06 - A Mensagem do Terceiro Anjo – Sermão 6

A mensagem do terceiro anjo

A. T. Jones - Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 3 de fevereiro de 1893, p. 121-129.

Hoje à noite gostaria de fazer um resumo do que já estudamos durante a semana e, a partir daí, prosseguir com um estudo adicional. Na primeira noite, na terça-feira, após eu ter apresentado o relatório da audiência, que nos deu base para todo o estudo que se seguiu, nós analisamos três pontos específicos. Na quarta-feira, discutimos mais três pontos, e na noite passada, mais um. 

Os três pontos da primeira noite, vocês se lembram, nos confinam a dar a mensagem do terceiro anjo conforme está escrita. 

“Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus” (Ap 14:9, 10). 

Esse texto, em si mesmo, revela que chegou o tempo em que a imagem está formada e que a marca deve ser recebida, pois a advertência é contra a adoração da besta e sua imagem e contra o recebimento de sua marca na fronte ou sobre a mão.

O primeiro dos três pontos foi que não nos cabe mais trabalhar da maneira como temos feito até o momento, e que, na obra da mensagem, estamos confinados à pregação da própria mensagem conforme está escrita. No segundo ponto, ressaltei que a imagem está formada e que, em decorrência disso, todo poder terrestre se encontra nas mãos do inimigo da mensagem do terceiro anjo e da causa de Deus, o qual usará todo meio possível para lutar contra o povo de Deus e Sua obra. 

Assim, todo aquele que quiser permanecer firme ao lado de Deus deve se apropriar de um poder maior do que todo o poder do mundo. O terceiro ponto, em síntese, foi o seguinte: ao citar o quarto mandamento na legislação e interpretar esse mandamento como se fosse o primeiro dia da semana, comumente chamado domingo, colocando, assim, o domingo no lugar do sábado do quarto mandamento, as igrejas protestantes deste país, usando a autoridade deste governo, anularam a lei de Deus, tanto quanto é possível a um poder terrestre fazê-lo. 

Por meio desse ato, pode-se dizer que elas repetiram literalmente a ação do papado, a apostasia original, o qual se uniu ao governo para fazer a mesma coisa. Visto que isso foi feito, Deus coloca em nossa boca estas palavras: “Já é tempo, Senhor, para intervires, pois eles anularam a Tua lei” (Sl 119:126, trad. lit. KJV). E isso nos leva a considerar outro ponto, a saber: visto que todo o poder da Terra está arregimentado contra Deus, Seu sábado e Seu povo que o guarda, esse povo, se quiser vencer afinal, deve possuir um poder maior do que todo o poder da Terra. 

Tal consideração nos levou ao verso que citamos: “Já é tempo, Senhor, para intervires, pois eles anularam a Tua lei”. Portanto, precisamos do poder de Deus. Nossa oração diária deve ser: “Senhor, já é tempo para intervires”. Não podemos fazer absolutamente nada.

Então o primeiro ponto do estudo seguinte foi que essa mensagem é dada tendo em vista o fato de que as pragas cairão sobre aqueles que rejeitarem a mensagem:  “Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus” (Ap 14:9, 10). 

A primeira praga é derramada sobre os que recebem a marca da besta; e na sexta praga os reis da Terra se ajuntam para a peleja do grande dia do Deus Todo-poderoso. Quando essa batalha ocorrer, o Senhor vem e o mundo chega ao seu fim.

“Então, derramou o sétimo anjo a sua taça pelo ar, e saiu grande voz do santuário, do lado do trono, dizendo: Feito está! E sobrevieram relâmpagos, vozes e trovões, e ocorreu grande terremoto, como nunca houve igual desde que há gente sobre a Terra; tal foi o terremoto, forte e grande” (Ap 16: 17, 18).

O ponto que vimos em seguida foi que, na história das nações dos tempos passados, quando uma nação deixava de procurar o Senhor e voltava as costas para Ele, rebelando-se contra Deus, não havia mais lugar para tal nação no mundo. A ruína era a única coisa que se seguia. Como este governo fez a mesma coisa, a ruína será o único resultado.

A propósito, estava lendo os “Special Testimonies” [Testemunhos Especiais] nesta noite e me deparei com uma passagem que expressa tão bem esse ponto que decidi lê-la para vocês. Ela está na página 16 do Testemunho Especial para Ministros e Comissões de Associações. Eis o texto: “O mundo cristão aceitou o filho do papado, o educou e o alimentou, desafiando, assim, a Deus ao remover Seu memorial e estabelecer um sábado rival.”

Quando isso foi feito? Isso foi feito quando eles removeram Seu memorial, desafiando a Deus com a remoção de Seu memorial e o estabelecimento de um falso sábado. Atentem para a citação que lemos outro dia:

“O memorial de Deus foi lançado por terra, e em seu lugar um falso sábado se ergue diante do mundo.”

Mas isso foi feito pelas igrejas, que lançaram mão do poder deste governo para tornar sua obra efetiva. Então, o que esta nação foi levada a fazer pelas igrejas protestantes deste país? Praticar um ato de desafio contra Deus. Quando Belsazar desafiou a Deus ao trazer os vasos sagrados da casa de Deus e desonrá-los em seu culto lascivo, não havia mais utilidade para aquele governo existir no mundo. 

Assim, este governo americano chegou ao mesmo ponto, e ruína é a próxima coisa que o aguarda. Mas a ruína desta nação representa a ruína do mundo, pois a influência desta nação afeta o mundo. Essa ruína se concretiza na vinda do Senhor, e a vinda do Senhor ocorre quando a grande peleja for travada – e estamos bem perto desse evento.

