23 - A Mensagem do Terceiro Anjo – Sermão 23

A mensagem do terceiro anjo


A. T. Jones - Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 26 de março de 1893, p. 507-515.

Gostaria de ter à disposição seis semanas para estudar agora a mensagem do terceiro anjo. 

[Congregação: “Amém”]. Eu me refiro a seis semanas consecutivas. Naturalmente, cada um pode ter esse tempo separadamente. Como disse, gostaria de ter seis semanas consecutivas. Assim, poderíamos traçar um esboço bem claro da mensagem para este tempo. 

De qualquer forma, vamos conservar o que o Senhor já nos deu e sair daqui com isso. O que nos resta agora é estudar a mensagem e pregá-la, e esta crescerá à medida que for proclamada. E teremos o mesmo pensamento, se conservarmos e pregarmos o que recebemos aqui.

Nosso tempo está quase se esgotando; e há tanta coisa a ser dita antes de nos separarmos, 

que só me resta, nesta noite, tocar em alguns pontos que nos servirão de guia onde quer que estivermos de agora em diante.

Para iniciar, vamos abrir a Bíblia em Apocalipse 13 e estudar o trecho que se refere aos Estados Unidos, e ver se conseguimos discernir em que ponto da profecia entra em ação esse poder que “seduz os que habitam sobre a Terra por causa dos sinais que lhe foi dado executar diante da besta”. 

Sei que muitos estão perdendo de vista o que vem acontecendo pelo fato de estarem esperando por algo que eles decidiram que deve ocorrer primeiro. Dessa forma, por esperarem por algo por vir, e deixando de se beneficiar daquilo que já aconteceu, essas pessoas seguirão seu caminho e se afastarão cada vez mais da luz, e ficarão cada vez menos preparadas para enfrentar os eventos proféticos, quer tenham ocorrido, quer ainda estejam no futuro.

A obra desse poder está descrita nos versos 13 e 14:

“Também opera grandes sinais, de maneira que até fogo do céu faz descer à Terra, diante dos homens. Seduz os que habitam sobre a Terra por causa dos sinais que lhe foi dado executar diante da besta, dizendo aos que habitam sobre a Terra que façam uma imagem à besta, àquela que, ferida à espada, sobreviveu.”

Com base no contexto em que a passagem se encontra, muitos têm me escrito afirmando que todas essas coisas devem ocorrer antes que a imagem da besta seja formada; que essas operações e fantásticas manifestações correspondem à obra do espiritismo, ou espiritualismo, a qual convencerá as pessoas a fazer uma imagem à besta. É importante, portanto, estudarmos a profecia e vermos o que ela diz e, tanto quanto possível, o que ela não diz.

Vamos começar então com o verso 11 do capítulo 13:

“Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão.”

Quando ela falou como dragão? Quando ela estava emergindo? [Congregação: “Não”]. 

Quando é que ela fala como dragão? Vamos ler o verso 15:

“E lhe foi dado comunicar fôlego à imagem da besta, para que não só a imagem falasse, como ainda fizesse morrer quantos não adorassem a imagem da besta.

Então é nesse momento que ela fala como dragão, certo? [Congregação: “Sim”]. Não é a imagem da besta que fala como dragão? [Congregação: “Sim”]. A imagem da besta foi formada quando ela foi vista emergindo? [Congregação: “Não”]. 

Quando esta besta foi vista emergindo da terra, foi nesse momento que a imagem da besta foi formada? [Congregação: “Não”]. Nessa época, ela estava falando como dragão? [Congregação: “Não”]. 

Portanto, não podemos dizer que tudo o que está nesse verso tem seu cumprimento no lugar em que está registrado. Para vocês perceberem esse ponto com mais clareza, vamos ler um trecho do Testemunho 32, página 208, publicado em 1885:

“O movimento dominical está progredindo agora em trevas. Os líderes estão escondendo a verdadeira questão; e muitos que se unem ao movimento não percebem a direção que a correnteza está tomando. Suas declarações são brandas e aparentemente cristãs.”

Esse texto faz alguma referência aos dois chifres semelhantes aos de um cordeiro? [Congregação: “Sim”].

“Suas declarações são brandas e aparentemente cristãs; mas quando ele falar, revelará o espírito do dragão.”

“Quando ele falar”. Isso foi escrito em 1885. Nessa época a besta de dois chifres ainda não havia falado, certo? [Congregação: “Sim”]. Quando ela foi vista emergindo? [Congregação: “Em 1798”]. 

Ela “tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro” (Ap 13:11, ARC) quando foi vista emergindo, e sempre os teve, não é verdade? [Congregação: “Sim”]. “Suas declarações são brandas e aparentemente cristãs”. Mas a profecia diz: “Mas falava como dragão”. 

Vimos pelo contexto que é a imagem que fala e faz com que morra quantos não adorarem a imagem da besta. Esta é a voz do dragão. Mas lemos que quando ela “falar, revelará o espírito do dragão”.

Então, eu repito que o verso 11 não se cumpriu em sua totalidade na posição em que ele se encontra na profecia e na ordem em que os fatos são mencionados na profecia. A última frase do verso 11 só se cumpre quando chegamos ao verso 15.

Vamos continuar a leitura. Verso 12:

“Exerce toda a autoridade da primeira besta na sua presença. Faz com que a Terra e os seus habitantes adorem a primeira besta, cuja ferida mortal fora curada.”

Pergunto: Será que esta besta que foi vista emergindo da terra vem exercendo todo o poder que a primeira besta exerceu antes dela? [Congregação: “Não”]. Será que ela já fez com que os habitantes da Terra adorem a primeira besta? [Congregação: “Não”]. O verso 12, então, tem seu cumprimento antes do verso 15? [Congregação: “Não”]. Ele se cumpre depois que a imagem da besta é formada? [Congregação: “Sim”].

Vemos, portanto, que esses dois versos da profecia claramente não se cumprem na ordem em que as declarações aparecem. Concordam? [Congregação: “Sim”].

Agora o verso 13:

“Também opera grandes sinais, de maneira que até fogo do céu faz descer à Terra, diante dos homens.”

Essa parte da profecia se cumpre antes da formação da imagem da besta? [Congregação: “Não”]. Todos nós que já lemos o “Volume IV” [O Grande Conflito] sabemos que essa descrição se refere a uma das últimas coisas que ocorrerão antes de Satanás vir em pessoa. 

Vocês que leram o “Volume IV” sabem – e quem não leu leia para saber – que essa descrição corresponde a um dos últimos eventos antes da aparição pessoal de Satanás, se não o último, de fato. O “Volume IV” não diz categoricamente se isso terá lugar antes ou depois de Satanás aparecer pessoalmente. 

No entanto, aceitando a visão mais extrema possível do evento, pode-se dizer que ele faz parte das coisas que ocorrerão quando os próprios poderes dos instrumentos satânicos estiverem agindo com a maior intensidade possível para enganar, se possível, os próprios escolhidos. 

Esse milagre é operado para provar aos filhos de Deus que eles estão errados em guardar o sábado. Esse milagre é operado como teste decisivo, e será um dos últimos acontecimentos antes da saída do decreto de morte; se não o último antes disso, certamente será um dos últimos. 

A luta será entre os poderes da Terra e o Senhor; entre os que se entregam aos poderes das trevas e lhes prestam obediência e aqueles que obedecem ao Senhor.

Agora, são esses milagres todos operados claramente e especificamente contra o Senhor? É isso o que eles pretendem fazer? [Congregação: “Não”]. São operados por aqueles que aberta e ostensivamente negam Jesus Cristo? [Congregação: “Não”]. Por quem então? Por aqueles que professam ser Cristo. 

“Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios” (Mt 24:24). Isso será feito por aqueles que professam ser representantes de Jesus Cristo, que Cristo está com eles e que Deus é o Deus daquele lado da controvérsia. 

Mas isso será desmentido, e essa pretensão ficará desmascarada pela ação daqueles que conhecem o Senhor. Mas esse desafio será lançado. Houve uma disputa certa vez para provar se o Senhor era Deus ou se o Sol era deus, ou seja, Baal. O teste que decidiu naquela época, entre o povo, se Elias era um homem de Deus, e que Deus era o Deus verdadeiro, e não o Sol – não Baal –, esse teste foi fogo que desceu do céu.

Agora o teste surge novamente, mas desta vez ele será feito para enganar; e será efetuado por aqueles que afirmam agora pertencer a Baal, ou melhor dizendo, por aqueles que realmente são servos de Baal, que professam que Baal é deus – mas trata-se de Satanás, naturalmente. 

Estes apresentarão o seguinte desafio a vocês e a mim: “Então, vocês dizem que a Bíblia é Palavra de Deus. Este é o fundamento de vocês? “Sim, senhor”. “Vocês afirmam que Deus é o Deus de vocês?” “Sim, senhor”. “E que o sábado deve ser guardado porque é o sinal daquilo que Deus é para o homem e daquilo que Cristo é para o homem?” “Sim, senhor, essa é exatamente nossa posição”. “Pois bem. 

Um teste foi apresentado uma vez no passado que decidiu essa questão. Trata-se daquele fogo que desceu do céu. Ele decidiu naquela época que o Senhor era o Deus verdadeiro. Então, colocamos diante de vocês, com base na própria afirmação de vocês, o mesmo desafio. 

Propomos esse desafio para que a questão fique resolvida. Nosso desafio é claro e justo: Se nós somos homens de Deus, se Deus é nosso Deus, e não o de vocês, se somos homens de Deus, que fogo desça do céu sobre a Terra”.

E o que acontece então? Fogo desce. “Também opera grandes sinais, de maneira que até fogo do céu faz descer à Terra, diante dos homens”. As pessoas o verão, e o sinal é operado para decidir a questão – para decidir que eles são o povo de Deus, que eles são homens de Deus. 

E quando o verdadeiro povo de Deus afirmar que esse não é o teste, que isso não prova nada, eles dirão então: “Bem, vocês precisam se firmar na própria evidência de vocês. Vocês dizem crer na Bíblia, que ela é o fundamento de vocês; e vocês hão de concordar que esse teste já decidiu essa questão uma vez”. “Sim, senhor”.

“Mas agora que fazemos a mesma coisa, vocês negam que isso tenha algum peso para decidir a questão. Que sentido tem continuar arrazoando com pessoas desse tipo? Vocês retrocedem diante da mais clara evidência, apoiada naquilo que vocês mesmos declaram ser o fundamento de vocês. Existe algo mais a fazer senão matar pessoas assim? Não tem como discutir com vocês mais. 

O destino do mundo, as pragas, as pestilências e todas essas coisas estão acontecendo com as pessoas por causa da loucura de vocês; tudo porque vocês se recusam a se submeter e ceder. Vocês são obstinados. Tudo tem que ser do jeito que vocês querem. 

Agora, a fim de salvar a preciosa vida de pessoas, a única coisa que nos resta fazer é eliminar vocês do caminho”. Portanto, afirmamos, e vocês podem perceber pela leitura, que isso não acontece antes que a imagem da besta seja formada. O evento ocorrerá depois disso.

Irmãos, chegou o tempo de não somente lermos o “Volume IV” [O Grande Conflito], mas de lê-lo várias vezes para estarmos cientes das circunstâncias dos eventos como de fato são. Está na hora de lê-lo. Não podemos nos dar ao luxo de não o ler.

Vocês percebem, então, que os três versos que acabamos de ler não se cumprem na ordem em que as declarações são feitas?

Vamos continuar com a leitura: “Seduz os que habitam sobre a Terra por causa dos sinais que lhe foi dado executar diante da besta”. Vamos ler agora outro texto que se encontra no capítulo 19 de Apocalipse, e que faz referência à vinda do Senhor. Versos 19 e 20:

“E vi a besta, e os reis da Terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra Àquele que estava assentado sobre o cavalo e ao Seu exército. E a besta foi presa e, com ela, o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem” (ARC).

Alguém chamou minha atenção outro dia para outra tradução – não sei se é a Versão Revisada [em inglês] ou alguma outra – que diz: “O falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que haviam recebido o sinal da besta e haviam adorado a sua imagem”.

[Pastor D. T. Bourdeau: “No francês é assim também”].

Pastor Jones: Essa versão tem o mesmo pensamento. Isso nos mostra, então, que os sinais, ou milagres, foram operados com o objetivo de enganar aqueles que tinha a marca da besta. Mas será que as pessoas recebem a marca da besta antes da formação da imagem? Sob a proclamação da mensagem e da responsabilidade que ela traz, será que as pessoas serão cobradas por receber a marca da besta e por adorá-la antes que a imagem seja formada e se proponha a obrigar as pessoas a fazer isso? Não. 

Vimos em nossos estudos aqui que antes da formação da imagem havia uma maneira de escapar da adoração à besta. O caminho estava aberto para quem quisesse se recusar a fazer isso. Contudo, após a formação da imagem, não há uma opção que permita alguém recusar-se a adorar a besta, porque não haverá nenhum lugar do mundo em que o poder da besta não seja encontrado. 

Consequentemente, quando isso acontecer, não haverá mais escapatória. Nesse momento, então, as pessoas se tornarão responsáveis por adorarem a besta ou sua imagem. Não haverá escapatória. A única solução será voltar-se para Deus. Chegará o momento então em que a decisão será bem clara – só se poderá decidir entre Deus e os poderes da Terra.

Leiam novamente o capítulo 16 de Apocalipse. Ali, a ameaça das pragas é feita contra as pessoas por causa da adoração da besta e de sua imagem. No período da sexta praga, lemos o seguinte nos versos 13 e 14: “Então, vi sair [três espíritos imundos semelhantes a rãs] da boca do dragão, da boca da besta e da boca” ... de quem? Não é assim que o texto diz: “Então, vi sair da boca do dragão e da boca da besta três espíritos imundos semelhantes a rãs, e eles enganaram as pessoas para que formassem o falso profeta”? [Congregação: “Não”]. 

O que é o falso profeta, em outras palavras? [Congregação: “A besta de dois chifres”]. A imagem da besta é o falso profeta, conforme está relatado naqueles versos de Apocalipse 19:

“E vi a besta, e os reis da Terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra Àquele que estava assentado sobre o cavalo e ao Seu exército. E a besta foi presa e, com ela, o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem” (ARC). No capítulo 13, verso 12, lemos:

“Exerce toda a autoridade da primeira besta na sua presença. Faz com que a Terra e os seus habitantes adorem a primeira besta, cuja ferida mortal fora curada.”

Quem é o falso profeta então? A imagem da besta.

Portanto, esses espíritos são espíritos de demônios. O verso seguinte diz:

“Porque eles são espíritos de demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso.”

Mas de onde vêm esses espíritos operadores de sinais? Eles vêm de certos lugares para operar esses milagres. Esta é a verdade, não é? Eles vêm desses lugares para ajuntar as pessoas para a peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso. 

Esses espíritos de demônios vêm, nessa época, junto com esse poder que opera sinais; eles vêm como operadores de milagres para realizar determinada obra. De onde eles vêm? Da besta e do falso profeta (ou imagem da besta). Então, com base nesses testemunhos e nesses dois versos, não fica claro que os sinais de engano, os grandes sinais realizados para seduzir as pessoas, vêm depois da formação da imagem e não antes dela com o objetivo de formá-la? [Congregação: “Sim”].

Bem, vamos ver se estamos certos. Testemunho 32, página 207:

“Para garantir a popularidade, os legisladores cederão à exigência de uma lei dominical.” Cederão? Eles já o fizeram. Isso está cumprido? [Congregação: “Sim”]. Isso já foi cumprido. Eles já o fizeram; e isso é tão certo que eles afirmaram publicamente ter agido assim com esse propósito. 

A evidência, melhor do que qualquer outra que já tivemos no passado, se encontra nesse pequeno panfleto: “O Cativeiro da República”. Trata-se de um relatório da audiência perante a Comissão sobre o Projeto de Lei para o Fechamento da Feira Mundial aos Domingos, sobre o qual discuti em meu segundo estudo. 

O documento está saindo do prelo. O título é “O Cativeiro da República”. A ideia ali contida é que as igrejas capturaram a república e a mantêm no cativeiro preparado por elas. O material traz as recentes declarações dos próprios parlamentares, membros daquela comissão, e não apenas aquelas proferidas por Hiscock e Hawley e as do último verão. 

Esses novos membros ouviram relutantemente nossos argumentos. Não queriam ouvir de boa vontade, mas tiveram que ouvir. O teor das declarações é que não deviam ir adiante naquela direção, pois temiam que a feira fosse prejudicada, e o país como um todo. 

Temiam a reação da igreja. Isso foi repetido várias vezes nas declarações, e de diferentes maneiras. Portanto, temos evidências mais sólidas ainda do que as do último verão. Eles confirmam o que foi feito nessa época pelos mesmos motivos e ratificam a decisão pela mesma razão. Temos então várias confirmações do cumprimento profético. Se alguém deseja provas, elas estão aí.

Vamos continuar a leitura do Testemunho 32:

“Os que temem a Deus não podem aceitar uma instituição que viola um preceito do decálogo.”

Será que essa instituição que foi oficializada por esses homens, a fim de garantirem popularidade e apoio, se refere, de alguma forma, a um preceito do decálogo? [Congregação: “Sim”]. Eles mencionam algum preceito do decálogo ao tomarem essa ação? [Congregação: “Sim”]. “Os que temem a Deus não podem aceitar”. Ouviram bem isso? [Congregação: “Amém!”].

“Os que temem a Deus não podem aceitar uma instituição que viola um preceito do decálogo.”

Essa instituição viola tão completamente um preceito do decálogo que nunca poderia ser estabelecida sem eliminar do caminho o preceito do decálogo e alterá-lo inteiramente. 

Não é um preceito paralelo ao outro. Eles não promulgaram uma lei dominical que tenha seus próprios méritos, mas deliberadamente estabeleceram o preceito de Deus e retiraram dele o que Deus colocara ali, e inseriram nele o que a Igreja Católica instituiu no lugar dele.

“Nesse campo de batalha é travado o último grande conflito da controvérsia entre a verdade e o erro.”

A batalha está consolidada, e cumpre-nos sair desta assembleia e estar no meio dela. “Não fomos deixados em dúvida quanto à questão. Agora, como nos dias de Mordecai, o Senhor há de reivindicar Sua verdade e Seu povo. Por meio do decreto que impõe a instituição do papado, em violação à lei de Deus, nossa nação se desligará completamente da justiça.”

Outro ponto: Quero lhes perguntar se isso já se cumpriu. Lembre-se de que o seguinte foi escrito em 1885:

“Quando o protestantismo estender a mão através do abismo para apertar a mão do poder romano, [...].”

Faz-se aqui uma referência ao futuro – “Quando [...] estender”. Em 1844, afirmou-se: “Ele estenderá”. Este testemunho diz: “Quando [...] estender”. Aquele pequeno testemunho, dado um ano atrás, dizia: “Ele está estendendo”. 

A ação já estava acontecendo. Nós sabemos agora que ele já fez isso, não é verdade? Vamos ler o que se encontra no Testemunho de núm. 33, página 240: “Quando nossa nação repudiar os princípios de seu governo a ponto de promulgar uma lei dominical, o protestantismo, por meio desse ato, dará as mãos ao papado.”

Mas o protestantismo deu as mãos ao papado ao instituir o domingo por meio de legislação. Esse ato não mostra claramente que eles se uniram ao papado para realizar essa obra? O que o testemunho diz já se cumpriu então, não é verdade? [Congregação: “Sim”]. Então o Testemunho se cumpriu até esse ponto, certo? [Congregação: “Sim”].

Vamos continuar a leitura do mesmo parágrafo do Testemunho núm. 33, página 240:

“Quando nossa nação repudiar os princípios de seu governo a ponto de promulgar uma lei dominical, o protestantismo, por meio desse ato, dará as mãos ao papado. Tal ação não será nada mais do que dar vida ao tirano que há tempos vem ansiosamente esperando a oportunidade para ressurgir com vigoroso despotismo.”

Vimos em outros estudos, e por meio dos mais recentes Testemunhos que chegaram até nós, que é mediante a influência do governo dos Estados Unidos que todas as nações retornam ao papado; e quando isso acontecer, é por meio deste país que vida é dada àquele espírito tirânico que se estenderá a todo o mundo. Portanto, já chegamos a esse ponto agora, não chegamos? [Congregação: “Sim”]. Vamos ver o que nos resta. Nesse contexto, temos algo ainda pela frente. 

Lemos o seguinte na página 207 do Testemunho de núm. 32:

“Quando transpormos o abismo para dar as mãos ao espiritismo [...].”

No que diz respeito à união com o papado, isso já está cumprido, certo? [Congregação: “Sim”]. Resta ainda a união com o espiritismo.

“Quando transpormos o abismo para dar as mãos ao espiritismo [...]. Quando, sob a influência dessa tríplice união, nossa nação repudiar cada princípio de sua Constituição como governo protestante e republicano, [...].”

Quando eles se uniram ao papado, o objetivo foi estabelecer a instituição papal. Conforme nos diz o testemunho publicado no Bulletin, o memorial de Deus foi posto de lado e o falso sábado foi colocado em seu lugar. Com esse ato, o protestantismo uniu-se ao papado e estabeleceu a instituição do papado no lugar da instituição divina. 

Até esse ponto, tudo já foi cumprido, quando protestantismo e papado deram as mãos. O próximo passo agora será dar as mãos ao espiritismo, ou espiritualismo. 

Então, “sob a influência dessa tríplice união”, cada princípio do governo, construído sobre os pilares do protestantismo e republicanismo, será repudiado. Um governo republicano é um governo do povo, não monárquico. Qual é o propósito de Satanás ao operar todos esses sinais? Antes, porém, lerei o restante da citação:

“Quando, sob a influência dessa tríplice união, nossa nação repudiar cada princípio de sua Constituição como governo protestante e republicano, e fizer provisões para a propagação das falsidades e enganos, então podemos saber que chegou o tempo para as extraordinárias operações de Satanás e que o fim está próximo.”

Agora, por que razão e com que propósito Satanás opera esses sinais milagrosos? Não é para provar que ele é Cristo? [Congregação: “Sim”]. “Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos” (Mt 24:24). Satanás se coloca no lugar de Cristo.

“Cristo é rei”, não é? [Congregação: “Sim”]. Quando Satanás, por meio desses milagres, se coloca no lugar de Cristo, ele está se fazendo rei, certo? [Congregação: “Sim”]. 

Quando isso acontecer, então, os fatos não negarão que cada princípio do governo republicano terá sido removido, e uma monarquia, estabelecida. Assim, o objetivo do espiritualismo é preparar o caminho para a pretensa vinda de “Cristo” e o estabelecimento de seu reino na Terra.

Considerando o que já foi feito até o momento, será fácil tomar o próximo passo e reconhecer esse “Cristo” como rei. Os movimentos dos Reformadores Nacionais em sua militância para conseguirem o que querem e a ação dos que reconhecem a força do fato de esta nação ter se tornado uma “Nação Cristã”, tudo isso revela o princípio e a força que vão nortear os passos a serem tomados para a união com o espiritualismo. 

Quando isso ocorrer, quando o caminho for aberto e “Cristo” reconhecido como rei, Satanás ficará livre para vir como cristo, estabelecer seu reino aqui, operar todas essas maravilhas e levar o mundo para seu lado. Então o clamor será – o “Volume IV” [O Grande Conflito] mostra a cena –: “Cristo veio! Cristo veio!”

Vocês percebem, então, que tudo isso nos mostra que a operação de Satanás, por meio do espiritismo e das maravilhas e milagres enganadores, ocorre depois da formação da imagem da besta, conforme diz a profecia? Apocalipse 13:14-17:

“Seduz os que habitam sobre a Terra por causa dos sinais que lhe foi dado executar diante da besta, dizendo aos que habitam sobre a Terra que façam uma imagem à besta, àquela que, ferida à espada, sobreviveu; e lhe foi dado comunicar fôlego à imagem da besta, para que não só a imagem falasse, como ainda fizesse morrer quantos não adorassem a imagem da besta. 

A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome.”

Vocês percebem, então, que, até o verso 15, nenhum dos versos se cumpre na ordem em que as declarações são feitas. “Bem”, alguém pode dizer, “por que então os fatos são apresentados dessa forma? Como podemos saber, então, como as coisas ocorrerão precisamente? O “Volume IV” [O Grande Conflito] nos fala sobre isso também na página 443:

“A fim de sabermos o que é a imagem, e como deve ser formada, precisamos estudar as características da própria besta: o papado.”

Precisamos aprender sobre o cumprimento da profecia e estar em condições de identificar as ações da segunda besta com base em nosso conhecimento da primeira besta, da qual a segunda é imagem. 

Em outras palavras, não devemos conhecer a respeito do cumprimento desta profecia com base apenas na própria profecia; mas precisamos identificar o seu cumprimento a partir do registro da natureza, operação e inclinações da primeira besta, da qual a segunda é apenas uma imagem. 

Vocês percebem, então, que, para sabermos quando essas passagens se cumprem, quando cumprem suas especificações, precisamos nos familiarizar com a original, ou seja, com a primeira besta; e bem familiarizados com ela, de maneira que, quando alguma dessas características surgir, possamos identificar sua natureza, pois já conhecemos a original. Assim, conhecendo sua procedência, poderemos evitá-la.

Há uma particularidade nesta profecia não encontrada em muitas outras. Há muitas profecias, como as de Daniel, capítulo 7, relacionadas com a queda de Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma, etc. Nessas profecias, o investigador podia ver seu cumprimento no evento, e podiam estar perfeitamente seguros quanto à interpretação. 

Em outras palavras, era seguro para o estudante da profecia, familiarizado com as Escrituras, concluir, com base no próprio evento, que a Medo-Pérsia cumpria a profecia relacionada com o poder mundial que sucederia à Babilônia? Sim. 

Eles podiam ver o cumprimento no próprio evento. Mas fiquem atentos: temos aqui uma profecia relacionada com o fim do mundo, cujo cumprimento se dá em meio ao turbilhão de eventos que conduzem ao fim do mundo; e a pessoa que esperar vê-la cumprida antes de agir, perceberá que será tarde demais.

Portanto, esta é uma profecia que Deus deseja que conheçamos muito bem com antecedência, de modo que possamos investigá-la sob uma ótica correta, e não fiquemos para trás quando ela se cumprir. Para alcançar esse propósito, o Senhor nos fornece um quadro de acontecimentos ocorridos na história, eventos passados, cumpridos diante dos olhos dos homens mediante lento processo. 

O desejo de Deus é que estudemos esse lento processo histórico para que fiquemos plenamente familiarizados com os princípios que foram estabelecidos e com seus resultados. 

Ele quer que conheçamos bem todas essas coisas e suas sérias implicações, de modo que, ao primeiro sinal de sua existência aqui, possamos estar cientes de seus desdobramentos com muita antecedência, e, assim, ter tempo mais do que suficiente para ficarmos precavidos e não permitirmos ser iludidos.

É por essa razão que o Senhor não quer que busquemos o cumprimento desta profecia na própria profecia; porque se esperarmos por isso, os aspectos mais importantes no cumprimento da profecia serão aqueles dos quais dependem nossa salvação no exato momento em que estiverem se cumprindo. 

Se nesse momento estivermos do lado do erro, se estivermos atrasados, simplesmente seremos deixados. Deus coloca claramente diante de nós os fatos históricos relacionados com a besta em sua plenitude, suas operações, para que nós, ao investigarmos tudo isso, possamos identificar a imagem em todas as suas fases e atuações. 

Qualquer sinal dessa natureza já é suficiente, pois já conhecemos do que se trata, bem como os princípios envolvidos. Quando virmos qualquer indício da operação desses princípios, poderemos dizer: “Isso é um sinal da imagem da besta. 

A imagem da besta está por detrás disso, e devo evitar qualquer associação com isso de agora em diante e até o final do mundo”. Se eu observar o desenvolvimento dos eventos que já se iniciaram – e sabemos que refletem o espírito e os princípios do papado quando este se iniciou –, se eu fizer isso e evitar tudo que tenha que ver com ele em todo tempo, estarei em terreno seguro. 

Se não fizer isso, estarei em terreno perigoso.

Portanto, o Espírito de Profecia nos diz que, se quisermos conhecer sobre a imagem, precisamos estudar a besta original. E aqueles que estão observando a imagem dessa forma estarão em condições de identificar o aspecto malévolo ligado a cada uma de suas fases; não importa como e onde o passo é dado, e não importa quão de longe lembre as ações da primeira besta. 

E Deus deseja que estejamos tão bem familiarizados com a original que possamos detectar a imagem, mesmo que seu brilho seja quase indistinto.

Irmãos, essas coisas são importantes e devemos considerá-las e conhecê-las, para não sermos vencidos, nem pegos desprevenidos em nada e em nenhum movimento, mas sempre à frente graças ao conhecimento e à luz que o Espírito de Deus nos dá.

Faço questão de repetir. Conhecendo a natureza do redemoinho de eventos nestes últimos dias, e a rapidez com que se desenrolam, a única maneira de estamos seguros é estarmos à frente de toda essa conjuntura. 

E Deus, a fim de nos preparar para isso, desvendou diante de nossos olhos toda evidência do lento processo histórico da besta. Deus desenhou isso em detalhes, de modo que podemos investigar o assunto com tempo. 

E, neste estudo, de como o processo ocorreu lentamente até seu amadurecimento pleno e a ruína por ela causada no passado, podemos, pela iluminação do Espírito de Deus, sempre estar à frente em relação aos eventos que estão ocorrendo agora, de maneira que, quando eles vierem, mesmo que velozmente, apenas nos alegraremos pelo fato de conhecermos de antemão o que isso tudo significa.

Isso é tudo o que tenho a dizer sobre esse encadeamento profético, especificamente esta passagem. Eu realmente achei necessário fazer esses comentários, pois muitas perguntas nos chegaram sobre o tema; assim, quis chamar a atenção de vocês para essas coisas antes de nos separarmos.

Vamos apresentar agora um esboço apenas do que deve acontecer depois dessas coisas, com base no livro de Apocalipse. A mensagem do terceiro anjo nos adverte contra a besta e sua imagem e o perigo de bebermos o vinho da ira de Deus. A isso segue-se a vinda do Salvador para ceifar a seara da Terra, e vemos o povo de Deus em pé sobre o Monte Sião. Esse é o esboço de eventos desde o momento atual até a vitória final.

Então, o capítulo 16 descreve as pragas, ou flagelos. O capítulo 17 se refere a Babilônia, a grande, a mãe. No capítulo 18 temos a mensagem de advertência, os tempos de refrigério, a chuva serôdia, a Terra sendo iluminada com a glória de Deus, o chamado para sair de Babilônia por esta estar caída e ter se tornado morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável, para que o povo de Deus não participe de seus flagelos, pois Deus Se lembrou dos atos iníquos que ela praticou. O relato continua apresentando o julgamento concreto de Deus sobre a grande Babilônia até sua ruína e perdição completa.

No capítulo 19, vocês se lembram, temos a voz de numerosa multidão no Céu entoando o seguinte cântico:

“A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus, porquanto verdadeiros e justos são os Seus juízos, pois julgou a grande meretriz que corrompia a Terra com a sua prostituição e das mãos dela vingou o sangue dos Seus servos” (v. 1, 2). 

A passagem continua:

“Os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes prostraram-se e adoraram a Deus, que Se acha sentado no trono, dizendo: Amém! Aleluia! Saiu uma voz do trono, exclamando: Dai louvores ao nosso Deus, todos os Seus servos, os que O temeis, os pequenos e os grandes. Então, ouvi uma como voz de numerosa multidão, como de muitas águas e como de fortes trovões, dizendo: Aleluia! Pois reina o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso. Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou, pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos. Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de Deus” (v. 4-9).

Na sequência, João vê o céu aberto, um cavalo branco, a vinda de Cristo, a destruição das nações da Terra, a besta e sua imagem sendo lançadas no lago de fogo e os restantes sendo mortos.

No capítulo 20, ocorre a prisão de Satanás e a ressurreição dos justos. Ao final dos mil anos, ocorre a ressurreição dos ímpios, seu julgamento e destruição. O capítulo 21 anuncia a nova Terra e a cidade santa sobre ela. No capítulo 22, lemos:

“Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela, estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os Seus servos O servirão, contemplarão a Sua face, e na sua fronte está o nome Dele. Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos” (v. 3-5). Irmãos, vocês puderam perceber que, a partir da mensagem de Apocalipse 14, ou seja, a par-

tir do registro da mensagem do terceiro anjo, quando a imagem da besta é formada, o resto do livro de Apocalipse é uma história direta, uma clara sequência de eventos. 

A partir da formação da imagem da besta e da pregação literal da mensagem do terceiro anjo, que deve ocorrer ao deixarmos esta assembleia, o resto do livro de Apocalipse é uma história contínua e ininterrupta, chegando até o final do livro. Vocês percebem isso? [Congregação: “Sim”]. Um evento seguir-se-á ao outro em decorrência dessas mensagens. É assim que se encerra o livro, e vocês sabem disso muito bem.

Há outra mensagem que gostaria de ler relacionada com o tempo presente, que vocês vão reconhecer. Ela se encontra em Testemunhos para a Igreja, volume 1, página 186, e fala sobre a mensagem a Laodiceia:

“O propósito dela é despertar o povo de Deus, revelar-lhe suas apostasias e levá-lo a um zeloso arrependimento, a fim de que possa ser favorecido com a presença de Jesus e estar habilitado para o alto clamor do terceiro anjo. 

À medida que essa mensagem tocava o coração, ela conduzia a profunda humildade diante de Deus. Anjos eram enviados em toda direção para preparar corações incrédulos para a verdade. A causa de Deus começou a erguer-se, e Seu povo estava consciente de sua posição.”

Estamos nesse ponto da história. Deus disse: “Levanta-te”, não disse? [Congregação: “Sim, senhor”]. Ele nos trouxe até a mensagem que nos diz: “Levanta-te, resplandece, porque já vem a tua luz” (Is 60:1, ARC). Já chegou o tempo para nos levantarmos. Nós já nos levantamos, pois foi o que Ele nos pediu e é o que Ele diz. 

Já nos levantamos, pois não devemos esquecer que, quando Ele profere Sua palavra e nós nos submetemos a ela, essa palavra é cumprida. Ele pede que nos levantemos. Nossa resposta deve ser: “Estamos nos levantando”, e logo nos veremos erguidos. Sua palavra nos ergue. Ele pede que brilhemos. 

Nossa resposta deve ser: “Senhor, vamos brilhar”, e é isso que ocorrerá. No início do mundo, quando Deus disse: “Haja luz”, houve luz. Agora Ele diz: “Levanta-te”. Essa palavra, se depositarmos nossa confiança nela, há de nos erguer. Ele diz: “Resplandece”. 

Essa palavra, se nos submetermos a ela, há de nos fazer resplandecer. A palavra de Deus que nos diz para resplandecer hoje tem em si tanta luz quanto a que havia nas palavras: “Haja luz”, na criação do mundo. Essa palavra traz consigo luz, e quando nos submetemos a essa palavra, Deus proverá para que resplandeçamos.

Mas eu gostaria de chamar a atenção de vocês especialmente para aquela parte do testemunho que diz que “anjos eram enviados em toda direção para preparar corações incrédulos para a verdade”. No tempo presente, os anjos de Deus já saíram. Eles foram enviados. O que vamos fazer?

Ao sairmos desta reunião, dependendo do poder de Deus, sairemos com poder, com a presença Dele e com Sua glória sobre nós, na esperança de que Ele Se manifeste do modo como Ele desejar e no tempo em que Ele achar melhor. Temos a garantia de que Ele enviou Seus anjos a nossa frente. Assim, podemos ir avante, certos de que encontraremos corações que os anjos já prepararam.

Então, irmãos, nossa missão não é mais “despertar o interesse”. Percebem isso? Não temos 

nada mais que ver com essa questão de despertar o interesse e fazer alarde para despertar o interesse. O interesse já está despertado. Deus quer que aproveitemos o interesse, e não que despertemos o interesse. Cumpre-nos aproveitar o interesse. Isso é o que Deus pede de nós.

Então, quando Ele nos envia, precisamos ir com essa promessa que está diante de nós; e ir a fim de realizar a obra que Deus já nos preparou em todas as direções. Esta é nossa posição atual. Não é o mesmo que ocorreu nos dias dos apóstolos? 

Quem dera se tivéssemos mais seis semanas para continuarmos nossos estudos; assim poderíamos estudar o livro de Atos e ver como Deus atua quando o caminho está desimpedido para Ele agir à Sua maneira. Mas vocês podem estudar o livro de Atos por conta. 

Este é nosso livro didático agora. Ele nos mostra como Deus agiu quando derramou a chuva temporã. Esse livro nos mostra como Deus agirá agora no tempo da chuva serôdia. Aqui está um exemplo do que ocorreu naquela época. Atos 16, a partir do verso 4:

“Ao passar pelas cidades, entregavam aos irmãos, para que as observassem, as decisões tomadas pelos apóstolos e presbíteros de Jerusalém. Assim, as igrejas eram fortalecidas na fé e, dia a dia, aumentavam em número. E, percorrendo a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia, [...].”

Lemos aqui que eles foram impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia! E o interessante é que Deus os havia enviado para pregar o evangelho a toda criatura! “Defrontando Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu” (v. 7).

Aquela era uma época de homens que sabiam o que significava a direção do Espírito de Deus. Vocês e eu precisamos ser como eles também. [Congregação: “Amém”]. 

E é isso o que os Testemunhos revelam; e é isso o que aprendemos nos estudos desta assembleia. Se vocês não estão ainda preparados para reconhecer a direção e orientação do Espírito de Deus, então não saiam deste lugar antes de terem essa experiência. É o que Deus espera de cada um de nós.

Bem, eles não podiam pregar mais na Ásia, nem conseguiam ir a Bitínia. Tudo que podiam fazer era ir, tanto quanto lhes fosse possível, na direção que lhes estava aberta; e foi assim que desceram a Trôade. Aquele era o limite. Não haviam conseguido pregar em nenhum lugar que ficara para trás. 

O caminho estava impedido à direita e à esquerda; e ali estavam eles, à beira-mar. O que fazer? O Senhor, então, lhes disse o que fazer. Continuemos a leitura, do verso 8 até o 14: “E, tendo contornado Mísia, desceram a Trôade. 

À noite, sobreveio a Paulo uma visão na qual um varão macedônio estava em pé e lhe rogava, dizendo: Passa à Macedônia e ajuda-nos. Assim que teve a visão, imediatamente, procuramos partir para aquele destino, concluindo que Deus nos havia chamado para lhes anunciar o evangelho. Tendo, pois, navegado de Trôade, seguimos em direitura a Samotrácia, no dia seguinte, a Neápolis e dali, a Filipos, cidade da Macedônia, primeira do distrito e colônia. 

Nesta cidade, permanecemos alguns dias. No sábado, saímos da cidade para junto do rio, onde nos pareceu haver um lugar de oração; e, assentando-nos, falamos às mulheres que para ali tinham concorrido. Certa mulher, chamada Lídia, da cidade de Tiatira, vendedora de púrpura, temente a Deus, nos escutava; o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia.”

Por que o Senhor queria que eles passassem à Macedônia? Para satisfazerem o interesse que os anjos do Senhor já haviam despertado.

Cornélio, também, estava procurando o Senhor. Um anjo lhe apareceu e lhe disse que enviasse mensageiros em busca de Pedro, que lhe daria uma mensagem de salvação. Pedro foi até Cornélio, mas somente com o objetivo de satisfazer um interesse que já havia sido despertado. Filipe, também, recebeu ordens para atravessar a Judeia a fim de se encontrar com o eunuco e satisfazer o interesse que já havia sido despertado em sua mente e coração.

Isso é o suficiente sobre esse ponto. Esses exemplos mostram que o livro de Atos, de hoje em diante, é nosso livro didático sobre a obra de Deus. Ele nos mostrará como conduzir a obra e que lugares Ele quer que trabalhemos. E irmãos, tenhamos em mente que o que Deus diz é verdade em todo o tempo e lugar.

Vamos voltar para Isaías e ler uma passagem que mostra o que o Senhor quer que façamos e o que Ele tem para nós. Vocês lembram que eu mencionei o capítulo 60 de Isaías? Vamos ler agora os dois últimos versos:

“Todos os do teu povo serão justos, para sempre herdarão a terra; serão renovos por Mim plantados, obra das Minhas mãos, para que Eu seja glorificado. O menor virá a ser mil, e o mínimo, uma nação forte; Eu, o Senhor, a seu tempo farei isso prontamente.” Chegamos então ao capítulo 61:

“O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados; a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os que choram.”

Vamos ler agora os dois últimos versos desse capítulo e continuar com o capítulo 62:

“Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegra no meu Deus; porque me cobriu de vestes de salvação e me envolveu com o manto de justiça, como noivo que se adorna de turbante, como noiva que se enfeita com as suas joias. Porque, como a terra produz os seus renovos, e como o jardim faz brotar o que nele se semeia, assim o Senhor Deus fará brotar a justiça e o louvor perante todas as nações.”

