A. T. Jones - Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 3 de março de 1893, p. 464-473.
Vamos retomar o assunto nesta noite de onde paramos na noite passada, ou seja, que a obra de Deus na salvação é a mesma que a obra de Deus relacionada com o propósito original na criação.
Conforme afirmamos ontem, quando a criação dos céus e da terra foi acabada, bem como de todo o seu exército, o propósito completo de Deus estava concluído, e naquele dia Ele Se alegrou. Todavia, devido ao engano de Satanás, este mundo se desviou completamente do propósito criativo de Deus, voltando-se para uma direção oposta.
Portanto, a fim de completar Seu propósito, Deus precisa reunir deste mundo um povo que possa encher a Terra, quando esta for renovada, como teria ocorrido se a humanidade nunca tivesse caído e se desviado do propósito divino original.
Quando essa obra se completar mediante o poder da palavra da salvação, aí, sim, o propósito original de Deus ao criar este mundo e tudo o que nele há alcançará seu clímax. O Universo estará perfeito. “Então [...] toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, [estarão] dizendo: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos” (Ap 5:13).
É por essa razão que nosso Salvador, quando esteve nesta Terra, disse: “Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também” (Jo 5:17). A obra de Deus foi concluída quando o sétimo dia se iniciou milênios atrás. Ele então descansou.
Contudo, visto que Sua obra nesta Terra, ao criar o homem, foi desfeita, Ele Se pôs a trabalhar novamente na obra da salvação a fim de completar Seu propósito original. Foi por isso que Jesus disse: “Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também”.
Lerei agora três passagens do Antigo Testamento e três do Novo – e vocês podem acrescentar quantas quiserem, especialmente a partir do capítulo 40 de Isaías –, todas mostrando que, na obra da salvação, Deus estabelece Sua obra original na criação, bem como a Si mesmo como Criador e Seu poder manifesto na criação, como o fundamento de nossa confiança em Seu poder para efetuar nossa salvação.
Vamos ler primeiro Salmo 111:4: “Ele fez memoráveis as Suas maravilhas”. Outras versões, traduzindo literalmente o original hebraico, dizem: “Ele fez um memorial para Suas maravilhosas obras”. É sobre isso que temos falado. Essa é a primeira parte do verso. A última parte diz: “Benigno e misericordioso é o SENHOR”. Suas maravilhosas obras, então, representadas no memorial que Ele estabeleceu, estão associadas, neste verso, à Sua bondade, compaixão e misericórdia demonstradas ao homem, que tanto carece delas.
Vamos ver agora o capítulo 40 de Isaías. Se vocês seguirem até o final do livro, vocês verão, do começo ao fim, essa relação. Começarei com o primeiro verso, que vocês conhecem:
“Consolai, consolai o Meu povo, diz o vosso Deus. Falai ao coração de Jerusalém, bradai-lhe que já é findo o tempo da sua milícia, que a sua iniquidade está perdoada e que já recebeu em dobro das mãos do SENHOR por todos os seus pecados. Voz do que clama no deserto:
Preparai o caminho do SENHOR; endireitai no ermo vereda a nosso Deus.”
Esta é a mensagem de João Batista. Continuemos a leitura, até o verso 8: “Todo vale será aterrado, e nivelados, todos os montes e outeiros; o que é tortuoso será retificado, e os lugares escabrosos, aplanados. A glória do SENHOR se manifestará, e toda a carne a verá, pois a boca do SENHOR o disse.
Uma voz diz: Clama; e alguém pergunta: Que hei de clamar? Toda a carne é erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e caem as flores, soprando nelas o hálito do SENHOR. Na verdade, o povo é erva; seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente.”
E Pedro, citando esse texto nos dois últimos versos do primeiro capítulo de 1 Pedro, diz: “Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada”. Ao falar que “a palavra do Senhor, porém, permanece eternamente”, Pedro está citando Isaías. Ele completa: “Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada”.
Isaías continua e, em outras palavras, fala do evangelho:
“Tu, ó Sião, que anuncias boas-novas, sobe a um monte alto! Tu, que anuncias boas-novas a Jerusalém, ergue a tua voz fortemente; levanta-a, não temas e dize às cidades de Judá: Eis aí está o vosso Deus! Eis que o SENHOR Deus virá com poder, e o Seu braço dominará; eis que o Seu galardão está com Ele, e diante Dele, a Sua recompensa. Como pastor, apascentará o Seu rebanho; entre os Seus braços recolherá os cordeirinhos e os levará no seio; as que amamentam Ele guiará mansamente” (v. 9-11)
Isaías está falando aqui do evangelho. Até esse ponto ele está ensinando o evangelho por meio da palavra de Deus. Leiamos o verso 12: “Quem na concha de sua mão mediu as águas e tomou a medida dos céus a palmos? Quem recolheu na terça parte de um efa o pó da terra e pesou os montes em romana e os outeiros em balança de precisão?” Quem fez isso? O mesmo que disse: “Eu apascentarei mansamente, como pastor, os que são Meus”. O mesmo cuja palavra fala a nós agora no evangelho e permanece para sempre. Leiamos agora os versos 13-18:
“Quem guiou o Espírito do SENHOR? Ou, como Seu conselheiro, O ensinou? Com quem tomou Ele conselho, para que Lhe desse compreensão? Quem O instruiu na vereda do juízo, e Lhe ensinou sabedoria, e Lhe mostrou o caminho de entendimento? Eis que as nações são consideradas por Ele como um pingo que cai de um balde e como um grão de pó na balança; as ilhas são como pó fino que se levanta.
Nem todo o Líbano basta para queimar, nem os seus animais, para um holocausto. Todas as nações são perante Ele como coisa que não é nada; Ele as considera menos do que nada, como um vácuo. Com quem comparareis a Deus? Ou que coisa semelhante confrontareis com Ele?
Vamos pular e ir para os versos 25 e 26:
“A quem, pois, Me comparareis para que Eu lhe seja igual? – diz o Santo. Levantai ao alto os olhos e vede. Quem criou estas coisas? Aquele que faz sair o Seu exército de estrelas, todas bem contadas, as quais Ele chama pelo nome; por ser Ele grande em força e forte em poder, nem uma só vem a faltar.”
Em outras palavras, nem uma sai de sua rota. Todas são mantidas no lugar. Quem faz isso? [Congregação: “O poder de Sua palavra”]. Ele sustenta “todas as coisas pela palavra do Seu poder” (Hb 1:3).
Deus então nos pede que olhemos para o alto para vermos quem criou estas coisas e “faz sair o Seu exército de estrelas, todas bem contadas”.
Como Ele faz sair o exército de estrelas? [Congregação: “Bem contadas”]. “Bem contadas”.
Por que Deus pede isso? Leiamos o verso 27: “Por que, pois, dizes, ó Jacó, e tu falas, ó Israel: O meu caminho está encoberto ao SENHOR, e o meu juízo passa de largo pelo meu Deus?”
O mesmo Deus que nos pede que olhemos para cima a fim de vermos quem criou todas estas coisas, Aquele que chama as estrelas pelo nome, sem que uma só venha a faltar, esse mesmo Deus diz: “Ó Jacó, por que você está dizendo que Deus o esqueceu?
Por que você está sem coragem? Por que razão Deus teria Se esquecido de você? Ora, Ele não Se esquece de nenhum planeta do Universo. Ele conhece a todos pelo nome. Esqueceria Ele o seu nome? Por que esses dois pensamentos estão juntos no texto? [Voz: “Para nosso conforto”]. Ou seja: o mesmo Deus que criou todas estas coisas é o mesmo que confortou Israel. Aquele que conhece todas estas coisas é o mesmo que dá a cada um de nós nosso novo nome.
Versos 28 e 29:
“Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos confins da Terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não se pode esquadrinhar o Seu entendimento. Faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor.”
Quem faz isso? [Congregação: “O Senhor”]. O mesmo que nos pede para olharmos ao alto e vermos quem criou todas estas coisas em seguida diz que tem força para oferecer ao cansado. Ele faz forte ao cansado por meio de Sua palavra. É por isso que Ele diz: “Tenha bom ânimo”. Lembram o que Daniel falou quando Deus lhe disse: “Sê forte”? “Ao falar ele comigo, fiquei fortalecido e disse: fala, meu senhor, pois me fortaleceste” (Dn 10:19).
Agora o restante do capítulo:
“Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, mas os que esperam no SENHOR renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam.”
O poder que mantém os planetas em seu curso e em seus lugares, esse mesmo poder estará com o fraco e o cansado. É por isso que eles podem correr sem se cansarem e caminhar sem se fatigarem. Vocês não percebem, então, que o Senhor estabelece a criação, e Seu poder na criação, como o fundamento de nossa esperança em Sua salvação? Não se trata então de uma única obra?
Ainda sobre esse assunto, quero ler outra abençoada passagem muito tocante para cada um de nós. Salmo 147: 3 e 4: Ele “sara os de coração quebrantado e liga-lhes as feridas. Conta o número das estrelas, chamandoas todas pelos seus nomes” (ARC).
Então, Aquele que pode contar o número das estrelas e chamar todas pelo nome é o mesmo que sara os de coração quebrantado e cuida de suas feridas. Está você com o coração quebrantado e o espírito ferido, quase em desespero, pensando que tudo e todos se esqueceram de você? Ora, lembre-se desses versos.
O pensamento ligado a eles é o seguinte: Ele não sara apenas os quebrantados de coração e cuida de suas feridas, mas Ele “conta o número das estrelas, chamando-as todas pelo seu nome”. Esse Deus não Se esquecerá do seu nome. Este é o Senhor. Este é nosso Salvador. Porém, o fundamento de nossa confiança Nele como Salvador é que Ele criou todas estas coisas, conhece tudo pelo nome e a tudo sustenta pela palavra do Seu poder – um poder que salva.
Vamos ler agora rapidamente os versos do Novo Testamento. Vocês conhecem a passagem bíblica que se encontra em João 1, versos 1-4:
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio Dele, e, sem Ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava Nele e a vida era a luz dos homens.”
Agora o verso 14: “E o Verbo Se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade”.
Assim, Aquele que criou todas as coisas veio pessoalmente a esta Terra “cheio de graça e de verdade”. Ele assumiu uma carne semelhante à nossa, e por meio Dele somos participantes de Sua plenitude.
Percebem então que o único pensamento que Deus quer que tenhamos sobre a salvação é que Aquele que criou é o mesmo que nos salva; que o poder pelo qual Ele criou é o poder pelo qual Ele salva; e que o meio pelo qual Ele criou – Sua palavra –, é exatamente o mesmo que Ele usa para salvar. E esta foi Sua palavra: “A vós vos é enviada a palavra desta salvação” (At 13:26, ARC).
Efésios 3 fala sobre o evangelho. Vamos começar com o verso 7 e terminar com o verso 12:
“Do qual fui constituído ministro conforme o dom da graça de Deus a mim concedida segundo a força operante do Seu poder. A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo e manifestar qual seja a dispensação do mistério, desde os séculos, oculto em Deus, que criou todas as coisas.”
Pergunto: O que ele devia pregar? “As insondáveis riquezas de Cristo”, e fazer com que os homens vissem qual é o mistério “oculto em Deus, que criou todas as coisas” por meio de Jesus Cristo. O evangelho, portanto, deve, antes de tudo, levar os homens a entender o propósito de Deus ao Ele decidir criar o mundo.
Assim, se o evangelho estivesse comprometido com qualquer outra obra, ensino ou poder que não revelassem o propósito original de Deus na criação, este não cumpriria seu objetivo. No entanto, sendo essa a razão do evangelho, percebem o poder que sempre está à nossa disposição? Fica claro que o alvo de Deus no evangelho é tornar conhecido aos homens o Seu propósito original, que caiu no esquecimento, ao Ele criar todas as coisas por meio de Jesus Cristo.
Continuando a leitura: “para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares celestiais, segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus, nosso Senhor”. Mas em outro lugar lemos que Ele estabeleceu esse propósito antes da fundação do mundo.
Isso teria que ser assim, já que se trata de um propósito eterno. Então, em Cristo, na salvação deste mundo, de homens e mulheres, e por meio da operação de Cristo nele, Deus está levando a efeito Seu eterno propósito que Ele iniciou no princípio. “Pelo qual (Jesus Cristo) temos ousadia e acesso com confiança, mediante a fé Nele”.
Vamos ler novamente esse eterno propósito: “Segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus, nosso Senhor”. Então, o propósito original da criação, sobre o qual falamos noite passada, esse propósito deve ser cumprido em Cristo. É Ele que tem a missão de levar a efeito esse propósito que foi frustrado.
Lá na criação, era Cristo; e agora é Cristo. É Cristo o tempo todo, e é o poder de Deus em Cristo atuando em todo o processo. O poder de Deus que se manifestou no princípio, pela palavra, para o cumprimento de Seu propósito é o mesmo que se manifesta agora para o cumprimento final de Seu propósito.
Satanás entrou em cena e desviou o mundo para caminhos tortuosos. O Senhor diz: “Tudo bem, vamos cumprir nosso propósito mesmo que seja nesse caminho”. Satanás não podia frustrar o propósito divino. Ele colocou o mundo, por assim dizer, numa estrada secundária, e nela a humanidade permanece. Contudo, Deus fará com que Seu eterno propósito se cumpra nessa realidade, de forma que o Universo ficará admirado. Além disso, Satanás será destruído. Deus cumprirá essa obra.
Colossenses 1 trata do mesmo assunto, começando com o verso 9. Vou ler rapidamente do verso 9 até o verso 17:
“Por esta razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da Sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual; a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o Seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus; sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a força da Sua glória, em toda a perseverança e longanimidade; com alegria, dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz.
Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do Seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados. Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, Nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio Dele e para Ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste.
A criação, a salvação, a bênção de Deus, Sua graça, a libertação do poder das trevas, tudo se resume a uma única história: o poder criativo de Deus, e de Deus em Jesus Cristo.
O primeiro capítulo de Hebreus fala sobre o tema do começo ao fim. Na verdade, o assunto está em toda a Bíblia. Quero concluir esse ponto dizendo que não preciso falar mais sobre o conceito de que salvação é criação, e que esta carrega em si um sinal que revela o poder criativo manifestado em Jesus Cristo.
E a única maneira pela qual esse poder se manifesta é por meio de Jesus Cristo. A única maneira pela qual podemos conhecer Deus é Nele. Então, Deus estabeleceu aquele sinal para revelar o poder criativo de Deus em Jesus Cristo, quer esse poder criativo se manifeste na criação original, quer na obra de salvação, cujo propósito é levar a efeito o propósito original na criação. Trata-se do mesmo poder, do mesmo propósito, executado pela mesma Pessoa, da mesma forma, com os mesmos recursos e mediante o mesmo sinal relevante e atuante, que expressa tudo em todos.
Agora, se outro sinal é estabelecido para expressar a obra da salvação, um sinal diferente daquele que Deus estabeleceu, será que esse sinal revelará o poder de Deus e a salvação que esperamos? [Congregação: “Não”]. Pense cuidadosamente nisso.
Deus estabeleceu um sinal para expressar Seu poder que atua em toda parte e de toda a forma, em Cristo Jesus. Se você, ou quem quer que se seja, estabelecer outro sinal, este não representará o poder de Deus, pois se trata de outro sinal que Deus não instituiu. Se alguém decide estabelecer algum sinal, isso não é obra de Deus. Portanto, é impossível expressar o poder de Deus por outro meio ou sinal. Isso é impossível. Não concordam? [Congregação: “Sim”].
Além disso, se alguém encontrar na história qualquer outra instituição estabelecida para representar a salvação, essa significaria salvação por meio de um poder que não é o poder de Deus em Jesus Cristo. Essa é a verdade. Bem, a história apresenta algum esforço pretensioso, por parte de algum outro poder, no sentido de salvar as pessoas sem levar em conta Jesus Cristo? [Congregação: “Sim”].
Não surgiu no mundo um poder chamado anticristo? [Congregação: “Sim”]. “Anti” significa contra ou oposto a Cristo. Esse poder se propõe, de fato, a salvar as pessoas, não é mesmo? [Congregação: “Sim’]. Antes de tudo, vamos ler a descrição de sua obra: “o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus” (2Ts 2:4).
Daniel 8:25 diz também: “Levantar-se-á contra o Príncipe dos príncipes, mas será quebrado sem esforço de mãos humanas”. Ou seja: ele “se levantará para dominar e mostrar seu poder “contra” ou “em oposição” ao Príncipe dos príncipes”. Quem é o Príncipe dos príncipes? [Congregação: “Cristo”]. Ele se levanta contra Ele.
Ele reinará. Ele exercerá poder, manifestará poder em oposição a Cristo. Atentem para o verso 11: “Sim, engrandeceu-se até ao príncipe do exército”. A margem [da KJV] diz: “Engrandeceu-se contra o Príncipe do exército dos Céus”, pois o verso anterior mostra que se trata do exército dos Céus. Conforme diz Paulo, ele “se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto”. Esse poder se engrandeceu, se levantou, se exaltou contra o Príncipe do exército.
Que poder é esse? [Congregação: “o papado”]. Esse poder é o papado, a igreja, a Igreja Católica, a Igreja de Roma. Não é uma doutrina dessa igreja que não há salvação em nenhum outro lugar? [Congregação: “Sim”]. Ou seja, que essa igreja é o único meio de salvação? Esse não é um ponto bem estabelecido? [Congregação: “Sim’].
Além disso, essa igreja, esse poder que se opõe a Cristo, que se exalta e se coloca como meio de salvação, tal poder se posiciona contra Cristo. E essa igreja afirma não haver outro meio de salvação. Assim, não fica claro que se ela tiver algum sinal para representar seu poder de salvar, necessário se faz que seja outro além do sábado? Isso é ponto pacífico.
Outro pensamento sobre esse assunto. Visto que deve ser outro sinal em vez do sábado, que é o sinal do poder de Deus em Jesus Cristo na salvação, então, qualquer outro poder que estabeleça um sinal para mostrar e representar seu poder para salvação teria que instituir um sábado rival, não é verdade? Teria que ser isso mesmo.
Não há lugar para outro tipo de instituição. Se fosse um sinal de natureza diferente, o sinal que Deus estabeleceu permaneceria único e distinto no mundo, prevalecendo-se sobre o outro e destruindo toda rivalidade. Portanto, para que a rivalidade seja completa e o seu poder em oposição a Cristo fique evidente, o homem do pecado precisa ter um sinal de seu poder para salvação; e tal sinal, inevitavelmente, precisa ser um rival do sinal que constitui o sinal da salvação em Cristo. Não poder ser diferente.
E a igreja de Roma não reivindica qualquer outra coisa. A única reivindicação que ela faz é que o domingo estabelecido por ela é o sinal do poder da igreja para conduzir pessoas sob o pecado no caminho da salvação. Isso está bem definido. Este é o alvo do domingo. Tudo relacionado a esse dia teve esse propósito desde o início; e a igreja foi bemsucedida nisso.
Quando o domingo foi estabelecido e imposto sobre as pessoas pelo poder do governo terrestre, esse ato solidificou o papado conforme ele existe no mundo. Quando isso aconteceu, o domingo foi colocado no lugar do sábado do Senhor com um propósito claro e definido. Vejamos o registro histórico sobre o fato. A afirmação sobre o propósito da ação vem da pena de um dos homens responsáveis pela obra. Na página 313 de “As Duas Repúblicas”, lemos o seguinte:
“Todas as coisas que deviam ser feitas no sábado, estas nós transferimos para o dia do Senhor” (Eusébio).
Havia, então, uma lei vigente obrigando a observância do domingo, e com que propósito? Temos a reposta em “As Duas Repúblicas”, página 315: “Nosso imperador, sempre amado por Ele, cuja fonte de autoridade imperial procede do alto, e forte no poder de seu sagrado título, tem controlado o império do mundo por um longo período de anos.
O Mantenedor do universo comanda os céus e a terra e o reino celestial de acordo com a vontade de Seu Pai. Da mesma forma, nosso imperador, a quem Ele ama, ao conduzir aqueles sobre os quais domina na Terra para a Palavra e o Salvador unigênito, os torna súditos dignos de Seu reino” (Eusébio).
Assim, o propósito era salvar as pessoas por esse meio; e o domingo, nessa ocasião, foi estabelecido como o sinal do poder que estava realizando essa obra. E isso no lugar do sábado do Senhor, que expressa o poder de Deus para salvar. Continuo a leitura na página 316:
“Ele ordenou, também, que um dia fosse considerado como ocasião especial de culto religioso” (idem).
Leio ainda:
“Quem mais ordenou que as nações que habitam os continentes e ilhas desse imenso globo se reúnam semanalmente no dia do Senhor e o observem como um festival, não visando à indulgência do corpo, mas ao conforto e revigoramento da alma por meio da instrução na verdade divina?” (Eusébio).
Este foi o único objetivo por que o domingo foi estabelecido: tomar o lugar de Deus e do sábado do Senhor. É apropriado que tal ocorresse, pois vimos que, se existe um poder concorrente para salvar o homem, este deve ser outro sinal, no lugar do de Deus, para representar seu poder – um sinal que lhe seja próprio.
Foi assim que o papado se firmou. Foi isso que estabeleceu o governo da igreja e tornou a igreja o canal de salvação mediante o poder terrestre absoluto e o uso da força para exigir das pessoas fidelidade.
Já comentamos aqui sobre as doutrinas da igreja de Roma relacionadas com o modo como as pessoas devem ser salvas. Está tudo centralizado no eu. É unicamente o poder do eu que pode salvar. Essa não é a salvação de Cristo. As doutrinas de Roma enfatizam que uma pessoa deve se mostrar digna, boa o suficiente.
O Senhor a aceita, então, e faz um acordo natural com ela: “Se você fizer dessa e daquela forma, serei bom com você”. Isso está naquele livro que mostrei. Não temos tempo para ler novamente nesta noite. A doutrina de Roma afirma que o homem deve proceder assim; mas não há poder nele para fazer isso. Mas o argumento é este: se a pessoa conseguir, ela ganha tudo. Esta não é a salvação de Cristo. Esta não é a salvação de Deus.
O assunto vai mais longe: as professas igrejas protestantes dos Estados Unidos tomaram agora o mesmo curso, exaltaram também o domingo, o dia que estabeleceram neste governo, à semelhança do que a Igreja Católica fez no império romano, e com o mesmo propósito.
Além disso, essas professas igrejas protestantes sabem que não há nenhum mandamento que lhes dê respaldo. Elas afirmam isso. Elas afirmam que a prática teve início com a igreja primitiva. Não importa o quanto elas recuem no tempo para encontrar essa prática na igreja primitiva. Pode ser uma instituição eclesiástica, uma ordenança da igreja imposta, é tudo a mesma coisa.
É uma obra malévola. Pois qualquer igreja que ousa tentar fazer isso, torna-se, devido à natureza da tentativa, uma igreja apóstata. Se quiserem recuar até o tempo dos apóstolos, o resultado é o mesmo, pois a igreja que fizer isso torna-se, inevitavelmente, uma igreja apóstata, ao tentar salvar a si mesma e a outros sem o poder de Deus.
Portanto, não importa qual a igreja que tenha feito isso, esta, em essência, é uma igreja caída, pois a missão da igreja no mundo não é controlar as pessoas. A missão da igreja no mundo é obedecer a Deus, e não controlar as pessoas.
Qualquer igreja, portanto, que se acha no direito de exercer controle sobre as pessoas se torna, ao assim proceder, uma igreja apóstata. A igreja que obedece a Deus, esta, sim, é a igreja de Deus. É Deus quem exerce o controle. O poder pertence a Ele.
A autoridade pertence a Ele. Ele usou a igreja de maneira que, por meio dela, Ele possa refletir Seu poder e Sua glória sobre os homens. A igreja, contudo, nenhum direito tem de exercer controle sobre quem quer que seja. Cabe a ela, também, obedecer unicamente a Deus.
Vou explicar o assunto agora de outra forma, ou de modo mais direto. O papel da igreja não é exercer controle sobre ninguém; e não é seu papel tampouco obedecer a quem quer que seja, mas somente a Deus.
Vamos examinar isso com mais profundidade. A igreja como um todo – o catolicismo ou o protestantismo apóstata – já se colocou no lugar de Cristo, pois qualquer igreja que exalta a si mesma e faz de si mesma o caminho da salvação, por esse ato se torna uma igreja apóstata e se coloca no lugar de Jesus Cristo, que é o Salvador. Percebem?
Nenhuma igreja, portanto, pode se exaltar a ponto de se tornar um salvador dos homens. Ela pode exaltar Cristo como o Salvador dos homens, e Jesus Cristo, nela, como o salvador dos homens, mas não a ela própria; pois é a mesma coisa com a igreja e o indivíduo. Eu tenho a justiça de Cristo; tenho a presença de Jesus habitando em mim.
O cristão individual diz assim, mas este não pode dizer: “Eu sou o Salvador”. O cristão individual não pode dizer: “Eu sou a justiça, eu sou bom e tenho bondade para conceder aos outros a fim de que sejam salvos. Não. Isto é o que o cristão pode dizer: “Eu tenho a justiça de Cristo; Cristo habita em mim e transmite em mim, e através de mim, Seu bendito propósito de alcançar outros e salvá-los. Mas Ele é o Salvador; Ele é a justiça; Ele é o poder; Ele é tudo em todos.
O mesmo que ocorre com o indivíduo ocorre também com o grupo de indivíduos. Da mesma forma que Cristo habita no indivíduo, Ele habita também no grupo de indivíduos, num sentido adicional comparado com Sua habitação no indivíduo.
Se há alguma diferença, a justiça de Cristo no grupo de indivíduos constitui apenas o conceito da justiça de Cristo em maior medida sobre o grupo de indivíduos, que é a igreja. Da mesma forma que Cristo no indivíduo opera por meio do indivíduo para salvar, Cristo, na igreja, opera por meio da igreja como um todo para salvar.
Contudo, se a igreja se orgulhar e imaginar que ela está acima de tudo e começar a dar crédito a si mesma por sua glória e poder para salvar, ela, nesse momento, coloca-se no lugar de Cristo como o Salvador.
A mesma exaltação própria na igreja existe no indivíduo. Na verdade, foi a exaltação própria nos indivíduos que fez com que a igreja exaltasse a si mesma e caísse em apostasia.
Temos então diante de nós a igreja assumindo o papel de meio de salvação, o papel, de fato, do Salvador, tendo a pretensão de ser o único canal de salvação, cabendo a todos serem salvos da maneira que ela estabelecer.
E foi dessa forma que ela se exaltou contra Deus e contra o Príncipe do exército, contra Jesus Cristo, e instituiu o sinal de seu poder para salvar, em oposição ao sinal que Deus estabeleceu. E, como vimos, isso foi feito com o expresso propósito de colocar seu sinal no lugar do sábado do Senhor.
E a segunda igreja apóstata – a que se estabeleceu neste país – fez a mesma coisa. Ela colocou, por meio de uma lei explícita do governo dos Estados Unidos e uma ação do Congresso, a instituição do domingo, o sinal do poder da Igreja de Roma para salvar homens e mulheres; sim, as professas igrejas protestantes colocaram, nesta nação, mediante uma lei explícita do Congresso, o domingo no lugar do sábado do Senhor. Assim, tanto a mãe quanto as filhas tiraram o sábado do Senhor do caminho e colocaram no lugar o sinal de salvação da Igreja Católica.
Vejamos agora o que tudo isso significa. Qual é o significado do sábado, conforme estudamos? De acordo com nossa cuidadosa investigação, vimos que o sábado é o sinal do que Jesus Cristo representa para o crente; o sinal do que Deus, em Jesus Cristo, significa para o ser humano; que ele tem em si a presença, a bênção, o espírito, o refrigério, a presença de Cristo que torna santo e a presença de Deus que santifica.
Ele tem em si a presença de Jesus Cristo; e o homem que o guarda pela fé em Jesus tem a presença de Jesus. E a cada sábado que chega, o crente é alvo da presença adicional de Jesus.
Então, quando essa igreja apóstata descartou o sábado, colocando seu próprio sinal no lugar, será que foi somente o dia que foi descartado? [Voz: “Ela descartou Cristo também”].
Não concordam que Jesus Cristo foi tirado da mente e da vida das pessoas? Quando as filhas apóstatas fizeram a mesma coisa em nosso país, diante de nossos olhos, será que elas, ao fazerem isso, não tiraram a presença e o poder de Cristo, afastando, assim, o conhecimento Dele da mente e da vida das pessoas? [Congregação: “Sim”].
Parece-me que temos aqui um ponto que merece nossa consideração. Eu me pergunto por que não houve, nas eras passadas, o progresso na experiência cristã que Cristo sempre desejou para Seu professo povo.
O que Deus pôs na vida do homem quando foi criado, mesmo quando ainda era fiel e sem pecado, a fim de que progredisse continuamente no conhecimento de Deus e de Seu caráter? O que Ele estabeleceu no início? Vou perguntar novamente.
Quando Deus criou o homem no princípio, deulhe vida nesta Terra, houve alguma coisa que Deus estabeleceu no Éden e uniu ao ser humano para que este, em sua experiência pessoal, fosse conduzido a um progresso eterno no conhecimento de Deus? [Voz: “O sábado”].
Não lemos sobre isso várias vezes na noite passada? Não é um fato que Deus pôs a Si mesmo, Seu nome, Sua presença vivificante e Seu poder santificador no dia de sábado, e o deu ao homem, embora já estivesse abençoado, embora já estivesse revestido de glória?
Não era a intenção de Deus que o ser humano, já abençoado, quando adentrasse o bendito dia, recebesse bênção adicional? Não é assim? [Congregação: “Sim”]. Não é um fato, portanto, que Deus colocou no mundo algo que, se observado e guardado da forma como Deus escolheu e idealizou, há de preservar o homem e conduzi-lo avante num canal de crescimento e progresso no conhecimento da pessoa de Jesus Cristo? De que estou falando? [Congregação: “Do sábado”].
O sábado continuou desde que o homem caiu. Pergunto então: quando a Igreja de Roma eliminou o sábado da mente das pessoas – o próprio meio que os levaria a lembrar constantemente de Cristo e a reconhecer Seu poder convertedor – será que ficou algo que pudesse conduzi-los na obra santificadora de Cristo? Vocês podem perceber, então, a razão por que toda igreja que se iniciou no conhecimento de Deus, na pregação da salvação pela fé, da justiça pela fé, acabou num estado de paralização; e assim foi necessário que outra igreja surgisse e pregasse a justificação pela fé, a salvação pela fé, chegando, porém, à mesma paralização. Surge então outra, repetindo a mesma história e chegando à mesma paralização.
Finalmente Deus levanta uma igreja tendo o evangelho eterno para pregar novamente – uma igreja que tem o sinal que traz a presença vivificante de Jesus Cristo às pessoas, numa obra progressiva até sua conclusão. Esta é a igreja que tem o sábado do Senhor; e essa igreja que tem o sábado do Senhor está diante da obra completa da salvação de Cristo.
Quem pode medir, senão a mente de Deus, o grau de iniquidade e malefício praticado contra o mundo por meio desse terrível ato cometido pela igreja apóstata? Somente a mente de Deus pode compreender o dano e perda sofridos pelo mundo por meio dessa ação.
Bem, o efeito disso foi a eliminação da presença de Cristo, bem como a eliminação do Seu conhecimento da experiência religiosa de homens e mulheres, e colocou-se outra pessoa, um poder humano, um poder satânico, o eu no lugar de Deus e de Cristo, que a Si mesmo Se esvaziou para que Deus Se manifestasse.
Agora gostaria de ler sobre um paralelo histórico muito apropriado e perfeito para nossas considerações. Vamos começar falando da humanidade como um todo. Esta, mesmo sem uma igreja, está sujeita a Deus. Algum ser humano pode existir sem Ele? [Congregação: “Não”].
Se algum homem, por escolha própria, decidisse ser independente de Deus, será que ele poderia existir? [Congregação: “Não”]. Qual era a intenção de Satanás no início? Não era se tornar independente de Deus, autoexistente? Se ele tivesse alcançado seu objetivo, o que teria acontecido? [Voz: “Sua destruição”]. Sem dúvida, pois ele não tinha como viver separado Daquele que o criou; mas, em sua ambição desvairada, em seu egoísmo que dominava todo o seu ser, ele imaginou que poderia viver sem o Deus que o criara.
Não é isso o que ocorreu nessa autoexaltação que se colocou no lugar de Deus? Bem, quer seja o homem individualmente, ou um grupo de cristãos professos organizados em uma igreja, todos são dependentes de Deus, e de Deus em Jesus Cristo; e todos estão sujeitos à lei de Deus. A lei de Deus é a lei suprema. A lei de Deus representa o governo de todo o Universo de Deus, e todos sobre a Terra estão sujeitos a essa lei.
Vejam agora o paralelo: Cerca de 260 anos atrás, a Irlanda tinha governo próprio, o que ela está procurando recuperar no momento. Ela tinha parlamento próprio, que controlava seus negócios internos. No entanto, ela estava sujeita ao governo supremo da Inglaterra. Lerei agora um trecho que se encontra no volume cinco da “Macaulay’s History of England” [História da Inglaterra de Macaulay], página 301 desta edição em particular, capítulo 23. Se vocês tiverem acesso a outras edições, o capítulo é esse. Observem bem:
“Os lordes e os comuns irlandeses haviam ousado não somente promulgar novamente um decreto inglês, aprovado com o objetivo expresso de mantê-los em sujeição, mas fazê-lo com alterações. Tais alterações eram, de fato, pequenas; mas qualquer alteração feita, mesmo de uma única letra, correspondia a uma declaração de independência.”
Pergunto: A lei de Deus foi promulgada para colocar em sujeição a igreja e os homens? [Congregação: “Sim”]. A igreja apóstata atreveu-se a alterar essa lei? [Congregação: “Sim”]. Qualquer alteração nessa lei, mesmo de uma única letra, significaria o quê? [Voz: “Uma declaração de independência”].
Mas a alteração feita foi mais que uma simples letra. Na verdade, houve a mudança de todo um pensamento, de uma ideia. Houve uma mudança do próprio mandamento que, acima de qualquer outro mandamento da lei, revela a presença de Deus. Esse mandamento foi eliminado. O que ela fez então? [Congregação: “Ela se impôs sobre a lei”]. Ela declarou sua independência de Deus e a proclamou ao mundo.
As igrejas protestantes – professamente protestantes, pois não são mais protestantes –, as igrejas protestantes professas conduziram o Congresso dos Estados Unidos a uma situação idêntica. Elas levaram o Congresso dos Estados Unidos da América a promulgar novamente o quarto mandamento, não é verdade? [Congregação: “Sim”].
Este foi citado literalmente e inserido no código civil do legislativo. O governador Pattison, outro dia, na Pensilvânia, falando na Assembleia Legislativa desse Estado, e argumentando em favor de leis dominicais que já se encontram nos códigos civis, afirmou que essa lei é apenas parte do sistema de leis divinas “promulgada novamente” nos estatutos da Pensilvânia. Ele diz que a lei de Deus está sendo “promulgada novamente”.
Mas será que repromulgaram a lei de Deus tal qual é? [Congregação: “Não”]. Repromulgar a lei de Deus e impô-la com força de lei os colocaria em igualdade com Deus; mas eles a promulgaram novamente com alterações, o que os coloca acima de Deus. Dessa forma, as igrejas desta nação proclamaram sua independência de Deus por meio do ato de repromulgar a própria lei de Deus e de fazer alterações deliberadas nela durante o processo legislativo em que isso ocorreu.
Permitam-me ler outro trecho da “História da Inglaterra” de Macaulay, na mesma página da citação anterior:
“A colônia na Irlanda era, portanto, definidamente um território dependente – dependente não simplesmente pelo direito comum do reino, mas em sua própria essência. Era absurdo reivindicar independência para uma comunidade que, se deixasse de ser dependente, deixaria de existir.”
Existiria um paralelo mais completo do que esse episódio da história da Irlanda para ilustrar o princípio que estamos discutindo relacionado com governo e leis governamentais, e que foi registrado para nossa instrução?
Mais um pensamento. O próprio Jesus Cristo veio a este mundo, não veio? [Congregação: “Sim”]. Ele mesmo fez o sábado, certo? [Congregação: “Sim”]. Ele mesmo era o Senhor do sábado, não era? [Congregação: “Sim”]. Ele conhecia, e somente Ele, o verdadeiro conceito do sábado, não é verdade? [Congregação: “Sim”].
Todavia, Ele praticou ações no sábado, mostrando a verdadeira natureza do sábado, que não estava em harmonia com os conceitos dos sacerdotes, fariseus e políticos da época, não é verdade? [Congregação: “Sim”]. E isso incitou ódio da parte deles contra Jesus.
O que realmente despertou o ódio deles contra Jesus foi, acima de tudo, o fato de Cristo não dar atenção a seus conceitos sobre o sábado. Não é mesmo? [Congregação: “Sim”]. E esse ódio os levou a eliminar Cristo deste mundo – um ódio gerado, mais do que qualquer outra coisa, pelas diferenças de opinião sobre o verdadeiro sentido do sábado. Isso os levou a pôr um fim em Cristo.
No quarto século, houve outra igreja apóstata que discordava do conceito divino sobre o sábado; e ela tirou o sábado, e junto com ele Cristo, da mente deles e do mundo tanto quanto podiam. A primeira igreja eliminou Jesus do mundo, mas Ele retornou. Eles O eliminaram dentro dos limites de poder que possuíam. Nada mais do que isso.
Temos diante de nós outra igreja apóstata, uma terceira, que segue o
exemplo das outras duas apóstatas anteriores. Esta tirou a Cristo em Seu sábado do mundo porque suas ideias sobre esse dia não estão em harmonia com as Dele – e eles não estão dispostos a se submeter ao que Ele pensa sobre o assunto. Isso é um fato, e vocês sabem disso.
Para que a igreja apóstata original pudesse cumprir seu propósito de eliminar Cristo do mundo, mantendo, assim, seus conceitos sobre o significado do sábado, ela se uniu a um poder terrestre. Uniram-se a César e deram as costas para Deus. Foi isso que fizeram.
Na segunda apostasia da igreja, a fim de cumprir seu propósito de eliminar Cristo em Seu sábado do mundo, esta uniu-se a César no intuito de cumprir igualmente seu propósito. Na terceira apostasia, a fim de levarem avante o conceito deles sobre o sábado em oposição ao que Cristo pensa sobre o sábado, eles precisavam tirar a Cristo em Seu sábado do caminho. Para cumprir tal desígnio, precisaram se unir novamente aos poderes da Terra – novamente a César – como as outras igrejas fizeram no passado.
Na primeira apostasia, quando se uniram a César a fim de se livrarem de Jesus e manterem suas ideias sobre a natureza do sábado, contrárias às de Cristo, foi uma minoria que exerceu o controle.
Tudo foi feito por uma minoria muito pequena, tão pequena que os líderes do movimento não ousaram permitir que as pessoas ficassem a par do que estava ocorrendo, com receio de que elas resgatassem completamente Jesus de suas mãos. Essa minoria, embora pequena, era composta e conduzida, quase em sua totalidade, por líderes da igreja.
Esses líderes da igreja, por meio de ameaças, incitaram os representantes da autoridade de César a ceder a suas ideias e fazer o que queriam. E vocês sabem que foram bem-sucedidos nisso. Isso está registrado, e sabemos que isso causou a completa ruína da nação, não é verdade? [Congregação: “Sim”].
Portanto, não concordam que uma minoria muito pequena, liderada por uma minoria de dirigentes eclesiásticos, em posição de destaque, pode tomar um curso que levará a nação da qual fazem parte à ruína? [Congregação: “Sim”].
Quando chegamos à segunda apostasia, fizeram a mesma coisa novamente e venderam sua influência ao poder secular, conquistando, assim, poder governamental para realizarem seu propósito de tirar Cristo em Seu sábado do caminho, mantendo, dessa forma, seus conceitos sobre o sábado em oposição aos de Cristo.
Isso foi realizado pela minoria, por líderes proeminentes da igreja; na verdade, alguns apenas. Qual foi o resultado dessa conspiração sobre Roma? Sua ruína total. Assim, é possível que uma minoria, embora muito pequena e insignificante, se comparada com a população em geral, dirigida por alguns prelados da igreja; sim, é possível que esses poucos criem uma série de eventos que podem levar o governo a um curso de ação que provará ser sua completa ruína. Isso ficou demonstrado duas vezes na história.
Nesta nação, ano passado, diante de nossos olhos, uma minoria de pessoas deste país, liderada por uma pequena minoria de líderes eclesiásticos, levaram, de fato, por meio de ameaças, os políticos a entregar o poder governamental às mãos dos religiosos, para que cumprissem o propósito de manter suas ideias sobre o sábado, em oposição às que Cristo tem sobre esse dia.
A história já mostrou duas vezes que uma ação dessa natureza levou à ruína a nação em que o ato foi praticado. Será que essa dupla demonstração tem algum significado para o terceiro caso? [Congregação: “Sim”]. A lição ensinada nos dois primeiros exemplos será sentida no terceiro. O significado é este: ruína. O resultado não pode ser outra coisa senão ruína. Eles mesmos não podem impedir isso. Não tem como evitar. Eles colocaram em andamento um comboio de circunstâncias que nada no Universo pode deter. Isso é definitivo.
Esse Congresso está quase terminado. É muito provável, levando em conta toda a situação, que ele chegará ao fim sem que haja discussões adicionais sobre essa questão. Se o próximo Congresso revogar a ação completamente, isso não afetaria a situação e seus resultados.
O gatilho foi acionado, e a questão prosseguirá apesar de qualquer coisa que possam fazer. Vocês e eu não precisamos ficar surpresos se houver idas e vindas nessa questão. É possível que o assunto não seja revogado pelo próximo Congresso, mas pode ser em outro momento.
Se houver algum tipo de revogação, que cada guardador do sábado se erga com todo vigor que o Espírito de Deus lhe der e ROMPA TODO LAÇO COM TUDO O QUE É TERRENO, e se ponha a trabalhar na causa de Deus; pois uma coisa é certa: em pouco tempo a maré vai subir novamente e levar todos à ruína. Não precisamos ficar surpresos com possíveis retrocessos e o significado deles.
Contudo, aqueles que não são experientes na causa de Deus terá uma compreensão errônea dos eventos, e lhes dirão: “Nós lhes falamos o tempo todo que vocês estavam exagerando a situação. Não havia nada com que se preocupar”. E assim eles vão se acomodar. Mas quando a maré subir novamente, eles sofrerão a ruína.
Não permitam que a mente e o coração de vocês sejam enganados por qualquer coisa desse tipo, mesmo que ocorra duas vezes. Podem crer no que está sendo dito aqui. Estudem o assunto como uma questão de vida ou morte. Tenham em mente que aquilo que foi feito agora significa, em si mesmo, o mesmo que ocorreu nos dois casos anteriores – significa ruína, embora possam revogar a questão uma ou duas vezes.
A maré já está em movimento, e o resultado virá, apesar de qualquer coisa que o mundo possa fazer. Então, não importa o que alguém possa lhes dizer, digam que vocês estão bem informados sobre a situação. Não importa se o Congresso revogar a decisão. Afirmem que vocês têm razões muito seguras de que os acontecimentos estão mais próximos do que nunca, e coloquem todo o seu ser nessa causa. Se alguém rir de vocês, Deus prometeu que chegará o dia que vocês rirão e eles prantearão. Estamos lidando com coisa perigosa.
Bem, eu lhes apresentei algumas das questões. Chamaremos a atenção de vocês para outros pontos em outro momento.
O que precisa ser enfatizado é que a decisão quanto ao dia correto de descanso – o sábado do sétimo dia, o sábado do Senhor, ou o domingo – tem sérias implicações. As consequências são mais graves do que jamais se imaginou. Só quem penetra pessoalmente nos conselhos de Deus está em condições de avaliar.
Vamos revisar e explorar mais o tema. Vimos que o sábado é o sinal do poder de Deus em Jesus Cristo, operando a salvação do homem. Vimos que o sábado, por sua própria natureza, é o meio de trazer, como nada mais o faz, a presença de Jesus Cristo à experiência diária de uma pessoa, e firma essa presença ali. Isso é um fato. Se você ainda não vivenciou isso em sua própria experiência, creia e você há de constatar em sua vida que isso é uma realidade. Todos poderão saber quem crerá.
Bem, vimos que, nessa questão, houve a tentativa de desviar o ser humano do conhecimento do Senhor. Já demonstramos isso.
Vale dizer que sobre essa questão – se o sétimo dia é o sábado do Senhor ou não – repousa a salvação do homem. Isso é indiscutível. A salvação ou destruição das pessoas repousam, no momento presente, sobre esse ponto. Há exemplos do que estou falando. Vamos ler a respeito, e com esse pensamento encerrarei o assunto por hoje. Atos 25:19, 20:
“Traziam contra ele algumas questões referentes à sua própria religião e particularmente a certo morto, chamado Jesus, que Paulo afirmava estar vivo. Estando eu perplexo quanto ao modo de investigar estas coisas, perguntei-lhe se queria ir a Jerusalém para ser ali julgado a respeito disso.”
Na perspectiva de Festo, o fato de um homem estar vivo ou morto não lhe parecia razão para todo aquele alvoroço. Mas nesse ponto toda a nação judaica estava agitada contra um de seus compatriotas. Festo não via nada de extraordinário nisso.
Mas você e eu sabemos que a salvação e a perdição de todo o mundo dependiam do fato de Jesus estar morto ou vivo. Sabemos disso. A mesma pergunta se faz hoje: “Qual é a razão de toda essa agitação sobre qual é o dia de repouso a ser guardado, o sábado ou o domingo? Afinal de contas, é só uma questão de dia.
Qual a necessidade de criar uma nova seita – uma nova denominação – e fazer todo esse alvoroço? Por que tanta agitação sobre qual dia deve ser guardado, o domingo, o sábado ou qualquer outro dia? Que importa se descansamos em um dia ou noutro? Não vamos nos preocupar se esse dia é o sábado ou não”.
Hoje, a salvação ou a destruição de pessoas, do ponto de vista individual ou coletivo, dependem de qual decisão tomarão sobre esse ponto. Isso é indiscutível. A salvação dos homens hoje depende da definição se o dia de descanso é o sábado do Senhor ou não, da mesma forma que dependeu do fato de Jesus estar vivo ou morto na época de Paulo.
Aquelas pessoas, movidas pela inveja contra Cristo e pela determinação de manter suas próprias ideias em oposição às de Deus, O eliminaram do mundo e levantaram, então, uma controvérsia se Ele estava morto ou vivo. Igualmente, nos dias de hoje, as pessoas eliminarão o sábado do mundo e levantarão, então, uma polêmica se este é o dia de descanso ou não.
Eles sabem muito bem que o sábado é esse dia; porém, como os judeus no passado, eles conservarão suas ideias sobre o dia de descanso em oposição às de Deus, embora lhes tenha dito que Ele é o Senhor do sábado. Da mesma forma que a salvação naquela época dependia de aceitarem se Jesus estava morto ou vivo, hoje ela depende da definição quanto ao dia de descanso.
Podemos afirmar com ousadia que a salvação do ser humano depende, de fato, da guarda do sábado do Senhor, pois a guarda do sábado do Senhor tem a presença de Jesus Cristo, Sua vida; e os homens não podem ser salvos sem isso.
Repito: podemos afirmar corajosamente que a salvação de uma pessoa depende de sua observância do sábado do Senhor tal como é em Jesus Cristo. Cristo e o sábado se identificam: Jesus Cristo aponta para o sábado; e o sábado aponta para Jesus Cristo.
Nos dias atuais, quando as pessoas tiverem a luz sobre essa questão, quando a mensagem do evangelho eterno for pregada ao mundo, quando a mensagem do terceiro anjo lhes for apresentada, centralizada em Cristo, Aquele que é tudo e tudo em todos; quando isso acontecer, aqueles que rejeitarem o sábado do Senhor estarão também voltando as costas para Cristo – e eles mesmos sabem que não há salvação com tal procedimento.
Mas não afirmamos em nosso estudo anterior que nada mais temos a pregar aos homens neste mundo senão a Jesus Cristo, e Ele somente? Somente isso mesmo.
Não vimos também que teremos que fazer nossa obra sem a garantia de qualquer apoio ou influência terrestre, de qualquer proteção dos poderes humanos, renunciando a posses mundanas e com o risco da própria vida? Esta é a mensagem a ser levada ao mundo. Cristo é a mensagem a ser dada ao mundo. Cristo conforme Ele Se revela no sábado do Senhor, nesse dia que é um “sinal entre Mim e vós, para que saibais que Eu sou o SENHOR, vosso Deus”; e Meu nome é “EU SOU O QUE SOU”.