Vimos em seguida que a igreja judaica apóstata se uniu a César a fim de se livrar do Senhor. A igreja romana apóstata se uniu a César a fim de se livrar do sábado do Senhor. E agora as igrejas apóstatas se uniram a César a fim de se livrarem do sábado do Senhor. A única coisa que Deus podia fazer com a igreja judaica apóstata, quando ela se uniu a César, era destruí-la. 

Mas antes de destruí-la, Deus chamou para que saísse dela todos os que desejavam pertencer a Ele. A igreja judaica era composta de igreja e nação, formando uma unidade, de modo que, quando foi destruída, a lição ficou estampada diante do mundo, tanto para igrejas quanto nações. Tanto a nação judaica quanto a igreja judaica voltaram as costas para Deus.

Quando a igreja judaica tirou Deus de seu caminho, a nação judaica estava fazendo a mesma coisa. Quando isso aconteceu, a nação teve que ser destruída. A igreja, porém, devia ser destruída também. Assim, o efeito sobre a igreja e sobre a nação foi o mesmo: a ruína.

Quando a igreja romana seguiu pelo mesmo caminho, tal ação provocou a ruína do império romano. E no momento em que esta nação [os Estados Unidos] seguiu pelo mesmo caminho, a única coisa que resta é a ruína, e ruína para a nação significa ruína para a igreja também. Mas antes que essa ruína iminente ocorra, a mensagem é proclamada: “Sai dela, povo Meu, para que não sejas participante dos seus pecados e para que não incorras nas suas pragas” (Ap 18:4, ARC).

Na noite passada, investigamos sobre o papado, e vimos que sua obra é trazer de volta sob sua influência todas as nações. Quando ele trouxer todas as nações a esse ponto, e se congratular por isso, afirmando: “Estou sentada como rainha. Viúva não sou. Pranto nunca hei de ver”, o que vem imediatamente? As pragas.

Assim, acontecerá com esta nação o mesmo que aconteceu com outras nações ao elas darem as costas a Deus. E nós estamos bem no centro do redemoinho dos eventos que desencadeiam tudo isso. Em breve acontecerá com esta nação a mesma coisa que aconteceu com as outras nações quando se esqueceram de Deus.

Há sete pontos distintos, cada um deles nos conduzindo aos eventos da mensagem do terceiro anjo, cujo propósito é salvar os que forem ser salvos antes do fim do mundo. Não se trata de pontos inventados. Nenhum deles foi inventado. Cada um simplesmente representa a consequência de fatos que estão diante dos olhos de qualquer um neste mundo. Este foi o texto com o qual começamos nossos estudos:

“As pessoas que verão agora o que em breve nos sobrevirá, por meio do que está sendo realizado diante de nós, não mais confiarão em invenções humanas, e sentirão que o Espírito Santo deve ser reconhecido, recebido e apresentado perante o povo.”

Então, todo o meu esforço nestes estudos que estamos tendo tem sido no sentido de observar o que está diante de nós neste mundo e ver o que em breve nos sobrevirá. Não simplesmente o que nos sobrevirá, mas o que em breve nos sobrevirá. Não há como escapar dos fatos que todos no mundo podem ver, e devem ver, quer seus olhos estejam abertos ou não. Se vão crer no que está para vir, esta não é a questão. Eles não podem deixar de ver o que veem. A única escapatória para eles é a mensagem do terceiro anjo.

Agora vamos explorar esse ponto um pouco mais. Precisamos ver o que tudo isso significa para nós. Constatamos que todo o poder desta Terra se encontra no momento sob a influência do papado. Vocês percebem que assim é. Mas quem está no controle do papado? 

Quem está lutando contra a igreja de Deus? Satanás. Por meio de quem ele agiu quando Cristo estava sobre a Terra? Do dragão. Por meio de quem ele atuou quando a igreja estava no deserto? Da besta. Por meio de quem ele opera contra o remanescente? Da imagem. Por meio do dragão, da besta e do falso profeta, a imagem. Esses são os três instrumentos por meio dos quais ele guerreia contra a igreja de Deus, desde o nascimento de Cristo até o fim do mundo.

Então, todos os poderes desta Terra estão nas mãos de Satanás para lutar contra a igreja. Quanto tempo vocês acham que vai passar até que se cumpra aquele verso que diz que Satanás opera “com todo o poder”? Ele já o tem, não é verdade? Todo o poder que a Terra conhece, todo o poder que existe no reino em que Satanás domina, todo o poder que existe nesta Terra está agora em suas mãos. 

Ele vai trabalhar com todo o poder. “Esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira, e com todo engano da injustiça” (2Ts 2:9, 10). 

Com que propósito ele tem esse poder? Não é para usá-lo? Vocês pensam, então, que ele vai ficar na ociosidade por muito tempo, especialmente quando o povo de Deus estiver buscando a Deus e se consagrando a Ele? O que deixa Satanás muito furioso é que os mandamentos de Deus estão sendo guardados e o testemunho de Jesus Cristo está sendo manifestado.

Satanás tem em suas mãos o poder para exercer contra a igreja de Deus, contra Deus, Seu sábado e aqueles que respeitam o Senhor e Seu sábado, porque este é o sinal de fidelidade ao Senhor.

Portanto, repito que todo aquele que for fiel a Deus terá de fazê-lo em presença de todo o poder que há no mundo, todo o poder possível que o mundo conhece. Então, irmãos, a decisão que você e eu precisamos tomar é se vamos seguir avante ou não. Temos que decidir se vamos dar um passo adiante ou parar exatamente agora. 

Nossa decisão de ficar firmes em favor daquilo que professamos e em favor da lei e da fidelidade a nossas crenças deve inevitavelmente ser tomada em presença de todo o poder que este mundo conhece, sendo Satanás aquele que controla e usa tal poder. 

Devemos manter nossa fidelidade a Deus e Sua lei sem o privilégio de qualquer apoio ou proteção humana. Convém que as pessoas que se manterão fiéis à lei de Deus dependam apenas de Deus, já que nada mais existe debaixo do sol de que possam depender.

Devemos advertir as pessoas do mundo contra esse poder, contra suas operações e conduzi-las para longe dele e levá-las a Deus. Será que posso realizar essa obra com algum poder se tenho qualquer ligação com o mundo ou com o mundanismo? [Congregação: “Não”]. 

Se eu participo de um espírito mundano e tenho uma disposição e inclinação mundanas, me pergunto como será possível eu dar a advertência para que as pessoas se separem completamente do mundo. Que força minhas palavras terão para convencer as pessoas a fazer isso? Vocês podem me dizer? 

Podem me dizer como será possível realizar essa obra? Não importa se você é um ministro ou não, se você é apenas um adventista do sétimo dia, ou mesmo apenas um professo adventista do sétimo dia. Para responder a essa pergunta, você não precisa ser um ministro; basta ser um professo adventista do sétimo dia. 

Gostaria de saber como você vai fazer sua profissão valer alguma coisa, ou como você vai ter algum poder de influência sobre as pessoas deste mundo, se você, de alguma forma, está ligado a esse mundo em espírito, em mente, em pensamento, em desejos, em inclinações. Não, isso não é possível. Qualquer conexão com o mundo, seja ela tão fina quanto a espessura de um fio de cabelo, roubará de você o poder que é necessário para fazer soar no mundo a advertência contra o poder maligno do mundo e chamar as pessoas para se separarem completamente dele.

Assim, irmãos, se quisermos que nossa mensagem tenha algum poder de agora em diante, o que devemos fazer? Precisamos nos desligar de tudo o que este mundo conhece. Vocês estão dispostos? Perguntar se vocês estão dispostos não é suficiente; mas quero perguntar: vocês já agiram nesse sentido? [Congregação: “Sim”].

Foi esplêndida a cena que o irmão Porter leu para nós algum tempo atrás. A profetisa estava buscando os que proclamam essa mensagem, mas estava olhando muito baixo. O anjo disse: “Olhe mais para o alto”. Graças a Deus que eles estão acima do mundo.

É lá que eles pertencem, acima do mundo, sobre um fundamento preparado por Deus sobre o qual devem andar. E todos os que estiverem num nível tão baixo, a ponto de ser necessário que se olhe para o mundo para que sejam vistos, estes não podem dar a mensagem do terceiro anjo. Precisamos estar acima do mundo. Então vamos nos desligar dele, irmãos.

Portanto, irmãos, chegou o tempo, como nunca antes, em que deve haver uma separação do mundo. Jesus disse: “Eu vos escolhi a vós” [Jo 15:19]. Uma vez que Ele nos escolheu, por favor, vamos buscá-Lo diariamente para que Ele nos nomeie. 

Cristo disse a Seus discípulos: “Eu vos escolhi a vós, e vos nomeei” (Jo 15:16, ARC). Ora, Ele nos escolheu. Precisamos agora nos certificar de que Ele nos nomeou para a obra que Ele tem para nós; e esta é a obra: levar a mensagem a despeito de todo o poder que este mundo conhece e separar um povo deste mundo, um povo que esteja tão completamente separado para Deus que não darão atenção alguma ao poder deste mundo, nem terão qualquer ligação com ele.

Isso nos mostra mais uma vez a importância da consagração, não é verdade? Deus seja louvado por isso. Sem essa consagração especial, não será possível nos firmarmos na mensagem do terceiro anjo, nem sermos fiéis a ela, nem termos seu espírito, ou realizarmos sua obra.

Há outro ponto que quero mencionar. As pessoas que permanecerem fiéis à lei de Deus não serão bem quistas em todo o percurso. Não, senhores. Elas não serão elogiadas, não serão consideradas em alta estima, nem exaltadas, requisitadas ou lisonjeadas. Não, senhores. Quem sabe seja bom eu ler agora um trecho sobre esse ponto extraído do Grande Conflito, p. 590:

“O grande enganador persuadirá os homens de que os que servem a Deus estão motivando esses males. A classe que provocou o descontentamento do Céu atribuirá todas as suas inquietações àqueles cuja obediência aos mandamentos de Deus é perpétua reprovação aos transgressores. 

Declarar-se-á que os homens estão ofendendo a Deus pela violação do descanso dominical; que este pecado acarretou calamidades que não cessarão antes que a observância do domingo seja estritamente imposta; e que os que apresentam os requisitos do quarto mandamento, destruindo assim a reverência pelo domingo, são perturbadores do povo, impedindo a sua restauração ao favor divino e à prosperidade temporal. 

Assim se repetirá com motivos igualmente bem definidos a acusação feita na antiguidade contra o servo de Deus: ‘E sucedeu que, vendo Acabe a Elias, disse-lhe Acabe: És tu o perturbador de Israel? Então disse ele: Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixastes os mandamentos do Senhor, e seguistes a Baalim’ (1Rs 18:17, 18). 

Ao despertar-se a ira do povo por meio de falsas acusações, agirão para com os embaixadores de Deus de modo muito semelhante àquele que o apóstata Israel seguiu com relação a Elias.” Novamente, na página 592, temos a seguinte citação:

“Os que honram o sábado bíblico serão denunciados como inimigos da lei e da ordem, como que a derribar as restrições morais da sociedade, causando anarquia e corrupção, e atraindo os juízos de Deus sobre a Terra. Declarar-se-á que seus conscienciosos escrúpulos são teimosia, obstinação e desdém à autoridade. Serão acusados de deslealdade para com o governo. 

Ministros que negam a obrigação da lei divina apresentarão do púlpito o dever de prestar obediência às autoridades civis, como ordenadas de Deus. Nas assembleias legislativas e tribunais de justiça, os observadores dos mandamentos serão caluniados e condenados. Dar-se-á um falso colorido às suas palavras; a pior interpretação será dada aos seus intuitos.”

No “Testemunho” núm. 32, p. 208, leio um testemunho que foi dado em 1885 – sete anos atrás:

“Enquanto os homens estão dormindo, Satanás está ativamente organizando os assuntos de modo que o povo de Deus não obtenha misericórdia ou justiça.”

Como esperar obter misericórdia ou justiça quando todo o poder dos governos da Terra está nas mãos do papado e sendo controlado por Satanás? Como poderíamos esperar justiça? Como poderíamos esperar justiça quando todo o poder da Terra está mobilizado contra o povo de Deus por meio do próprio Satanás? Isso não é justiça. 

Não podemos esperá-la. Isso nos leva ao ponto em que devemos estar tão completamente separados deste mundo que não esperaremos proteção alguma. Não esperaremos nenhuma justiça, nem mesmo misericórdia deste mundo. Se alcançarmos isso, será somente graças à misericórdia de Deus que operará a despeito dos poderes da Terra. Quando nos vemos numa posição em que a única misericórdia que podemos esperar dos poderes terrestres é aquela que Deus deles extrai, onde está nossa dependência? Somente em Deus.

Não seremos absolutamente estimados ou exaltados. Sendo essa a realidade, todo tipo de difamação será inventada e espalhada contra nós. Fico me perguntando como alguém conseguirá permanecer fiel à mensagem do terceiro anjo, e realizar a obra dessa mensagem, se, de modo especial, se preocupa com o que os outros dizem sobre si, se tem grande apreço por sua reputação ou coloca sobre ela sua dependência. 

Ele não conseguirá ficar fiel. Mas graças a Deus que Ele tem algo muito melhor para nós de que podemos depender. Eu me refiro ao caráter. Não vamos esquecer que Jesus, nosso exemplo neste mundo, “Se esvaziou de qualquer reputação” (Fl 2:7, KJV).

Então, fica definido que o povo que tem a missão de dar a mensagem do terceiro anjo, e que permanecerá fiel a Deus neste mundo, deverá fazê-lo contando apenas com o caráter, dispensando da equação qualquer coisa que tenha que ver com reputação. 

Em nossos planejamentos, fica fora para sempre a reputação, ou seja, qualquer preocupação com o que as pessoas possam pensar ou dizer, porque a reputação não salvará pessoa alguma. Se alguém tiver algum desejo por reputação, ou se, de alguma forma, esse pensamento for abrigado na mente, então é melhor que essa pessoa desista de tudo, porque ela não poderá manter a reputação se escolher permanecer firme na mensagem do terceiro anjo.

Hoje à noite, irmãos, – agora – é o momento de vocês abandonarem sua profissão de fé na mensagem do terceiro anjo, pois, fazendo assim, isso será um alívio a seus irmãos. 

Se vocês vão ceder ao desejo por reputação, é melhor que o façam agora; pois quanto mais tempo vocês permanecerem nessa mensagem, e então fraquejarem, mais difícil será para seus irmãos. Portanto, a menos que vocês estejam decididos a permanecer fiéis até o final, desistam nesta noite, tomem outro rumo, tenham o assunto por encerrado e deixem livres os demais que estão marchando adiante. Chegamos a um divisor de águas. 

Cabe a cada um decidir, sabendo que não poderá depender de nada deste mundo, e que qualquer consideração da parte deste mundo está fora da equação. Fica fora tudo que tenha que ver com reputação ou com o que as pessoas possam pensar de nós. Quando todos os poderes do mundo se colocarem contra os que mantiverem sua fidelidade a Deus, então o caráter de Jesus Cristo valerá infinitamente mais do que qualquer tipo de reputação que possa ser inventada.

A reputação, porém, é de grande valia aos olhos do mundo. Mas para Deus a reputação não vale nada. Reputação é tudo o que Satanás tem a oferecer. Ela é o único fundamento que ele tem. 

Um pregador falou certa vez de um homem que tinha nos lábios a seguinte frase: “O tesouro mais precioso que o tempo terrenal pode conceder é uma reputação impecável”. Para esse homem, isso é o que lhe bastava, pois a reputação era tudo o que tinha. Então um dia ele a perdeu, ficando imensamente aflito. 

Ele dizia: “Ah, minha reputação, minha reputação! Perdi minha reputação!” Quando ele perdeu isso, é evidente que ele nada mais tinha para sustê-lo. Ficou completamente desamparado. Vocês percebem que ele não tinha caráter de que pudesse depender, mas somente reputação. Para esse homem, cujo caráter era deficiente, esse pensamento fazia muito sentido. Mas isso é uma mentira, uma grande mentira. 

O tesouro mais precioso que o tempo terrenal pode conceder não é reputação impecável. O mais precioso tesouro que o tempo terrenal ou eterno pode conceder é um caráter impecável; e o único caráter imaculado que jamais foi visto neste mundo é o caráter de Jesus Cristo. E esse caráter, Ele vem e oferece a você e a mim como um livre e bendito dom por parte Daquele que o construiu.

Então, irmãos, deixem o vento levar toda consideração por reputação. É para lá que ela deve ir, pois a reputação é tão instável quanto o vento, enquanto o caráter é tão firme quanto a eternidade. Coloquemos um ponto final nessa questão de reputação. Falemos de caráter e tenhamos o caráter que nos tornará aptos para o juízo. 

Então, embora Satanás, com todo seu poder, venha a ter sucesso em lançar sobre nós a pior reputação que ele possa inventar, devemos ser gratos a Deus por termos um caráter que subsistirá no juízo. Assim, não precisamos nos preocupar com o mundo e a reputação. Em Jesus Cristo temos algo melhor.

E isso não é tudo. Há uma outra etapa pela frente. Chegará o tempo em que todo aquele que permanecer fiel e comprometido à mensagem do terceiro anjo e ao sábado do Senhor não poderá comprar ou vender qualquer coisa neste mundo. Então, todos os que professam ser adventistas do sétimo dia e que professam crer na mensagem do terceiro anjo precisam decidir agora se vão permanecer fieis à mensagem, sem levar em conta qualquer questão relacionada com propriedade ou posses deste mundo.

Não devemos levar em conta qualquer questão quanto a propriedade, negócios ou interesses seculares em nossos planos ou obras atuais. Todo adventista do sétimo dia, sem dúvida alguma, deve deixar de lado qualquer conjectura a esse respeito de agora em diante. 

Se alguém ainda não tomou essa decisão, é melhor que o faça agora, pois, se eu ficar pensando no tanto que vou ganhar, se vou ter sucesso em algum negócio ou se vou perder recursos ou lucros pelo fato de permanecer fiel ao sábado, se ficar levando tudo isso em conta, então é melhor que deixe que os negócios tenham a completa primazia em minha vida e ponto final. 

Mas para onde esse negócio ou propriedade, sobre os quais cogito e que me deixam hesitante, estão indo? Tudo vai para a destruição. Então, se há ainda alguma corda que me liga em simpatia com essas coisas, quando elas se forem, para onde irei eu? Irei com elas, naturalmente. Imaginem se essa corda for apenas do tamanho de um fio de cabelo, este, ao romper, me levará junto? Sim. Então, irmãos, é tempo de nos libertarmos. Novamente repito: chegamos a um divisor de águas.

De agora em diante, toda pessoa que permanecer fiel à mensagem do terceiro anjo deve libertar-se – e fará exatamente isso – sem levar em conta questões de lucros, dinheiro ou propriedade. Nada disso deverá ter peso algum – nem mesmo de uma pena ou fio de cabelo – quando a pessoa considerar como vai agir com relação à mensagem do terceiro anjo. É assim que deve ser. 

A mensagem exige isso, pois as Escrituras dizem: “Ninguém po[derá] comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome” (Ap 13:17). Além disso, lemos: “Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão” (Ap 14:9). Ele não precisa ter convicção nenhuma sobre essas questões. 

A lei, contudo, diz: “Guarde o domingo”. Se ele fizer isso, o que acontece? Ele se comprometeu com Satanás e aceitou sua marca no lugar do sinal de Cristo. Ele colocou Satanás acima de Cristo e está obedecendo ao poder do mundo e não às palavras de Cristo. Que poder deste mundo essa pessoa terá para o salvar?

A pessoa que ceder às leis dominicais a ponto de parar de trabalhar e observar o domingo, porque a lei assim o diz, enquanto pensa que está guardando também o sábado, colocou Satanás acima de Cristo. Ela estará colocando sua dependência sobre o poder terreno; mas nas mãos de quem está esse poder? Nas mãos de Satanás. 

Então, não podemos dizer que essa pessoa, segundo sua atitude e ações, está dependendo, num mesmo grau, tanto de Satanás quanto de Cristo? Será que os dois são parceiros? Não, senhor. Bem, irmãos, não vamos deixar que Satanás faça parte dessa parceria. Ninguém que mantém fidelidade à mensagem do terceiro anjo permitirá que Satanás seja algum tipo de sócio nessa questão.

Não é o sábado um sinal do que Deus é para o homem? Não é ele um sinal do Deus verdadeiro? E vocês não se lembram que Deus declara: “Eu sou o que sou”? Não é o sábado, então, um sinal daquilo que Deus é, bem como do fato de que Ele é? Sendo o sábado um sinal do que Deus é, e de que Ele é, o que Ele é? Sabemos que Ele é o Senhor, o Senhor Deus, misericordioso e clemente, longânimo e grande em bondade e verdade, que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a transgressão e o pecado. Ele é nossa vida.

Muito bem. Então o sábado é o sinal daquilo que Deus é para a pessoa que crê Nele. Mas onde encontramos Deus? Qual o único lugar onde alguém pode encontrar Deus? Em Jesus Cristo. “Ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho O quiser revelar” (Mt 11:27). 

Para nós, então, Cristo é Deus. Para esse mundo e todas as criaturas inteligentes, Cristo é Deus. Então, será que o sábado não é o sinal do que Cristo é para o ser humano? Então, quando o observamos, o sábado é o sinal do que Cristo é para nós. Assim, se eu guardo o domingo, pelo fato de a lei assim exigir, isso quer dizer que o domingo significa para mim a mesma coisa que o sábado. 

Ah, isso é o mesmo que dizer que Satanás tem a mesma importância para mim que Cristo. Se for assim, Cristo não significa grande coisa para mim. Se Cristo Se torna tão pequeno para mim a ponto de eu colocar o sinal do poder do papado – que nada mais é do que o sinal de Satanás – no mesmo nível do que Cristo é para mim, então Cristo não significa nada para mim. 

Se Cristo não for tudo, o que Ele será? “Cristo é tudo e em todos” (Cl 3:11). Se Ele não é tudo para mim, o que Ele é então? Ele não é nada. Isso nos traz de volta ao fato de que, agora, precisamos nos manter fieis a esse sinal, deixando de lado toda consideração mundana.

Isso ainda não é tudo. Há outro pensamento naquele texto das Escrituras:

“E lhe foi dado comunicar fôlego à imagem da besta, para que não só a imagem falasse, como ainda fizesse morrer quantos não adorassem a imagem da besta” (Ap 13:15).

Portanto, chegará o tempo em que os que permanecerem fiéis à mensagem do terceiro anjo serão condenados com pena de morte. Eles perderão o direito à vida, e isso será definido pelos poderes desta Terra sob cuja jurisdição eles estiverem. 

Assim, será que podemos levar em consideração questões relacionadas com nossa vida? Podemos, irmãos? Será que a vida será de algum valor que entrará na balança para alguém decidir se abraçará a mensagem do terceiro anjo ou se permanecerá fiel a ela? Vale a pena gastar um tempo para refletir sobre isso. Atentem para as implicações. 

Se eu for colocar minha vida na balança antes de decidir se vou permanecer fiel à mensagem do terceiro anjo, que razão há para que eu continue a me posicionar em favor dela? Por que não desistir aqui mesmo, nesta noite? Como diz o verso bíblico, perderemos o direito à vida se formos fieis à mensagem. Então, se essa questão tem qualquer peso em nossa decisão, é melhor desistirmos aqui mesmo e ponto final.

E vocês não sabem que a pena de morte, em princípio, já está presente desde o primeiro estágio de uma perseguição? Ela já está lá. Ela não aparece em palavras e numa pena capital declarada, mas ela está lá. Eu explico: quando o governo se propõe a exigir o cumprimento de leis religiosas, é sempre para proteger o governo e preservá-lo. Esse decreto dominical do Congresso já foi declarado como tendo esse propósito. 

Portanto, cidadãos que não obedecem às leis dominicais são, naturalmente, multados. Eles não pagarão essas multas, o que se espera, evidentemente, dos guardadores do sábado. Para compensar o não pagamento da multa, eles são presos. Após cumprirem ali a pena, são soltos. Então voltam a trabalhar no domingo. São multados novamente e vão para a prisão por não pagarem a multa, e depois são libertados. 

Voltam, naturalmente, a trabalhar nos domingos e recebem uma multa mais pesada. Por deixarem de pagá-la, o encarceramento deverá ser mais longo. Mas nenhuma dessas medidas impedem que trabalhem no domingo; e esse é o propósito da lei. Vocês percebem, então, que, como penalidades cada vez mais rígidas não cumprem o propósito desejado pelo governo, chegará o momento em que a pena mais severa será aplicada, ou seja, a pena de morte. 

Assim, a pena de morte se encontra latente em cada lei dominical que já foi feita nesta Terra, algo tão certo quanto o fato de que a lei deve ser imposta e deve se tornar efetiva. Por essa razão, o historiador Gibbon disse ao mundo mais de 100 anos atrás:

“É obrigação dos autores de alguma perseguição refletir com antecedência se estão determinados a mantê-la até o extremo máximo. Eles atiçam a chama que lutam para extinguir; e assim logo se torna necessário punir a rebeldia bem como o crime do ofensor. A multa, que ele é incapaz ou está indisposto a pagar, expõe sua pessoa à severidade da lei; e seu desprezo por penalidades mais suaves leva ao uso e à legitimidade da pena capital.”

Portanto, o historiador chamou a atenção das nações e governantes de toda parte para o fato de que, antes de adotarem medidas de perseguição, eles deveriam considerar se estavam dispostos a mantê-la com a pena capital. Se não quisessem chegar a esse ponto, o melhor seria nem mesmo iniciar o processo. Na essência, é isso que acontece. E o registro [de Apocalipse 13] declara que isso vai acontecer na prática.

Então, com base nessas palavras, não está claro que as pessoas que permanecerem fiéis à mensagem do terceiro anjo, fiéis e comprometidos com a lei de Deus e Seu sábado, terão que fazê-lo sem levar em conta a própria vida? Não é isso mesmo? [Ouvintes: “Sim”].

Outro ponto: quando todo o apoio e proteção terrenos forem retirados; quando toda questão de reputação, que o mundo tanto estima, for retirada; quando for retirado qualquer interesse relacionado com propriedade e negócios; e quando a garantia da vida for retirada, quanto ainda resta? 

Quanto das coisas e interesses deste mundo restarão para quem perder tudo isso? Quando uma pessoa for avaliar a contabilidade de sua vida, e perceber que, em seus cálculos, ficam fora qualquer apoio ou proteção humana, qualquer misericórdia ou justiça; que fica fora o que os homens pensam ou dizem sobre o assunto; que fica fora qualquer consideração relacionada com a compra ou venda de propriedades, ou qualquer possibilidade de empreendimentos em diferentes ramos; que fica fora a própria possibilidade de que a vida seja preservada, ou de que ela seja de algum valor, então com quanto do que existe neste mundo poderá essa pessoa contar em seus cálculos? [Ouvintes: “Nada”].

Então não é verdade que a Bíblia, a Palavra de Deus, colocou cada adventista do sétimo dia diante dessa realidade e apelou para que ele leve em conta tudo isso e tome uma decisão? [Ouvintes: “Sim”]. Então é tempo de cada um de nós começar a refletir com muita seriedade. 

Repito: temos que refletir solenemente sobre o assunto. Mas, graças a Deus, não precisamos ficar nem um pouco com medo do nosso inimigo. O Senhor nunca permitirá que fiquemos presos em uma situação da qual não tenha intenção de nos tirar com uma manifestação de Sua glória maior do que a que presenciaríamos se nunca tivéssemos passado por essa prova. 

O Senhor não requer que vocês e eu entremos num caminho que nos privará de todos os nossos direitos sem que Ele tenha em mente a intenção de nos dar, no lugar de nossas perdas, algo que é infinitamente mais valioso. Quando Ele nos chama para permanecermos féis a Sua verdade – o que nos privará de todo apoio e proteção humanos –, Ele diz simplesmente: “Aqui está todo o poder dos Céus e da Terra para você”. “É-Me dado todo o poder no Céu e na Terra”. “Eu estou convosco”. O manto do Todo-poderoso será estendido sobre vocês. 

Venham comigo. “O Deus eterno é a tua habitação e, por baixo de ti, estende os braços eternos” (Dt 33:27). “Não temais”. Essas são promessas da Palavra de Deus, não é verdade? Vamos ler na Bíblia uma promessa mais completa, que tem relação direta com nossa situação. Em Isaías 51 encontramos uma oração que o Senhor pede que façamos a Ele:

“Desperta, desperta, veste-Te de força, ó braço do Senhor; desperta como nos dias passados, como nas gerações antigas; não és Tu aquele que cortou em pedaços a Raabe [Egito] e feriu o dragão? Não és Tu aquele que secou o mar, as águas do grande abismo? E que fez o caminho no fundo do mar, para que passassem os remidos? Assim, voltarão os resgatados do Senhor e virão a Sião com júbilo, e perpétua alegria haverá sobre a sua cabeça; gozo e alegria alcançarão, a tristeza e o gemido fugirão” (Is 51:9-11).

Como eles irão para Sião? Com cânticos. Então vamos começar a fazer isso agora. Ora, o Senhor não quer que sigamos cabisbaixos, nos esquivando, como se estivéssemos com medo de ser vistos, sem nenhum lugar neste mundo. “Exultai e erguei as vossas cabeças; porque a vossa redenção se aproxima” disse Jesus (Lc 21:28). 

Nós pertencemos a este mundo, cada um de nós, até que Deus permita que concluamos nossa obra. E o próprio Satanás não pode nos causar nenhum dano até que Deus cumpra em nós Seu propósito; e, mesmo então, ele não pode nos atingir. Sigamos nosso caminho com cânticos. Vamos nos alegrar com essas promessas.

“Eu, Eu sou aquele que vos consola; quem, pois, és tu, para que temas o homem, que é mortal, ou o filho do homem, que não passa de erva?” (Is 51:12).

E nós professamos crer em Deus! Estamos em defesa da lei de Deus e temos o sábado do Senhor. Isso nos revela quem Deus é: Ele é o Deus verdadeiro, Ele é o Deus vivo e o Rei eterno. Diante de Sua ira a Terra tremerá, e por Sua palavra Ele pode trazer mundos à existência, e por Sua palavra deixá-los em pedaços. 

Como podem certos homens, que não passam de erva e que em pouco tempo desvanecerão, dizerem que, se você fizer isso ou aquilo, você irá para a prisão, e, se você persistir na desobediência até o final, receberá a pena de morte? E ainda ficamos com medo disso! “Quem, pois, és tu, para que temas o homem, que é mortal?” Isso é o que Ele quer saber. 

Não se trata de uma pergunta legítima? “Eu, Eu sou aquele que vos consola; quem, pois, és tu, para que temas o homem, que é mortal, ou o filho do homem, que não passa de erva?” A ideia de que alguém que professa crer no Senhor possa agir dessa maneira é um verdadeiro ultraje. O Senhor afirma que tal comportamento não revela dependência Dele.

Vamos ler um pouco mais. “Quem és tu que te esqueces do Senhor, que te criou, que estendeu os céus e fundou a Terra, e temes continuamente todo o dia o furor do tirano, que se prepara para destruir? Onde está o furor do tirano?” (Is 51:13). Graças a Deus. No presente momento, é um fato de que o furor do tirano está a ponto de se manifestar. 

Bem, por que deveríamos temer diante dele como se fosse capaz de destruir? Elias não foi atacado e expulso, tendo que fugir para salvar a vida? Mas depois de ter percorrido um longo caminho, já muito cansado, se deitou para descansar e adormeceu. Então um anjo do Senhor se pôs diante dele, o tocou e disse: “Levanta-te e come”. Ele encontrou, junto à cabeceira, um pão cozido sobre pedras em brasa e uma botija de água. Graças ao Senhor.

Será que Elias não estava perfeitamente seguro? Irmãos, não vale a pena sermos expulsos para que um anjo faça isso? Vocês não preferem ser expulsos, mas ter um anjo ao seu lado? Não fiquemos temerosos então. Elias se deitou e dormiu novamente, como Pedro quando foi condenado à morte. E por que não o faria? Que razão havia para se preocupar? Elias se deitou e adormeceu. 

O anjo veio, o despertou pela segunda vez e o serviu. Ele disse novamente: “Levanta-te e come, porque o caminho será sobremodo longo!” Irmãos, Deus nos dará pão para o nosso trajeto. Se o caminho for muito longo, Ele nos dará pão dobrado antes de iniciarmos. Quero lhes dizer, irmãos, que é tempo de começarmos a confiar no Senhor. Vamos fazer isso agora. É isso o que Ele diz. Em outro lugar Ele nos diz: “O seu pão lhe será dado, as suas águas serão certas” (Is 33:16). Assim será.

“O exilado cativo depressa será libertado, lá não morrerá, lá não descerá à sepultura; o seu pão não lhe faltará. Pois Eu sou o Senhor, teu Deus, que agito o mar, de modo que bramem as suas ondas – o Senhor dos Exércitos é o Meu nome. Ponho as Minhas palavras na tua boca e te protejo com a sombra da Minha mão, para que Eu estenda novos céus, funde nova Terra e diga a Sião: Tu és o Meu povo” (Is 51:14-16).

Então, irmãos, vamos aceitar essas promessas. Se assim fizermos, não precisaremos ter medo de opressões ou dificuldades, ou se poderemos comprar ou vender o que quer que seja, pois o Senhor tem algo muito melhor.

Agora sobre a reputação. Esqueçam disso. Deus nos dá um caráter – um caráter que Ele mesmo teceu desde a infância até a sepultura – que é completo em todos os sentidos. E Ele diz: “Receba-o e o vista para que você possa vir à ceia das Minhas bodas”. 

Esse é o caráter, e essa é a cobertura que Ele lança sobre Seu povo para que as pragas não o atinjam, e para que poder algum do inimigo o vença ou o contamine. “Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegra no meu Deus; porque me cobriu de vestes de salvação e me envolveu com o manto de justiça” (Is 61:10). Deus seja louvado.

Agora quanto à vida. Quando Deus apela a vocês e a mim para que tomemos uma posição de fidelidade à Sua lei – algo que nos privará do direito à vida –, nossa decisão colocará em risco nossa vida, a ponto de poderes terrestres poderem tirá-la. E agora? Bem, Deus simplesmente diz: “Deixe essa vida ir embora. Ela logo terminará, de qualquer forma. 

Tenho aqui uma que durará por toda a eternidade.” Quando Ele pede que vocês e eu tomemos uma posição de fidelidade à Sua lei que nos privará do direito a esta vida efêmera e mortal, colocando-a em risco, Ele diz: “Antes de mais nada, ofereço-te a vida eterna”. “Quem crê no Filho tem a vida eterna” (Jo 3:36). “E o testemunho é este: que Deus nos deu vida eterna; e esta vida está no Seu Filho” (1Jo 5:11). 

Ele já nos deu essa vida eterna? [Como diz o verso?] “Aquele que tem o Filho” vai ter vida em algum momento? [Congregação: “Não”]. “Aquele que tem o Filho tem a vida” (1Jo 5:12). Como é possível termos o Filho sem ter a vida? Será que Cristo está morto? Não. Ele está vivo. Assim, quando nós O temos, temos a vida que está Nele.

Veja a que conclusão chegamos quando uma pessoa que professa ter a Cristo não crê que ela tenha a vida que está em Cristo – a vida eterna. Que tipo de Cristo é esse? Um Cristo morto, sem vida? Não, pois Ele não está morto. Não é isso que temos ouvido repetidas vezes por anos pela voz que há muito tempo tem falado em nome do Senhor?

“Irmãos, Cristo não está na nova tumba de José com uma grande pedra junto à entrada do sepulcro. Não. Ele ressuscitou! Ele vive! Ele vive! Contem isso por meio da língua e da pena.”

Então, porque Ele vive, e vive para sempre, quando eu O tenho, eu tenho um Salvador vivo. “Aquele que tem o Filho tem a vida”. Que tipo de vida está Nele? Somente a vida eterna. Então quando eu O tenho, tenho a vida que é Dele, que é eterna, assim como Ele afirma. 

Contudo, assim como o irmão Haskell nos apresentou em seus estudos, não podemos ter essa vida sem renunciarmos à nossa atual. Se fizermos isso, nos encontramos com Jesus Cristo. Essa foi a lição para hoje. Vocês não percebem? Renunciem a esta vida e vocês terão uma que é muito melhor. O momento é agora. Mas se eu me apegar a esta vida, quando ela se for, o que me restará? [Congregação: “Nada”].

Portanto, antes de mais nada, preciso dizer que quem tiver apenas esta vida não precisa iniciar sua caminhada com a mensagem do terceiro anjo, pois, quando vier o teste colocando em risco esta vida, essa pessoa se apegará a ela. Aí está o perigo. Uma pessoa não pode chegar ao fim pretendido pela mensagem do terceiro anjo tendo apenas esta vida terrena. 

Ela não conseguirá. Visto que tudo que ela tem é esta vida, a pessoa vai se agarrar a ela quando a vida estiver em risco. Mas quem renunciar a esta vida, e a considerar como valendo nada, e se apropriar daquela vida que se mede pela vida de Deus, a vida que é a vida de Deus, ela terá uma vida que nunca correrá risco. Essa pessoa está em segurança. Ela poderá ir aonde a mensagem a enviar, pois Aquele que é a vida da mensagem será a vida daquele que mantiver sua fidelidade a essa mensagem.

Então, “levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a Sua vida se manifeste em nosso corpo. Porque nós, que vivemos, somos sempre entregues à morte” (2Co 4:10, 11). Não será assim de agora em diante? Não é uma verdade viva que, de agora em diante, os que permanecerem firmes na mensagem do terceiro anjo estarão sempre “entregues à morte” assim como os próprios apóstolos estiveram? Sempre “entregues à morte”: um fato que deve fazer parte de nossas previsões. Vivemos diante dessa realidade o tempo todo.

Então, irmãos, em vez do poder desta Terra, do qual não podemos depender e que decididamente se encontra contra nós, Deus nos concede o poder de Deus.

Em vez de reputação, Deus nos dá caráter.

Em vez de bens terrestres – riquezas mundanas, casas, terras, propriedades, considerações comerciais ou coisas do tipo –, Deus nos oferece Jesus Cristo, “em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos” (Cl 2:3); e “Nele estais completos” (Cl 2:10, KJV).

Deus constituiu Cristo herdeiro de todas as coisas, e nós somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Jesus Cristo, se com Ele sofrermos, para que também com Ele sejamos glorificados (cf. Hb 1:2; Rm 8:17). Ele é herdeiro de todas as coisas, e nós somos co-herdeiros. Então quanto da herança nos pertence? [Congregação: “Todas as coisas”]. Então, o que temos? Todas as coisas que Deus tem. Não somos ricos então?

Em vez desta vida que os poderes terrenos podem tirar, Deus nos concede Sua própria vida. Quando Ele nos pede que tomemos uma postura de fidelidade a Ele e à Sua causa, o Senhor diz simplesmente: “Antes de tudo, aqui está a vida eterna”.

Então, irmãos, não é um fato que Deus nos deu uma armadura completa? Portanto, vamos nos revestir agora da armadura de Deus. Esta é a nossa necessidade: sermos fortes no Senhor e na força do Seu poder. Paulo disse muito bem:

“Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis” (Ef 6:12, 13).

Essa é a posição que o Senhor deseja que tomemos, e isso é o que Ele quer que façamos. Ele diz: “De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei” (Hb 13:5). Esta é nossa presente situação. Agora, o que vocês farão? “Escolhei hoje a quem sirvais” e que postura vocês tomarão (Js 24:15).


Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem