A. T. Jones - Publicado no Daily Bulletin of the General Conference, 13 de fevereiro de 1893, p. 242-246.
Vocês se lembram de que estamos estudando nesta série a passagem das Escrituras onde se encontra o conselho da Testemunha Verdadeira. Examinamos no último estudo, ontem à noite, o primeiro item que Ele nos pede para comprar: “Aconselho-te que de Mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres”.
Neste estudo, vamos iniciar com o próximo item: “Aconselho-te que de Mim compres [...] vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez” (Ap 3:18).
O que representam essas vestiduras? [Congregação: “A justiça”]. A justiça de quem? [Congregação: “De Cristo”]. E de quem ela é? [Congregação: “É a justiça de Deus”]. Devemos buscar a justiça de quem? [Congregação: “A justiça de Deus”]. O que é justiça? [Congregação: “Ação correta”].
A justiça corresponde a ações corretas? [Congregação: “Sim”]. [Voz: “Todos os Teus mandamentos são justiça”]. O que eles são para nós? O que eles dizem? [Alguém disse: “Faça”]. É verdade? Os mandamentos exigem ação, certo? [Congregação: “Sim]. O primeiro de todos os mandamentos é:
“Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força”. “O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas” (Mc 12:30; Mt 22: 39-40).
Então, justiça é ação correta. Está bem claro. Devemos buscar a justiça de quem? [Congre-
gação: “A justiça de Deus”]. De quem são as ações corretas que devemos ter? [Congregação: “De Cristo”]. Mas de quem são as ações corretas que estão em Cristo? [Congregação: “De Deus”]. Cristo não fez nada de Si mesmo.
Ele diz: “Eu nada posso fazer de Mim mesmo” (Jo 5:30). De quem são as ações corretas que encontramos em Cristo? [Congregação: “De Deus”]. “Deus estava em Cristo” (2Co 5:19). De quem são as ações corretas que devemos ter? [Congregação: “De Deus”].
É isso mesmo? [Congregação: Sim, senhor”]. Vocês vão se firmar nisso por uma semana? [Congregação: “Sim”]. [O Pastor W. Hutchinson disse: “Por toda a vida”]. Muito bem. Mas se alguns se firmarem nesse ponto por uma semana, ficarei feliz. Na verdade, há alguns aqui que não estão de forma alguma firmados nesse ponto.
Essas pessoas não captaram a ideia e não a conhecem, e digo que há muitos nessa situação. É por essa razão que precisamos entender claramente, já de início, que tipo de vestimenta devemos buscar e comprar. De quem são as ações corretas que precisamos ter? [Congregação: “De Deus”]. A justiça de quem devemos buscar? É isso que vamos descobrir neste estudo.
Gostaria de chamar a atenção dos irmãos para um pensamento que já vimos antes, e iniciar imediatamente nosso estudo com ele. Eu me refiro ao conceito do que essa justiça significa para nós hoje. Vamos voltar àquela passagem em Joel 2, verso 23, e observar também a leitura da margem. “Alegrai-vos, pois, filhos de Sião, regozijai-vos no Senhor, vosso Deus, porque Ele vos deu a chuva temporã moderadamente; fará descer sobre vós a chuva, a chuva temporã e a chuva serôdia” [trad. lit. KJV].
Nosso estudo sobre esse assunto se encontra no Bulletin núm. 7, p. 183.
No texto lemos que “Ele vos deu a chuva temporã”. Como está na margem? “Um ensinador de justiça” [cf. Jl 2:23 na ARC]. “Ele vos deu a chuva temporã moderadamente”. O que significa “moderadamente”? O que representou a chuva temporã no Pentecoste? “Um ensinador de justiça”. “Ele vos deu um ensinador de justiça de acordo com a justiça”.
Foi assim a chuva temporã? E lemos que Ele “fará descer, como outrora, a chuva temporã e a serôdia” (ARA). O que será a chuva serôdia? “Um ensinador de justiça” novamente. De acordo com o quê? [Congregação: “a justiça”].
Mas que outra expressão existe para a chuva serôdia? [Congregação: “O derramamento do Espírito”]. Temos outra? [Congregação: “Os tempos do refrigério”]. O que a chuva serôdia é para a mensagem do terceiro anjo? [Congregação: “O alto clamor”]. O que a chuva serôdia é quando associada à queda de Babilônia? É a concessão do poder e da glória com os quais o anjo de Apocalipse 18 desce e ilumina a Terra.
Agora, vamos ler algumas passagens dentre as que já lemos a fim de vermos com precisão o contexto. Na página 58 do Bulletin, no estudo do irmão Haskell, lemos as seguintes palavras extraídas da Review de 22 de novembro:
“O tempo de prova está bem próximo, pois o alto clamor do terceiro anjo já começou na revelação da justiça de Cristo. [...] Este é o início da luz do anjo, cuja glória encherá toda a Terra.”
Segue outra passagem do mesmo Testemunho lido, na página 16 do Bulletin:
“Todavia, a obra será abreviada em justiça.”
Que “obra será abreviada em justiça?” [Congregação: “A obra de Deus”].
“A mensagem da justiça de Cristo deve soar de uma extremidade do mundo a outra. Esta é a glória de Deus que encerra a obra do terceiro anjo.”
Que mensagem da justiça de Cristo é essa, conforme já lemos nas outras citações? “Este é o início da luz do anjo, cuja glória encherá toda a Terra.” Comparem agora: “Esta é a glória de Deus que encerra a obra do terceiro anjo”. Então, quando chegarmos a esse tempo, a que tempo teremos chegado? [Congregação: “O do alto clamor da mensagem”]. Nós já alcançamos o tempo em que Deus concluirá a mensagem. Esta é a glória que põe fim à obra da mensagem.
Outro ponto: Qual é a primeira expressão que acabamos de ler? “Ele abreviará a obra em justiça”. Assim, quando a mensagem da justiça de Deus – a justiça de Deus, que é mediante a fé de Jesus Cristo, as ações corretas de Deus –, quando esta for recebida e for levada avante sem impedimento; quando for apropriada por Seu povo, qual será o significado disso com relação à obra de Deus na Terra? Em apenas pouco tempo a obra será concluída.
Assim, quando chegarmos ao tempo da chuva serôdia, do alto clamor e do anjo que desce do Céu com grande poder – tudo isso ocorrendo simultaneamente, conforme declarado pelas palavras do Senhor –, teremos chegado precisamente à conjuntura de eventos diante de nós, já analisada em estudo anterior, a qual nos permitiu visualizar o que nos sobrevirá.
A sequência de estudo que tivemos, relacionada com os eventos que indicam o que logo nos sobrevirá, nos colocou face a face com seis ou sete eventos diferentes que nos levam a uma única conclusão: agora é o tempo em que a obra será concluída brevemente, e estamos em meio às cenas que colocarão um ponto final na história desse mundo. As diferentes expressões usadas no Testemunho do Espírito de Profecia, analisadas em conjunto, revelam o mesmo.
Bem, a chuva serôdia é o alto clamor da mensagem do terceiro anjo; ela representa o início da mensagem de glória que ilumina a Terra. Mas a chuva serôdia é o ensinador de justiça.
Quando foi que essa mensagem da justiça de Deus, propriamente dita, chegou até nós como povo? [Congregação: “Há quatro anos”]. Onde? [Congregação: “Em Minneapolis”]. Sim. Já vimos esse assunto em outra noite. Se quiserem, podem ler sobre isso no Bulletin núm. 7, p. 183. Não creio ser possível deixar o tema mais claro do que fizemos naquela noite.
Então, essa mensagem da justiça de Cristo corresponde ao alto clamor. Trata-se da chuva serôdia. Já temos orado pela chuva serôdia nesta assembleia, não temos? Têm vocês orado também? [Congregação: “Sim, senhor”].
O que vocês estavam buscando quando a oração de vocês foi respondida? Vocês estão prontos para receber a chuva serôdia? Estamos orando aqui pela chuva serôdia. Vamos relacionar agora um pensamento com outro. Os Testemunhos nos dizem o que ela significa e Joel faz o mesmo.
Quero apenas lhes fazer esta pergunta: Vocês estão prontos para receber a chuva serôdia? Em outras palavras, vocês estão prontos para receber a mensagem da justiça de Deus, de acordo com a justiça? Vamos investigar isso um pouco mais.
Joel diz, segundo a margem, que a chuva serôdia é um ensinador de justiça, o qual nos traz o ensino da justiça de acordo com a justiça. De quem é esse conceito de justiça? [Congregação: “De Deus”]. Meu? [Congregação: “Não”]. Sim, meu conceito de justiça é o suficiente! [Congregação: “Não”]. Por quê?
Se eu recebo a justiça de Cristo segundo meu conceito, não é isso suficiente? Isso não significa receber a chuva serôdia? Isso não significa receber a justiça de Cristo? [Congregação: “Não, senhor. Essa é sua própria justiça”].
Mas isso é o que tem acontecido com um bom número de pessoas que ouviram a mensagem da justiça de Cristo. Eles receberam a mensagem da justiça de Cristo de acordo com a própria ideia deles sobre o que significa a justiça Dele. Esses não têm, de forma alguma, a justiça de Cristo.
Quero perguntar novamente: Como devemos recebê-la? Como ela será dada? “De acordo com a justiça”. Como deve ser recebida então? “De acordo com a justiça”. Ela é dada “de acordo com a justiça” e devemos recebê-la “de acordo com a justiça”. Cumpre-nos recebê-la conforme ela é dada.
Vamos refletir um pouco mais sobre esse pensamento. De qualquer forma, não tenho pressa em passar para outro ponto. Quando recebemos esse ensino, o ensino da justiça “de acordo com a justiça”, devemos recebê-lo de acordo com a ideia que Deus tem sobre a justiça, e não segundo o nosso próprio padrão.
E aquele que pensa em receber a mensagem da justiça de Cristo conforme suas ideias pessoais sobre ela há de perdê-la completamente. Cumpre-nos recebê-la de acordo com a ideia que Deus tem sobre ela; e nada além do conceito de Deus sobre justiça, nada que passe disso, é justiça.
Discutimos em outra noite um pensamento sobre como a mensagem da justiça de Cristo foi recebida corretamente por alguns quando ela foi apresentada quatro anos atrás e a partir dessa época. Na verdade, alguns a receberam conforme ela foi dada e se alegraram com as boas novas de que Deus tinha a justiça que passaria pelo juízo e lhes permitiria permanecer aceitos diante Dele – uma justiça muito melhor do que qualquer coisa que alguém possa fabricar com anos e anos de árduo esforço.
As pessoas estavam quase que esgotadas espiritualmente de tanto tentarem produzir um nível suficiente de justiça que lhes desse condição de passar pelo tempo de angústia e encontrar o Salvador em paz no momento de Sua vinda.
Mas essa obra não estava concluída. Os que receberam a mensagem ficaram tão felizes ao descobrir que Deus já havia produzido uma veste de justiça, e a estava oferecendo como dom gratuito a todos que a quisessem receber – uma justiça suficiente para o momento presente, para o tempo das pragas, para o momento do juízo e por toda a eternidade –, que a receberam com júbilo da forma como Deus a deu, dando por ela graças ao Senhor de todo o coração. Outros não queriam de forma alguma se envolver com essa mensagem, e a rejeitaram completamente.
Outros adotaram a postura do meio termo. Não a aceitaram plenamente, tampouco a rejeitaram abertamente. Acharam melhor ficar no meio do caminho, observar o movimento da multidão e seguir por onde esta fosse.
E foi assim que esperavam receber a justiça de Cristo e a mensagem da justiça de Deus. Outros deliberadamente não levaram em conta cerca de cinquenta por cento da mensagem e acharam que aquilo era a justiça de Deus.
Assim, desde aceitação aberta e intencional da mensagem, até sua rejeição aberta e intencional, e todo o percurso entre estes dois lados, os transigentes têm estado espalhados desde que a mensagem foi apresentada. E os que adotaram essa posição transigente não estão em nada mais preparados nesta noite para discernir o sentido da mensagem da justiça de Cristo do que estavam há quatro anos.
Eu mesmo tenho ouvido alguns desses irmãos, desde a assembleia de Minneapolis, falarem “amém” para pregações e declarações completamente pagãs, e acham que se trata da justiça de Cristo.
Tenho ouvido alguns dos que abertamente se colocaram contra a mensagem naquela época, e levantaram a mão para votar contra ela, dizerem “amém” para afirmações que eram tão clara e categoricamente papais que poderiam ser endossadas prontamente pela igreja católica.
Vou voltar e esse ponto em um dos nossos estudos e chamar a atenção de vocês para a declaração da igreja católica sobre sua doutrina de justificação pela fé. Vamos analisar isso num estudo posterior para que vocês percebam qual é a doutrina da igreja católica sobre a justificação pela fé. “Ora”, alguém pode dizer, “eu não sabia que a igreja católica cria na justificação pela fé”.
Ah, sim, ela crê. Sim, ela crê. Você pode ler sobre isso em seus livros. Alguém pode dizer: “Eu pensava que ela cria na justificação pelas obras”. Isso é verdade, e é só nisso que eles creem; mas o conceito é passado com o título de justificação pela fé (refiro-me aos membros da Igreja Católica). E os católicos não são as únicas pessoas do mundo que agem assim. Eles não são os únicos.
Portanto, meu apelo é que todos nos unamos agora e deixemos de lado nossas ideias preconcebidas, todo pensamento de como isso ou aquilo é ou deveria ser. Vamos nos unir para ouvir a mensagem da justiça de Cristo e estudá-la no temor de Deus, orando de todo o coração para que Ele nos dê, nesta assembleia, o Ensinador de justiça de acordo com Sua ideia de justiça. É disso que precisamos.
Irmãos, se orarmos para que Deus realize esse propósito, Ele certamente o fará. E quando, mediante Seu Espírito, Ele nos enviar o ensino da mensagem de Sua justiça, vamos aceitá-la exatamente como Ele a apresenta a cada um de nós, sem tirar dela uma única partícula, mesmo que ela faça desmoronar tudo que imaginávamos ser a ideia correta sobre o assunto.
Deixemos que Deus faça Sua obra. Concordamos, no início deste instituto, que permaneceríamos sobre esta plataforma: se pensávamos que sabíamos alguma coisa, não sabíamos nada ainda como deveríamos saber. Isso se aplica a esse assunto, aos que aceitaram a mensagem, tão certamente quanto àqueles que não a aceitaram, embora, talvez não na mesma medida.
O fato é que os que a aceitaram não devem ficar se gabando agora e dizer: “Quanto a mim, está tudo bem. Não preciso aprender nada agora”. Se alguém adota essa postura, tal pessoa é a que mais está precisando aprender.
Assim, o que vocês e eu precisamos fazer é colocar de lado qualquer pensamento dessa natureza, todo tipo de conclusão sobre o tema, ou qualquer correção ou ajuste impostos sobre o assunto.
Renunciemos a tudo isso e nos acheguemos a Cristo, usando Suas próprias palavras, “como crianças”, pedindo que Ele nos mostre o que é o reino de Deus; pois o reino de Deus é justiça e paz e alegria no Espírito Santo.
Os que não receberem o reino de Deus como crianças, o próprio Jesus disse, não podem entrar nele. E, se tentarmos aprender isso baseado em nosso conhecimento prévio, e procurarmos forçar essa mensagem sobre ele, ela não se encaixará.
Se tentarmos moldar tudo o mais que Cristo nos apresentar agora conforme a concepção que já possuíamos, estragaremos tudo e ficaremos fechados a qualquer coisa nova que possa vir. Então, esse texto deve permanecer vivo em nossa mente: “Se qualquer pessoa pensa saber alguma coisa, não sabe nada ainda como convém saber” (1 Co 8:2, trad. lit. KJV).
Vamos explorar esse pensamento um pouco mais. A chuva serôdia, esta mensagem, é a justiça de Deus, que vem mediante a fé de Jesus Cristo. Ela corresponde à mensagem do alto clamor; mas essa mensagem representa o ensino de justiça de acordo com a justiça, o que significa dizer que se trata da ideia de Deus sobre justiça, e não a nossa.
Será que minha ideia sobre a justiça de Deus – no seu alcance máximo – corresponde à ideia de Deus sobre justiça? [Congregação: “Não”]. Então, quando consigo alcançar a ideia mais ampla possível sobre a justiça de Deus, e fico satisfeito com isso, pensando que esta vai me salvar, de quem será que é essa justiça que deve me salvar? [Congregação: “Ela é minha”].
Naturalmente que sim. Digo isso porque, se eu coloco minhas concepções no mesmo nível que as de Deus, como se Ele fosse igual a mim, eu O limito dentro de minha compreensão e me torno meu próprio salvador. Agir assim é tornar Deus em nada maior do que eu mesmo. Percebem isso? [Congregação: “Sim, senhor”].
Isso mesmo. Devemos receber essa mensagem, essa chuva serôdia, essa justiça de Deus de acordo com as ideias de Deus e do modo como Ele deseja.
E quando Ele nos falar Sua verdade sobre o assunto, e colocá-la à nossa disposição, devemos aceitá-la e ser-Lhe gratos por ela; não nos cabe questionar como ela vem, ou coisa do tipo, mas recebê-la como Ele a transmite, como Ele a oferece, e deixar que Ele leve essa mensagem ao mundo conforme a Sua vontade.
Porque, o que é justiça? Ação correta. Devemos ter a justiça de quem? [Congregação: “A de Deus”]. Então, o que devemos ter são as ações corretas de Deus, e não nossas próprias ações corretas; é a ideia de Deus sobre qual é a ação correta Dele, e não o que nós pensamos serem ações corretas.
Repito: não são nossas ideias sobre as ações corretas Dele, mas Suas próprias ideias sobre Suas próprias ações corretas. Trata-se, na verdade, das próprias ações corretas de Deus quando Ele realiza as coisas. Portanto, isso requer de nós que entreguemos a Ele tudo o que seja nosso e deixemos que Ele realize a obra, segundo Sua vontade, com aquilo que pertence unicamente a Ele.
É Ele que deve realizar a obra. Cumpre-nos ser instrumentos. “Oferecei-vos [...] como instrumentos de justiça”. “Vossos membros [...] como instrumentos de justiça” (Rm 6:13). Oferecê-los a quem? A Deus. Ele usa os instrumentos. Querem permitir que Ele faça isso? [Congregação: “Sim”]. Querem se manter firmes nessa decisão por uma semana? [Congregação: “Sim”].
Quero considerar outro pensamento decorrente do anterior. Sabemos que a ideia de justiça pertence unicamente a Deus. Esta é a verdadeira concepção da justiça de Deus. Agora, será que posso captar com minha própria mente a ideia de Deus sobre justiça? [Congregação: “Não, senhor”]. É possível eu receber uma mente capaz de captá-la e alcançá-la? Sim.
Existe alguma mente no Universo que possa captar a ideia de Deus sobre a justiça? Sim. De quem é essa mente? De Cristo. Então não é um fato inegociável que, sem a mente de Jesus Cristo, não temos e não podemos ter a justiça de Deus?
Não estou preocupado com o tanto de teoria que uma pessoa possa ter a respeito da justiça de Deus; não me importo o quanto ela possa afirmar crer na justiça de Deus; não me importo o quanto ela afirme crer na justificação pela fé; se ela não possui a própria mente de Cristo, ela não compreende o conceito de Deus sobre justificação pela fé e nada tem a dizer sobre o assunto.
Ninguém tem condições de compreender a justiça de Deus sem a mente de Jesus Cristo, pois nenhuma outra mente, dentre todas do Universo, pode alcançar, compreender e conhecer essa justiça. É assim mesmo? [Congregação: “Sim, senhor”].
Será que posso transformar minha mente na mente de Cristo? Posso? Posso recriá-la, consertá-la e transformá-la na mente de Cristo, não posso? [Congregação: “Não, Senhor”]. [Alguém citou o texto: “Que haja em vós a mesma mente que houve também em Cristo Jesus” (Fl 2:5, trad. lit. KJV]).
Muito bem. Vocês estão dispostos a permitir que isso aconteça? Vocês farão isso? É isso que vocês decidiram fazer? [Congregação: “Sim, senhor”]. Esse deve ser nosso ponto de partida, certo? Vamos deixar isso claro; e quando isso acontecer, creio que nosso tempo para o estudo desta noite estará esgotado.
Então, a única maneira possível pela qual qualquer pessoa deste mundo pode conhecer a justiça de Deus, pode receber o ensino dessa justiça de acordo com a justiça, ... a única maneira, o único meio possível, que alguém possa recebê-la ou conhecê-la é mediante a apropriação da mente de Cristo.
Uma afirmação que gostaria de lhes apresentar, bastante correta em si mesma, é a de que os mandamentos de Deus constituem o reflexo, a transcrição, a expressão da justiça de Deus. Os dez mandamentos são a manifestação, em forma escrita, da vontade de Deus. Leiamos Romanos 2:17, 18:
“Se, porém, tu, que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus; que conheces a Sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído na lei.”
Sendo a lei, então, a expressão da vontade de Deus, esta revela qual é a vontade de Deus no que diz respeito a ações corretas. Será que os dez mandamentos aceitarão qualquer conduta de alguém cuja concepção de ações corretas não corresponda ao que Deus pensa sobre o assunto? Não.
Então, os dez mandamentos simplesmente exigem um padrão de ações corretas que se mede pela própria mente de Deus e reflete Sua vontade. Assim, se os dez mandamentos requerem exatamente isso, e não aceitarão nada aquém disso, como é possível que as exigências dos dez mandamentos possam ser satisfeitas em qualquer pessoa neste mundo que não possua a mente de Deus? Isso não é possível.
Onde podemos conseguir essa mente? [Congregação: “Em Cristo”]. Então, é possível que alguém, por qualquer meio que seja, ofereça aos dez mandamentos o que eles exigem, e a única coisa que eles aceitarão, sem ter a própria mente de Cristo? [Congregação: “Não, senhor”].
Posso ter a mente de Cristo sem tê-Lo todo? Não, não posso. Portanto, como não posso ter a mente de Cristo sem que O tenha por inteiro, segue-se que devo ter a presença pessoal do próprio Cristo.
Quem é que nos traz a presença pessoal de Jesus Cristo? O Espírito de Deus. Vamos ler dois textos agora, um em João e outro em Efésios; e isso é tudo que o tempo nos permite nesta noite. João 14:18: “Não vos deixarei sem conforto, voltarei para vós outros” [KJV, tradução literal].
Ele não nos deixa sem conforto, ou seja, sem um consolador. Ele diz então: “Voltarei para vós outros”. Quando Ele vem dessa forma até nós, não ficamos sem um Consolador. Então, Ele de fato vem até nós por meio do Consolador, que é o Espírito Santo.
Vamos ler agora Efésios 3:16, 17. Vamos ler juntos com atenção: “Para que, segundo a riqueza da Sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o Seu Espírito no homem interior; e, assim, habite Cristo no vosso coração”. [Alguém citou as palavras do texto “pela fé”].
Sim, Cristo habita em nosso coração pela fé; mas podemos dizer que a expressão “pela fé” também se refere à outra parte do texto que diz que somos “fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior”.
Nós recebemos a promessa do Espírito pela fé. Mas quem a produz em nós? O Espírito de Deus. E quando isso se torna uma realidade em nós, Cristo habita no coração. Então, é o Espírito Santo que traz a presença pessoal de Jesus Cristo; e ao trazer até nós Sua presença pessoal, Ele traz a Si mesmo.
Assim, é por meio da mente de Cristo que podemos compreender e investigar as profundezas de Deus, e nelas deleitar, as quais Ele faz chegar, lá do alto, até nosso entendimento com toda clareza. É disso que precisamos para termos a presença de Cristo, para termos a justiça de Cristo, para recebermos a chuva serôdia e darmos o alto clamor.