É isso que Ele vai fazer neste tempo. “Por amor de Sião, não Me calarei e, por amor de Jerusalém, não Me aquietarei”. O que vocês têm a dizer? Certamente vocês têm medo de se cansarem, não é mesmo? “Oh, sim, já faz muito tempo que estou trabalhando. Acho melhor voltar para casa e descansar”. O melhor é vocês ficarem onde estão e descansarem. Fiquem ali e trabalhem enquanto vocês descansam.

“Por amor de Sião, não Me calarei e, por amor de Jerusalém, não Me aquietarei, até que saia a sua justiça como um resplendor, e a sua salvação, como uma tocha acesa”. 

Irmãos, quero lhes dizer que, se vocês adotarem a reforma de saúde e viver de acordo com o ideal de Deus, vocês não precisarão descansar. Vocês trabalharão enquanto descansam, e não precisarão de férias. Posso dizer isso por experiência própria. Vocês sabem tanto quanto eu que nos últimos três anos venho trabalhando o tempo todo, e não tirei nenhumas férias. 

Não precisei delas e não quero sair de férias. Tenho participado de vários institutos e reuniões campais, saindo de um lugar e indo direto para outro, sem qualquer descanso. Mesmo assim, ganhei peso e força todo esse tempo. 

Eu vou deixar esta assembleia da Associação Geral, durante a qual tenho trabalhado cada minuto do dia até a meia noite, às vezes; vou deixar esse lugar tão renovado quanto estava quando aqui cheguei. E espero continuar assim. Em vez de se preocuparem com seus órgãos vitais, aprendam a ter vitalidade por meio de uma boa alimentação. 

Cuidar simplesmente dos órgãos vitais não garante que uma pessoa vai conseguir manter esse ritmo; mas se ela mantiver sua vitalidade por meio de uma alimentação saudável, ela vai conseguir trabalhar anos a fio. 

Sigam a reforma de saúde tal qual é, e vocês verão que não faz sentido nenhum tirar férias. Então podemos fazer isso, conforme Ele disse: “Por amor de Jerusalém, não Me aquietarei”. Sou ousado para falar sobre o assunto da reforma de saúde porque acho que sou um bom exemplo.

“Bem”, alguém pode dizer, “você tem uma digestão muito boa”. Não, senhor. Meu estômago é frágil – isso já há quatro anos –, e tenho que tomar cuidado com ele o tempo todo para ele não ficar todo arruinado. Mas este é o objetivo da reforma de saúde: fazer com que uma pessoa use o seu bom senso e cuide de si mesma.

Então, fiquemos com estas promessas:

“Por amor de Sião, não Me calarei e, por amor de Jerusalém, não Me aquietarei, até que saia a sua justiça como um resplendor, e a sua salvação, como uma tocha acesa. As nações verão a tua justiça, e todos os reis, a tua glória; e serás chamada por um nome novo, que a boca do Senhor designará. Serás uma coroa de glória na mão do Senhor, um diadema real na mão do teu Deus. Nunca mais te chamarão Desamparada, nem a tua terra se denominará jamais Desolada; mas chamar-te-ão Minha-Delícia; e à tua terra, Desposada; porque o Senhor se delicia em ti; e a tua terra se desposará. Porque, como o jovem desposa a donzela, assim teus filhos te desposarão a ti; como o noivo se alegra da noiva, assim de ti Se alegrará o teu Deus. Sobre os teus muros, ó Jerusalém, pus guardas, que todo o dia e toda a noite jamais se calarão; vós, os que fareis lembrado o Senhor, não descanseis, nem deis a Ele descanso” (Is 62:1-6).

Então, quando trabalhamos sem descanso, e não damos a Ele descanso também, posso lhes garantir que algo será realizado:

“Nem deis a Ele descanso até que restabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na Terra. Jurou o Senhor pela Sua mão direita e pelo Seu braço poderoso: Nunca mais darei o teu cereal por sustento aos teus inimigos, nem os estrangeiros beberão o teu vinho, fruto de tuas fadigas. 

Mas os que o ajuntarem o comerão e louvarão ao Senhor; e os que o recolherem beberão nos átrios do Meu santuário” (v. 7-9). “Passai, passai pelas portas; preparai o caminho ao povo; aterrai, aterrai a estrada, limpai-a das pedras; arvorai bandeira aos povos. Eis que o Senhor fez ouvir até às extremidades da Terra estas palavras: Dizei à filha de Sião [esta é nossa mensagem]: 

Eis que vem o teu Salvador; vem com Ele a Sua recompensa, e diante Dele, o Seu galardão. Chamar-vos-ão Povo Santo, Remidos-Do-Senhor; e tu, Sião, serás chamada Procurada, Cidade-Não-Deserta. Quem é Este que vem de Edom, de Bozra, com vestes de vivas cores, que é glorioso em Sua vestidura, que marcha na plenitude da Sua força? [Quem é Este?]. Sou Eu que falo em justiça, poderoso para salvar” (Is 62:10-12; 63:1).

Aqui se faz referência à vinda do Senhor. Os capítulos 63, 64 e 65 de Isaías falam sobre os novos céus e a nova Terra; e o capítulo 66, verso 22, declara que, “como os novos Céus e a nova Terra, que hei de fazer, estarão diante de Mim”, nós também estaremos, “e será que, de uma Festa da Lua Nova à outra e de um sábado a outro, virá toda a carne a adorar perante Mim, diz o Senhor” (v. 23).

Vocês não percebem que os capítulos 60 até 66 de Isaías fazem um paralelo com Apocalipse 13 até o final do livro? Por meio de tudo isso, o Senhor quer nos mostrar o que Ele fará agora.

Bem, irmãos, a Bíblia está repleta das promessas sobre o que Ele fará. Vamos crer nelas. Vamos crer Nele e na mensagem que Ele nos deu. Vamos crer no poder desta mensagem que Ele deu a cada um. Que nenhum de nós saia desta assembleia sem esse poder.


Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem