência, a graça de Deus é muito mais abundante do que o conhecimento do pecado. Repito então: como é possível ficarmos desanimados? Irmãos, não é verdade que o Senhor quer que fiquemos animados? [Congregação: “Amém!”]. Animem-se.

Este verso que lerei agora nos apresenta o mesmo pensamento. João 16:7, 8: “Mas Eu vos digo a verdade”. O que Ele nos está dizendo? [Congregação: “A verdade”]. Ótimo! Cristo nos disse também: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8:32). 

Estamos, então, diante de uma verdade, não é mesmo? “Mas Eu vos digo a verdade: convém-vos que Eu vá, porque, se Eu não for, o Consolador não virá para vós outros”. Quem não virá? [Congregação: “O Consolador”]. Quem? [Congregação: “O Consolador”]. O Consolador? É este o Seu nome? É isto o que Ele é – O Consolador? [Congregação: “Sim”].

“Se, porém, Eu for, Eu vo-Lo enviarei. Quando Ele vier [...]”. Quem? [Congregação: “O Consolador”]. Quem? [“O Consolador”]. “Quando Ele vier, convencerá [ou “reprovará”, KJV] o mundo do pecado”. Quem é que faz isso? [Congregação: “O Consolador”]. É o Consolador quem convence do pecado? [Congregação: “Sim”]. É Ele o Consolador quando Ele realiza essa obra? [Congregação: “Sim”]. Sei que todos desejam captar bem esse ponto. Quer dizer então que ele reprova o pecado quando nos convence dele e em outo momento nos consola? [Congregação: “Não”]. 

É o Consolador que reprova, graças a Deus! O Consolador reprova, graças ao Senhor! Então, o que vamos receber quando somos reprovados por causa do pecado? [Congregação: “Conforto”]. O conforto de quem? [Congregação: “O conforto do Senhor”]. O conforto que alcançamos conforta exatamente no momento em que dele precisamos. Há, então, algum espaço ainda para o desalento quando temos o conhecimento do pecado? Não foi exatamente esse pensamento que lemos em Romanos 5?

Vocês não percebem, então, que no exato momento, no mesmo instante em que o pecado abundou, é nesse mesmo momento que a graça superabundou? E não devemos esquecer tampouco que, quando somos convencidos do pecado, quem faz isso é o Consolador. 

Vocês não percebem que, se mantivermos isso sempre em mente, temos vitória eterna sobre Satanás? Será que Satanás terá vantagem sobre a pessoa que crê que Deus está certo no que diz sobre esse ponto? Não. Satanás pode vir e dizer: “Veja como você é pecador”. Graças ao Senhor, “onde abundou o pecado, superabundou a graça” [Congregação: “Amém!”]. “Sabem”, alguém pode dizer, “estou me sentindo profundamente convencido do pecado. 

Parece que nunca, em toda minha vida, tive uma convicção tão profunda do pecado”. Graças ao Senhor, temos um conforto maior do que qualquer outro em nossa vida. Percebem, irmãos, que as coisas são de fato assim? [Congregação: “É verdade”]. Então, sejamos gratos a Deus por isso. [Congregação: “Amém!”]. Não vejo razão por que não deveríamos louvar o Senhor todo o tempo.

Mas há algo mais em Romanos 5:20. Qual é o propósito de tudo isso? Em primeiro lugar, vimos que a lei faz com que o pecado abunde para que a graça possa abundar – e é esta graça que nos conduz a Cristo. 

Qual é o propósito das duas coisas juntas? A lei faz o pecado abundar para que a graça abunde ainda mais. O que as duas coisas realizam então? “A fim de que, como o pecado reinou pela morte”. Sabemos que é assim, não é mesmo? Sim, é um fato. 

A lei faz o pecado abundar, a fim de que sejamos guiados a uma graça mais abundante, a fim de que “como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse a graça”.

O que a expressão “assim também” significa? Com a mesma certeza. Da mesma forma. Então, não é um fato que Deus fará com que essa graça abundante reine em nossa vida tão certamente quanto o pecado vem reinando neste mundo? [Congregação: “Sim, senhor”]. 

Mas atente para isto: quando a graça reina mais copiosamente, qual é a comparação, então, entre a liberdade do pecado agora e a escravidão dele antes? A liberdade é muito mais abundante do que a escravidão anterior. “A fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse a graça pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo”.

Vamos analisar agora o quadro completo. “Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse” (ARC) a fim de que encontrássemos a graça mais abundante bem ali, em todos esses lugares; e a graça abunda “pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor”. Então, por que veio a lei? [Voz: “Para nos levar ao Senhor”]. 

Por que veio a lei? [Voz: “Para nos conduzir até Cristo”]. Sim. Não percebem? Assim, sempre que alguém usar os dez mandamentos para qualquer outro propósito que não seja o de levar a Jesus Cristo, que tipo de propósito ele está dando a eles? [Congregação: “Um propósito errôneo”]. 

Tal pessoa estará pervertendo a intenção de Deus ao dar a lei, não é mesmo? [Congregação: “Sim, senhor”]. Usar a lei, portanto, para com as pessoas para qualquer outro propósito que não o de fazer-nos alcançar a Jesus Cristo significa usar a lei de uma maneira que nunca foi intencionada por Deus.

Bem, a lei então nos conduz a Cristo. Isso é certo. Com que propósito? [Congregação: “Para sermos justificados”]. O que a lei quer de vocês e eu? Ela nos faz alguma exigência antes de chegarmos até Jesus Cristo? Quando a lei nos encontra, ela quer alguma coisa de nós? [Congregação: “Ela quer justiça”]. Que tipo de justiça? [Congregação: “Perfeita justiça”]. De quem? [Congregação: “De Deus”]. 

A justiça de Deus? [Congregação: “Sim”]. Somente a justiça que Deus manifesta em Sua própria vida e no modo como realiza as coisas? [Congregação: “Sim”]. Será que a lei ficará satisfeita com algo que venha de nós inferior a isso? Será que ela aceitará algo inferior a isso, mesmo que a diferença seja extremamente pequena? [Congregação: “Não”]. Se apresentarmos uma justiça que chegue alguns milímetros perto da justiça de Deus, isso não será suficiente. Não a alcançaremos.

Vamos ver o que Paulo nos diz na carta a Timóteo sobre o que a lei quer extrair de nós e o que ela quer implantar em nós também. 1 Timóteo 1:5: “Ora, o fim [o objetivo, o alvo, a intenção, o propósito] do mandamento é a caridade” (ARC). O que é caridade? [Congregação: “Amor”]. Que tipo de amor? [Congregação: “O amor de Deus”]. “De um coração puro”. 

Que tipo de coração? [Congregação: “Um coração puro”]. “E de uma boa consciência”. Que tipo de consciência? [Congregação: “Boa”]. “E de uma fé não fingida”. É isso o que a lei deseja encontrar em cada um de nós, não é mesmo? Será que ela vai nos aceitar com algo aquém do que ela exige – perfeito amor, fruto “de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida? Não, nunca. Bem, o que ela exige é simplesmente a perfeição.

Pergunto: Temos nós, ou qualquer outra pessoa neste mundo, alguma coisa desse tipo de amor para oferecer à lei de Deus? [Congregação: “Não”]. Será que alguém tem, naturalmente, esse tipo de consciência? [Congregação: “Não”]. Tem esse tipo de fé? [Congregação: “Não”]. Não, senhor. Bem, a lei faz essa exigência de todos os habitantes da terra nesta noite, não importa quem seja. Ela exige isso de vocês e de mim. 

Ela exige isso dos habitantes da África e todos os povos da Terra. E ela não aceitará nada menos do que isso de qualquer pessoa neste mundo. Mas estamos falando de nós nesta noite. Portanto, a lei chega até nós nesta noite e diz: “Eu quero caridade, quero perfeito amor – o amor de Deus. Quero ver isso em sua vida o tempo todo. E quero que esse amor se manifeste como fruto de um coração puro, por meio de uma boa consciência e fé não fingida”. Esta é a realidade diante de nós.

“Bem”, alguém pode dizer, “Eu não tenho isso, mas tenho feito meu melhor”. Mas a lei dirá: “Não é isso o que eu quero. Eu não quero o seu melhor. Eu quero a perfeição. De qualquer maneira, não são suas realizações que eu quero; eu quero as de Deus. Não estou em busca da sua justiça. O que eu quero de você é a justiça de Deus. 

Não é a sua conduta que eu quero, mas quero a conduta de Deus em sua vida”. É isso o que a lei diz para qualquer pessoa. Então, se eu, já no meu primeiro questionamento, sou cortado dessa forma, mesmo tendo dito ter feito meu melhor, nada mais me resta a dizer. Não é isso o que as Escrituras dizem: “Para que toda boca esteja fechada” (Rm 3:19). A lei faz justamente isso, não é verdade?

Mas soa ao nosso ouvido uma voz tranquila e suave: “Eis aqui a vida perfeita; eis aqui a vida de Deus; eis aqui um coração puro; eis aqui uma boa consciência; eis aqui uma fé não fingida”. De onde vem essa voz? [Congregação: “De Cristo”]. 

Ah, o Senhor Jesus Cristo, que veio e Se colocou na posição em que me encontro, na carne na qual vivo. Nessa carne Ele viveu; nela se manifestou o perfeito amor de Deus; nela se manifestou a perfeita pureza; nela se manifestou uma boa consciência; e ali se encontra a fé não fingida da mente que Jesus Cristo tinha.

Então, Ele simplesmente vem e me diz: “Aqui, tome isso”. Isso vai ser satisfatório, não vai? [Congregação: “Sim”]. A vida manifestada em Jesus Cristo, esta satisfará a lei; a pureza do coração que Jesus oferece, este satisfará a lei; a boa consciência que Ele pode criar, esta será satisfatória; a fé não fingida que Ele dá, esta será satisfatória. Não é verdade? [Congregação: “Sim”].

Pois bem. Não é isso o que a lei deseja todo o tempo? É Jesus Cristo que a lei deseja, não é mesmo? [Congregação: “Sim”]. É isso o que a lei quer.

Trata-se da mesma coisa que ela exige no quinto capítulo de Romanos, não concordam? Mas por que ela exige isso em relação a mim? Ela requer Cristo em mim. Então, não é o objetivo da lei unicamente o evangelho de Cristo? “Cristo em vós, a esperança da glória” (Cl 1:27). Sim, é isso mesmo.

Romanos 5: 1, 5:

“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; [e] o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.” Trata-se aqui da caridade – o supremo amor. Atos 15:8, 9:

“Ora, Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, concedendo o Espírito Santo a eles, como também a nós nos concedera. E não estabeleceu distinção alguma entre nós e eles, purificando-lhes pela fé o coração.” Este é o amor de Deus, fruto de um coração puro.

Hebreus 9:14:

“Muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a Si mesmo Se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!”

Aqui temos uma consciência limpa, irmãos, e o amor de Deus, fruto de uma boa consciência.

Temos, então, a fé que Ele nos concede, a qual Ele nos capacita a guardar – a fé de Jesus que nos capacita a guardar os mandamentos de Deus. O amor de Deus é revelado por meio dessa fé não fingida.

É impressionante, então, que a mensagem da justiça de Deus, que é pela fé em Jesus Cristo, conduz-nos ao perfeito cumprimento da lei de Deus, não é verdade? [Congregação: “Sim”]. 

Este, portanto, é o objetivo, o alvo e a essência da mensagem do terceiro anjo, não é mesmo? [Congregação: “Sim”]. Tudo se resume em Cristo: Cristo em Seu amor, Cristo em Sua mansidão, Cristo na totalidade de Seu ser, Cristo e Este crucificado. Cristo: esta é a palavra, irmãos. Alegremo-nos por isso. Vamos nos regozijar por isso. [Congregação: “Amém”].

Assim, quando temos Jesus, quando O aceitamos pela fé, e a lei de Deus se põe diante de nós, e nós diante dela, e ela faz suas surpreendentes exigências quanto à caridade, ou amor supremo, podemos dizer: “Aqui está.

Esse amor está em Cristo, e Ele é meu!” Ao exigir um coração puro, dizemos: “Aqui está ele em Cristo, e Cristo me deu uma boa consciência”. O sangue de Cristo a criou em mim. Aqui está ela. Quando a lei exige a “fé não fingida”, podemos dizer também: “Aqui está ela, a fé de Jesus; Eu a recebi Dele. 

Dessa forma, cumpre-se o que está escrito no Caminho a Cristo, página 51: “É nosso privilégio ir a Jesus e sermos purificados, e apresentar-nos perante a lei sem qualquer sentimento de vergonha ou remorso”. Ótimo. Irmãos, quando passo a ter aquilo que me coloca em perfeita conformidade com a lei de Deus, então estou satisfeito, e só me resta me alegrar por estar satisfeito.

Agora vamos ler o terceiro capítulo de Romanos. Ele sintetiza tão bem toda a discussão que nem precisamos de explicações adicionais. Basta ler os textos. Romanos 3:19-22. Podemos dizer amém para cada palavra desse trecho agora, à medida que o leio. “Ora, sabemos” – e isso é verdade – “que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz, para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus”. 

Não é isso um fato? Aquilo que me diz que sou pecador não pode me dizer que sou justo. “Mas agora” – ótimo. Quando? [Congregação: “Agora”]. Muito bem, irmãos, que boa notícia. “Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus”. É isso mesmo, não é? [Congregação: “Sim”]. A lei não pode manifestá-la a nós, pois não a podemos ver nela. 

A justiça está lá, mas estamos tão cegos que não conseguimos enxergá-la ali. O pecado nos cegou e corrompeu de tal forma que não conseguimos enxergá-la ali. E se pudéssemos vê-la ali, não poderíamos obter a justiça ali, pois nada há em nós que nos permita dar o primeiro passo ou que nos torne aptos para ela. Estamos completamente desamparados.

Então, “agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus [...]; justiça de Deus mediante a fé de Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem”. O que a palavra “crer” significa quando Deus a fala? [Congregação: “Fé”]. 

E o que é fé genuína? Submissão da vontade a Deus, uma entrega do coração a Ele e o ato de concentrar as afeições Nele. Isso é o que Ele quer dizer aqui àqueles que O receberem; porque crer é receber o que Deus fala, ou aceitar quando Ele fala. Ele diz isso no primeiro capítulo de João, verso 12: “Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no Seu nome”. “Justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem; porque não há distinção”. Então cada um de nós podemos tê-la nesta noite, certo? Podemos tê-la, porque cremos nela.

Então, este é o objetivo da lei: conduzir-nos a Jesus Cristo a fim de sermos justificados pela fé, de nos tornarmos justos pela fé, de modo que Sua justiça – a justiça de Deus – seja nossa. 

Não é isso mesmo? Sim, é isso mesmo. Sendo isso um fato, tendo nós alcançado esse ponto, qual é então a utilidade da lei? Qual é o seu propósito? [Congregação: “Ela testemunha”]. Exatamente. Vamos ler agora a parte do verso 21 que ainda não li: “Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas”. 

Para o momento, não precisamos ler mais adiante, apesar de que o verso seguinte se encaixa no contexto. Então, quando a lei nos dá o conhecimento do pecado, a fim de termos o conhecimento da abundância da graça para tirar o pecado, nesse momento a graça passa a reinar mediante a justiça para a vida eterna por meio de Jesus Cristo – e esta justiça de Deus pela fé em Cristo nos pertence graças ao papel operado pela lei em nos trazer o conhecimento do pecado, e é este conhecimento que nos conduz a Cristo. Nós tomamos posse Dele e, dessa forma, a lei é satisfeita em todas as suas exigências impostas a nós.

Quando a lei é satisfeita em todas as suas exigências impostas a nós, será que ela permanecerá assim e continuará a dizer que está satisfeita, que tudo está bem? 

Quando a lei de Deus fizer exigências de nós que não podemos cumprir por nenhum outro meio a não ser por meio de Jesus Cristo habitando em nossa vida, será que, nesse momento, a lei de Deus, na condição de que permaneçamos Nele, se pronunciará com estas palavras: “Isso está de acordo com a justiça e me dou por satisfeita”? [Congregação: “Sim”]. Então, se alguém começar a questionar isso e disser: “Não é assim”, temos testemunhas para provar o contrário, não temos?

Este ponto é importante: precisamos de testemunhas por diversas razões. Uma dessas testemunhas, no contexto deste estudo e de nossa experiência pessoal, é o fato de que, quando Deus fala e nós cremos, então ficamos sabendo, cada um por si, que a justiça de Deus é nossa, que temos direito a ela, que ela nos pertence e que podemos descansar sobre ela em perfeita paz. 

Mas há outras pessoas que precisam saber disso também. Será que eles podem ficar sabendo só com base em minhas palavras? [Congregação: “Não”]. Podem eles ter convicção de minha experiência só por eu concordar com certas verdades e dizer que as coisas são assim e ponto final? [Congregação: “Não]. 

Será que isso vai convencê-los? Isso é prova suficiente para elas? [Congregação: “Não”]. Elas precisam de algo melhor que minhas palavras. Vocês se dão conta de que o Senhor já resolveu esse problema e nos proporcionou testemunhas a quem as pessoas podem recorrer ou lhes perguntar, sempre que quiserem, se o que alegamos ter é genuíno ou não. Concordam? [Congregação: “Sim”].

Elas não precisam vir e nos indagar. Se elas nos indagarem, é claro que podemos lhes dizer o que o Senhor nos orientou a dizer. Se isso não for suficiente, elas podem se dirigir às testemunhas e lhes perguntar. Podemos dizer: Eu tenho alguns amigos que me conhecem desde meu nascimento. 

Eles acompanharam cada passo de minha existência. Eles me conhecem melhor do que eu mesmo; e se vocês quiserem mais evidência do que a que já dei, pergunte a eles. Eles vão lhe dizer. Quantos amigos são esses? [Congregação: “Dez”]. A palavra deles vale alguma coisa? Eles dizem a verdade? Ah, eles são a própria verdade. 

Eles são a verdade (Salmo 119:142). Bem, é impossível que o testemunho deles seja alguma coisa além da pura verdade. Quando eles disserem que a exigência está satisfeita, quando disserem: “Esta vida me agrada”, isso é o suficiente para qualquer pessoa no Universo, não é mesmo? [Congregação: “Sim”].

Então, quanto à pessoa que alega crer em Jesus e reivindica a justiça de Deus que chega até o crente em Jesus, será que sua reivindicação é suficiente diante do mundo? [Congregação: “Não”]. Ou seria nossa palavra sobre o assunto suficiente? [Congregação: “Não”]. Sabem, há muitas pessoas que fazem afirmações do tipo: “Ora, claro que cremos no Salvador. Tenho o direito também de reivindicar a justiça que Ele possui, a santidade perfeita e a perfeita santificação. 

Também afirmo que já faz dez anos que não peco e que até mesmo estou acima de qualquer tentação. Tenho consciência disso”. Bem, como você sabe disso? “Ora, eu sinto isso em meu coração; eu sinto isso em meu coração já por muitos anos”. 

Bem, isso não é prova nenhuma, pois “enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto” (Jr 17:9). Ele é mais enganoso do que quantas coisas? [Congregação: “Todas”]. Todas as coisas? [Congregação: “Sim”]. Até mais do que Satanás? [Congregação: “Sim]. O coração é, de fato, mais enganoso do que todas as coisas? [Congregação: “Sim”]. É o que Deus diz, quer entendamos ou não. É mais enganoso do que o próprio Satanás, não é mesmo? [Congregação: “Sim”]. O coração me enganará com mais rapidez e frequência do que Satanás.

Então, quando uma pessoa sente no coração, é isso uma boa prova? Quando meu coração diz que sou bom, o que ele está fazendo? [Congregação: “Está enganando”]. Salomão disse: “O que confia no seu próprio coração é insensato”. 

Ele não é somente insensato, mas ele está sendo enganado nesse ponto, não é mesmo? [Congregação: “Sim”]. Já é uma coisa ruim um sábio ser enganado; mas quando um insensato é enganado, mal podemos imaginar qual será o resultado disso. Portanto, não podemos nos dar ao luxo de confiar assuntos de interesse eterno como esse ao que diz o coração. 

Não, senhor. Precisamos de evidências melhores do que o coração humano para termos certeza de que uma pessoa tem a justiça de Deus, de que ela está reta diante de Deus e preparada para o juízo, de que ela não tenha pecado por dez anos, de que já é santa, santificada e acima da tentação, etc., etc. Precisamos de algo melhor do que sentimentos. E a verdade é que Jesus, enquanto esteve nesta Terra por um bom período de tempo, nunca esteve acima da tentação. Nenhum cristão está enquanto viver.

Assim, essa evidência não é suficiente. Precisamos de algo superior a isso. Se uma pessoa que reivindica ter a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo tem apenas isso como testemunha, e seu testemunho não passa disso, então que valor tem essa reivindicação? [Congregação: “Nenhum”]. 

Nenhum mesmo. Trata-se de uma reivindicação enganosa. Com base nela, ele nunca poderá se dar conta de quem realmente é. É por isso que o Senhor não permitiu que nossa convicção se firme nisso. Em nosso estudo da noite passada, vimos que, quando queremos saber se nossa experiência é genuína diante de Deus, não devemos olhar para dentro de nós para saber se é assim, mas olhar para o que Deus diz para nos certificarmos se de fato é assim. 

Quando encontramos a Jesus Cristo, e O temos, o Senhor, então, não deseja que olhemos para dentro de nós mesmos para vermos se Ele está lá. Ele nos forneceu testemunhas cujo depoimento nos dirá o tempo todo que Ele está lá; e são essas testemunhas que dirão a todos os demais que Ele está lá. A justiça de Deus, que é pela fé de Jesus Cristo, se manifestou agora – e quando ela se manifesta, é testemunhada pela lei.

A lei, então, em primeiro lugar tem o propósito de nos conduzir a Cristo, e, após nos ter levado a Cristo, e de O termos encontramos, ela então passa a testemunhar que isso de fato ocorreu. Em primeiro lugar, ela nos traz o conhecimento do pecado; em segundo lugar, ela dá testemunho da justiça de Deus que é pela fé. 

Então, quem usar a lei para outros fins além desses dois propósitos, o que ele estará fazendo com a lei de Deus? [Congregação: “Pervertendo-a”]. Ele a estará pervertendo por completo. Ele a estará usando para propósitos jamais idealizados por Deus. Então, nem homens nem anjos podem fazer outro uso da lei que vá além desses dois propósitos – um homem pode usá-la para os dois propósitos, mas os anjos somente para um –; se outro uso for feito, a lei fica pervertida.

De onde procede nossa justiça? [Congregação: “De Deus”]. “A sua justiça [...] vem de mim, diz o SENHOR” [Is 54:17, ARC]. 2 Coríntios 4:6: “Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo”. Onde encontramos o conhecimento da glória de Deus? [Congregação: “Na face de Jesus Cristo”]. Na face de Jesus Cristo.

Vamos ler agora 2 Coríntios 3:18: “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na Sua própria imagem, como pelo Espírito do Senhor”. O que vemos então na face de Jesus Cristo? [Congregação: “A glória do Senhor”]. 

O que é a glória do Senhor? Já lemos aqui – e o Espírito de Deus já nos instruiu a esse respeito – que a mensagem da justiça de Deus, que é pela fé de Jesus Cristo, esta é o início da glória que deve iluminar toda a Terra. O que é então a glória de Deus? Sua justiça, Seu caráter. Onde a encontramos? Em Jesus Cristo. Ali se encontra a glória de Deus, revelada na face de Jesus Cristo. Foi Deus quem assim declarou, e é ali onde devemos procurá-la.

Devemos olhar para a lei em busca de justiça? [Congregação: “Não”]. Onde devemos procurar a justiça? Na face de Jesus Cristo. Ali, “todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na Sua própria imagem”, de justiça em justiça, de caráter em caráter, de bondade em bondade, “como pelo Espírito do Senhor”.

Vocês não percebem, então, como a justiça de Deus e o Espírito Santo andam de mãos dadas? Vocês não percebem que, quando alcançamos a justiça que é pela fé de Jesus, a própria bênção de Abraão, o Espírito Santo não pode ficar distante de nós? Não é possível separar os dois, pois andam juntos. Assim, quando temos essa justiça e temos certeza disso pela fé em Sua Palavra, Deus nos diz que temos o direito de pedir o Espírito Santo, e recebê-Lo também.

Bem, vamos verificar isso em Gálatas 4:5, 6. Cristo veio “para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de Seu Filho”. Ele O envia. Ele não O quer reter. Ele O envia ao coração. É um dom gratuito.

Vocês não percebem, então, que é impossível manter separados a justiça de Deus e o Espírito Santo? Dessa forma, “somos transformados, de glória em glória, na Sua própria imagem, como pelo Espírito do Senhor”. E quando a imagem de Deus em Jesus Cristo se encontra em nós, o que acontece? Ali se encontra a marca, o selo de Deus. 

Vocês já ouviram sobre esse assunto em outros estudos. Quando olhamos para a face de Jesus Cristo, e para ela somente, tendo recebido a justiça de Deus que é pela fé Nele, nunca deixando de contemplar Sua face gloriosa, o resultado será o reflexo da glória de Deus em nós e a nossa transformação em Sua própria imagem. 

Assim, a imagem de Deus será aperfeiçoada e restaurada em nós mediante a operação do Espírito de Deus sobre a alma. E quando essa obra for realizada, o mesmo Espírito, então, estará ali para colocar o selo do Deus vivo, a eterna marca de Sua própria imagem.

Portanto, depois de nos achegarmos a Cristo, depois de O encontrarmos, não olhamos para a lei em busca de justiça. Para onde olhamos? [Congregação: “Para a face de Jesus Cristo]. Para a face de Jesus Cristo; e enquanto permanecermos olhando para ela, o que a lei diz? [Congregação: “Isso é justo”]. A lei testifica: “Esse é o lugar para onde olhar. É isso o que quero que você tenha. Isso é satisfatório. 

Estamos em perfeita harmonia”. No Céu, para onde os anjos olham? Será que eles olham para a lei de Deus para ver se estão justos ou não? [Voz: “Os anjos ‘veem incessantemente a face de Meu Pai celeste’” (Mt 18:10)]. Então, de onde procede a justiça dos anjos? [Congregação: “De Deus”]. 

De Deus, mediante Jesus Cristo, não é verdade? Qual é o papel da lei no trono de Deus, esta lei que é o fundamento de Seu trono, que papel exerce a cópia original de Sua lei ali? Quando os anjos veem a face Daquele que Se assenta no trono, o que faz a lei, que nunca foi tocada pelo homem, e nunca poderia ser, o que ela faz ali? Ela dá testemunho da justiça de Deus que eles obtêm sem a lei.

Esse sempre foi o genuíno conceito dos usos da lei de Deus. Quando as pessoas pecavam e faziam algo contrário aos mandamentos do Senhor referentes a coisas que não deveriam fazer, tornando-se, assim, culpados, elas tinham que trazer o sacrifício para que o sangue fosse oferecido. Dessa forma, realizava-se a expiação e as pessoas eram perdoadas (cf. Lv 4). Naquela época, tanto quanto agora, os mandamentos testemunhavam da justiça que o povo alcançava pela fé em Jesus. É por essa razão que o

tabernáculo era chamado de “o tabernáculo do testemunho”.

Atos 7:44, Números 17:7, 8 e 18:2. No tabernáculo do testemunho estava a lei, que exercia o papel de testemunha; e nesse papel dava o seu testemunho, como uma testemunha no tribunal que apresenta suas provas. Dessa forma, o tabernáculo era o tabernáculo do testemunho; e a arca era a arca do testemunho porque ela continha as tábuas do testemunho. 

As tábuas de pedra, as tábuas da lei, eram as tábuas do testemunho, visto que elas eram a evidência da testemunha, apontada por Deus para testemunhar a respeito da justiça de Deus, que vem sem a lei, pela fé de Jesus Cristo somente. 

Portanto, é eternamente verdadeiro, em todo o universo, que “se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão” (Gl 2:21). Para sempre e em toda a parte, a verdade é que “a sua justiça [...] vem de Mim, diz o SENHOR” (Is 54:17). E a lei dá o testemunho a respeito da justiça que todos alcançam de Deus sem a lei, mas mediante Jesus Cristo.

Então, não é verdade, como disse há pouco, que, se alguém, seja homem ou anjo, usar a lei com um propósito diferente de um desses dois que comentamos, ele estará pervertendo a lei de Deus completamente, desviando-se do objetivo que Deus sempre teve para ela. 

Assim, a justiça de Deus que é pela fé de Jesus Cristo, esta, sim, a tudo satisfaz, não é mesmo? A tudo, agora e desde quando? [Congregação: “Desde sempre”]. Agora e sempre ela satisfaz a tudo. Além disso, podemos saber por nós mesmos que ela nos pertence mediante as evidências que Deus nos deu noite passada, evidências seguras por toda a eternidade; e qualquer um neste mundo pode ter o conhecimento de que temos direito a ela, graças às testemunhas que Deus forneceu.

Tudo isso visa a nos preparar para o selo de Deus, a justiça de Deus; e é por meio dela que somos transformados de glória em glória, na Sua própria imagem. E quando essa obra se completar, o que vai dar testemunho disso? [Congregação: “O sábado do Senhor”]. Ele dará testemunho da finalização plena dessa obra até o final.

Como o professor Prescott nos apresentou em seu sermão, é a presença de Cristo que torna santo e santifica o lugar onde Ele está. E quando a presença de Cristo se fizer presente em sua plenitude, qual vai ser a condição do lugar onde Ele está? Ele fica santificado. Qual é o sinal da santificação? [Congregação: “O sábado”]. 

E a plena santificação representa a obra completa de Deus na alma. Assim, quando a obra de Deus se completar na alma, a lei de Deus dará testemunho desse fato sem cessar. Que parte específica da lei de Deus é uma testemunha dessa obra de santificação completa de Seu povo? [Congregação: “O sábado do Senhor”]. Ele se ergue como testemunha, a principal, e se une ao testemunho de uma vida plenamente santificada. Dessa forma, o selo de Deus é colocado: a obra está completa.

Irmãos, é possível deixarmos de considerar o selo de Deus? Não estamos vivendo no tempo do selamento? [Congregação: “Sim”]. E ele ocorre por meio da justiça de Deus que é pela fé de Jesus Cristo, não é mesmo? Sim, senhor. 

Então, quando o selo for recebido, quando for posto sobre o povo de Deus, este poderá passar incólume pelo período das pragas e por todas as tentações e provações de Satanás, quando ele operar “com todo poder, e sinais e prodígios da mentira” (2Ts 2:9). Temos a promessa: “Porque guardaste a palavra da Minha perseverança, também Eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a Terra” (Ap 3:10).

Quando tudo isso tiver passado, só nos resta entrar na cidade celestial; só nos resta entrar na cidade celestial! Graças ao Senhor. Há provações a suportar; mas sabem, irmãos, quando temos a justiça de Jesus Cristo, temos o que precisamos para suportar todo teste.

E naquele dia haverá ali dois grupos. Haverá alguns que, quando a porta se fechar, vão querer entrar, e eles dizem: “Senhor, abre a porta para nós. Queremos entrar.” E alguém vem e pergunta: “O que vocês fizeram para poderem entrar? Que direito têm vocês de entrar na herança? 

Que direito vocês têm aqui?” “Ah! Nós Te conhecemos. Comíamos e bebíamos em Tua presença, e Tu ensinavas em nossas ruas. Sim, e além disso, nós profetizamos em Teu nome. Em Teu nome expelimos demônios e em Teu nome fizemos muitos milagres. Ora, nós fizemos muitas coisas

maravilhosas. Senhor, será que isso não é o suficiente? Abre a porta!”

Qual é a resposta? “Apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade.” O que foi que eles disseram? “Nós realizamos muitas obras maravilhosas. Nós as fizemos. Nós estamos ótimos. Nós estamos certos. Nós somos justos. Exatamente. Portanto, nós temos direito de entrar. Abre a porta.”

Mas “nós” não tem valor algum ali, certo?

Vai haver um outro grupo ali naquele dia – uma grande multidão que ninguém pode enumerar – de todas as nações, tribos, línguas e povos; e eles vêm para entrar. Se alguém lhes perguntar: “O que vocês fizeram para poderem entrar aqui? Que direito vocês têm aqui?” A resposta seria:

“Olha, eu não fiz nada para merecer esta herança. Eu sou um pecador, e dependo somente da graça do Senhor. Oh! eu era tão desgraçado, tão completamente cativo e em tamanha prisão que ninguém podia me libertar a não ser o Senhor. 

Eu era tão miserável que tudo que eu podia fazer era rogar constantemente ao Senhor para me confortar; tão pobre que eu tinha que estar constantemente solicitando ao Senhor; tão cego que ninguém a não ser o Senhor podia me fazer ver; tão nu que ninguém podia me vestir senão o próprio Deus. Todo o direito que eu tenho é o que Jesus fez por mim. Mas o Senhor me amou. 

Quando em minha desgraça eu clamei, Ele me livrou. Quando em minha miséria eu almejava o conforto, Ele sempre me confortou. Quando em minha pobreza eu Lhe pedi, Ele me encheu de riquezas. Quando em minha cegueira eu Lhe roguei que revelasse o caminho, para que eu pudesse conhecer o caminho, Ele me guiou durante todo o tempo e me fez ver. 

Quando eu estava tão nu que ninguém podia me vestir, ora, Ele me deu estas vestes que eu tenho. Portanto, tudo que eu posso apresentar, tudo que eu tenho para apresentar como razão pela qual eu possa entrar, qualquer direito que me faria entrar, é apenas o que Ele fez por mim. Se isso não me permitir passar, então eu vou ficar de fora, e isso também será justo. Se eu ficar de fora, não tenho reclamações a fazer. Mas, oh!, será que isso não me autoriza a entrar e possuir a herança?”

Mas Ele diz: “Bem, aqui há algumas pessoas bem minuciosas. Elas querem ficar completamente satisfeitas com todos que entram aqui. Temos dez examinadores. Quando eles analisam o caso de alguém, e dizem que está tudo bem, ora, então ele pode entrar. 

Vocês desejam que estes sejam chamados para examinar o seu caso?” E nós iremos dizer: “Sim, sim, porque eu quero entrar; estou disposto a me submeter a qualquer exame; porque, mesmo que eu fique de fora, não tenho reclamações a fazer. Eu estaria perdido de qualquer forma, se fosse por mim mesmo.”

“Bem,” diz Ele, “então vamos chamá-los.” Assim, aqueles dez examinadores chegam e dizem: “Mas é claro! Estamos perfeitamente satisfeitos com ele. Claro que sim! O livramento que ele obteve de sua desgraça foi dado por nosso Senhor; o conforto que ele teve durante todo o caminho, do qual ele tanto necessitava, o Senhor lhe deu. 

A riqueza que ele tem, tudo o que ele tem, pobre como ele era, o Senhor lhe deu. E cego como ele era, tudo que ele vê, é o Senhor que lhe deu, e ele vê somente o que é do Senhor. E nu como ele estava, as vestes que ele tem, o Senhor lhe deu. O Senhor é quem a preparou, é toda feita por Deus, é somente por

Cristo. É claro! Ele pode entrar!”

[Neste ponto a congregação começou a cantar:– “Meu pecado sim,

La na cruz pagou;

E por graça sem igual;

Jesus me resgatou.”]

E então, irmãos, virá por sobre o muro uma voz da mais doce melodia, cheia da bondade e compaixão do meu Salvador. A voz virá de lá de dentro: “Entra bendito do Senhor.” [Congregação: “Amém.”] “Por que estás aí fora?” E os portões se abrirão completamente, e nós teremos “uma entrada abundante no reino de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.”

Oh! Ele é um Salvador completo. Ele é meu Salvador. Minha alma engrandece ao Senhor, irmãos, hoje à noite. Oh! eu digo com Davi, vinde e engrandecei o Senhor comigo, e todos, à uma, Lhe exaltemos o nome. Ele fez um resgate completo. Não há nada contra nós, irmãos. O caminho está aberto; a estrada está livre. A justiça de Cristo satisfaz. Ela é luz, amor, alegria e eterna excelência.

Não é verdade, então, o que está escrito em Isaías 60:1? “Dispõe-te, resplandece, porque é vinda a tua luz, e a glória do Senhor nasceu sobre ti. Porque eis que as trevas cobrem a Terra, e a escuridão, os povos; mas sobre ti aparece resplendente o Senhor, e a Sua glória se vê sobre ti.” Irmãos, Deus consegue realizar isso. Ele deseja fazê-lo. Vamos então deixar que Ele o faça. [Congregação: “Amém.”] E vamos louvá-Lo enquanto Ele o faz.

Então, será que não vamos louvar ao Senhor? Assim, todos que estão neste recinto, que quiserem louvar a Deus, poderão começar já. Eu direi amém para cada palavra dita, pois a minha alma também O engrandece, irmãos. Minha alma também O louva, irmãos. Pois Ele é o meu Salvador. Ele completou Sua obra. Ele realizou Sua obra graciosa. Ele me salvou. Ele salva a todos. Vamos agradecê-Lo para sempre.

Professor Prescott: Os tempos do refrigério estão aqui, irmãos. O Espírito de Deus está aqui. Abram o coração, abram o coração. Abram o coração em louvor e ações de graças.


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