A. T. Jones
Publicado no Daily Bulletin of the General Conference , 26 de fevereiro de 1893, p. 399-405. Aúltima passagem bíblica que consideramos no último estudo foi Gálatas 3, versos 13 e 14.
Agora, não importa se o texto esteja se referindo à promessa do Espírito na experiência individual do cristão ou à promessa do derramamento do Espírito sobre a igreja como um todo. A situação é a mesma em ambos os casos. Ninguém pode ter a promessa sem ter primeiro a bênção de Abraão.
Quem não tiver a bênção de Abraão não pode ter o Espírito Santo. O que lemos em Romanos 4 nos confirma isso: “E recebeu o sinal da circuncisão como selo da justiça da fé que teve quando ainda incircunciso” (v. 11). O verdadeiro significado da circuncisão se encontra em Deuteronômio 30, verso 6:
“O SENHOR, teu Deus, circuncidará o teu coração e o coração de tua descendência, para amares o SENHOR, teu Deus, de todo o coração e de toda a tua alma, para que vivas.”
Vamos relacionar essa passagem com Romanos 5:5. Depois de afirmar que somos justificados pela fé e que “temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus” (v. 1, 2), Paulo então diz: “Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado”.
Esse verso diz então que o Espírito Santo derrama no coração o amor de Deus; e em Deuteronômio lemos que Deus “circuncidará o teu coração [...] para amares o SENHOR, teu Deus, de todo o coração e de toda a tua alma”. A única maneira pela qual podemos amar a Deus de todo o coração e de toda a alma é termos o amor de Deus implantado no coração e na alma, que converte a pessoa a Deus; e “o cumprimento da lei é o amor” (Rm 13:10).
Sabemos que amar “o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força” (Mc 12:30) é “o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22:38, 39).
A circuncisão do coração representa a condição do coração que nos permite “amar o Senhor” nosso Deus “de todo o coração e de toda a alma”. Vocês percebem, então, que a circuncisão da carne era para Abraão simplesmente um sinal, um símbolo, visível àquela geração, num momento em que Deus os estava ensinando por meio de lições objetivas.
Esse sinal visível significava aquilo que eles não podiam ver. Portanto, a circuncisão da carne era o sinal, um “selo da justiça da fé que teve quando ainda incircunciso” (Rm 4:11). Tratava-se simplesmente do sinal externo da obra do Espírito Santo, que circuncidou o coração. É o Espírito Santo que derrama o amor de Deus no coração, mas ninguém pode receber a promessa do Espírito a menos que tenha a bênção de Abraão – a justiça de Deus, que provém da fé.
Assim, a pessoa que está convicta de que crê em Deus pode pedir, com perfeita confiança, o Espírito Santo. Não a pessoa que acha que crê em Deus, pois esta às vezes crê, às vezes não; às vezes pensa que crê, e às vezes não sabe ao certo se crê ou não. Isso não significa, de forma alguma, crer em Deus. O Senhor quer que vocês e eu tenhamos convicção de que cremos em Deus.
Ele deseja que essa convicção esteja firmemente estabelecida em nós e tão certa quanto a própria vida. Repito então que a pessoa que está certa de que crê em Deus pode pedir com perfeita confiança o Espírito de Deus, e recebê-Lo pela fé, pois “todo o que pede recebe” (Mt 7:8), conforme disse Cristo. Mas devemos pedir segundo a vontade de Deus.
Entretanto, não é da vontade Dele conceder o Espírito Santo a alguém que não tenha a bênção de Abraão – um princípio que se aplica tanto ao indivíduo quanto à igreja. Quando o povo de Deus chegar a um ponto em que eles podem estar convictos de que creem em Deus, eles poderão pedir, com perfeita confiança, o derramamento do Espírito Santo e esperar, com perfeita confiança e fé, que O receberão. Isso acontecerá de fato. Não tenho dúvida disso.
Vamos agora estudar nesta noite com um pouco mais de profundidade como podemos saber, ou estar convictos, de que a bênção de Abraão nos pertence, e como podemos estar convictos de que podemos pedir, com perfeita confiança, que o Senhor nos conceda Seu Santo Espírito, e esperar que Ele cumpra a Sua promessa quando Ele achar melhor.
Precisamos estar confiantes de que O receberemos de acordo com Sua vontade. Não precisamos ficar ansiosos se vamos recebê-Lo ou não. Precisamos aprender como eliminar de nós toda essa ansiedade se podemos receber ou não o Espírito Santo. Então simplesmente apresentaremos nossas petições ao Senhor com fé, esperando recebê-Lo, e esperando exatamente isso e nada além disso, confiantes de que o Senhor O dará no tempo Dele. Até então, devemos seguir pedindo e buscando o Senhor para que Ele cumpra Sua promessa.
Posso lhes dizer, irmãos, que quando chegarmos a esse ponto não será difícil para nós todos estarmos “unânimes no mesmo lugar” (At 2:1, KJV). Agora, nesta reunião, quando alcançarmos esse nível espiritual em que poderemos dizer que sabemos que cremos em Deus e que sabemos que podemos rogar com perfeita confiança pelo Espírito Santo, será fácil para nós – como foi também para os discípulos – estarmos unânimes no mesmo lugar a cada reunião que tivermos.
A verdade é que cada um ficará receoso de se ausentar, porque, se deixar de estar presente em qualquer uma dessas reuniões e a promessa do Espírito Santo se cumprir, ele poderá perder a oportunidade de recebê-Lo. Todos estarão aqui esperando e vigiando para presenciar o momento em que o Senhor realizar o que Ele diz quando Ele achar que o momento é apropriado. Vocês entendem por que todos estarão reunidos unânimes no mesmo lugar? É isso que acontecerá.
É claro que, se alguns de nós saísse de alguma reunião para atender as necessidades da obra segundo nosso planejamento e o do Senhor, e o Espírito Santo fosse derramado enquanto estivéssemos fora, nós também O receberíamos, não importa onde estivéssemos.
Mas o mesmo não se pode dizer com relação àqueles que se ausentarem das reuniões por capricho pessoal. Tenho receio de me ausentar de qualquer uma de nossas reuniões aqui. Tenho medo de me ausentar das reuniões matinais, pois não consigo prever em qual reunião o Espírito poderá ser derramado sobre nós. Não posso correr o risco de estar ausente.
Agora vamos nos concentrar nas Escrituras e ver como o Senhor já nos guiou e nos guiará nesta noite pelo caminho que nos levará diretamente à condição espiritual que devemos alcançar. Peço que façamos essa jornada juntos. Se atentarmos bem para os textos que lerei, chegaremos lá. Não devemos questionar como isso se dará. Quando o Senhor fala, nada mais se pode acrescentar, não importa o que Ele diga. Temos que pôr um ponto final na história e dizer: “Senhor, é isso mesmo”.
Então, iniciemos essa caminhada juntos nesta noite, e estou certo de que chegaremos à condição em que poderemos estar convictos de que cremos em Deus e de que temos a bênção de Abraão. Assim, poderemos pedir a Deus, com perfeita confiança, Seu Espírito e esperar até que nos seja concedido no devido tempo de Deus.
Vejamos o que o Senhor tem feito, como Ele opera e como Ele pode nos conduzir àquela condição espiritual. Vamos começar por onde Ele começou. Lerei primeiramente Efésios 1:3-6. Esse trecho nos leva para o momento em que Deus começou a agir em nosso favor – e não há momento mais remoto do que esse. O verso 3 diz:
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo”.
O que é que Ele “tem” feito? [Congregação: “Abençoado”]. Verdade? [Congregação: “Sim”]. Ele tem nos abençoado? [Congregação: “Sim”]. Ele tem nos abençoado com quantas bênçãos? [Congregação: “Toda sorte de bênção espiritual”]. Com toda sorte de bênção? Ele nos deu tudo? [Congregação: “Sim”]. Como? [Congregação: “Em Cristo”]. Em Cristo. Assim, ao dar Cristo, o que o Senhor deu? [Congregação: “Toda sorte de bênção espiritual”]. Todas as bênçãos espirituais que Ele tinha.
Bem, quando vocês e eu cremos em Jesus Cristo, não somos abençoados? Não temos todas as bênçãos que o Senhor tem? O que vai nos incomodar então? Uma pessoa abençoada dessa forma, será que ela pode ser outra coisa senão feliz? [Congregação: “Não”].
Será que ela precisa ficar melancólica? [Congregação: “Não”]. Será que ela vai ficar malhumorada porque as coisas não estão indo tão bem assim? [Congregação: “Não”]. Tudo está indo bem, de qualquer forma. Não importa como as coisas estejam, elas não podem anular as bênçãos de Deus. “Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8:28).
Neste trecho de Efésios 3:1-6, quero me concentrar especialmente no verso 4: “Assim como nos escolheu”. Nos escolherá? [Congregação: “Nos escolheu”]. Ele nos escolheu? [Congregação: “Sim”]. Quando Ele fez isso? [Congregação: “Antes da fundação do mundo”]. Graças ao Senhor! “Antes da fundação do mundo” Ele escolheu vocês e a mim. [Congregação: “Louvado seja Deus”]. Não devemos dizer “amém” por isso o tempo todo? [Congregação: “Amém!”]. Não só agora, mas o tempo todo? [Congregação: “Sim”].
Por quanto tempo este verso vai permanecer ali? [Congregação: “Para sempre”]. Então, por quanto tempo será verdade que “[Ele] nos escolheu [...] antes da fundação do mundo”? [Congregação: “Sempre”]. Então por quanto tempo você vai ficar incomodado em saber se você pertence ou não ao Senhor? Deus não escolheu vocês? Ele não escolheu vocês? [Congregação: “Sim”].
Com que propósito Ele fez isso? Foi porque Ele nos queria? Ele nos queria mesmo? [Congregação: “Sim”]. Ele me escolheu porque Ele me queria, e Ele me terá. Não vou roubá-Lo e frustrá-Lo em Sua escolha. Ele nos escolheu, não é mesmo? [Congregação: “Sim”]. “Antes da fundação do mundo”. Agora o restante do verso: “Para sermos santos e irrepreensíveis perante Ele; e em amor”. Este é Seu bendito propósito: “Sermos santos e irrepreensíveis perante Ele em amor”. Vamos deixar Deus fazer a Sua vontade, pois, dessa forma, estaremos garantindo nossa salvação eterna.
O próximo verso: “[Ele] nos predestinou” – determinou, com muita antecedência, o destino aonde Ele quer que cheguemos. O destino que Deus determinou para a humanidade é digno de nosso anseio. “[Ele] nos predestinou para Ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito [bom propósito, NVI] de Sua vontade”. Por que Ele agiu assim? Não porque éramos bons, mas porque Ele é muito bom; não porque Lhe trazíamos grande satisfação, mas por causa do bom propósito de Sua vontade. Ele fez aquilo que era inerente a Seu caráter. Foi por isso que Ele agiu assim.
O verso 6: “Para louvor e glória da Sua graça, pela qual nos fez agradáveis a Si no Amado” (ARC). O que vocês dizem diante disso? [Congregação: “Amém!”]. Quando Ele Se propôs a fazer isso? [Congregação: “Antes da fundação do mundo”]. Exatamente. “Antes da fundação do mundo”. Temos aqui uma resposta a todo esse questionamento se podemos ou não fazer algo para sermos justificados. Deus fez tudo antes que tivéssemos a chance de fazer alguma coisa – muito antes de nascermos e muito antes de o mundo ser criado. Vocês não percebem que é o Senhor que faz as coisas para que sejamos salvos e possamos tê-Lo?
Observem o que Ele fez: 1. “Ele nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual” em Cristo. 2. “[Ele] nos escolheu, Nele, antes da fundação do mundo”. 3. “[Ele] nos predestinou para Ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo”. 4. “[Ele] nos fez agradáveis [aceitos, KJV] a Si no Amado”. Isso me deixa muito feliz. Eu sei que isso é um fato. [Congregação: “Amém”]. Vocês também? [Congregação: “Sim”]. Pois é isso o que Ele diz. Ele assim o diz. Essas são então quatro coisas de que podemos estar para sempre certos.
Um comentário adicional sobre essas bênçãos que o Senhor nos tem dado. Temos todas as bênçãos que Deus tem à disposição quando cremos em Jesus Cristo. Então elas passam a ser nossas. Não precisamos ser tão minuciosos assim em ficar orando por bênçãos. Será que não seria melhor, pensem comigo, gastar mais tempo agradecendo a Deus pelas bênçãos do que as pedindo? O que acham disso? O que parece melhor: agradecer a Deus pelas bênçãos que Ele já nos concedeu ou Lhe pedir que nos dê outras, sabendo que Ele não tem mais para dar? Então, o que é melhor? [Congregação: “Agradecer-Lhe”].
Em Cristo, Deus nos concedeu todas as bênçãos que Ele possui. Cristo diz; “Eis que estou convosco” (Mt 28:20). Irmãos, vamos nos alimentar das bênçãos que já temos. Elas nos pertencem.
Assim, podemos ter certeza, todo o tempo, de que temos toda sorte de bênção espiritual.
Podemos ter certeza, todo o tempo, de que Ele nos escolheu. Ele disse isso.
Podemos ter certeza, todo o tempo, de que somos aceitos no Amado.
Podemos ter certeza de todas essas coisas, pois foi Deus quem falou; e se Ele falou, é assim. Então, não podemos dizer que temos sempre diante de nós um banquete?
Bem, Ele fez tudo isso, e o fez gratuitamente. Em favor de quantas pessoas Ele fez isso? [Congregação: “Todos”]. Cada pessoa? [Congregação: “Sim, senhor”]. Ele deu toda sorte de bênção a cada pessoa deste mundo?
Ele escolheu cada pessoa do mundo? Deus escolheu cada indivíduo em Cristo antes da fundação do mundo? Predestinou todos para adoção de filhos e os fez agradáveis a Si no Amado? [Congregação: “Sim”]. É claro que Ele fez tudo isso.
Leremos daqui a pouco outros versos sobre esse assunto. Meu interesse neste momento é chamar a sua atenção para o seguinte pensamento: ninguém pode ter essas coisas e estar convicto de que elas lhe pertencem sem seu consentimento. O Senhor não vai forçar nenhuma dessas bênçãos sobre uma pessoa, apesar de já as ter dado, ou vai? [Congregação: “Não”].
Trata-se de uma cooperação, entendem? Deus concede tudo em um único e maravilhoso dom, mas se uma pessoa não quer aceitar, o Senhor não vai forçá-la a desfrutar de uma partícula sequer de Suas bênçãos. Aquele, porém, que aceitar a oferta divina tem tudo à sua disposição. É nesse ponto que entra a cooperação. O Senhor precisa ter nossa cooperação em todas as coisas.
Vamos ler agora Tito 2:14. Falando sobre o Senhor, o verso diz: “o qual a Si mesmo Se deu por nós”. O verbo está no passado também, não está? É algo acabado. Ele a Si mesmo Se deu por quantas pessoas? [Congregação: “Todas”]. Quantas pessoas neste mundo podem ler esse texto e dizer: “Ele se aplica a mim”? Todas as pessoas da Terra. Onde quer que formos, então, neste mundo e encontrarmos uma pessoa, não é verdade que podemos ler para ela que “[Cristo] a Si mesmo Se deu” por você? [Congregação: “Sim”]. Ele Se entregou por vocês, então. Este é o preço a que Pedro se refere em 1 Pedro 1:18-20:
“Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo.”
É importante que cada um de nós perceba a aplicação pessoal dessa mensagem. “[Ele] a Si mesmo Se entregou por mim”. Esse aspecto individual está registrado em Gálatas 2:20: “Esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a Si mesmo se entregou por mim”. Quantas pessoas deste mundo pode ler esse verso e dizer que ele se aplica a elas? [Congregação: “Todas”]. “[Ele] me amou e a Si mesmo se entregou por mim”. Este foi o preço pago. Ele me comprou, não é mesmo? [Congregação: ”Sim”]. Ele comprou vocês? [Congregação: “Sim”].
Se vocês e eu vamos deixar que Deus nos tenha, esta não é a questão no momento. O que Ele fez? [Congregação: “Pagou o preço”]. Ele me comprou antes da fundação do mundo, não comprou? E não comprou vocês também? Então, a quem pertencemos? [Congregação: “Ao Senhor”].
Pois bem. Existe alguma probabilidade de vocês ficarem com dúvida se vocês pertencem ao Senhor? Como é possível que uma pessoa que deseja pertencer ao Senhor, e que tenha confessado seus pecados, fique com alguma dúvida se pertence ou não ao Senhor? Isso só pode acontecer se essa pessoa rejeitar por completo a Palavra de Deus, deixar totalmente de crer nela e afirmar que o Senhor mentiu. Só é possível se ela fizer isso. “Quem em Deus não crê mentiroso O fez”.
Então uma pessoa só pode duvidar se pertence ou não a Deus se ela rejeitar a Palavra de Deus e afirmar que o Senhor mente. Não há outra maneira. Se uma pessoa duvida, é isso o que ela está fazendo, mesmo que ela não demonstre isso abertamente em palavras. Quando uma pessoa fica duvidando se pertence ao Senhor, é isso mesmo que ela está fazendo. Ela acabou permitindo que a incredulidade a derrotasse e que Satanás se aproveitasse da situação para varrer de sua vida as bênçãos divinas. É isso o que acontece.
Embora Deus tenha nos comprado, Ele não vai tomar posse do que comprou sem nossa permissão. Deus estabeleceu uma linha que protege a liberdade de uma pessoa, e nem Ele, em qualquer momento, ultrapassa essa linha um milímetro sequer sem nossa permissão.
Ele respeita a liberdade e dignidade que Ele concedeu às criaturas inteligentes, quer homens ou anjos. Ele respeita essa demarcação, e nem Ele viola o limite. Ele não ultrapassará os limites sem a permissão da pessoa. Mas quando a permissão é dada, aí, sim, Ele vem e mostra ser o Deus que Ele é. Nossa permissão abre as comportas, e Deus vem até nós com um dilúvio de bênçãos.
A verdade, então, é que Ele nos comprou, certo? [Congregação: “Sim”]. Agora, irmãos, vamos tornar isso algo prático, real e tangível. Ele nos comprou, certo? Ele pagou o preço por nós e somos Dele mediante Sua vontade. Quando então nossa vontade se coloca do lado de Deus, a quem pertencemos então? [Congregação: “Ao Senhor”].
Ele já mostrou qual é a Sua vontade sobre esse assunto ao pagar o preço, certo? E quando tornamos conhecida nossa vontade sobre o assunto ao dizermos: “Senhor, esta é minha escolha também; é nesta direção que minha vontade vai também”, então quero saber se há alguma coisa no Universo que vai impedir de sermos do Senhor. Vocês estão convictos agora de que pertencem ao Senhor? [Congregação: “Sim, senhor”]. Estão mesmo? [Congregação: “Sim, senhor”].
Bem, vamos supor que você se levanta de manhã com dor de cabeça, a digestão não foi muito boa durante a noite, você está se sentindo mal e indisposto. Numa situação assim, como você sabe que pertence ao Senhor? [Congregação: “Porque Ele disse isso”]. Mas vamos supor que você se levanta radiante e alegre, e no geral tudo vai bem. Como você sabe que pertence ao Senhor? [Congregação: “Porque Deus disse isso].
Às vezes as pessoas dizem o seguinte quando lhes perguntamos “Os seus pecados foram perdoados?”: “Sim, já faz algum tempo que me convenci disso”. “O que convenceu você?” “Eu senti que eles foram perdoados”. Essas pessoas não ficaram sabendo de fato se os pecados foram perdoados. Nesse caso, não possuíam o mínimo de evidência desse perdão. Ora, irmãos, a única evidência que temos de que o perdão é concedido é o fato de Deus ter falado que assim é. Esta é a evidência. Não deem atenção aos sentimentos. Esses são tão instáveis como o vento, vocês sabem disso. Não deem o mínimo de crédito a eles. Não importa como nos sentimos. Quando Deus diz alguma coisa, dito está, quer eu sinta ou não.
Eu vou repetir uma ilustração que já mencionei. Ela enfatiza essa ideia de que os sentimentos nada têm que ver com os fatos: duas vezes dois são quatro, certo? Você sabe que é assim, mas há pessoas no mundo que não sabem que duas vezes dois são quatro.
Mas vamos supor que você diga isso a uma dessas pessoas e ela acreditasse. Como você acha que essa pessoa se sentiria? Você acha que essa pessoa se sentiria atordoada como se tivesse sido obrigada a dar uma cambalhota? Não. O sentimento não tem nada a ver com um fato aritmético. A pessoa não está preocupada com o que ela sente sobre isso.
Por outro lado, isso não quer dizer que uma pessoa perdoada não terá uma experiência emocional por causa disso. O que quero dizer é que se vocês tentarem encontrar evidências nos sentimentos, vocês nunca vão encontrá-las; mas se vocês procurarem as evidências na Palavra de Deus, vão encontrar ali as evidências que Deus dá, a saber, Seu próprio poder divino na Palavra operando com eficácia naquele que crê.
Quer dizer que o Senhor nos comprou, certo? Quanto a vocês e a mim, não precisamos ter mais dúvidas se pertencemos ou não ao Senhor, certo? [Congregação: “Sim”]. Mas há pessoas no mundo que não têm uma experiência real com Deus, e, no que diz respeito à consumação da compra efetuada por Cristo, elas não se submeteram ao Senhor; portanto, na prática não pertencem a Ele.
Devido ao preço pago, elas se tornaram aquisição do Senhor. Agora, como podem saber que pertencem a Ele na prática e de fato? Mediante Sua Palavra. Devem também escolher, por si mesmas, ter essa experiência. É uma questão de escolha. O livro Caminho a Cristo, página 47, resume o princípio por trás de tudo isso. A citação nos mostra como efetuar a entrega de nós mesmos a Deus. Diz também que nossas promessas e resoluções são como cordas de areia, e que a consciência de nossas promessas quebradas e votos não cumpridos enfraquece nossa confiança em nossa própria sinceridade. Finalmente diz:
“O que deveis compreender é a verdadeira força da vontade. Esta é o poder que governa a natureza do homem, o poder da decisão ou de escolha. Tudo depende da reta ação da vontade. O poder da escolha deu-o Deus ao homem; a ele compete exercê-lo. Não podeis mudar vosso coração, não podeis por vós mesmos consagrar a Deus as vossas afeições; mas podeis escolher servi-Lo.
Quando uma pessoa escolhe colocar sua vontade do lado onde está a vontade de Deus, aí, sim, o processo se completa. Portanto, é com base na escolha individual que alguém, na prática e em sua experiência pessoal, se torna do Senhor de fato. Assim, não é por meio da própria permissão da pessoa, ao ela escolher o caminho do Senhor, que ela passa a pertencer ao Senhor na experiência prática?
Tendo tomado esse passo, vocês não percebem que enquanto mantiverem essa escolha, enquanto mantiverem o desejo de pertencer ao Senhor, vocês não percebem que pertencem, de fato, ao Senhor? Entendem isso? Sempre que nos entregamos a Ele, é isso o que acontece. Mas alguns de vocês se entregaram a Deus já faz muito tempo, mas desde então vivem desanimados, se questionando se pertencem ou não ao Senhor.
Quero ver pessoas, nesta noite, eliminando para sempre essa dúvida e questionamento, de forma que, aconteça o que acontecer, vocês não precisarão ficar preocupados se pertencem ou não ao Senhor. Enquanto a escolha de vocês é de pertencerem a Deus, vocês pertencem a Ele; pois Ele comprou vocês muito tempo atrás. É esta experiência que estou buscando. E vocês? Se quiserem tê-la, agarre-a como se fosse sua última oportunidade. [Congregação: “Amém”]. Fazendo isso, vocês saberão que pertencem ao Senhor.
Bem, às vezes ouvimos pessoas dizerem que tal postura pode levar a pessoa a condescender com o pecado. Não. Isso não acontecerá. Não. Agir assim salvará você da prática do pecado. Quando uma pessoa passa por essa experiência, e escolhe pertencer ao Senhor, Deus então opera nela “tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade” (Fl 2:13), e pode-se dizer que ela é uma cristã. Ela se tornará, pela ação divina, uma pessoa cristã.
Este é o poder divino presente nesta verdade. Não há aqui nenhuma sanção ao pecado. De fato, esta é a única maneira de impedir a condescendência com o pecado. Qualquer outra profissão de fé certamente sanciona o pecado. Qualquer outra profissão de fé terá como resultado exatamente aquilo de que o Senhor Se queixou em Isaías 43:24: “Você Me sobrecarregou com seus pecados” (NVI). Não vamos permitir que isso aconteça. Que nossa vontade e escolha sejam do Senhor a cada momento de nossos dias de vida. Se assim decidirmos, assim será.
Vamos ler agora os versos que confirmam nossa discussão: 1 Coríntios 6:19, 20. “Não sois de vós mesmos”. E é isso mesmo, não é verdade? Não importa de que pessoa estejamos falando, será que ela pertence a si mesma? [Congregação: “Não, senhor”]. O Senhor a comprou e se ela não permitir que Ele tenha posse dela, ela está roubando do Senhor algo que Lhe pertence. Isso é uma afronta a Deus. Embora pessoas assim não pertençam conscientemente e na prática ao Senhor, Ele, todavia, comprou cada um que se recusa a deixar que o Senhor tome posse de sua vida.
Tais pessoas estão roubando do Senhor o que Ele comprou a um alto preço, cujo valor elas consideram inferior a si mesmas. Não vemos aqui o mesmo espírito satânico que procurou colocar-se acima de Deus no Céu? O Senhor entregou a Si mesmo por nós; então, quando resisto em deixar que Ele Se aposse de mim, com essa atitude eu acabo achando que meu valor é mais elevado do que o preço pago – ou seja, meu valor é mais alto do que o Senhor. Esse é o mesmo eu que se coloca acima de Deus o tempo todo. Oh! Que haja em nós o mesmo sentimento que houve em Cristo, que Se esvaziou a fim de que Deus e o homem novamente se tornassem um em união.
“Não sois de vós mesmos”, ou será que são? [Congregação: “Não”]. Vocês não ficam felizes em saber que não pertencem a vocês mesmos? É isso o que Ele diz, e assim é, não é verdade? E por quê? “Porque fostes comprados por preço”. Ele nos comprou; portanto, não somos de nós mesmos. A pessoa que se entregou ao Senhor que a comprou deve se colocar como testemunha diante das pessoas deste mundo, as quais não pertencem a si mesmas. “Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo”. A quem pertencemos? [Congregação: “A Deus”]. Não preciso me delongar mais nesses versos, irmãos. Vocês podem fazer isso por conta própria, certo?
Bem, nós já lemos os versos que dizem que Ele a Si mesmo Se deu por nós e que Ele nos comprou. Quantos de nós? [Congregação: “Cada um de nós”]. Quando Ele fez isso? [Congregação: “Antes da fundação do mundo”]. Que tipo de pessoas éramos antes da fundação do mundo? Que tipo de pessoas éramos quando Deus nos comprou? Éramos simplesmente o que somos neste mundo: pecadores. Isso significa que Ele nos comprou, nós pecadores, do jeito que somos? [Congregação: “Sim”].
Será que é isso mesmo? Sejam honestos. Estamos introduzindo outro pensamento aqui. Quer dizer que Ele pagou o preço e nos comprou assim como somos? Pecadores? [Congregação: “Sim”]. Seres maus e inclinados a andar por caminhos maus? Propensos a praticar coisas vis? Pessoas sem qualquer convicção religiosa e sem nenhum interesse particular em questões espirituais? Ele nos comprou nessa situação? [Congregação: “Sim”]. Ele nos comprou; e com tudo o que havia em nós. E visto que Ele comprou o que havia em nós, Ele comprou nossos pecados. Isaías 53 descreve tudo isso: feridas, pisaduras e chagas em decomposição. Cristo foi realmente tocado por nossas enfermidades e mazelas, não é mesmo?
Atentem para este outro texto, Tito 3:3-7:
“Pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros. Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o Seu amor para com todos, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo Sua misericórdia, Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que Ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos Seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna.”
Foi isso que Deus fez. É Ele quem diz. Vocês então estão convictos de que assim é? [Congregação: “Sim”].
Vamos explorar o assunto um pouco mais. Ele Se entregou por nossos pecados. Quero ressaltar que o mesmo princípio que discuti faz pouco se aplica aqui também. Ele não tomará sobre Si nossos pecados – apesar de têlos comprado – sem nossa permissão. Vamos aprofundar isso um pouco mais, tendo em mente esse mesmo pensamento. “Ele a Si mesmo Se deu”.
Pelos pecados de quem? [Congregação: “Os nossos”]. Eram de quem? [Congregação: “Nossos”]. Ele Se entregou por eles. Já que são nossos, a quem Ele Se deu a Si mesmo quando os comprou? [Congregação: “A nós”]. Ele Se deu a Si mesmo para [to] mim, por [for: por causa de] meus pecados? [Congregação: “sim”]. Então, a escolha é sempre minha se vou preferir ficar com meus pecados ou ter a Cristo, não é mesmo? [Congregação: “Sim”].
É esta a escolha que vocês têm diante de vocês? [Congregação: “Sim”]. O que vocês preferem ter: seus pecados ou Cristo? [Congregação: “Cristo”]. Então, de agora em diante, há lugar para alguma hesitação em abandonar o que Deus mostrar ser pecado? Vocês o abandonarão quando lhes for mostrado? Quando o pecado se fizer patente diante de vocês, digam: “Eu prefiro ter Cristo a esse pecado”.
E deixem que ele se vá. [Congregação: “Amém”]. Simplesmente digam ao Senhor: “Senhor, eu faço minha escolha agora. Eu faço a troca. Tu és a minha escolha. Digo adeus a meu pecado, pois tenho algo melhor”. Graças ao Senhor. Então, será que há neste mundo algum momento em que precisamos ficar desanimados por causa dos nossos pecados?
Digo isso porque é exatamente isso que está acontecendo com alguns irmãos aqui. Chegaram aqui livres, mas o Espírito de Deus chamou a atenção deles para algo que nunca haviam visto antes. O Espírito de Deus atuou de forma mais profunda do que nunca e revelou coisas jamais vistas.
Então, em vez de agradecerem ao Senhor, aceitarem os fatos e abandonarem o que de mal há no coração e agradecerem a Deus pela oportunidade de ter mais de Cristo, como nunca antes, eles começaram a ficar desanimados. Eles disseram: “Oh! O que vou fazer? Meus pecados são tão imensos”. Agindo assim, eles permitem que Satanás lance uma nuvem sobre eles e os desencoraje. O resultado é que eles não tiram nenhum proveito das reuniões dia após dia.
Isso não é muito ruim? Não é uma grande lástima que uma pessoa a quem o Senhor amou tanto a ponto de dar-Se completamente a Ele se comporte dessa forma em relação ao Senhor quando Ele deseja revelar mais de Si mesmo? Irmãos, se algum de vocês acabaram se desanimando, vamos sair desse estado.
Se o Senhor nos mostrou pecados dos quais nunca tivemos consciência antes, isso simplesmente revela que Ele está penetrando na profundidade do nosso coração e, finalmente, chegará até fundo. E quando Ele encontrar a última coisa impura ou contaminada em desarmonia com Sua vontade e a revelar a nós, e nós aceitarmos o fato e dissermos: “Eu prefiro ter o Senhor a isso”, então a obra estará completa e o selo do Deus vivo será fixado sobre o caráter. [Congregação: “Amém”].
O que vocês preferem ter, um caráter – [Alguém na congregação começou a louvar o Senhor e outros começaram a olhar em volta]. Não se preocupem. Se muitos mais dentre nós agradecessem ao Senhor pelo que vocês estão recebendo, haveria mais alegria neste recinto nesta noite.
O que vocês preferem: ter a totalidade, a perfeita plenitude de Jesus Cristo ou ter menos do que isso, com alguns dos pecados de vocês encobertos, sem a possibilidade de algum dia ter consciência deles? [Congregação: “A plenitude de Cristo]. Mas vocês sabem que os Testemunhos nos afirmam que se houver manchas de pecado no caráter, não poderemos ter o selo de Deus. Como é possível que o selo de Deus, que representa o carimbo do Seu caráter perfeito revelado em nós, seja colocado sobre nós quando ainda há pecados aqui e ali em nossa vida? Deus não pode colocar o selo, o carimbo de Seu caráter perfeito, sobre nós enquanto Ele enxergar pecado em nós.
É por isso que Ele precisa cavar fundo e chegar aos lugares mais profundos com que jamais sonhamos, pois não temos condições de compreender nosso coração. Mas o Senhor conhece o coração. Ele prova a consciência. Ele há de purificar o coração e trazer à tona o último vestígio de iniquidade. Deixe Deus fazer Sua obra, irmãos. Que Ele continue Sua obra perscrutadora. E quando Ele apresentar nossos pecados diante de nós, que o coração diga: “Senhor, Tu deste a Ti mesmo por meus pecados. Quero ter a Ti, e não os meus pecados”. Eles se foram, e me alegro no Senhor por isso. Irmãos, sejamos honestos com o Senhor, e vamos agir com Ele como Ele deseja que façamos.
Está claro então que Ele Se entregou por nós, por nossos pecados. Portanto, vocês percebem que tudo se resume nisto: precisamos tomar uma decisão de vida se teremos o Senhor ou a nós mesmos, a justiça de Deus ou nossos pecados, o caminho do Senhor ou o nosso. O que vocês escolherão? [Congregação: “O caminho do Senhor”]. Não há nada complicado em fazer essa escolha quando sabemos o que o Senhor fez e o que Ele significa para nós.
A escolha é fácil. Que a entrega seja completa. E quando nossa atenção for chamada para esses pecados, ora, eles já foram entregues há muito tempo. A única razão por que eles nos são apresentados é para que façamos a escolha. Esta é a bendita obra da santificação. E podemos estar certos de que essa obra de santificação está em andamento em nós.
Se o Senhor tirasse nossos pecados sem termos consciência disso, que bem essa obra nos faria? Assim Deus estaria agindo conosco como se fôssemos máquinas. Essa não é a intenção de Deus. Portanto, Ele deseja que vocês e eu estejamos conscientes do momento em que nossos pecados se vão, para que tenhamos consciência do momento em que Sua justiça chega. É quando nos rendemos que passamos a tê-Lo.
É verdade que as Escrituras dizem que somos instrumentos de Deus; mas não se esqueçam de que sempre somos instrumentos inteligentes; e não algum tipo de instrumento, como uma picareta ou pá, que alguém maneja para fazer um serviço. Essa é uma ideia totalmente absurda. Não é assim. Somos, de fato, instrumentos inteligentes. Seremos usados pelo Senhor com base em nossas escolhas de vida; em nossa escolha de viver ao Seu lado. Se escolhermos que Ele realize a obra em nós, é certo que ela será feita, pois é Seu imenso poder que a efetua.
Então, Ele a Si mesmo Se entregou por nossos pecados; e aí Ele vem até nós e diz: Isto é pecado. O que fazer? “Senhor, é pecado”. Isso é confissão. O conceito fundamental da confissão é falar a mesma coisa. O conceito básico da palavra grega traduzida como confissão é falar a mesma coisa. Isso é confissão. O Senhor disse a Davi: “Você pecou e cometeu este mal”. Davi respondeu: “Pequei”.
Isso é confissão. A Bíblia diz: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados” (1Jo 1:9). Afinal de contas, por que razão o Senhor revela nossos pecados? Deus mostra às pessoas seus pecados por um único motivo: eliminá-los da vida. Quando Deus me revela pecados, eu digo: “Senhor, tudo isso é pecado”. O que acontece então? Eles são perdoados. Eles desaparecem.
Queridos, vocês têm confessado os seus pecados desde que chegaram aqui, não têm? Têm confessado tudo o que o Senhor lhes tem mostrado? [Congregação: “Sim, senhor”]. Os pecados de todos que assim fizeram estão perdoados. O Senhor fez essa promessa. O que vocês dizem? [Congregação: “Amém”]. Mas Satanás diz: “Não é assim”. Ele é um mentiroso.
Mas há pessoas aqui que vêm dizendo que Satanás está falando a verdade sobre esse ponto. Há pessoas neste recinto que estão dizendo a Satanás que o que ele está falando sobre este assunto é a verdade. Satanás diz: “Os pecados não estão perdoados”, e elas dizem: “Não, não estão”. Vamos abandonar esse pensamento. Confessamos nossos pecados para que sejam perdoados; e o Senhor diz que eles estão perdoados. E se eles estão perdoados, ora, irmãos, vamos então, no nome do Senhor, dizer o mesmo.
“Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça” (Rm 4:3). “E recebeu o sinal da circuncisão como selo da justiça da fé que teve” (Rm 4:11). O Senhor diz:
“Vinde, pois, e arrazoemos, diz o SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã” (Is 1:18).
O que vocês dizem? [Congregação: “É isso mesmo”]. Como vocês sabem? [Congregação: “Porque assim diz o Senhor”]. Muito bom. Então vocês estão convictos de que isso é um fato, não estão?
Miqueias 7:19: “Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniquidades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar”. Onde estão nossos pecados? [Congregação: “Nas profundezas do mar”]. Como vocês sabem? [Congregação: “Porque assim diz o Senhor”]. Então vocês estão convictos disso, não estão?
Quem neste mundo então pode ousar incomodar vocês com a ideia de que seus pecados voltarão para assombrá-los?
Salmo 103:12: “Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões”. A que distância elas estão de vocês agora, vocês que as confessaram? A que distância se encontram? [Voz: “A mesma entre o Oriente e o Ocidente”]. Por que vocês não dizem a mesma coisa? Satanás vem e diz: “Elas não estão perdoadas. Cada pecado seu está bem diante de sua face.
Você não está vendo? Eles estão? [Congregação: “Não”]. Alguém pode dizer: “Eu estou vendo meus pecados diante de mim”. Não é isto que está acontecendo. Satanás é um mágico, e pode fazer com que coisas que não são reais pareçam reais. Mas você olha para os pecados e diz: “Eles são reais”. Não, não são reais. O Senhor afirma que eles estão tão distantes de nós como o Oriente está do Ocidente. Eles estão nas profundezas do mar. Eles se tornaram brancos como a neve. Graças a Deus por isso.
Isaías 38:17 – e este é o último verso que precisamos para esta noite –: “Eis que foi para minha paz que tive eu grande amargura; Tu, porém, amaste a minha alma e a livraste da cova da corrupção, porque lançaste para trás de Ti todos os meus pecados”. Quantos? [Congregação: “Todos”]. Para trás Dele. Onde eles estão então? [Congregação: “Atrás Dele”].
Nós estamos diante da face Dele, e os pecados, atrás Dele. Quem se encontra entre nós e os pecados? [Congregação: “Deus”]. E Ele está assentado em Seu trono, não está? Então, quando confesso meus pecados ao Senhor, Ele e Seu trono eterno se postam entre mim e esses pecados; e Satanás e quem quer que seja neste Universo não poderão lançá-los novamente em minha face. Para que isso aconteça, ele vai ter que remover o Senhor e Seu trono do caminho antes de conseguir lançar novamente esses pecados contra mim. Tal impossibilidade me deixa muito feliz.
Podemos ter certeza dessas coisas? Que segurança temos de que podemos estar certos de tudo isso? Como podemos estar tão certos? O Senhor assim diz. Quando Ele afirma que algo é um fato, e nós cremos, isso é fé. Satanás diz: “Seus pecados não estão distantes”. Nós dizemos: “Estou certo de que estão”. Satanás diz: “Não, olhe eles aí”. Nós dizemos que eles não estão aqui: eles estão nas profundezas do mar. [Voz: “Louvado seja o Senhor”].
Quando uma pessoa tem essa atitude, há nela alguma coisa sobre a qual Deus pode colocar Seu selo. Quando o Senhor diz: “Teus pecados estão perdoados”; que Ele os lançou “para trás de Si”, e a pessoa escolhe não crer, será que há nela alguma coisa sobre a qual Deus possa colocar Seu selo? Não.
[Alguém pediu que Isaías 43:25 fosse lido, e o pastor Jones o fez]. “Eu, Eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de Mim e dos teus pecados não Me lembro”.
Há muitos outros textos como esse que poderia ler. Há um em Hebreus 8:12: “Dos seus pecados jamais Me lembrarei”. Há outro em Ezequiel 33:16: “De todos os seus pecados que cometeu não se fará memória contra ele”. Lemos aqui que o Senhor não se lembrará de nossos pecados. E deles não se fará memória contra nós. A obra de Satanás é fazer isso. Irmãos, vamos crer no Senhor.
Quando crermos nisso, o Senhor, então, dará a vocês e a mim a circuncisão do coração, o selo da justiça da fé que temos; e Ele pode fazer isso, pois Ele encontrará em nós algo em que pode colocar Seu selo.
E quando alguém, individualmente, procede assim, ele recebe o selo da justiça; e quando nós, como um corpo unido, como igreja, crermos nisso, poderemos pedir com perfeita confiança o derramamento do Seu Santo Espírito e esperar com paciência e confiança, certos de que Ele virá no momento em que Deus achar apropriado.